Nenhum alívio para o rico, mas consolo para o pobre
“Louvai a Jeová . . . Ele levanta do pó ao pobre, e do monturo ergue ao necessitado, para o fazer sentar com os príncipes, com os príncipes do seu povo.” — Sal 113:1, 7, 8
4, 5. De que forma estão eles como se estivessem em tormento ardente?
4 VÊEM que estão longe da posição do seio do Abraão Maior, Jeová Deus. E assim como o clero e guias religiosos dos judeus foram atormentados pela mensagem e atividades de Jesus e seus discípulos, assim também os chefes religiosos e vultos da hodierna cristandade estão em tormentos ao observar e sentir as atividades das testemunhas de Jeová. Eles veem que centenas de milhares respondem e se reúnem à classe de Lázaro, de igual maneira que se acrescentou a Jó uma grande família de dez novos filhos depois que ele se recobrou do aparente desfavor de Deus graças às maquinações de Satanás. A mensagem de Jeová por intermédio das suas testemunhas se assemelha a um fogo flamejante contra os religiosos da classe do “homem rico”: “Acaso não é a minha palavra como fogo? diz Jeová.” (Jer 23:29) Para eles as atividades da classe de Lázaro ao proclamar o dia da vingança de Jeová são como a praga de gafanhotos predita em Apocalipse 9:1-11 e Joel 2:1-11.
5 Estes “gafanhotos” são o exército das testemunhas de Jeová, e quanto a seu efeito sobre a classe do “homem rico” da cristandade, Apocalipse 9:5-7, 10, 11 diz: “Foi-lhes [aos gafanhotos, NM] permitido não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem. Naqueles dias os homens buscarão a morte, e de modo algum a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles. O parecer dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; . . . Tinham caudas com ferrões, semelhantes à cauda de escorpião; e nas suas caudas estava o seu poder [autoridade, NM] para fazer dano aos homens por cinco meses. Tinham sobre si como rei o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom [Destruição] e em grego Apoliom [Destruidor].” (NTR) Não deve causar surpresa que se fazem esforços por toda a cristandade para destruir as testemunhas de Jeová.
RECUSADA A SÚPLICA POR ALÍVIO
6. Como se dirigem a Abraão, e por quê?
6 Notai, agora, que o que a parábola diz em seguida acerca do homem rico no hades e em tormento teve cumprimento nesta consumação do sistema de coisas. “Assim clamou e disse: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e envia-me Lázaro, para que molhe nágua a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou em angústia neste fogo ardente.’” (Luc. 16:24, NM) O clero judeu clamou, “Pai Abraão!” suplicando favor como sua semente natural. Eram descendentes naturais dele e tinham esperado receber melhor tratamento da parte de Deus em razão da relação natural que tinham com esse “amigo de Deus” da antiguidade. Oxalá que recebessem alívio na base desta afinidade! Hoje da mesma forma os religiosos da cristandade, a parte moderna correspondente, se dirigem ao Abraão Maior, Deus, como “Pai” e lhe suplicam misericórdia na sua condição atormentada.
7. Que significa seu pedido de que Lázaro seja enviado para refrescar-lhes a língua?
7 Se Jesus não contasse uma parábola e se o “fogo ardente” fosse literal, então quão absurdo seria o rico pedir que Lázaro molhasse o dedo na água para refrescar-lhe a língua! Mas como poderia a classe de Lázaro proporcionar alívio à classe do “homem rico” agora? Ora, com uma gota dágua da verdade que refrescaria ao clero religioso na sua angústia e tormento espirituais. Como se poderia efetuar isto? Apenas por fazer que a classe de Lázaro deixasse de pregar o “dia da vingança do nosso Deus” e que deixasse de expor a religião hipócrita e de pronunciar o juízo ardente de Jeová contra a cristandade. Portanto eles querem que o Abraão Maior induza aqueles que estão no seu favor ou seio a transigir. Não querem que preguem a verdade nua, senão as coisas agradáveis ao clero religioso, dando-lhes uma aparência melhor perante o povo. Isto quer dizer, que não façam conforme Jeová ordenou que fizesse Jeremias, que representou suas testemunhas hodiernas: “Tudo quanto eu te mandar, falarás. . . . Eles pelejarão contra ti, mas contra ti não prevalecerão; porque eu sou contigo, diz Jeová, para te livrar.” A classe do “homem rico” fala assim de maneira idêntica à do sacerdote israelita Amazias ao profeta Amós, mas recebem uma resposta atormentadora que não satisfaz como a que Amós deu a Amazias.—Jer. 1:7, 19; Amós 7:10-17.
