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  • g73 22/10 pp. 5-8
  • A campanha da união soviética para esmagar a religião

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  • A campanha da união soviética para esmagar a religião
  • Despertai! — 1973
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Despertai! — 1973
g73 22/10 pp. 5-8

A campanha da união soviética para esmagar a religião

QUANDO os comunistas obtiveram o controle da Rússia, não perderam tempo em tornar conhecido seu propósito quanto à religião. Era o de esmagar a religião e transformar o país num estado ateu.

Na verdade, no início da década de 1900, Lenine escrevera que devia haver tolerância religiosa. Mas, uma vez que os bolchevistas assumiram o poder, tornou-se claro que o governo consideraria a religião como sua inimiga e tentaria enterrá-la. Em seu tratado Relationship of the Worker’s Party to Religion (Relação do Partido dos Trabalhadores com a Religião), disse Lenine:

“‘A religião é o ópio do povo’ — esta declaração de Marx é a pedra angular de todo o conceito mundial do marxismo no assunto de religião. O marxismo considera todas as hodiernas religiões e igrejas, cada uma e toda organização religiosa, como sendo sempre órgãos das forças reacionárias burguesas [inimigas].”

Começa o Ataque

Logo depois de assumir o poder, em novembro de 1917, o novo governo expediu um decreto declarando que todas as terras, inclusive as de propriedade eclesiástica, eram agora propriedade do povo (realmente do governo). Este decreto pavimentou o caminho para o confisco posterior das propriedades das igrejas.

Outro decreto declarava que todos os cidadãos eram iguais, não importava que religião professassem, ou mesmo que não professassem nenhuma religião. O resultado prático disto foi tolerar e promover o ateísmo.

Daí, no início de 1918, o governo anunciou a separação completa entre a Igreja Ortodoxa Russa e o Estado. Nessa ocasião, todas as propriedades eclesiásticas foram tomadas pelos comunistas. Também, proibiu-se a instrução religiosa nas escolas. E cessou todo o pagamento do governo às igrejas.

Tais passos eram apenas parte do ataque. Muitos outros se seguiriam. Do ponto de vista do governo, era vital o que precisava ser feito às mentes das pessoas, em especial os jovens. A primeira constituição, em 1918, declarara que “reconhece-se para todos os cidadãos o direito à propaganda religiosa e anti-religiosa”. Mas, a constituição foi emendada em 1929 e o ‘direito à propaganda religiosa’ foi eliminado. Ao passo que se manteve o ‘direito à propaganda anti-religiosa’, só se concedeu o “direito à profissão de fés religiosas.

O decreto de 1929 foi muito prejudicial à religião. Proibia todas as religiões de efetuar qualquer trabalho social, educativo ou caritativo. Limitava os grupos religiosos aos prédios concedidos a eles pelas autoridades. Não podiam fazer nada para disseminar sua religião. E, visto que as crianças então só aprendiam o ateísmo nas escolas, as perspectivas a longo prazo para a religião eram ominosas.

O Efeito

Todos estes passos legais e a atitude hostil do governo produziram seus efeitos. Desde as primeiras semanas da revolução, foram atacadas as igrejas através do país. Foram pilhadas, destruídas ou convertidas em fábricas, depósitos, salões de reuniões políticas ou museus.

Não foi só a Igreja Ortodoxa que ficou envolvida. Outras religiões também foram atacadas. Exemplificando: os clérigos católico-romanos foram encarcerados, foi confiscada a propriedade da Igreja e as escolas católicas sofreram restrições. A prática comunista padrão era formar sociedades de sacerdotes leais a Moscou, minando a autoridade do papa.

Sob grave pressão, algumas religiões desapareceram por completo. A Igreja Uniata foi uma delas. Tal igreja era filha híbrida do catolicismo romano e da Igreja Ortodoxa. Tinha sido forte entre os ucranianos. Mas, os clérigos que se opunham ao comunismo foram presos ou exilados. Outros clérigos renunciaram a sua lealdade ao papa, abandonaram sua religião e filiaram-se sob a bandeira do patriarca ortodoxo de Moscou.

De mãos dadas com o confisco de propriedades eclesiásticas, o encarceramento ou exílio de clérigos opositores, e o fechamento das igrejas, aconteceu furioso processo de doutrinação pela imprensa, pelo rádio, por filmes e pelas escolas. Especialmente devastadora era a atmosfera anti-religiosa das escolas. Típico da doutrinação era o compêndio para o nono ano escolar, publicado na União Soviética, que dizia:

“O estudo das leis da evolução do mundo orgânico é de ajuda no desenvolvimento do conceito materialista. . .

“Em adição, este ensino nos arma para a luta anti-religiosa, fornecendo-nos a interpretação materialista do aparecimento do propósito do mundo orgânico, e, ao mesmo tempo, provando a origem do homem dos animais inferiores.”

As crianças ficaram à mercê de seus instrutores ateus. E seus pais freqüentadores de igrejas não conseguiam contrapor essa influência. A maioria de tais genitores sabiam pouco ou nada sobre as razões dos ensinos e das práticas de sua própria religião. Assim, estavam muito mal equipados para deter a maré.

Além disso, foram feitas grandes organizações para os jovens. Havia os “Jovens Pioneiros” para as crianças e a “União da Juventude Comunista” para os da faixa de dezesseis a vinte e três anos. Tais organizações estavam cheias das idéias de Marx e Lenine. Ao passo que não era obrigatório ser membro delas, era tremenda a pressão social de ajustar-se. O desejo natural dos jovens, de ser parte do que é popular, produziu seu efeito.

Assim, uma vez no poder, os comunistas se aplicaram em desarraigar a religião tradicional. E, no primeiro quarto de século depois de 1917, a campanha contra a religião foi mantida, embora os ataques surgissem em ondas, mais violentas em certas épocas do que em outras.

Por Que tão Anti-religiosos?

Muitas pessoas em outros países ficaram horrorizadas com tais ataques. Mas, isso não aconteceu com o povo russo. Havia massas de pessoas que consideravam o que acontecia como simples retribuição pelos crimes que as igrejas tinham cometido.

Para entender o modo de sentir de muitos russos, é preciso entender que as igrejas, em especial a Igreja Ortodoxa, eram elementos-chaves da opressão ao povo por parte dos czares. A bem de seu próprio proveito egoísta, o clero, durante séculos, agradava os regentes, ignorava as necessidades do povo e o mantinha ignorante. A maioria do povo era mantida em virtual escravidão aos regentes e às classes abastadas. O clero se empenhava em manter as coisas assim. Muitos dentre o clero se tornaram gananciosos, imorais e famintos de poder.

Os historiadores reconhecem que a Igreja Ortodoxa, em especial, era crassamente corrupta. Em House Without a Roof (Casa sem Telhado), Maurice Hindus escreve:

“O batushka [pároco] era amiúde um homem ignorante, viciado em vodca, e não era avesso a seduzir uma atraente paroquiana. . . .

“O muzhik [camponês] . . . aprendia mais sobre o bem e o mal dos contos e das baladas dos mendigos ambulantes e dos peregrinos do que do pároco. . . .

“O risco fatal da Igreja Russa era sua completa subordinação e subserviência ao estado czarista, que, nas palavras de Milyukov, ‘paralisava todos os botões vivos da religião’.”

Este autor também observou as palavras do crítico literário russo, Vissarion Byelinsky, que escreveu: “Aos olhos dos russos, não é o sacerdote o símbolo vivo da glutonaria, da avareza, da bajulação, da sem-vergonhice?”

Comentando o uso que a Igreja Ortodoxa fez do poderio armado dos czares para promover seus próprios fins, o falecido filósofo russo, N. Berdyaev escreveu no livro The Origin of Russian Communism (A Origem do Comunismo Russo):

“Podem os hierarcas justificar tal ‘política’ anticristã? Por que recorrem à força, ao invés de às obras de amor? . . . Observamos com espanto a união da Igreja com o Estado nesta obra detestável. É este próprio servilismo da Igreja ao Estado que resultou na perda da fé por parte de tantas pessoas.”

Que os pecados da religião foram grandemente culpados pelo que aconteceu na Rússia é admitido até pelos próprios líderes religiosos. Um teólogo dum país comunista disse, num relatório impresso pela revista Harpers:

“Não sou comunista, sou cristão. Mas, sei que somos nós, somente nós, os cristãos, os responsáveis pelo comunismo. Tínhamos uma tarefa a desincumbir no mundo, e Jesus Cristo não deixou nenhuma dúvida quanto a qual ela era. Fracassamos. Nós ‘falamos, mas não agimos’. . . . Lembre-se de que os comunistas eram certa vez cristãos. Se não crêem em um Deus justo, de quem é a culpa?

Sem dúvida, a corrupção das igrejas na Rússia alienou muitas pessoas de Deus, da Bíblia e do Cristianismo. Raciocinaram: ‘Se esta é a religião de Deus, então preferimos crer que não existe Deus algum.’

Assim, houve razões para a oposição feroz dos líderes da União Soviética contra a religião. Mas, infelizmente, não diferençaram a verdadeira fé em Deus da religião hipócrita. Em sua amargura, resolveram derrubar toda religião.

Clero Transige

De início, muitos clérigos resistiram às incursões dos comunistas contra a religião. Mas, com o passar do tempo, cada vez mais clérigos transigiram e tornaram-se instrumentos do governo comunista. Mas, visto que o governo visava enterrar a religião, estes clérigos transigentes estavam, efetivamente, cavando as suas próprias covas!

Exemplo disto foi o patriarca Tikhon. Diferente de Jesus Cristo, que se dispunha a morrer antes que transigir, quanto à verdade, Tikhon transigiu. Em 1923, depois de ser solto da prisão, assinou uma declaração em que prometia não se empenhar em nada prejudicial aos interesses do Estado. Pouco antes de sua morte, em 1925, concitou todos os russos a “colocar-se sinceramente a favor do poder soviete e a trabalhar pela riqueza comum e condenar qualquer agitação aberta ou secreta contra a nova ordem do Estado”.

Após sua morte, a Igreja não teve permissão de eleger outro patriarca. Mas, outras altas autoridades eclesiásticas em geral seguiam sua liderança. Isto se tornou claro quando, em 1927, Sergei, um metropolita (logo abaixo do patriarca, em hierarquia), fez uma proclamação. O livro The First Fifty Years (Os Primeiros Cinqüenta Anos) observa que, na mesma, Sergei “prometeu o apoio e a cooperação política da Igreja e de seus seguidores”. Instou com o clero a que fornecesse garantias escritas de sua lealdade ao governo soviético ou encarasse a expulsão da Igreja.

Apesar de todas as transigências dos clérigos, os comunistas continuaram sua campanha múltipla contra a religião. Em especial, durante os expurgos políticos de 1936 a 1938, as igrejas foram selvagemente atacadas. Ao passo que, em 1930, Sergei afirmara ter o apoio leal de 163 bispos, restavam menos de 12 em 1939. Dizia-se que 40 bispos haviam sido fuzilados. E calculadamente 10.000 igrejas foram fechadas. Como afirma The First Fifty Years: “A Igreja, em 1939, estava perto do colapso.”

Mas, em 1939, aconteceu algo que produziria uma mudança. Irrompeu a Segunda Guerra Mundial. Afetou as relações entre o governo soviético e a religião.

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