Ajuda ao Entendimento da Bíblia
[Matéria selecionada, condensada, da enciclopédia bíblica, Aid to Bible Understanding, Edição de 1971.]
EXÉRCITO. [Continuação]
“Uma cuidadosa recapitulação de toda a informação disponível mostra que, até o tempo de Marco Aurélio [121-180], nenhum cristão tornou-se soldado; e nenhum soldado, depois de tornar-se cristão, permanecia no serviço militar.” [The Rise of Christianity (A Ascensão do Cristianismo), 1947, E. W. Barnes, p. 333] “Ver-se-á presentemente que a evidência da existência de um único soldado cristão entre 60 e cerca de 165 A. D. é completamente insignificante; . . . até o reinado de Marco Aurélio, pelo menos, nenhum cristão se tornava soldado após seu batismo.” [The Early Church and the World (A Igreja Primitiva e o Mundo), 1955, C. J. Cadoux, págs. 275, 276] “No segundo século, o Cristianismo . . . tinha afirmado a incompatibilidade do serviço militar com o Cristianismo.” [A Short History of Rome (Breve História de Roma), 1919, G. Ferrero e C. Barbagallo, p. 382] “O comportamento dos cristãos era muito diferente do dos romanos. . .. Visto que Cristo havia pregado a paz, recusavam-se a tornar se soldados.” [Our World Through the Ages (Nosso Mundo no Decurso das Eras), 1961, N. Platt e M. J. Drummond, p. 125] “Os primeiros cristãos pensavam ser errado lutar, e não serviam no exército mesmo quando o Império precisava de soldados.” [The New World’s Foundation in the Old (Os Alicerces do Novo Mundo se Acham no Antigo), 1929, R. e W. M. West, p. 131] “Os cristãos evitavam cargos públicos e o serviço militar.” (“A Perseguição dos Cristãos na Gália, 177 A. D.”, de F. P. G. Guizot) “Os cristãos zelosos não serviam nas forças armadas nem aceitavam cargos políticos.” [World History, The Story of Man’s Achievements (História Universal, a História das Consecuções Humanas), Habberton, Roth e Spears, 1962, p. 117] “Ao passo que eles [os cristãos] inculcavam as máximas da obediência passiva, recusavam-se a tomar qualquer parte ativa na administração civil da defesa militar do império. . . . Era impossível que os cristãos, sem renunciarem a um dever mais sagrado, pudessem assumir o caráter de soldados, de magistrados, ou de príncipes.” — The Decline and Fall of the Roman Empire (Declínio e Queda do Império Romano), Edward Gibbon, Vol. 1, p. 416
CELESTE
Os exércitos celestes, no sentido de multidões bem organizadas, referem-se não só às estrelas físicas, porém, mais freqüentemente, às poderosas hostes de criaturas espirituais angélicas, sob o supremo comando de Jeová Deus. (Gên. 2:1; Nee. 9:6) A expressão “Jeová dos exércitos” ocorre 281 vezes nas Escrituras Hebraicas, primeiro em 1 Samuel 1:3, e duas vezes encontra-se seu equivalente nas Escrituras Gregas. (Rom. 9:29; Tia. 5:4) Ao considerar os guerreiros angélicos, usam-se termos militares tais como “legiões”, “carros de guerra”, “cavaleiros”, etc. (2 Reis 2:11, 12; 6:17; Mat. 26:53) Em tamanho, o acampamento dos exércitos invisíveis de Jeová inclui “dezenas de milhares, milhares repetidos vez após vez” de carros de guerra. (Sal. 68:17) Como força combatente, são invencíveis. “O príncipe do exército de Jeová”, com espada desembainhada, apareceu a Josué e lhe deu instruções sobre como Jericó devia ser capturada. (Jos. 5:13-15) Um anjo destes exércitos celestes matou 185.000 assírios numa única noite. (2 Reis 19:35) Quando irrompeu a guerra no céu, Miguel e seus anjos lançaram Satanás e seus demônios para a vizinhança da terra. (Rev. 12:7-9, 12) Ademais, não haverá escapatória quando “os exércitos . . . no céu” seguirem o “Rei dos reis e Senhor dos senhores”, ao trazer destruição sobre “a fera e os reis da terra, e os seus exércitos”. (Rev. 19:14, 16, 19, 21) Ao mesmo tempo, contudo, este poderoso exército invisível de Jeová fornece proteção a Seus servos fiéis na terra. — 2 Reis 6:17; Sal. 34:7; 91:11; Dan. 6:22; Mat. 18:10; Atos 12:7-10; Heb. 1:13, 14.
DIA DA EXPIAÇÃO [Heb., yohm hakkippurím, dia das coberturas ou propiciações]. O dia da expiação era um dia de propiciação ou de se cobrirem os pecados, comemorado por Israel no décimo dia do sétimo mês do ano sagrado, ou em 10 de tisri. (Tisri corresponde aproximadamente a setembro-outubro.) Neste dia, o sumo sacerdote de Israel oferecia sacrifícios como cobertura de pecados para si mesmo, para os outros levitas e para o povo. Era também um tempo de purificação do tabernáculo, ou dos templos posteriores, dos efeitos poluidores do pecado.
O dia da expiação era uma época de santo congresso e de jejum, conforme indicado pelo fato de que as pessoas deviam então ‘afligir suas almas’. Este era o único jejum instado sob a lei mosaica. Era também um sábado, ocasião de abster-se dos labores regulares. — Lev. 16:29-31; 23:26-32; Núm. 29:7; Atos 27:9.
Apenas em um único dia do ano, no dia da expiação, permitia-se que o sumo sacerdote entrasse no compartimento Santíssimo do tabernáculo ou do templo. (Heb. 9:7) É interessante, também, que o ano do Jubileu, quando ocorria, iniciava-se no dia da expiação. — Lev. 25:9.
Arão, irmão de Moisés, era o sumo sacerdote de Israel quando tal observância foi instituída no deserto da Península do Sinai, no século dezesseis A. E. C. O que foi instruído a fazer forneceu o padrão para as guardas posteriores do dia da expiação. Visualizando-se os impressionantes eventos desse dia, torna-se possível um melhor entendimento do que significava para os israelitas. Sem dúvida, sentiam-se então movidos a ter maior consciência de seu estado pecaminoso e de sua necessidade de redenção, e a ter maior apreço pela abundante misericórdia de Jeová em fazer tal arranjo para cobrir seus pecados do ano anterior.
MODALIDADES DO DIA DA EXPIAÇÃO
Arão deveria entrar no lugar santo com um novilho como oferta pelo pecado, e um carneiro como oferta queimada. (Lev. 16:3) No dia da expiação, punha de lado sua veste sacerdotal regular, banhava-se em água e vestia-se de santas vestes de linho. (16:4) O sumo sacerdote tirava sortes sobre os dois bodes (cabritinhos) que eram exatamente iguais em suas condições sadias e sem mácula, tendo estes sido obtidos da assembléia dos filhos de Israel. (16:5, 7) O sumo sacerdote tirava sortes sobre eles para determinar qual dos dois seria sacrificado a Jeová como oferta pelo pecado, e qual seria solto no ermo, portando os pecados deles como o ‘bode para Azazel’. (16:8, 9; confronte com Levítico 14:1-7; veja AZAZEL.) Ele então sacrificava o novilho como oferta pelo pecado, para si mesmo e sua casa, que incluía a inteira tribo de Levi, da qual sua casa era parte. (16:6, 11) Depois disso, pegava incenso perfumado e o porta-lume cheio de carvões em brasa, do altar, e penetrava pela cortina, entrando no Santíssimo. O incenso era queimado neste aposento mais interior, onde se localizava a arca do testemunho, a nuvem do incenso queimado se espalhando por sobre a tampa dourada da Arca, em que estavam dois querubins esculpidos de ouro. (16:12, 13; Êxo. 25:17-22) Tal medida pavimentava o caminho para que Arão reentrasse seguramente, mais tarde, no Santíssimo.
Arão, retornando do Santíssimo, tomava um pouco do sangue do novilho, entrava neste compartimento com ele e espargia com o dedo parte do sangue, sete vezes, em frente da tampa da Arca, em direção ao leste. Assim se concluía a expiação para o sacerdócio, o que tornava os sacerdotes limpos e capazes de mediar entre Jeová e seu povo. — Lev. 16:14.
O bode em que recaía a sorte “para Jeová” era sacrificado como oferta pelo pecado em favor do povo. (Lev. 16:8-10) O sumo sacerdote levava então o sangue do bode para Jeová para dentro do Santíssimo, usando-o ali para fazer expiação a favor das doze tribos não-sacerdotais de Israel. De modo similar em que utilizou o sangue do novilho, o sangue do bode era espargido “em direção à tampa e diante da tampa” da Arca. — 16:15.
Arão também devia fazer expiação pelo lugar santo e pela tenda de reunião. Daí, tomando parte do sangue do novilho e do ‘bode para Jeová’, fazia expiação pelo altar da oferta queimada, colocando parte do sangue sobre os chifres do altar. Ele também deveria “espargir um pouco do sangue sobre ele com o seu dedo, sete vezes, e purificá-lo e santificá-lo das impurezas dos filhos de Israel”. (Lev. 16:16-19) O sumo sacerdote voltava então sua atenção para o bode restante, o bode para Azazel. Ele colocava as mãos sobre a cabeça dele, confessava sobre ele “todos os erros dos filhos de Israel e todas as suas revoltas em todos os seus pecados”, pondo-os sobre a cabeça dele, e então o enviava “ao ermo pela mão de um homem preparado”. Assim, o bode levava os erros dos israelitas para o ermo, onde ele desaparecia. (16:20-22) Depois disso, o homem que levara embora o bode deveria lavar suas vestes e banhar sua carne em água, antes de reentrar no acampamento. — 16:26.
Arão então entrava na tenda da reunião, tirava as vestes de linho, banhava-se, e colocava suas vestes usuais. Em seguida, oferecia sua oferta queimada, e a oferta queimada do povo, para fazer expiação (usando os carneiros mencionados nos versículos Lev. 16:3 e 5), e fazia fumegar sobre o altar a gordura da oferta pelo pecado. (Lev. 16:23-25) Jeová Deus sempre exigia a gordura dum sacrifício para si mesmo, e os israelitas estavam proibidos de comê-la. (3:16, 17; 4:31) Os restos das carcaças do novilho e do bode da oferta pelo pecado eram levados do pátio do tabernáculo para um lugar fora do acampamento, onde eram queimados. A pessoa que os queimava tinha de lavar suas roupas e banhar sua carne em água, após o que podia entrar no acampamento. (16:27, 28) Os sacrifícios adicionais do dia são mencionados em Números 29:7-11
CESSAÇÃO DA OBSERVÂNCIA LEGÍTIMA
Ao passo que os adeptos do judaísmo ainda celebram o dia da expiação, tal celebração pouca semelhança tem com a instituída por Deus, pois eles não têm nenhum tabernáculo, nem altar, nenhuma arca do pacto, não se sacrificam touros e bodes, e não existe nenhum sacerdócio levítico. Os cristãos, contudo, compreendem que os servos de Jeová não se acham agora sob tal obrigação. (Rom. 6:14; Heb. 7:18, 19; Efé. 2:11-16) Ademais, a destruição do templo de Jerusalém, em 70 E. C., obrigou a cessação dos serviços do verdadeiro sacerdócio levítico, e não existem meios agora de se estabelecer quem poderia corretamente atuar como tais sacerdotes. The Encyclopedia Americana (Vol. 17, ed. 1956, p. 294) declara a respeito dos levitas: “Após a destruição do templo na dispersão, desapareceram da história, misturando-se com a multidão dos cativos espalhados pelo mundo romano.”
CUMPRIMENTO ANTITÍPICO
Quando era apropriadamente observado, o dia anual da expiação, como outras modalidades da lei mosaica, servia como quadro de algo muito maior. O exame cuidadoso desta observância, à luz das observações inspiradas do apóstolo Paulo, mostra que Jesus Cristo e sua obra redentora em favor da humanidade foram tipificados pelo sumo sacerdote de Israel e pelos animais usados em relação com tal cerimônia. Em sua carta aos hebreus, Paulo mostra que Jesus Cristo é o grande sumo sacerdote antitípico. (Heb. 5:4-10) O apóstolo também indica que a entrada do sumo sacerdote no Santíssimo, uma vez por ano, com o sangue dos animais sacrificiais, prefigurou a entrada de Jesus Cristo com seu sangue, no próprio céu, para assim fazer expiação por aqueles que exercem fé em seu sacrifício. Naturalmente Cristo, não tendo pecado, não precisava oferecer nenhum sacrifício por quaisquer pecados pessoais, como fazia o sumo sacerdote de Israel. — Heb. 9:11, 12, 24-28.
Arão sacrificava o novilho para os sacerdotes e o restante da tribo de Levi, espargindo o sangue do novilho no Santíssimo. (Lev. 16:11, 14) Cristo, comparavelmente, apresentou o valor do seu sangue humano a Deus no céu, onde podia ser aplicado para beneficiar os que viriam a reger com ele como sacerdotes e reis. (Rev. 14:1-4; 20:6) O bode para Jeová era também sacrificado, e seu sangue era espargido diante da Arca no Santíssimo, isto para beneficiar as tribos não sacerdotais de Israel. (Lev. 16:15) Similarmente, o único sacrifício de Jesus Cristo também beneficia a humanidade, além do Israel espiritual, sacerdotal. Eram precisos dois bodes, pois apenas um bode não poderia servir como sacrifício literal e ainda assim ser usado para levar embora os pecados de Israel, como no caso do bode para Azazel. Ambos os bodes eram mencionados como uma só oferta pelo pecado (Lev. 16:5), e os animais eram tratados similarmente até que se lançavam sortes sobre eles, o que tende a indicar que, juntos, poderiam constituir um só símbolo. Jesus Cristo não foi apenas sacrificado; ele também leva embora os pecados daqueles a favor de quem ele morreu sacrificialmente.
O apóstolo Paulo demonstrou que, ao passo que não era possível que o sangue de touros e de bodes removesse pecados, Deus preparou um corpo para Jesus (que ele demonstrou estar disposto a sacrificar quando se apresentou para o batismo), e, de acordo com a vontade divina, os seguidores de Cristo foram “santificados por intermédio da oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez para sempre”. (Heb. 10:1-10) Assim como os restos dos corpos do novilho e do bode oferecidos no dia da expiação eram finalmente queimados fora do acampamento de Israel, o apóstolo observa que Cristo sofreu (sendo pendurado na estaca) fora do portão de Jerusalém. — Heb. 13:11, 12.
Por isso, é evidente que, ao passo que o dia da expiação judaico não resultou numa remoção completa e permanente do pecado, nem mesmo para Israel, as várias modalidades dessa celebração anual tinham caráter típico. Prefiguravam a grandiosa expiação feita pelos pecados, por parte de Jesus Cristo, o ‘sumo sacerdote a quem os cristãos confessam’. — Heb. 3:1.
AZAZEL [possivelmente, poderoso contra Deus]. A palavra “Azazel” ocorre quatro vezes na Bíblia, nos regulamentos relativos ao dia da expiação. — Lev. 16:8, 10, 26.
Dois bodes (cabritinhos) eram obtidos pelo sumo sacerdote dentre a assembléia dos filhos de Israel para serem usados no dia anual da expiação. Pelo lançamento de sortes, um dos bodes era designado “para Jeová”, o outro “para Azazel”
Ambos os bodes deviam ser imaculados, sãos, e tão parecidos quanto possível. Antes de serem lançadas as sortes sobre eles, qualquer dos bodes tinha possibilidade de ser escolhido como o bode para Jeová. Em épocas posteriores, os rabinos judeus esforçavam-se de comprar os bodes no mesmo dia, sendo obtidos, quando possível, bodes gêmeos. No templo reconstruído por Herodes, o sumo sacerdote alegadamente lançava sortes sobre os bodes por tirar de uma cesta duas sortes feitas de buxo, ou de ouro, uma em cada mão, e colocá-las sobre as cabeças dos bodes, uma marcada “para Jeová” e a outra “para Azazel”. Diz-se que os rabinos do tempo em que Jesus Cristo estava na terra se certificavam de que o bode para Azazel morresse por fazer com que fosse levado a um precipício rochoso no limiar do deserto, e então empurrá-lo do penhasco, para morrer lá embaixo.
Segundo sua derivação primitiva, a palavra “Azazel” tem sido considerada como significando quer “força de Deus” (se aplicada a um anjo bom), quer “poderoso contra Deus” (se aplicada a uma tal criatura espiritual que tivesse caído). O conceito de que “Azazel” seja um epíteto de Satanás, o Diabo, tem sido amplamente sustentado por muitos judeus, por cristãos nominais, tais como Orígenes, e por peritos dos tempos recentes. Satanás é o principal opositor de Deus e, por isso, é ‘forte contra Deus’. Naturalmente, deve-se compreender que o bode enviado para o ermo não era oferecido como propiciação ao Diabo. Ambos os bodes eram uma “oferta pelo pecado” oferecida a Deus. — Lev. 16:5.
Dois bodes eram necessários no dia da expiação porque não seria possível matar o bode para Jeová como expiação e, ainda assim, conservá-lo vivo para cumprir um outro propósito. No dia da expiação, o bode vivo tornava-se o ‘bode para Azazel’, isto é, para o “poderoso contra Deus”, Satanás, o Diabo, que se profetizou machucaria o calcanhar do Descendente da “mulher” de Deus. — Gên. 3:15.
JUMENTO. Animal de casco duro, da família do cavalo, diferençado do cavalo pelo seu tamanho menor, juba mais curta, orelhas mais compridas e crina da cauda mais curta, apenas a última metade da cauda sendo peluda. Visto que seus cascos pequenos, afiados, fazem com que suas patas fiquem mais firmes que as do cavalo, o jumento está melhor adaptado aos terrenos acidentados e montanhosos tão freqüentemente encontrados na Palestina. Embora a estupidez e teimosia do jumento sejam proverbiais, sua inteligência é realmente considerada superior a do cavalo, e é uma criatura paciente e longânime que, como outros animais, amiúde tem sofrido abusos por parte do homem.
O jumento há muito tem servido ao homem como animal de carga, como meio de transporte e como animal de tração, a primeira menção dele sendo feita nas Escrituras em conexão com Abraão. (Gên. 12:16; 22:3; Jos. 15:18; 2 Crô. 28:15; Isa. 30:24) Evidentemente, do ponto de vista do trabalho árduo do transporte de carga feito pelo jumento, Jacó assemelhou seu filho Issacar a este animal. (Gên. 49:14) Por outro lado, faz-se referência ao ardor sexual dos jumentos em relação a Judá prostituir-se com as nações. — Eze. 23:20.
Em uma de suas visões, o profeta Isaías viu “um carro de guerra de jumentos”. (Isa. 21:7) Isto indicaria que também se usavam jumentos na guerra, provavelmente como animais de carga, se não também para transportar os guerreiros para a luta real. Neste respeito, é interessante que Heródoto, historiador grego (Livro IV, sec. 243) fala do uso de jumentos pelo exército persa.
Segundo a Lei, o jumento era um animal impuro. Por isso, visto que todos os primogênitos pertenciam a Jeová, e o primogênito dum jumento não poderia ser sacrificado, ele precisava ser redimido por ser substituído por uma ovelha, ou seu pescoço tinha de ser quebrado. (Êxo. 13:13; 34:20) Esta última estipulação assegurava o cumprimento da Lei, visto que um jumento seria mais valioso para um israelita do que uma ovelha. Embora impuros, comeram-se não só jumentos, por causa da gravidade da fome em Samaria, durante o cerco da cidade feito por Ben-Hadade, mas também a parte menos comestível, a cabeça dum jumento, ossuda e pouco carnuda, com efeito, tornou-se um alimento de luxo que custava oitenta moedas de prata. — 2 Reis 6:24, 25.
A lei de Deus prescrevia um tratamento humano para os animais domésticos, tais como o jumento. Devia-se aliviar um jumento que se deitasse sob sua carga, e não se devia colocar num mesmo jugo um jumento e um touro. (Êxo. 23:5; Deu. 22:10) Sendo inferior em tamanho e em força, e de natureza diferente, o jumento teria sofrido em resultado de tal jugo desigual.
[Continua]