8. Como se lhes dirige Abraão em resposta, e por quê?
8 Que, então, replica o Abraão Maior? A parábola prossegue narrando: “Disse, porém, Abraão: ‘Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste na plenitude os teus bens, mas Lázaro correspondentemente as coisas prejudiciais. Agora, porém, ele aqui é consolado mas tu estás em angústia. E, além de tudo isso, entre nós e vós está firmado um grande abismo, de sorte que os que querem passar daqui para vós não podem, nem as pessoas de lá passar para nós.” (Luc. 16:25, 26, NM) Porque os clérigos judeus eram descendentes naturais, Abraão de direito podia dirigir-se a eles como “Filho!” Isto, porém, só os condenou, porque, ainda que fossem sua descendência natural, tinham rejeitado deliberadamente o favor divino e se haviam sujeitado à condenação de Deus. Por isso, em virtude das suas profissões de serem filhos de Deus, o Abraão Maior se dirige aos religiosos da queixosa classe do “homem rico” como “Filho!” da mesma sorte que Josué se dirigiu ao perturbador Acã quando este estava sendo julgado pela vida. (Jos. 7:19) Estão na posição dum filho que merece castigo. O Salmo 82:6, 7 lhes diz: “Eu disse: Vós sois deuses; e todos vós, filhos do Altíssimo. Todavia, como homens, haveis de morrer, e, como qualquer dos príncipes, haveis de sucumbir.” O “fogo ardente” que agora experimentam é apenas um sinal antecipado da destruição que os aguarda. Mas Deus defende e livra os pobres e necessitados, tirando-os das mãos dos iníquos. —Sal. 82:1-4.
9. Como receberam as coisas boas ‘em sua vida’?
9 “Em tua vida!” Sim, no tempo do rico antes de chegar o juízo divino, sobre o Israel natural daquela época e sobre a cristandade atual desde que se estabeleceu o reino de Deus e Jesus Cristo se tornou a “principal pedra da esquina” nesse edifício real. Antes de os religiosos da classe do “homem rico” serem expostos como estando mortos e enterrados para com Deus, pouco lhes importava a verdadeira necessidade espiritual do povo. Ganhavam bem da sua profissão clerical e buscavam honra e respeito mundano e levavam uma boa vida. Davam ao povo pouquíssima inteligência bíblica e não iam buscar as ovelhas extraviadas. Ficavam em silêncio no tocante a seus opressores e opressões e lhes apresentavam a esperança de alívio e consolo unicamente nos céus. De modo similar a classe do “escravo mau” busca apenas sua própria salvação celestial e deixa que as “outras ovelhas” cuidem de si mesmas até o milênio. Não oferecem nenhuma ajuda a essas ovelhas a fim de escaparam à tribulação mundial do Armagedon e sobreviverem para entrar no milênio. (Mat. 24:48-51) Portanto os religiosos da classe do “homem rico” têm adquirido as boas coisas desta vida e reservado as boas coisas da Bíblia para si mesmos. Esses dias, porém, já passaram para sempre, e eles estão seriamente perturbados, desiludidos e em grande angústia.
10, 11. (a) Como recebeu a classe de Lázaro as “coisas prejudiciais”? (b) Mas agora como são consolados, e quem mais junto com eles?
