BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g73 8/9 pp. 20-23
  • O futuro da energia nuclear

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • O futuro da energia nuclear
  • Despertai! — 1973
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • As Demoras e Seus Efeitos
  • Escasseia o Combustível
  • Diferente Espécie de Reator
  • Possível Tabela de Produção
  • Questão de Saúde e Segurança
  • É a energia nuclear a solução?
    Despertai! — 1973
  • O que há de errado com a energia nuclear?
    Despertai! — 1980
  • A ameaça nuclear: acabou finalmente?
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1994
  • O dilema da energia nuclear da Alemanha
    Despertai! — 1978
Veja mais
Despertai! — 1973
g73 8/9 pp. 20-23

O futuro da energia nuclear

NÃO faz muito tempo, havia um otimismo brilhante, quase que irrestrito quanto à energia nuclear. Considerava-se o átomo como fonte de energia ilimitada, e barata. Mas, o otimismo se desvaneceu um tanto. Conforme observado por um orador na quarta conferência internacional dos átomos para a paz, em setembro de 1971, há “efeitos colaterais imprevisíveis e desagradáveis”

Para ajudar a proteger o público estadunidense dos “efeitos colaterais” adversos, a Lei Nacional de Diretrizes do Ambiente foi assinada em 1° de janeiro de 1970. Exige que uma agência governamental prepare e distribua “uma declaração do impacto sobre o ambiente” que forneça os prováveis efeitos ambientais que um novo projeto proposto talvez tenha. Acusou-se que a Comissão de Energia Atômica (C. E. A.) dos EUA, contudo, deixou de fazer vigorar as salvaguardas ambientais nos projetos que ela superintende, assim tornando uma “piada” a Lei de Diretrizes do Ambiente.

Numa decisão monumental, um tribunal federal dos EUA, em 23 de julho de 1971, manteve tal acusação. Por conseguinte, exigiu-se que a C. E. A. revisasse as concessões e as licenças já concedidas a dezenas de usinas de energia nuclear sob construção, inclusive algumas que recentemente já haviam começado a funcionar. Em dezembro de 1971, o Comissário de Energia Atômica, Wilfred E. Johnson, observou que poderia levar até um ano para revisar as concessões pendentes.

As Demoras e Seus Efeitos

Isto resultou em consideráveis demoras em fornecer eletricidade de instalações nucleares. Em abril de 1971, já se havia passado um ano inteiro desde que a C. E. A. expedira uma licença plena de operação a qualquer usina de energia nuclear nos EUA! Algumas concessionárias foram até mesmo notificadas de que deveriam cessar a construção de partes de suas usinas nucleares até que pudesse ser feita uma investigação cabal. Tais demoras serviram para aumentar a crise energética, pois eram muitíssimo necessitadas novas usinas geradoras.

Em 16 de março de 1972, o presidente da C. E. A. instou com o Congresso dos EUA a modificar temporariamente as leis para permitir que as usinas nucleares paradas entrassem em operação. Significa isto que a saúde e a segurança públicas poderiam ser sacrificadas na pressa de satisfazer as demandas de eletricidade? Podem os cidadãos ter certeza de que reatores nucleares inseguros não serão colocados em serviço? Algumas pessoas sentem-se apreensivas quanto ao assunto. Todavia, há outra coisa ainda que causa maior preocupação.

Alguns perguntam: O que fazer se daqui a alguns anos se verificar que a radiação emitida pelos reatores nucleares é prejudicial aos humanos, assim como alguns cientistas de destaque têm dito que é? Nesse tempo, grande parte da energia elétrica talvez seja gerada pela fissão nuclear. O que faria a humanidade? Fecharia as instalações nucleares e poria término à forma moderna de vida baseada na energia elétrica? Ou os humanos aceitariam a praga de câncer resultante da radiação como um preço a pagar pela eletricidade? Trata-se deveras duma perspectiva desagradável a considerar, como certo escritor comentou no Times de Nova Iorque de janeiro de 1972:

“Os Estados Unidos, a Europa, a União Soviética e o Japão têm um hábito. São viciados a pesado uso de energia, a grandes goles e injeções de combustível fóssil. Ao se reduzirem as reservas de combustível fóssil, correrão perigosos riscos quanto à saúde futura da biosfera (através da energia nuclear) para manter seu hábito.”

