Observando o Mundo

Reminiscências do Holocausto

◆ Um novo livro, Vozes do Holocausto, em inglês, de Sylvia Rothchild, contém uma série de reminiscências de judeus que sobreviveram aos campos de concentração nazistas. A sobrevivente Sally Grubman, professora em Lodz na época em que os nazistas ascenderam ao poder, foi levada para o campo em Auschwitz e mais tarde para Ravensbrück. Suas experiências ali levaram-na a esta observação: “Eu vi pessoas que se tornaram muito, muito boas e pessoas que se tornaram absolutamente medíocres. O grupo mais agradável era o das Testemunhas de Jeová. Tiro meu chapéu para esse povo. Eles nasceram mártires. Fizeram coisas maravilhosas para outras pessoas. Ajudaram os doentes, repartiram seu pão, e deram conforto espiritual a cada um que estivesse por perto. Os alemães os odiavam e os respeitavam ao mesmo tempo. Davam-lhes o pior trabalho, mas eles o aceitavam de cabeça erguida.”

“Escolhidos Para o Extermínio”

◆ A Administração do Seguro Social dos E.U.A. publicou um documento delineando os requisitos para comprovação de idade dos sobreviventes do Holocausto nazista, que desejam obter certos benefícios do Seguro Social. Entre as orientações escritas no documento, identificado como SSR 81-16, há uma que declara: “Esta política se aplica aos grupos perseguidos, incluindo mas não se limitando a judeus, ciganos, Testemunhas de Jeová, negros e orientais.” Sob a seção que define a “evidência que um indivíduo é um sobrevivente do Holocausto” está estipulado que “a pessoa é membro de um dos grupos que tinham sido escolhidos para o extermínio pelos nazistas; i. e., judeus, ciganos, Testemunhas de Jeová . . .” — Part 1B, Rulings Based on Program Policy Statements (Item 1B, Normas Baseadas na Política do Programa de Declarações), pp. 18, 19.

“Antes da ‘Explosão’”

◆ Em março passado, a revista New Scientist, da Inglaterra, publicou um artigo intitulado “No começo”, delineando eventos durante os primeiros breves instantes depois da assim chamada grande explosão. Esse periódico de ciência mais tarde publicou uma carta de um leitor britânico que achou o artigo “absolutamente fascinante”, mas observou: “O que aconteceu 10³⁵ segundos após a ‘grande explosão’ é muito interessante, mas o que aconteceu 10³⁵ segundos antes da ‘explosão’ é a questão mais importante.” O leitor perguntou: “Por que deveria a matéria embrionária, suficiente para construir o universo inteiro subitamente, aparecer de algo menos do que o nada? Por que deveria essa matéria obedecer leis fundamentais que têm tornado possível todo o desenvolvimento subseqüente do universo? Respostas, por favor, ou mesmo apenas hipóteses . . .”

Voz do Morto

◆ Para pessoas que sofrem muito para aceitar a perda de entes queridos, uma firma da Califórnia, E.U.A., está comercializando uma “sepultura eletrônica” de Cr$ 1,2 milhão. Movida por pequeno painel solar, a sepultura contém uma gravação com a voz da pessoa morta. “Isto pode tocar do túmulo até 90 minutos de tagarelice pré-gravada”, diz o inventor, “e o equipamento solar opera sob condições extremas de temperatura — mesmo enterrado sob a neve”. Indicando o valor de tal aparelho, ele declarou: “Cada astro individual de rock desejará um — é satisfazer o ego.”

Futuro “Preocupante” da Religião

◆ Numa recente enquête de opinião pública, o pesquisador George Gallup trouxe a atenção o que chama de “descobertas preocupantes” na situação da religião nos Estados Unidos. Ele disse a uma assistência na Universidade Duquesne de Pensilvânia, E.U.A., que a tendência mais agourenta é “o estado lastimável do conhecimento bíblico em nossa nação e a chocante falta de conhecimento a respeito das bases de nossa fé”. Disse que a enquête revelou que 60 por cento de todos os adolescentes pesquisados não foram capazes de dizer o nome de qualquer dos quatro Evangelhos e, dos jovens freqüentadores de igreja, 40 por cento também não o puderam fazer. Um terço dos adolescentes não sabia que os apóstolos eram em número de 12 e um quinto dos jovens que freqüentam igrejas também falharam em responder corretamente. “A maioria dos americanos ora”, disse Gallup, “mas duma maneira não estruturada e superficial. . . . As orações são usualmente orações de petição [pedindo alguma coisa] antes que orações de agradecimento, de intercessão ou de busca de perdão. Deus, para alguns, é visto como um ‘divino Papai Noel’”.

Apego ao Trabalho

◆ Zhao Wenjin, um trabalhador contratado em 1926 para cuidar do edifício do Consulado dos Estados Unidos em Xiamen, República Popular da China, ainda estava lá 55 anos mais tarde. Em 1980, a primeira visita de autoridades dos E.U.A. desde o reatamento dos laços diplomáticos encontrou-o varrendo, limpando e consertando o prédio fora de uso. “A imagem dele limpando religiosamente este local através da Guerra da Coréia e da Revolução Cultural é algo pungente”, disse uma autoridade do Departamento de Estado dos E.U.A. Agora, com 75 anos de idade, o senhor Zhao pode se aposentar sob o plano de aposentadoria do governo americano. E embora seu salário mensal fosse de apenas Cr$ 6.360,00 todos esses anos “ele provavelmente será classificado na aposentadoria mínima do Sistema de Aposentadoria do Serviço Civil — Cr$ 14.640,00 por mês”, disse uma autoridade do governo. A renda per capita da China é o equivalente a cerca de Cr$ 2.400,00 por mês.

‘A mais Violenta Democracia’

◆ A mais violenta democracia industrial do mundo são os Estados Unidos, conforme Harry A. Scarr, antigo diretor do Escritório de Estatísticas da Justiça, do Departamento de Justiça. Ilustrou isso por indicar que, em um ano recente, o índice de assassinatos nos E.U.A. era sete vezes o da Grã-Bretanha e cinco vezes o do Japão. O índice de assaltos era 17 vezes maior que o do Japão e oito vezes maior que o da Grã-Bretanha. E nos E.U.A., o índice de estupros era 12 vezes maior que o da Grã-Bretanha e 10 vezes maior que o do Japão. O padrão de violência ainda continua nos Estados Unidos, com 13 por cento de aumento em tais crimes apenas em 1980, o maior pulo em 12 anos.

Fazer Face ao Desafio

◆ O semanário católico The Messenger, de Sri Lanka, recentemente publicou um artigo intitulado “Enfrentando as Testemunhas de Jeová”. O artigo falou de uma reunião de autoridades da igreja local sobre “Como enfrentar o desafio das Testemunhas de Jeová”. Relata-se que o grupo considerou a “necessidade de organizar em toda a paróquia um mecanismo eficiente para fazer face ao choque com as Testemunhas de Jeová e apela para a Conferência dos Bispos de Sri Lanka para expandir tal plano de ação na inteira ilha”. Entre os oradores, certo “Fr. Chianese apresentou uma pesquisa detalhada sobre as Testemunhas de Jeová no mundo hoje e frisou que elas estão fazendo incursões no catolicismo em Sri Lanka”, relatou The Messenger. “Também admitiu que havia certos fatores a serem admirados nelas tal como seu ímpeto missionário, atendendo às necessidades humanas de paz e segurança e a ênfase colocada na Segunda Vinda de Cristo.”

Diminui a Expectativa de Vida

◆ Estão os esforços médicos para aumentar a vida alcançando seus limites? Em 1980, pela primeira vez em 12 anos, a expectativa de vida nos E.U.A. caiu — cerca de três meses e meio em média quando comparado com 1979. Um estudo da Metropolitan Life Insurance [Seguradora de Vida Metropolitana] indica que um recém nascido do sexo masculino poderia esperar viver por 70,1 anos em 1980, comparado com 70,2 anos em 1979. Meninas poderiam esperar viver 77,5 anos em 1980, comparado com 77,9 anos em 1979.

Sapatos de Pele de Rato?

◆ Relata-se que a Índia está passando por uma escassez de cobras necessárias para pegar os ratos que comem 10 a 15 por cento do cereal do país. Peles de cobra são muito procuradas para fabricação de sapatos e bolsas na Europa e E.U.A., atraindo os comerciantes a pagar até Cr$ 4.000,00 o metro após curtidas. Embora as exportações de peles tenham sido proibidas, muitos indianos vivem da sua venda aos comerciantes que as contrabandeiam para fora do país. “Vivas, seu valor para o país seria bem maior que o da exportação de suas peles”, relata The Economist, de Londres. “Mas os caçadores de cobras estão entre as pessoas mais pobres de uma nação muito pobre, e dificilmente se poderia esperar que deixassem suas armadilhas a menos que se oferecesse uma renda alternativa.” Uma sugestão é que se substituísse por peles de ratos, usando técnicas de curtume recentemente desenvolvidas na Índia. Observa The Economist: “Tudo que se precisa é persuadir os ocidentais seguidores da moda a mudar de cobras para ratos quando alterarem seus estilos.”

Tração Animal na Inglaterra

◆ Mais e mais fazendeiros na Grã-Bretanha estão mudando dos tratores para a tração animal à medida que os impostos e o preço da gasolina continuam a subir vertiginosamente. De 5.000 cavalos de tração na Inglaterra na década de 60, o número aumentou para mais de 15.000 agora. Em vez de pagar Cr$ 3.960.000,00 por um trator, os fazendeiros podem comprar um cavalo treinado para tração por menos de Cr$ 400.000,00. E pneus de trator a quase Cr$ 50.000,00 cada dificilmente podem competir com um par de ferraduras por cerca de Cr$ 2.600,00.

Honduras Barra Jesuítas

◆ Declarando que os padres jesuítas e membros da ordem de Maryknoll “não se dedicam eles mesmos às suas tarefas religiosas, mas usam seu tempo para doutrinar camponeses e trabalhadores em questões essencialmente políticas”, relata-se que um oficial do exército hondurenho anunciou que não terão mais permissão de entrar no país. Líderes católicos têm recebido acusações similares, de modo acentuado, em outros países latino-americanos.

Ponte no Deserto

◆ Em 1971, o industrial Robert P. McCulloch comprou a famosa Ponte de Londres, da Inglaterra, por 2,4 milhões de dólares. Ele enviou as peças para os Estados Unidos e tornou a montá-las no deserto do Arizona. “Muitas pessoas acharam que a idéia era ridícula”, relata a revista Newsweek. “Afinal de contas, não havia nem mesmo um córrego atravessando Lake Havasu, a cidade ‘instantânea’ que McCulloch fundara vários anos antes.” Mas as coisas mudaram. O lugarejo, agora com uma população de 17.000 pessoas, tem hoje um canal artificial correndo sob a célebre ponte. E o lugar “tornou-se o segundo ponto turístico mais popular no Arizona — superado apenas pelo Grand Canyon”, diz Newsweek.

Vivendo de Ar

◆ Uma mulher canadense de Windsor, Ontário, alegadamente reduziu seu peso em mais de 37 kg de um modo singular. Sob supervisão médica, um balão inflado foi mantido em seu estômago por seis meses. “Ela se sentia satisfeita tão logo comia o menor lanche”, relata a agência noticiosa Reuters.

Adoção Inusitada

◆ Devido à sua recusa em se casar, uma mulher da cidade de Nova Iorque e seu rico amante requereram e conseguiram custódia legal de seu próprio filho. Eles alegadamente dizem que o casamento seria “prejudicial ao seu relacionamento”, o qual envolve viverem separadamente. O pai também teve permissão legal de adotar a criança, porque, disse o tribunal, a adoção “removeria o estigma da ilegitimidade e . . . permitiria à criança herdar quantidade substancial de propriedade de seus ancestrais paternos”. Aparentemente, não há mais qualquer preocupação com o estigma da imoralidade.

Publicidade Para Freiras

◆ Em cinco anos a Espanha perdeu cerca de um quarto de suas freiras católicas-romanas, caindo de quase 82.000 em 1974 para pouco mais de 63.000 em 1979. Num esforço de refrear a maré, de acordo com o jornal belga Le Soir, algumas ordens têm recorrido à colocação de “inusitadas ‘ofertas de emprego’” em publicações católicas. O jornal menciona uma de tais promoções que declara: “Moças jovens com vocação religiosa, bom juízo e boa saúde, vocês serão bem recebidas sem dotes no convento das irmãs jeronimitas. Assegurada uma vida comunitária saudável e feliz num recém-construído convento.” Le Soir observa que tais propagandas eram “inimagináveis alguns anos atrás, mas agora diferentes conventos têm assim sido induzidos a adotar métodos de propaganda para gabar o atrativo material e a atmosfera simpática dos conventos . . . Um argumento que não é sem significado neste tempo de crise econômica: pode-se agora entrar no convento ‘sem dote’”.

Variação na Semana de Trabalho

◆ A Organização Internacional do Trabalho informou recentemente sobre a semana de trabalho de vários países, em média. A semana de trabalho dos E.U.A. é mais curta, sendo de 35,6 horas, em média. A semana de trabalho da Suécia era, em média, de 35,7 horas; da Bélgica, 35,8 horas e da Nova Zelândia, de 37,6 horas. “Para a grande maioria dos trabalhadores no mundo”, porém, “a semana de 40 horas ainda é tão ilusória como nunca”, dizia a agência da ONU. Outras semanas de trabalho são, em média: Japão, 40,7 horas; França, 41,2; a República Federal da Alemanha, 41,9; e a Inglaterra, 44 para homens e 37,4 para mulheres. A média da Suíça era de 44,5 horas, tendo os suíços que votaram rejeitado a introdução da semana de trabalho de 40 horas. A Coréia do Sul relatou 50,5, e o Egito tinha a semana de trabalho mais comprida, com 56 horas.