10 Naqueles dias em que florescia o grupo religioso da cristandade, a classe de Lázaro recebia as “coisas prejudiciais”, principalmente das mãos dos religiosos da classe do “homem rico”. As pessoas que lhes davam algum alívio eram consideradas cães que vinham lamber as suas úlceras. A aparência destes era de abandonados e doentes de espírito amaldiçoados por Deus, como mendigos, “não tendo nada”. (2 Cor. 6:8-10) Mas já que Deus inverteu as coisas e revelou quem é que ele realmente favorece e tomou em seu seio, tais são confortados. Na realidade, ainda sofrem abuso verbal e violenta perseguição da classe do “homem rico”, mas são consolados pelo conforto de Deus, refrigerados e renovados pelas boas coisas da sua mesa. Comem, bebem, regozijam-se, cantam de júbilo, e são benditos, à medida que os religiosos da classe do “homem rico” estão famintos, sedentos, sentem vergonha, uivam e choram tristemente, deixam seu nome para maldição, e enfrentam a destruição. (Isa. 65:13-16) Isto semelha o tempo em que Jó foi sarado e confortado, e sua família, seus parentes e amigos foram restaurados.
11 O restante da classe de Lázaro são judeus espirituais. Vemos agora pegar na “orla” deles “dez homens . . . de todas as línguas das nações” para ir com eles, sendo companheiros da organização teocrática de Jeová. (Zac. 8:20-23) São semelhantes aos irmãos, irmãs e conhecidos de Jó que vieram confortá-lo, além dos filhos formosos que ele gerou na velhice. (Jó 42:11; veja-se também O Novo Mundo [em inglês], páginas 364, 365) São as “outras ovelhas” a quem o Pastor Legítimo de Jeová, Jesus Cristo, traz à unidade com o restante de Lázaro, fazendo-os um rebanho debaixo de um Pastor. Destarte, também, estas “outras ovelhas” se tornam companheiros íntimos do restante e entram no favor ou seio do Abraão Maior, e participam das “boas coisas” e conforto atuais do restante. (João 10:16) São os primeiros da classe terrestre que receberão os benefícios do Abraão Maior mediante sua Semente, Jesus Cristo e seu corpo de coherdeiros.
UM GRANDE ABISMO
12. Que representa o grande abismo? Que alívio proíbe?
12 Mas esse “grande abismo”! O homem rico não tinha pensado nele quanto suplicou a Abraão por alívio. A gente que está com ele nesse lugar não pode atravessá-lo e esforçar-se a entrar no seio de Abraão. Tão pouco pode a classe de Lázaro deixar o seio de Abraão e atravessar para o outro lado a fim de aliviar a classe do “homem rico”. O abismo representa o juízo de Deus, que não se pode revogar e que divide as duas classes. Proíbe misericórdia ou alívio à cristandade. Ela está abandonada desde que fez sua decisão após a Primeira Guerra Mundial. Nessa ocasião decidiu-se contra o reino estabelecido de Deus e favoreceu a conspiração internacional para dominar a terra por agentes humanos em desafio à Sua soberania legítima e em oposição a seu Rei Jesus Cristo, a quem ele colocou sobre o trono em 1914 para dominar no meio dos inimigos. À classe do “homem rico” o Rei Jesus Cristo diz: “Serpentes, raça de víboras, como escapareis do juízo da Geena?” (Mat. 23:33, NM) O Reino está aqui para governar em triunfo. Agora é necessário abandonar este mundo, inclusive a cristandade e seus poderes religiosos. Sua classe do “homem rico” semelha a Esaú, que vendeu sua primogenitura por egoísmo e mudou-se ao monte Seir. Mais tarde quando quis herdar a bênção foi rejeitado, porque, “não achou lugar de arrependimento da parte de seu pai, ainda que o buscasse diligentemente com lágrimas.” —Heb. 12:16, 17, NTR, margem; Deu. 2:1-5; Eze. 35:1-15.
13. Que obra divisória tem estado em progresso, a qual impede a fraternidade?
13 Não se podem pôr de lado os requisitos para ser adotados como membros da semente de Abraão segundo a promessa de Deus. Já está quase completa a classe do Reino para bênção, estando ainda na terra apenas um restante que está destinado para este. O “homem rico” não satisfez esses termos e requisitos teocráticos, mas escolheu a sabedoria deste mundo. Os últimos, segundo seu ponto de vista, agora são os primeiros no que respeita à participação nos interesses do Reino, e os que se estimavam ser os primeiros agora são os últimos. Não pode haver fusão das duas classes, nenhuma fraternidade! “Sai dela, povo meu,” clama a voz divina dos céus, “não toqueis coisa imunda.” O restante de Lázaro saiu do mundo babilônico e sua confusão religiosa para que fosse limpo a fim de levar os vasos da adoração de Jeová. Deus determinou manter limpa agora a organização de seu povo. Apenas a coisa genuína está guardada ali; todos os hipócritas são lançados fora. O homem rico não pode ser introduzido contrário ao decreto de Jeová. Contudo neste pouco tempo da longanimidade divina antes de ser destruído o mundo no Armagedon, as “outras ovelhas” ouvem a voz do Pastor Legítimo soar a chamada divina para sair da Babilônia mundana. Saem dela, fogem para o Sinal alçado do reino de Jeová, e logram entrar no único rebanho debaixo do seu Pastor real. O Pastor coloca estas ovelhas à direita e as separa dos “cabritos”. O grande abismo intransitável do juízo divino não permite nenhuma comunhão entre as fiéis pessoas e os que na incredulidade rejeitam o Reino.a “Os teus juízos são um abismo profundo.” —Sal. 36:6.
SÚPLICA PELOS CINCO IRMÃOS
14. Quem é o pai da classe do “homem rico”? Como se revelou isto?
14 A classe do “homem rico” tem suas próprias ideias relativas à salvação do povo. “Disse ele então: ‘Neste caso te rogo, pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho cabal, a fim de não suceder entrarem eles também neste lugar de tormento.’”(Luc. 16:27, 28, NM) Ainda chama Abraão de “pai”, mas confessa que goza de relação mais íntima com outro pai e tem cinco irmãos. Quem é esse pai, Jesus disse a tal classe: “Se é que sois filhos de Abraão, fazei as obras de Abraão. . . Se Deus fosse vosso Pai, vós me amaríeis, porque saí de Deus e estou aqui. Vós sois de vosso pai o Diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Este era homicida quando principiou, e não permaneceu firme na verdade, porque nele não há verdade.” (João 8:39, 42, 44, NM) Assim a classe do “homem rico” revela sua verdadeira filiação pela semelhança das suas obras às do Diabo.
15. A quem representam os “cinco irmãos” do homem rico?
15 O “homem rico” e seus cinco irmãos perfazem um total de seis. Este é um número que distingue a organização da imperfeição e do pecado; a organização do inimigo. (1 Sam. 17:4, 7; 2 Sam. 21:20; Apo. 13:18) Daí são a semente visível da grande Serpente, conforme Jesus os chamou. (Gên. 3:15; Mat. 23:33; 3:7) Naquela época os cinco irmãos representaram todos os irmãos judeus da classe do “homem rico”, todos os israelitas naturais de idêntica atitude, espírito e paternidade. Eram a semente de Abraão por descendência natural, porém não eram os filhos espirituais do Abraão Maior nem irmãos de Cristo. Neste fim do mundo eles representam todos os professos cristãos da cristandade que se associam com os chefes religiosos, seguem orientação destes e se portam como cabritos para com o restante dos irmãos de Cristo. Suas obras revelam quem é seu pai.—2 Tim. 2:25, 26, NM.
16, 17. (a) Que admite o homem rico acerca de Lázaro? (b) Em realidade, que deseja que faça Abraão com Lázaro em benefício de seus irmãos?
16 O homem rico admite que Lázaro é testemunha de Jeová, dizendo: “Para que lhes dê testemunho cabal.” Está aprovando aqui o homem rico às testemunhas de Jeová da classe de Lázaro e pedindo que ajudem seus cinco irmãos a tornarem-se também testemunhas de Jeová? Os fatos que cumprem a parábola não indicam isto. Realmente, o homem rico quer que o Abraão Maior envie a Lázaro longe do seu seio para pregar a seus irmãos de tal forma e com tal mensagem que não os exporá como estando mortos para com Deus. Não os deve fazer sofrer tormentos de espírito. Ao contrário, dar-lhes-ia segurança falsa de que ainda gozam do favor divino, repousando, como Lázaro, no seio do Abraão Maior, tendo em vista todas as bênçãos prometidas do Novo Mundo.
