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  • LANÇAS E DARDOS
  • Lança
  • Outro Tipo de Lança
  • Dardo
  • Outro tipo de dardo e hastes
  • Tipos de lanças egípcias, assírias, gregas e romanas
  • Uso figurativo e profético
  • MÁQUINA
  • MÉTODOS DE PROSPECÇÃO
Despertai! — 1978
g78 8/7 pp. 17-21

Ajuda ao Entendimento da Bíblia

[A matéria que segue foi extraída de Aid to Bible Understanding, Edição de 1971.]

ARMAS, ARMADURA. [Continuação]

LANÇAS E DARDOS

Armas usadas para arremesso ou atirar, consistindo em uma haste dotada de ponta ou cabeça afiada. (1 Sam. 18:11; Juí. 5:8; Jos. 8:18; Jó 41:26) Vários tipos foram usados por todas as nações da antiguidade. A precisa diferenciação deles, segundo indicada por diferentes palavras hebraicas, é um tanto incerta.

Lança

A lança (Heb., hhaníth) era, pelo que parece, a maior destas quatro armas, tendo longa haste de madeira e, em geral, uma ponta aguçada de pedra ou de metal. Situava-se, em importância, logo atrás da espada. O gigante Golias carregava uma lança com uma lâmina que pesava “seiscentos siclos de ferro” (6800 quilos), com uma haste de madeira “como o cilindro de tecelões”. (1 Sam. 17:7, compare com 2 Samuel 21:19; 1 Crô. 11:22, 23; 20:5.) Em acessos de ira, o Rei Saul arremessou lanças tanto contra Davi como contra Jonatã. — 1 Sam. 18:10, 11-19:9, 10; 20:32, 33.

Algumas lanças tinham uma ponta metálica no conto, através da qual podiam ser fixadas no chão. Por isso, esta extremidade, e não apenas a ponta da lança, podia ser usada eficazmente por um guerreiro. Abner, pelo que parece com forte impulso para trás, feriu Asael “no abdome com o conto da lança, de maneira que a lança lhe saiu pelas costas; e ele caiu ali e morreu onde estava”. — 2 Sam. 2:19-23.

A lança fincada na terra poderia indicar a morada temporária dum rei, assim como uma lança atirada no solo, na frente duma tenda, atualmente, indica que é lugar de parada dum xeque beduíno. Em certa ocasião, o rei Saul dormia num arraial “com a sua lança fincada na terra junto à sua cabeça”. (1 Sam. 26:7) Quando o proscrito Davi e Abisai entraram furtivamente no acampamento, e havia oportunidade de matar Saul com a lança, Davi não quis permitir o assassinato do adormecido Saul, como sendo o “ungido de Jeová” embora Abisai lhe suplicasse: “Por favor, deixa-me só uma vez cravá-lo com a lança na terra e não farei duas vezes a ele.” — 1 Sam. 26:8-16.

Outro Tipo de Lança

A lança (Heb., rómahh), arma dotada de haste comprida e ponta aguçada, era usada para arremesso. Com ela, Finéias executou um ofensor israelita e sua consorte, certa mulher midianita, assim terminando um flagelo que sobreviera a Israel por se ligar a Baal de Peor. (Núm. 25:6-8) Entre os apoiadores de Davi havia gaditas ‘prontos com a lança’, bem como homens de Judá que portavam lanças. (1 Crô. 12:8, 24) Quando se rebelaram dez tribos de Israel, Roboão fortificou Judá, colocando grandes escudos e lanças em todas as diferentes cidades. (2 Crô. 11:12) Entre as armas possuídas pelos soldados de Judá nos dias de Asa e de Uzias, achava-se a lança (2 Crô. 14:8; 26:14), e, ao registrar os guerreiros de Judá e de Benjamim, o rei Amazias “achou que eram trezentos mil homens seletos que saíam para o exército” manejando a lança e o escudo grande”. (2 Crô. 25:5) Nos dias de Elias, os desvairados adoradores de Baal, no monte Carmelo, usaram lanças, bem como adagas, para retalharem-se, quando suplicavam ao seu falso deus que agisse. (1 Reis 18:28) Também, Neemias colocou homens com lanças durante a reconstrução dos muros de Jerusalém. (Nee. 4:13, 16, 21) Assim, a lança era uma arma padrão dos hebreus.

Dardo

O dardo (Heb., kidhóhn) tinha ponta metálica aguçada e era usualmente arremessado. Era, pelo que parece, menor e mais leve do que a lança convencional, o que permitia que fosse mantido estendido e utilizado segundo descrito em Josué 8:18-26, onde aprendemos que o dardo foi usado por Josué na batalha contra Ai. Além da lança (hhaníth) Golias carregava também um dardo (kidhóhn) de cobre entre os ombros. (1 Sam. 17:6, 7, 45) O dardo não era costumeiramente carregado na mão, mas nas costas, os guerreiros às vezes possuindo vários deles numa aljava. Os dardos eram um tanto parecidos a grandes flechas e tinham hastes de madeira ou de junco. Para aumentar o alcance desta arma talvez se prendesse a ela uma corda com um laço. Este era enrolado na haste, o laço sendo retido pelos dedos do soldado quando o dardo era arremessado. O rápido desenrolar da corda fazia com que girasse, o que resultava num vôo mais constante. Em alguns casos, o dardo possuía uma ponta metálica na base, tornando possível fincá-lo no solo em períodos de descanso, e aumentando sua velocidade e equilíbrio no vôo. O dardo, pelo que parece, era também utilizado na caça, sendo lançado sobre a presa, de uma distância segura. Em Jó 41:29, diz-se que o leviatã se ri “do retinir do dardo”. Os babilônios que assolaram Judá e Jerusalém brandiam dardos (Jer. 6:22, 23), e as forças medo-persas também brandiam o dardo quando, por sua vez, devastaram sem misericórdia Babilônia. — Jer. 50:41, 42.

Outro tipo de dardo e hastes

Outro tipo de dardo, possivelmente indicado por mais de uma palavra hebraica (i. e., massá‘, shélahh) era evidentemente um míssil curto e pontiagudo similar à flecha. Havia vários tipos. Jeová informou a Jó que o dardo (massá‘) é ineficaz contra o leviatã. — Jó 41:26.

Entre os romanos, os dardos eram feitos de juncos ocos, e, na parte inferior, sob a ponta, havia um receptáculo de ferro que podia ser enchido de nafta ardente. O dardo era então atirado de um arco não retesado, uma vez que atirá-lo de um arco retesado apagaria o fogo. O esforço de apagar tal míssil com água somente aumentaria a chama, e a única forma de extingui-lo era por recobrir de terra o destrutivo projétil. É possível que os hebreus também usassem dardos chamejantes na batalha. O apóstolo Paulo estava, evidentemente, familiarizado com dardos ardentes, e talvez tivesse feito alusão a eles ao admoestar aos cristãos: “Acima de tudo tomai o grande escudo da fé, com que podereis apagar todos os projéteis ardentes [dardos inflamados, Almeida, rev. e corr.] do iníquo.” — Efé. 6:16.

O relato em 2 Samuel 18:14 declara que Joabe “tomou três hastes na sua palma e passou a traspassar com elas o coração de Absalão enquanto estava ainda vivo no coração da grande árvore”. A palavra hebraica shévet, usada para tais implementos, transmite a idéia de vara, cajado ou haste.

Tipos de lanças egípcias, assírias, gregas e romanas

A lança egípcia tinha haste de madeira, de cerca de 1,50 a 1,80 metros de comprimento, com ponta de bronze ou ferro, geralmente de dois gumes. Os dardos egípcios eram mais leves e mais curtos, com pontas metálicas de dois gumes, usualmente em forma de diamante alongado ou de folha. No conto havia uma alça de bronze com uma bola, onde se prendiam duas borlas ou correias, evidentemente como ornamentos e para contrabalançar a ponta pesada. Às vezes, o dardo egípcio era usado para arremesso, e a alça impedia que a arma escorregasse da mão do guerreiro. Por meio de Jeremias, Jeová disse aos egípcios, sob o Faraó Neco: “Bruni as lanças.” (Jer. 46:4) Um relevo de Medinete Habu, perto de Tebas. representa um ataque egípcio contra uma cidade fortificada síria. Nas ameias sobre as muralhas havia numerosos soldados defensores que brandiam lanças e estavam prontos para a refrega.

Os soldados de infantaria assíria usavam lanças cujo comprimento dificilmente excedia a altura dum soldado; a lança do cavalariano parece ter sido consideravelmente mais comprida. Um relevo de Nínive representa o ataque das forças do rei assírio, Senaqueribe, contra a cidade de Laquis, e, por trás dos arqueiros que a cercavam, acham-se lanceiros assírios carregando grandes escudos e segurando a lança na mão, pronta para a ação.