Há, contudo, uma espécie bem diferente de nuvem que paira sobre o futuro da energia nuclear.

Escasseia o Combustível

O reator nuclear da atualidade é muito ineficiente no uso do urânio. Utiliza apenas cerca de 1 por cento de seu conteúdo energético na produção de energia. Como resultado, o U-235, o isótopo de urânio usado no combustível nuclear, é rapidamente gasto. Science Digest, de fevereiro de 1972, observou: “As usinas nucleares comuns estão consumindo tão rápido o urânio disponível que, por volta de 1980, provavelmente estaremos raspando o fundo.”

Robert Nininger, da Comissão de Energia Atômica, recentemente expressou este ominoso conceito: “As coisas poderiam chegar a uma paralisação lenta a menos que possamos obter urânio no ultramar. Matematicamente, poderíamos ficar desprovidos por volta de 1982.” Outros cálculos indicam que as reservas poderiam durar um pouco mais.

O que significa isto? Por certo, todas estas usinas nucleares não estão sendo planejadas e construídas se sabendo que todo o sistema de fissão nuclear para gerar energia poderia em breve parar por completo. Como é que este problema será supostamente resolvido? Resultará na diminuição ou no aumento de possíveis perigos para o homem?

Diferente Espécie de Reator

O reator fast breeder (rápida reprodução) está sendo visto como a solução para a escassez de urânio. Peter Mummery, chefe de um centro de desenvolvimento de reatores na Escócia setentrional, disse sobre os reatores reprodutores: “Estamos pondo todo o nosso dinheiro neles.” Os Estados Unidos assumiram similar posição.

Em sua mensagem de 4 de junho de 1971 ao Congresso sobre a crise energética, o Presidente Nixon asseverou: “Nossas melhores esperanças hoje de satisfazer a crescente demanda nacional de energia econômica e limpa residem no reator de rápida reprodução.” O presidente dos EUA pediu ao Congresso que aprovasse a dotação de Cr$ 13.000.000.000,00 em fundos federais, nos próximos dez anos, a se desenvolver um modelo comercial. Mas, como é que o reator reprodutor tencionava solucionar o problema de combustível?

É por produzir mais combustível do que utiliza. O reator reprodutor pode fazer isto em realidade, daí o nome reprodutor (breeder). Isto de início talvez pareça impossível, mas como pode ser feito é avaliado quando se compreende que se formam novos elementos durante o processo físsil.

Na operação do reator convencional, os átomos de U-235 se dividem e formam menores elementos radioativos, bem como liberam nêutrons. Mas, os átomos de U-238, ao invés de se dividirem, capturam um nêutron e são transformados em plutônio físsil, elemento que não se encontra comumente na terra. Num reator convencional, um número relativamente pequeno de U-238 captura nêutrons, assim produzindo apenas um pouco de plutônio. Mas, no reator reprodutor, mais U-238 se transforma em plutônio do que a quantidade de combustível físsil consumida! Como isto se torna possível?

Isto se deve à velocidade em que os nêutrons viajam. No reator reprodutor, ao invés de se fazer que um material de alguma espécie desacelere os nêutrons, deixa-se que viajem rapidamente. (É por isso que é chamado de rápida reprodução.) Assim, quando os nêutrons atingem e dividem quer o U-235 quer o plutônio, deslocam dos átomos físseis mais nêutrons do que ocorre num reator convencional. Isto torna mais nêutrons disponíveis para serem capturados pelo abundante U-238, e, daí, há um aumento líquido na produção de plutônio, que é o combustível usado nos reatores reprodutores.

Por motivo de assim reproduzir ou gerar o combustível, o presidente da C. E. A., James R. Schlesinger, disse: “O reprodutor conseguirá prover energia para dezenas de milhares de anos.” Mas, suscitou-se a pergunta: Podem-se desenvolver reatores reprodutores comerciais antes que as reservas de urânio se esgotem?