17 Assim como nos tempos apostólicos, assim também a classe hodierna do “homem rico” deseja que Deus obrigue suas testemunhas a modificar seu método não-ortodoxo de pregar e além disso modificar sua mensagem. Deseja que abrandem esta mensagem sobre o “dia da vingança do nosso Deus” e que deixem de ‘transtornar as coisas fortemente entrincheiradas’ de erro, religião falsa e amizade mundana. A classe do “homem rico” deseja que seus irmãos na organização de seu pai evitem o tormento que ele sofre em consequência da proclamação da Palavra pura de Deus, a qual expõe sua hipocrisia e mundanalidade. Portanto sua oração realmente se dirige a seu verdadeiro pai, Satanás o Diabo, e é petição de que ele induza a classe de Lázaro a tornar-se parte deste mundo, transigindo com a organização do “homem rico”. Neste caso não atormentarão os cristãos infiéis.
18. Que então respondeu Abraão? Que quis dizer sua resposta?
18 “Disse, porém, Abraão: ‘Têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.’” (Luc. 16:29, NM) Isto revela que, na ocasião em que Jesus proferiu a parábola, só se deu a entender pessoas judias, pois então as nações gentias não tinham a Lei mosaica e os Profetas nem a secção das Escrituras Hebraicas encabeçadas peles Salmos.b A réplica de Abraão mostrou que ele não concordava com o pedido do homem rico no tocante a Lázaro. Assim, também, não competia à classe de Lázaro rejeitar Moisés e os Profetas nem os desperceber nem tirar deles nem lhes acrescentar nada. As Escrituras que já tinham precisavam permanecer sem alteração nem transigência. A classe hodierna do “homem rico” e seus “cinco irmãos” não só têm Moisés e os Profetas ou seja as Escrituras Hebraicas, mas têm também as Escrituras Gregas dos discípulos de Cristo. A classe do “homem rico” não tinha obedecido estritamente a essas Escrituras nem havia conformado a elas sua vida e ensinamento. Portanto sofria. De sorte que, se os “cinco irmãos” ou outros membros da parte religiosa da organização do Diabo atentarem a estas Escrituras e ordenarem sua vida em conformidade com elas, somente desse modo evitarão entrar na condição atormentada e desesperada do “homem rico”.
REQUERENDO UM SINAL
19. Como contradiz o homem rico a Abraão? Realmente que deseja que se faça?
19 O homem rico pensa que ele sabe mais que o Abraão Maior. “Disse ele então: ‘Certamente que não, pai Abraão, mas se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender.’” (Luc. 16:30, NM) De sorte que ele contradiz a Deus: Moisés e os Profetas não bastam. Admite que seus irmãos precisam de arrependimento, mas não quer que seu arrependimento seja conseguido pela obediência às Escrituras que as testemunhas de Jeová pregam, senão por um sinal. Revela que se assemelha à “geração iníqua e adúltera” que “continua a buscar um sinal”, Sim, “os judeus pedem sinais e os gregos buscam a sabedoria.” (Mat. 16:1-4; 12:38, 39, NM; Luc. 23:8; João 4:8; 1 Cor. 1:2, NM) Ele quer que o arrependimento de seus irmãos seja conseguido por este sinal sem a Lei de Moisés e os Profetas, como se um sinal lhes fosse acréscimo indispensável e eles não fossem suficientes em si. Quer que lhes dê um sinal assombroso, e não remova as tradições dos anciãos religiosos e os preceitos dos homens que ultrapassam os mandamentos de Deus e invalidar sua Palavra. (Mat. 15:1-9) Por isso esta classe no hades insiste em seu próprio método de salvar a humanidade, o qual evita o tormento causado pela classe de Lázaro.
20. (a) Então que quer a hodierna classe do “homem rico” com respeito à classe de Lázaro? (b) Que mostra aqui que esta é uma parábola?