A lança (Gr., lógkhe) é mencionada apenas uma vez nas Escrituras Gregas Cristãs. Depois que Jesus Cristo morreu, “um dos soldados furou-lhe o lado com uma lança”. (João 19:33, 34) Visto que era um soldado romano, provavelmente usava a pilum romana. Tal arma tinha cerca de 1,80 metros de comprimento, com ponta de ferro farpado que se estendia a meio comprimento da haste de madeira. É interessante notar que duzentos lanceiros inicialmente formavam parte de formidável escolta que conduziu o apóstolo Paulo de Jerusalém até o Governador Félix em Cesaréia. — Atos 23:23, 24, veja LANCEIROS.

Uso figurativo e profético

Davi, falando sobre seus adversários devoradores, descreve de modo figurado seus dentes como “lanças e flechas, e cuja língua é uma espada afiada”. (Sal. 57:4) Nínive, “a cidade de derramamento de sangue”, quando de sua destruição, deveria presenciar “o raio da lança, e a multidão dos que foram mortos” às mãos dos medos e dos caldeus. (Naum 3:1, 3) Habacuque associou os efeitos da ira de Deus com “o relâmpago da tua lança”, afirmando ainda mais: “Marchaste com verberação através da terra. Em ira trilhaste as nações.” — Hab. 3:11, 12.

Todavia, a lança também é usada biblicamente com respeito à proteção divina. — Sal. 35:3.

Para as nações que espalharam seu povo, Deus lança o desafio: “Forjai espadas das vossas relhas de arado e lanças das vossas podadeiras.” (Joel 3:9-12) As lanças são alistadas entre as armas que permanecem, com as quais ‘terão de fazer fogo por sete anos’, depois que “Gogue e toda a sua massa de gente” enfrentarem seu fim. — Eze. 39:1-11.

MÁQUINA

Máquinas de guerra, nos tempos bíblicos, incluíam aríetes e grandes instrumentos que visavam lançar mísseis, tais como flechas ou pedras, diferenciando-se das armas leves portadas pelos soldados. Vários tipos delas eram empregados pelos hebreus, egípcios, assírios, babilônios, romanos e outros. Amiúde tais máquinas eram montadas em aterros de sítio, adjacentes às muralhas da cidade.

Grandes catapultas para o lançamento de pedras, flechas ou outros mísseis funcionavam segundo o princípio da funda, do arco ou da mola. Esta última, consistindo em uma barra elástica, curvada para trás por um parafuso ou cabo de apoio, tinha um disparador para soltá-la e arremessar um projétil. Catapultas de lançamento de mísseis surgiram, pelo que parece, depois do quinto século A. E. C., entre os gregos, sendo primeiramente mencionadas em relação a Dionísio I, de Siracusa (430-367 A. E. C.), que se supriu de máquinas para uma expedição contra Cartago. Tais instrumentos foram usados pelas forças de Alexandre Magno (356-323 A. E. C.) e, depois disso, pela maioria dos exércitos helênicos, sendo também equipamento padrão das legiões romanas. Sem embargo, centúrias antes, e com finalidades defensivas, o rei judeu, Uzias (829-777 A. E. C.), “fez em Jerusalém máquinas de guerra, invenção de engenheiros, para que viessem a ficar sobre as torres e sobre as esquinas para atirar flechas e grandes pedras”. (2 Crô. 26:15) Diz-se que, em outras partes da área do Mediterrâneo, tais armas não gozavam de uso geral senão num período posterior.

Pode-se avaliar que, nos dias das cidades muradas e de armas tais como o arco e a flecha, a espada, a lança e a clava, as máquinas imensas de guerra instilavam terror nos habitantes duma cidade sitiada.

LANCEIROS. Estes soldados antigamente constituíam uma divisão da infantaria leve, e eram apoiados por arqueiros e fundibulários. Os aurigas e cavalarianos amiúde carregavam lanças. Os lanceiros faziam parte das forças de ocupação romanas na Palestina, duzentos deles sendo incluídos na escolta secreta de Paulo para fora de Jerusalém. — Atos 23:23.

ARQUEIRO. O uso do arco e da flecha após o Dilúvio habilitou o homem a matar os animais que eram rápidos e perigosos demais para serem apanhados de outro modo, para servirem de alimento, de roupa e de abrigo. Com a ascensão de Ninrode, é provável que arqueiros foram postos a seu serviço.

No século vinte A. E. C., Ismael, primogênito de Abraão, “tornou-se arqueiro”, para sustentar-se no ermo. (Gên. 21:20) Similarmente Esaú, neto de Abraão, sabia manejar com perícia o arco. (Gên. 27:3) Os monumentos testificam que, desde tempos imemoriais, os principais guerreiros ofensivos do Egito eram arqueiros, e há também esculturas babilônias de arqueiros. Nos dias de Josué (Jos. 24:12) e de Davi (1 Crô. 12:1, 2), e posteriormente, os arqueiros eram importante parte do exército de Israel. (2 Crô. 14:8; 26:14) Os arqueiros dos filisteus, sírios e egípcios feriram os reis Saul, Acabe e Josias, respectivamente. — 1 Sam. 31:1-3; 1 Reis 22:34, 35; 2 Crô. 35:20, 23.

Relevos de Nínive ilustram os arqueiros assírios, em carros, portando dois arcos, um longo e um curto. Quando arremessavam uma flecha tinham outras na mão, assim aumentando a rapidez de sua potência de fogo. O plano de ataque assírio parecia ser o de sobrepujar o inimigo sob um dilúvio de flechas, e então usar a espada e a lança para persegui-lo.

Os persas têm sido chamados de os arqueiros mais peritos do mundo. Relevos de Persépolis e Susa mostram soldados medos e persas equipados de arcos e aljavas. Desde os cinco até os vinte anos, os rapazes persas aprendiam a arte de atirar com arco e a montar; seus cavalarianos eram peritos, até mesmo ao atirarem para trás. A mobilidade e a liberdade de movimentos dos arqueiros constituíam o plano básico da estratégia persa ao lançar um assalto contra o inimigo, sob uma saraivada de flechas.

Os impérios ocidentais da Grécia e de Roma não prezavam tanto o arco e a flecha como as nações orientais, embora, às vezes, os arqueiros desempenhassem papel significativo em suas vitórias. Isto talvez se devesse ao método grego de retesar o arco junto do corpo, estilo menos eficaz, ao invés de retesa-lo junto às bochechas ou aos olhos, como faziam os egípcios e persas. Mercenários cretenses e asiáticos pareciam suprir os arqueiros peritos, ao passo que os gregos e romanos confiavam na espada e na lança.

Veja ARMAS, ARMADURA.

ARQUEOLOGIA (Gr., arkhaiología, falar de coisas antigas). A arqueologia bíblica é o estudo dos povos e eventos da Bíblia, feito por meio do intrigante registro soterrado. O arqueólogo escava e analisa as rochas, muros e prédios destroçados, cidades devastadas, desenterra vasos, tabuinhas de argila, inscrições, túmulos e outros restos antigos, ou “artefatos”, dos quais deriva informações. Tais estudos não raro aprimoram a compreensão das circunstâncias em que a Bíblia foi escrita e sob as quais viveram os homens de fé de antanho, bem como a linguagem que eles, e os povos ao redor, empregavam. Eles ampliam nosso conhecimento de todas as regiões abrangidas na Bíblia: Palestina, Egito, Pérsia, Assíria, Babilônia, Ásia Menor, Grécia e Roma.

Considerável informação de fundo tem sido obtida que nos ajuda e entender as referências bíblicas a muitas facetas da vida: a família, os filhos, as roupas, as casas, o clima, a vegetação, os animais, as safras, as relações comerciais os grupos nacionais e os costumes religiosos. De considerável proveito tem sido a identificação das localidades geográficas de cidades povoados e lugares mencionados na história bíblica. A arqueologia revela muita coisa sobre a religião depravada dos povos cananeus. Ilustra vividamente a crença dos pagãos na imortalidade da alma humana. Confirma o quadro bíblico sobre a antiga Palestina, como sendo regida por numerosos reis locais, constantemente em guerra uns com os outros. Tem escavado relevos assírios que mostram como os semitas se vestiam, e isto contribui para visualizarmos a vida nos dias de Jacó no tempo de Eliseu, e durante o ministério de Cristo.

As descobertas arqueológicas refutam muitas alegações dos críticos da Bíblia, como, para exemplificar, sua afirmação de que Moisés não conhecia a arte da escrita, sua negação da historicidade de Belsazar (Dan. cap. 5) e sua afirmação de que o registro sobre os patriarcas hebreus, da Bíblia, era ‘ficção baseada na vida beduína do Israel do oitavo e nono séculos’. Ao passo que os críticos certa vez diziam que a adoração de Israel era simples aperfeiçoamento das idéias detidas pelos vizinhos pagãos, a arqueologia tem demonstrado quão notavelmente diferente era sua adoração, divinamente inspirada, da adoração das nações vizinhas.

A confiabilidade dos registros e eventos históricos apresentados na Bíblia, segundo relacionados aos próprios tempos e épocas indicados é também comprovada por tais descobertas. Assim, o suplemento do clássico Dictionnaire e Biblique, em francês, de Vigoroux (Vol. 1, col. 928), afirma que, no que tange à Bíblia, sua “autenticidade deriva seu inabalável apoio da impossibilidade dos racionalistas de adaptarem satisfatoriamente a história sagrada a uma circunstância diferente da que é indicada” pela própria Bíblia.

