Relatório do Brasil para 1952 (Do “Yearbook” de 1953)
A OBRA no Brasil está crescendo rapidamente. Houve aumento de 23 por cento na média de publicadores e de 17 por cento acima do seu auge prévio. O novo auge de publicadores no Brasil é de 5.706, e nosso servo da filial diz, “Ainda que este seja um progresso razoável, cremos que poderia ter havido um incremento maior. Como? Se todos tivessem aproveitado mais durante o ano o conselho enfático da Sociedade no tocante ao progresso à madureza cristã.” A filial vê que se podiam ter dado passos muito mais largos nas organizações de companhia e no maior interesse pelos publicadores zelosos em ajudarem os imaturos a tornar-se mais estáveis no seu trabalho de testemunho. Nem o servo da filial nem os publicadores no Brasil estão de maneira alguma desanimados. Não, mas estão marchando para frente com a organização de Jeová, adorando a seu Deus, adornados em santa formação. Os prisioneiros estão saindo em grande número, mas quando refletimos no vasto território e nos milhões de pessoas que habitam no Brasil, temos de concordar que ainda há muito para se fazer. Olhemos então o relatório do servo da filial e leiamos algumas das agradabilíssimas experiências que se realizaram nesse grande país.
“Um servo de circuito na Bahia, avisado pela Sociedade que visitasse ao sr. João Batista, chegou à cidade de Lagedo Alto depois de viajar 17 horas. Eis que o aguarda um dos oradores políticos públicos da cidade; um rapaz que buscou a verdade no exoticismo, no espiritismo, no protestantismo e no catolicismo, até debatendo com um pastor local a fim de conseguir alguma verdade satisfatória. Falhando isto, ele procurou na biblioteca e achou o folheto Teocracia. Falou a respeito deste a todos até que uma senhora lhe deu emprestado o livro “A Verdade vos Tornará Livres”. Ele o leu e declarou que tinha encontrado a verdade; escreveu à Sociedade, e eis que o servo de circuito estava diante dele para ajudá-lo. Daí em diante o servo de circuito imaginava quem estava recebendo mais encorajamento. Sem demora o sr. Batista aprendeu a fazer a obra de porta em porta, empenhou-se no trabalho de revisitas, ajudou a organizar estudos bíblicos particulares, um estudo em grupo na cidade, uma conferência pública, e até respondeu corretamente a maioria das perguntas da assistência depois do discurso. Prometeu-se que na próxima visita se realizaria o batismo dos vinte interessados e em breve uma companhia seria organizada.
“Em Manaus, um carvoeiro, ao entregar carvão, deu testemunho a uma pessoa de boa vontade e iniciou um estudo. Logo se tornou em uma companhia por causa da grande assistência. Durante o segundo estudo de companhia um assistente católico trouxe seu padre. Quando entraram, já havia 100 pessoas assentadas. O padre interrompia o estudo com pergunta após pergunta, mas ficava todo confuso com seus próprios argumentos ao serem anulados um por um pelo dirigente do estudo. Seus colegas que o acompanhavam tinham de lhe servir de ponto continuamente. Todos puderam perceber que ele não tinha conhecimento da Bíblia. Finalmente em desespero ele começou a xingar e saiu. Os assistentes (quase todos católicos) comentaram a fé das testemunhas de Jeová e a arrogância por parte dos religiosos falsos. O dono da casa ficou tão entusiasmado que deu seu equipamento sonoro para as testemunhas a fim de darem, segundo ele declarou, “conferências pela cidade toda”. Até a turba do padre reconheceu o completo fracasso dele em irromper o estudo e influenciar seu rebanho doutrora.
“Às vezes de uma companhia à outra, é necessário que o servo de circuito faça longas viagens de navio pelos rios através da selva. Mas não negligenciam a oportunidade de dar testemunho. Conforme escreve um deles em viagem para Belém no rio Amazonas. ‘Levantei-me cedo e orei a Jeová pela oportunidade de dar um bom testemunho durante o dia. Levei a minha pasta de livros à mesa do café e, abrindo um livro, comecei a ler. As pessoas ao redor começaram a olhar e um por um me perguntaram o que era. Receberam testemunho, um após outro, e coloquei livros com eles. Depois da refeição convidei os interessados a ir para o convés, e 16 de nós com nossos livros começamos um estudo. Os demais no navio se tornaram curiosos, oferecendo-me o ensejo de dar testemunho contínuo dia após dia.’
“Dentre os que pretendem ser guias de instrução religiosa para o povo acham-se muitos que evidenciam sinceridade. Por exemplo, o gerente de uma estação de rádio foi visitado com o fim de se lhe solicitar a irradiação dum discurso. Ele explicou que era professor na escola dominical e consequentemente estava interessado em conhecer mais acerca desta mensagem. Êle aceitou um folheto O Gôzo do Todo o Povo e na segunda visita exclamou que durante todos os seus anos como professor na escola dominical nunca tinha recebido um quadro tão lúcido do propósito de Deus em restabelecer as condições paradisíacas sôbre a terra. Imediatamente fêz arranjos para uma irradiação grátis.
“O representante da Sociedade em São Paulo fêz arranjos para dar um discurso bíblico com o pessoal de uma emissora local, os quais eram buscadores da verdade, e lhe ofereceram irradiar um programa grátis. Não só foi irradiado o discurso, mas também foi transmitido a 12 pontos públicos na cidade, e, durante o discurso, grupos de pessoas congregaram em cada um desses lugares públicos para escutar. Contou-se um total de mais de 2.000 pessoas que escutavam o discurso, em aditamento ao número ainda maior que escutava o programa em suas casas. No salão do qual se irradiou o discurso, 33 pessoas expressaram seu desejo de participar nesta proclamação do evangelho. Tais alto-falantes ao ar livre nas praças públicas das cidades brasileiras são um grande estímulo à nossa campanha de reuniões públicas. De outra cidade vem o maior relatório até a data presente, dizendo que o servo de circuito acaba de dar seu discurso de domingo a cerca de seis mil pessoas reunidas desta maneira. Certamente as testemunhas de Jeová não vão perder tais oportunidades de falar a tantas pessoas de uma só vez, congregadas, segundo seu costume, nas praças no centro da cidade ao fresco da tardinha.
“Se Jeová quiser, continuaremos trabalhando para soltar todos os prisioneiros possível antes que o velho mundo pare suas construções e suas cidades fiquem desoladas. Queira comunicar a nossos irmãos em outros países nosso amor e saudações, e a nossa determinação de continuarmos firmes pelo novo mundo.”