20 O “homem rico” clerical hoje em dia não quer afastar-se das tradições religiosas, cerimônias seculares e filosofias pagãs, as quais santificaram e aceitaram em seus sistemas e ensinos religiosos. Permitem que o povo tenha a Bíblia, mas não recomendam às congregações o puro ensinamento de Moisés e dos Profetas e agora o resto das Escrituras inspiradas que se escreveram para demonstrar o cumprimento de Moisés e dos Profetas. Não querem que as testemunhas de Jeová, a classe de Lázaro, recomendem às pessoas as Escrituras Sagradas, expondo as tradições, cerimônias e filosofias religiosas. Não, mas querem que Deus, o Abraão Maior, dê um sinal sobrenatural que mostrará se a classe de Lázaro é genuína ou falsa e que não resultará em tanto sofrimento para os “cinco irmãos” do homem rico. Outra vez vemos que Jesus deveria ter proferido uma parábola. Pois se tudo isto fosse literal, então como poderia o homem rico pedir ao Abraão morto que mandasse Lázaro voltar dos mortos, quando o próprio Abraão está morto e não é capaz de ressuscitar a si mesmo muito menos a outra pessoa? É “Deus que vivifica os mortos.” (Rom. 4:17, NTR) Mas fará o Abraão Maior algo miraculoso com a classe de Lázaro das testemunhas de Jeová a fim de impressionarem por força os “cinco irmãos” do homem rico?
21. Que replicou Abraão, e como falou Jesus em outro lugar em harmonia com isso?
21 “Ele, porém, lhe disse: ‘Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tão pouco serão persuadidos ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.’” (Luc. 16:31, NM) De forma que não se lhes dará um sinal conforme suas especificações assim como Jesus lhes disse em outro lugar: “Uma geração má e adúltera continua a buscar um sinal, mas nenhum sinal se lhes dará, senão o do profeta Jonas. Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra . . . eis aqui! aquilo que é maior do que Jonas.” (Mat. 12:39-41, NM) Mediu corretamente sua atitude religiosa ao dizer: “Se vós não virdes sinais e prodígios, de modo algum crereis.” E revelou que concordou com as palavras de Abraão quando disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais por meio delas ter a vida eterna; e são elas mesmas que dão testemunho de mim. Contudo não quereis vir a mim para terdes vida. . . . Não penseis que eu vos hei de acusar perante o Pai; há um que vos acusa, Moisés, em quem vós depositastes vossa esperança. Na verdade, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim este escreveu. Mas se não credes nos escritos dele, como crereis nas minhas palavras?”—João 4:48; 5:39, 40, 45-47, NM.
22. Qual é a única coisa que a classe de Lázaro pode trazer aos cinco irmãos do “homem rico”? Que dificuldade têm estes?
22 A única coisa que a classe de Lázaro lhes poderia trazer seria Moisés e os Profetas e a mensagem do ressuscitado, Jesus Cristo. Mas nenhuma mensagem adulterada e transigente! Não podeis realmente crer na mensagem do Ressuscitado, e agora também na de seu reino estabelecido, sem crer também em Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Porque as Escrituras Gregas Cristãs se baseiam nas Escrituras Hebraicas. Além disso, as antigas Escrituras Hebraicas encontram seu cumprimento nas Escrituras Cristãs e nos fatos hodiernos com respeito ao seu reino. De maneira que se não quereis crer em Moisés e nos Profetas pelas simples verdades dessas Escrituras, então não estareis dispostos a crer em virtude de um homem que foi revivificado ao favor de Deus e que reclina no seu favor, não sendo mais um mendigo espiritual senão uma testemunha ativa de Jeová. Além de tal revivificação espiritual da classe de Lázaro, Jesus Cristo realmente se levantou dentre os mortos e enviou suas testemunhas, primeiro aos judeus e daí às nações. (Atos 10:40-42) Atualmente seus seguidores como testemunhas de Jeová saem pregando o ressuscitado Cristo e seu reino aos sobreviventes da classe do “homem rico”, seus “cinco irmãos”. Contudo isto nada lhes importa. Por que não? Porque preferem não crer em Moisés, nos Profetas e nas demais Escrituras inspiradas. Não querem exercer fé, querem ver um sinal.