Possível Tabela de Produção

Várias versões de provas já foram construídas. Também, os soviéticos e os ingleses fizeram considerável progresso na construção de reatores reprodutores de tamanho comercial. Mas, não foi senão em janeiro de 1972 que os EUA anunciaram planos para construir seu primeiro grande reator de rápida reprodução. A construção talvez se inicie em algum tempo em 1973, e pode-se esperar sua conclusão, observou A. Eugene Schubert, vice-presidente da Companhia General Eletric, “por volta de 1980”. Por conseguinte, ele disse:

“As concessionárias obviamente não comprarão nenhuma dessas usinas até que vejam que foram provadas, de modo que chegará provavelmente 1982 antes que se recebam quaisquer pedidos substanciais, e, assim, chegará 1990 antes de quaisquer quantidades reais de eletricidade surgirem dos reprodutores.”

Alguns crêem que será uma corrida apertada para se colocar os reatores reprodutores em operação antes de se esgotarem as reservas de urânio. A menos que os reatores reprodutores estejam disponíveis por volta dos fins da década de 1980, observou certo escritor, a primeira geração de usinas nucleares poderá ser a última. Assim, há urgência de se correr com o programa de reprodutores. Todavia, há também vigorosa oposição a isto. Por quê?

Questão de Saúde e Segurança

É por causa dos perigos em potencial ligados ao reator reprodutor. Os críticos afirmam que não há garantias de que funcionará seguramente. Exemplificando: há perigo na substância resfriadora. Por causa das elevadas temperaturas em que opera o reator reprodutor, usa-se sódio líquido ao invés de água para resfriar o reator e transferir seu calor para a produção de vapor para gerar eletricidade. Mas, visto que o sódio líquido é muito corrosivo e explodirá ao entrar em contato com a água ou o ar, é compreensível a preocupação com a segurança.

Mas, manejar com segurança tremendos volumes de sódio circulante é apenas um problema de engenharia. Há alguns anos atrás, descobriu-se que o metal incha quando exposto a prolongadas grandes dosagens de nêutrons. Visto que o núcleo do reator precisa ser construído com precisão dum relógio suíço, isto representa formidável problema.

Quando se considera o combustível usado, pode-se avaliar a seriedade dum mal funcionamento — o combustível de plutônio sendo uma das mais perigosas substâncias que existem. E pensar que cada reator conterá milhares de quilos disso! O Dr. Edward Teller observou em Nuclear News (Notícias Nucleares), de 21 de agosto de 1967:

“A fim de que opere de forma econômica numa unidade suficientemente grande que gere energia, é preciso provavelmente bem mais de uma tonelada de plutônio. Não gosto do risco envolvido. Sugiro que os reatores atômicos são uma bênção por causa de serem limpos. São limpos enquanto funcionarem conforme planejado, mas, se funcionarem mal de forma maciça, o que pode acontecer em princípio, podem liberar suficientes produtos físseis para matar um número tremendo de pessoas.”

Em harmonia com as exigências da legislação recente nos EUA, foi distribuída uma declaração quanto aos riscos em potencial do programa de reatores reprodutores. Mas, os cientistas de destaque encontram falhas em tal declaração. O Times de Nova Iorque, de 26 de abril de 1972, noticiou sob a manchete “Cientistas Opõem-se ao Reator Reprodutor”:

“Trinta e um cientistas e outros profissionais instaram hoje com o Congresso a negar a solicitação da Administração Nixon de fundos para se começar a construir um modelo demonstrativo, de US$ 500 milhões [Cr$ 32.500 milhões] de um reator nuclear reprodutor para gerar eletricidade.

“‘Existem questões demais quanto à segurança e o impacto sobre o ambiente de tal projeto para assumirmos um compromisso do desenvolvimento comercial desta tecnologia, nesta oportunidade’, disseram os cientistas numa declaração.”

No entanto, o compromisso com a energia nuclear é tão grande que são muito reduzidas as possibilidades de que haja uma mudança de diretriz. Admitidamente, os reatores nucleares apresentam riscos — e riscos extremamente perigosos — crêem algumas pessoas bem-informadas. No entanto, os líderes do governo e da indústria estão dispostos a assumir tais riscos.

O que reserva o futuro para a energia nuclear? Está muito longe de ser algo inteiramente brilhante e otimista.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar