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  • g91 8/1 pp. 16-18
  • Um reino edificado sobre areia, petróleo e religião

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  • Um reino edificado sobre areia, petróleo e religião
  • Despertai! — 1991
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Despertai! — 1991
g91 8/1 pp. 16-18

Um reino edificado sobre areia, petróleo e religião

QUE país é tão grande quanto a Europa Ocidental, tem uma população de apenas 12 milhões, e é quase todo deserto? Que reino foi fundado em 1932, descobriu amplas quantidades de petróleo em 1938 e tornou-se o terceiro maior produtor de óleo cru? Que reino tem o Alcorão como sua Constituição e sedia duas das cidades e mesquitas mais reverenciadas do Islã?

A resposta a todas essas perguntas é o Reino da Arábia Saudita, governado pelo Rei Fahd Bin Abdul Aziz. Tendo 2.240.000 quilômetros quadrados, ocupa a maior parte da península da Arábia, com o mar Vermelho a oeste, o mar da Arábia ao sul e o golfo Pérsico a leste.

Como é que me interessei por este país árabe? Vi, no jornal, um convite para uma exposição feita em Nova Iorque, promovida pelo governo da Arábia Saudita. Fiquei intrigado de saber mais sobre esta cultura e este modo de vida diferentes. E, visto que provavelmente nunca iria à Arábia Saudita, por que não deixar que a Arábia Saudita viesse a mim?

Arábia Saudita — O Antigo e o Novo

Assim que pisei no local da exposição, dei-me conta de que tudo tinha sido projetado para fazer com que o público tivesse uma impressão favorável sobre este país árabe. Por toda a parte havia universitários sauditas, que estudam nos EUA, atuando como guias bem-informados. Todos trajavam a típica tobe, uma longa túnica branca que se parece a um manto e que chega até os pés. Cada um também usava um ghutra, ou lenço de cabeça, de xadrez vermelho e branco, preso por um anel duplo de corda preta. Todos falavam bem o inglês, e eram mais do que corteses ao responder a qualquer pergunta que eu ou qualquer outra pessoa tínhamos.

Depois de um amplo saguão pouco iluminado, que continha fotos da família real saudita, bem como uma apresentação de slides sobre aspectos da Arábia Saudita, visitei em seguida a área que apresentava a vida tradicional árabe e beduína. Uma tenda beduína negra estava em exposição, contendo todos os acessórios de sua vida nômade. No entanto, com o avanço da tecnologia moderna, o estilo de vida beduíno, com sua lendária hospitalidade para com os estranhos, está fenecendo.

O próximo setor da visita era um lembrete da força religiosa que impulsiona e controla a vida saudita — o Islã.a

Meca, a Caaba e o Alcorão

O Alcorão, o livro sagrado do islã, “é considerado a Constituição da [Arábia Saudita] e fornece valores e orientações éticas”, declara uma brochura oficial. Um opúsculo declara: “O Reino modela suas normas sociais, políticas e econômicas à luz dos ensinos islâmicos.” Ao passo que havia vários manuscritos do Alcorão em exibição, o tema principal deste setor era a peregrinação à cidade de Meca (Makkah, em árabe), com sua gigantesca mesquita e a Caaba no centro. Estas eram representadas por maquetes em escala ampliada.

A Caaba, o enorme prédio cúbico, feito de pedra e coberto por um grosso pano preto, é definido por uma publicação islâmica como “o local de adoração que Deus ordenou que Abraão e Ismael construíssem, há mais de quatro mil anos”.b Assim, o Islã (iniciado pelo profeta Muhammad [Maomé] no sétimo século EC) afirma ter ligação com Abraão, o precursor patriarcal do judaísmo e do cristianismo. Ele é, por conseguinte, um dos três principais sistemas religiosos monoteístas.

Na realidade, a Caaba se situa no centro de uma enorme praça ao ar livre que constitui parte da gigantesca mesquita de Meca. Na peregrinação anual (hajj), mais de um milhão de muçulmanos afluem ali para orar e para dar sete voltas em torno da Caaba. Todo muçulmano fisicamente apto considera uma obrigação fazer esta viagem pelo menos uma vez na vida. A exposição também incluía uma maquete da gigantesca mesquita de Medina (Madinah, em árabe), lugar do sepultamento de Muhammad.

Especialmente interessantes eram as pesadas portas ornamentais da Caaba, que constavam da exposição. Normalmente, apenas os muçulmanos podem ver tais portas, visto que somente eles podem entrar na mesquita de Meca. Era difícil de crer que se tratava de originais, até que um guia explicou que estas eram as portas usadas de 1942 a 1982, quando foram substituídas por novas. São feitas de ouro e prata e acham-se adornadas com plaquetas de ouro que contêm versículos do Alcorão inscritos em árabe. Numa parede próxima estava pendurada uma kiswah, ou grossa cortina negra, usada para cobrir a Caaba, com mais citações do Alcorão bordadas em ouro.

A Vida Moderna na Arábia Saudita

Mais adiante na visita, havia recriações de cenas típicas das ruas — artesãos que teciam esteiras e outros que transformavam artigos de ferro em utensílios domésticos. Outros artesãos trabalhavam com couro, a fim de produzir típicos chinelos árabes. Outro fabricava gaiolas simples de madeira. Ainda outro modelava objetos de cerâmica, numa roda de oleiro movida a pedal.

Cheguei por fim à seção que sublinhava as consecuções da moderna Arábia Saudita. Era óbvio que a descoberta de petróleo havia transformado a economia saudita e o padrão de vida nacional. A ARAMCO (sigla da “Arabian American Oil Company”) descobriu amplas reservas de petróleo em 1938. Havia, em exposição, frascos com amostras daquele líquido negro. Declara uma brochura dessa empresa: “A Aramco tem atualmente mais de 43.000 funcionários, cerca de 550 poços em produção, 20.500 quilômetros de tubos de escoamento e oleodutos, e mais de 60 refinarias que separam o gás do petróleo.”

Não é de admirar que, dispondo de tão sólida base econômica, as brochuras informativas possam declarar que a Arábia Saudita mantém cerca de 15.000 escolas e centros educacionais que instruem a mais de 2,5 milhões de alunos. A educação é gratuita para todos, até ao nível universitário. E existem ali sete universidades.

Naturalmente, o petróleo não é tudo na Arábia Saudita. Já foram concluídos enormes projetos de irrigação e a agricultura está florescendo, ao ponto de o país poder exportar peixes, aves, trigo, tâmaras e hortaliças, bem como lacticínios e outros produtos agrícolas.

Os Dois Lados da Moeda

Concluí minha visita de três horas à “Arábia Saudita”, muito impressionado com as realizações de uma nação relativamente pequena. Fiquei imaginando quão diferentes as coisas poderiam ser se toda nação tivesse sido igualmente abençoada com reservas de petróleo ou com outros recursos valiosos, para os quais existe uma demanda mundial.

Ao passo que achei muito informativa tal visita, não pude deixar de notar as omissões no campo da religião. Nada aprendi sobre a real pedra da Caaba, um meteorito negro reverenciado pelos muçulmanos que visitam Meca. Antes da fundação do Islã, tal pedra “era venerada como um amuleto”, declara Philip K. Hitti, em sua History of the Arabs (História dos Árabes). A tradição é de que, enquanto Ismael estava reconstruindo a Caaba, ele recebeu a pedra negra do anjo Gabriel.

Outra omissão nessa exposição foi que não encontrei referência alguma sobre as duas principais divisões do Islã, a Suni (sunita) e a xia (xiita). Esta divisão remonta aos sucessores de Muhammad e se baseia numa diferença de interpretação quanto a quem são seus legítimos herdeiros espirituais — deve a linha sucessória seguir a linhagem sanguínea de Muhammad, como afirmam os muçulmanos xiitas, ou se basear em cargos eletivos, como afirma a maioria sunita? Os sauditas pertencem à estrita seita Wahhabi, da escola Hanbali, a mais rígida das quatro escolas dos muçulmanos sunitas.

Na exposição, era notável a ausência de mulheres árabes. Presumi que esta omissão fosse devida à estrita interpretação saudita das leis islâmicas sobre o papel da mulher na vida pública.

Ao sair da exposição, tive forçosamente de me lembrar do ditado de que existem dois lados da mesma moeda. Do lado de fora, na rua, havia árabes que protestavam distribuindo folhetos que alegavam atos de crueldade e de injustiça na Arábia Saudita e que denunciavam a ausência do processo democrático naquele país (que não possui uma Constituição secular, nem Congresso). Isso me fez compreender que, para algumas pessoas, areia, petróleo e religião não constituem necessariamente toda a história. Mas, pelo menos, obtive uma visão mais clara da vida na Arábia Saudita e do impacto do Islã sobre o seu povo. — Contribuído.

[Nota(s) de rodapé]

a Para uma consideração pormenorizada do Islã, veja o livro O Homem em Busca de Deus, editado pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, de 1990, capítulo 12: “Islamismo — O Caminho a Deus Através da Submissão.”

b Não consta da Bíblia nenhuma referência a este acontecimento, nem de Abraão ter estado na antiga Meca. — Gênesis 12:8-13:18.

[Fotos na página 17]

(A partir da esquerda) Portas da Caaba, artesão árabe, e bordando um texto árabe.

[Crédito]

David Patterson

[Mapa na página 16]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

ARÁBIA SAUDITA

Meca

IRÃ

IRAQUE

SUDÃO

Mar Vermelho

Mar da Arábia

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