23. Então podemos esperar apoio milagroso à nossa obra? Que, então, se nos manda fazer?
23 Mudará Deus seus métodos por causa destes incrédulos voluntários? Nunca! O profundo abismo do seu juízo intransigente ainda permanece lá entre nós e eles. De modo que com exceção da nossa mudança de condição desde 1919, a qual semelha a saída de Jonas do ventre do grande peixe para viver na terra como testemunha de Jeová e pregar aos ninivitas, um sinal que satisfaz, a classe de Lázaro das testemunhas de Jeová não devem esperar que Deus obre milagre assombroso algum sobre elas nem com elas a fim de apressar o arrependimento da classe dos irmãos do homem rico. Não necessitamos agora prova apoiadora pela ressurreição das fiéis testemunhas da antiguidade. Não temos autorização para transigir na mensagem divina para este dia do juízo das nações, recusando falar todo o conselho de Deus. Manda-se-nos usar as próprias Escrituras que a cristandade possui, Moisés e os Profetas e o inspirado testemunho acerca do ressuscitado Cristo e seu reino. Munidos destarte, pregaremos com destemor. Reconhecendo o favor de Deus sobre nós, não confiamos mais nos caprinos chefes religiosos, recorrendo a eles como mendigos em busca de favores espirituais. Mantendo-nos no seio ou favor do Abraão Maior e pregamos conforme ele nos manda.
24. A quem unicamente, então, podemos levar consolo e alívio?
24 Que os cabritos tapem os ouvidos e nos persigam na sua angústia e tormento religiosos. Não podemos transigir nem lhes predizer alívio de Deus. Mas já que temos sido consolados tão grandemente pelo Abraão Maior, Jeová Deus, temos a obrigação de sair e “confortar a todos os que choram” pela consolação com que Ele nos tem consolado por meio de Cristo. (Isa. 61:1, 2; 2 Cor. 1:3, 4) Que escutem os que têm ouvidos para ouvir e sejam consolados. Dessa maneira muitas outras ovelhas desencaminhadas ouvirão a voz do Legítimo Pastor e voltarão da sua condição mendicante, oprimida e carregada de pecado neste mundo para entrar no favor do Abraão Maior junto com o restante da classe de Lázaro. Desta maneira a grande multidão continuará aumentando, para avolumar a voz que se ouve dizer: “Louvai a Jah, vós, os povos, porque Jeová nosso Deus, o Todo-poderoso, já começou a dominar como rei.” —Apo. 19:6, NM.
[Nota de Rodapé]
a Apo. 18:4, NTR; Isa. 52:11, 12, Al; 2 Cor. 6:14-18; Mat. 25:31-46; Isa. 62:10.
b Se considerássemos que Jesus não falava uma parábola senão algo com sentido literal, que queriam dizer as palavras de Abraão? O seguinte: que se logrará a salvação do hades e dos tormentos ardentes por aceitar apenas Moisés (ou a lei) e os Profetas sem necessitar os escritos inspirados dos discípulos de Jesus, o Novo Testamento, conforme muitos o chamam. Há muitos professos cristãos que dizem que não necessitamos o Velho Testamento ou “Moisés e os Profetas”, sem mencionar o suposto “Novo Testamento”.Outra coisa: Se significasse aqui o Abraão literal, nessa ocasião já morto por dezoito séculos, como poderia ele estar no sepulcro e ter conhecimento acerca de Moisés, e dos Profetas, homens que vieram centenas de anos após sua morte? (Isa. 38:18; Sal. 6:5)Também, tomando em consideração Eclesiastes 9:5, 10, como poderia o homem rico no hades, seol ou inferno falar com Abraão? E, tomando em consideração Jó 14:19-22, como poder ver a mudança da condição de Lázaro e sua entrada na honra divina? Apenas se Jesus falasse uma parábola poderiam realizar-se as coisas que ele aqui descreveu.