A arqueologia bíblica é, relativamente, uma ciência nova. Apenas em 1822 foi que o deciframento da Pedra de Roseta desvendou os hieróglifos egípcios. A escrita cuneiforme assíria foi decifrada mais de vinte anos depois. Escavações sistemáticas foram iniciadas na Assíria em 1843, e no Egito em 1850, mas expedições verdadeiramente cientificas, no sentido moderno não começaram no Egito senão em 1883, nem na Palestina senão em 1890.

MÉTODOS DE PROSPECÇÃO

As descobertas arqueológicas surgem através de paciente prospecção. Por vezes, as ruínas de antigos reinos e nações jazem soterradas a apenas alguns centímetros ou a poucos metros abaixo da superfície da terra. As antigas cidades do Oriente Médio foram reconstruídas muitas vezes. Sobre paredes caídas, restos primitivos e alicerces de prédios antigos, lançaram-se novos pisos, até que tais cidades se tornaram grandes colinas artificiais. Em tais colinas, ou “tells”, cada nova camada servia para selar embaixo de si a história de épocas anteriores. Assim, os arqueólogos modernos não raro precisam apenas começar, no topo de uma colina, a fazer a prospecção de uma cidade após outra, com efeito, escavando no tempo até o povoado mais primitivo, construído há milhares de anos.

Uma vez escolhido um tell, ou colina, para a prospecção, o escavador abre um corte estratigráfico preliminar, para identificar as camadas existentes. Cada período de habitação é identificado por um estrato do solo, claramente visível. Cada superfície palmilhada em qualquer tempo, e cada camada de restos, é assinalada por mudanças de consistência, de cor e de textura do solo, e é visível como linha distinta na terra, quando vista no perfil de um corte estratigráfico. (Veja ilustração acompanhante.) Camadas sucessivas são um tanto parecidas às páginas de um livro: ao ponto que possam ser entendidas, contam a história contínua do povoado, no decorrer de centenas, quiçá de milhares, de anos. Também, como um livro, precisam ser estudadas na sua devida seqüência. Assim, o arqueólogo começa a remover, num sítio específico, apenas uma camada por vez, para não misturar diferentes períodos. Cuidadosamente analisa e registra cada artefato, às vezes até mesmo removendo os detritos com peneira, para descobrir pequenos itens. Ainda mais capital é que ele observa as circunstâncias exatas em que tal item foi descoberto, no esforço de classificá-lo na época correta.

Centenas de homens podem ser empregados, limpando cortes quadrados que têm a mesma largura que sua profundidade. Muros e aposentos começam a surgir. Quando se escavou o prédio de cima, traçando-se o seu perfil, observando-se e fotografando-se com exatidão seu conteúdo, e se aprendendo tudo que havia a aprender nele, o prédio e seu alicerce são usualmente derrubados, de modo a iniciar-se a prospecção do nível seguinte, mais antigo.

A análise apresenta muitos problemas e complexidades. As cidades foram reconstruídas muitas vezes, e cada geração escavou buracos nas camadas anteriores. Covas e fossos, buracos para postes e alicerces de paredes, perturbaram o registro. Velhos muros foram escavados por gente à procura de pedras para novas construções. Artefatos (objetos feitos pelo homem) antigos foram jogados na superfície, depois de escavados por pessoas que abriam cisternas e poços. Solo que contém restos de toda uma época diferente foi usado para encher buracos, assim introduzindo objetos de um período muito posterior quase ao nível de solo de prédios bem mais antigos. Tal medida usualmente pode ser deduzida pelo modo que rompe as camadas, mas a interpretação de indícios desta atividade depende da perícia, do critério e da integridade do arqueólogo. E ele destrói a evidência anterior quando faz a prospecção das camadas mais antigas, deixando apenas os registros que ele mesmo compilou.

[Continua]

[Diagrama na página 20]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

PERÍODO CALCULADO

Macabeus

Exílio PROSPECÇÃO

← Estratificada

Judá

Reino Dividido

Saul a Salomão CORTE ESCALONADO→

Juízes

Patriarcas SONDAGENS→

Cananeus

Primitivos ENTULHOS

NÍVEL DO SOLO

SOLO VIRGEM

Diagrama de uma escavação arqueológica. As colinas em que se localizam algumas cidades resultaram de reconstruções repetidas sobre as ruínas de anteriores cidades.

[Foto na página 19]

Arqueiro egípcio em pé num carro, conforme representado numa pintura encontrada num túmulo em Tebas.

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