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  • g74 22/1 pp. 8-12
  • Poderia salvar uma vida?

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  • Poderia salvar uma vida?
  • Despertai! — 1974
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Despertai! — 1974
g74 22/1 pp. 8-12

Poderia salvar uma vida?

PODERIA, numa emergência, salvar a vida duma pessoa? Um estadunidense que morava na República Dominicana enfrentou de súbito esse problema, não faz muito tempo. A vida em perigo era a de uma criatura humana a quem ele mais amava — a sua esposa.

Sua esposa estava resfriada por alguns dias e estivera acamada. Ele não considerou séria a doença dela; ela só tinha vinte e tantos anos e gozava de saúde relativamente boa. Assim, ao voltar certo dia para casa, para almoçar, ficou abalado ao vê-la desmaiada. Examinando-a mais de perto, não encontrou evidência de respiração. ‘Ela morreu’, foi a idéia que de imediato lhe passou pela mente. O que podia fazer?

Lembrou-se de ter lido alguns artigos sobre a respiração artificial. Não, não o método de pressão sobre as costas e de flexão dos braços, mas o novo método de ressuscitação boca-a-boca. De imediato, colou sua boca na boca da esposa e começou tal processo da melhor forma que conseguiu lembrar-se. Mas, não a fazia de modo correto, pois o ar que soprava na boca saía pelo nariz dela. Daí, lembrou-se de que o nariz da vítima tinha de ser mantido fechado, para permitir que o ar penetrasse nos pulmões. Tentou isso, e deu certo.

No ínterim, chegou um vizinho, viu a situação e correu de imediato rua abaixo, para a casa dum médico. Naquele momento, o médico atendia um paciente, e não tinha pressa de sair. No entanto, uma vez convencido de que se tratava duma emergência, veio. O médico comentou mais tarde que a vida da senhora fora salva pela rápida ação do seu marido.

Emergências não São Incomuns

É possível que encare uma emergência similar. Pois, apenas nos EUA, calcula-se que 350.000 pessoas morram de súbito cada ano. A maioria destas mortes súbitas são causadas por ataques cardíacos, porém, muitas outras por eletrocussões, afogamentos, sufocamentos e outros acidentes. Há peritos que crêem que milhares destas pessoas poderiam ter sido salvas se recebessem cuidados imediatos.

Ilustrando o que se pode fazer, há a experiência de um executivo de 54 anos duma linha aérea que desmaiou em Seattle, Washington, num campo de golfe, na primavera passada, vítima dum ataque cardíaco. Vários jovens que estavam por perto correram a acudi-lo. Não havia evidentes sinais de respiração ou de pulsação; o homem ficara azul escuro devido à falta de oxigênio. Do momento em que cessa a respiração, a pessoa, de usual, só consegue sobreviver por cerca de quatro a seis minutos, antes de dano permanente ser causado ao cérebro devido à falta de oxigênio.

Assim, à medida que um jovem logo começou a respiração boca-a-boca, outro pôs a mão sobre a outra, por sobre o peito do senhor, e começou a fazer compressões rítmicas e fortes, cerca de uma por segundo. Cada vez que ele exercia a pressão, o coração do senhor, com efeito, se comprimia, lançando sangue oxigenado para o cérebro, a apenas alguns centímetros de distância. Tais compressões repetidas podem também estimular o coração a voltar a bater de novo por si mesmo.

Dentro em pouco, começou a sumir a coloração azul do senhor. Ele obtinha o oxigênio que sustenta a vida! Mais tarde, bombeiros chegaram com uma bolsa de oxigênio, que substituiu a respiração boca-a-boca. Graças à rápida ação dos rapazes, o senhor ainda está vivo. Três semanas depois, em meados de abril, ele teve alta do hospital, sem sofrer dano permanente em seu coração ou seu cérebro!

Tais rapazes se acham entre as milhares de pessoas em Seattle e em outras cidades que receberam treino nas técnicas de salvar vidas. Em realidade, estas técnicas são novidade para a maioria das pessoas, sendo desconhecidas até mesmo pela maioria dos médicos antes de 1960. A respiração artificial boca-a-boca foi aperfeiçoada apenas desde fins da década de 1950. Resultou, em parte, duma emergência ocorrida num piquenique num quintal dos fundos em Croton sobre o Hudson, Nova Iorque, em junho de 1957.

Redescoberta a Técnica Salvadora

Descobriu-se de súbito naquela tarde de domingo que o garotinho de dois anos e meio do dono da casa havia sumido. Momentos depois, foi encontrado, flutuando na piscina, com os pés para cima. Foi tirado de lá, com o rosto e o corpo inchados e a pele cinza-azulada, e foi deitado na grama. Não se podia constatar nenhuma batida do coração ou pulsação. Depois de tentar sem êxito a então recomendada respiração artificial de pressão dorsal e flexão dos braços, o pai estava em situação desesperadora. Num artigo de revista amplamente lido, ele explicou:

“O que aconteceu em seguida ainda me intriga, porque, segundo me lembro, jamais ouvira falar nem lera sobre outra pessoa fazer aquilo que eu fiz.

“Observei que a boca e a garganta de Geoffrey estavam cheias de líquido, misturado ao que pareciam ser partículas de comida, e calculei que essa coisa toda tinha de sair se é que entraria o ar. Inclinei-me sobre meu filho mantive sua boquinha aberta com minha mão esquerda, colei minha boca na dele. Daí, suguei até que o líquido e a matéria saíram, cuspi-os fora, suguei de novo até que a boca ficou vazia.

“Daí, algo — o quê? como? — me disse que poderia forçar o ar aos pulmões dele por soprá-lo garganta abaixo. Tomei fôlego profundo e soprei brandamente em sua boca. . . . Continuei soprando . . . De súbito o som de gorgulejo veio do garotinho. Seu tórax parecia movimentar-se lentamente. Coloquei a face junto da boquinha dele; parecia que o ar entrava e saía por ela.”

O garotinho, ao ser levado às pressas para o hospital, foi colocado numa tenda de oxigênio. Vários dias depois, voltou para casa, recuperado plenamente da quase tragédia sem quaisquer efeitos ruins.

Quando dois médicos ouviram falar dessa experiência, ficaram extremamente interessados. Pouco depois, o pai foi convidado a falar em Búfalo, Nova Iorque, a um congresso de cerca de 200 médicos, estudantes de medicina e representantes de grupos profissionais de socorro. Explicou-lhes como salvara seu filho, e respondeu a perguntas. Mas, a pergunta que não conseguiu responder foi: “Onde aprendeu a fazer isso?”

Isto se dava porque, em 1957, a respiração artificial boca-a-boca era técnica virtualmente desconhecida. Pelo que parece, fora usada séculos atrás, mas tal método há muito fora esquecido, em geral. Raramente era mencionado em parte alguma.

Para exemplificar, The Encyclopœdia Britannica e The Encyclopedia Americana, em suas edições de 1957), sob “Respiração Artificial”, só descrevem o método em que a vítima fica de estômago para baixo e uma pessoa força seus pulmões a funcionar por exercer pressão em suas costas e erguer os braços dele. A edição de 1957 do livro da Cruz Vermelha Nacional Estadunidense, First Aid (Primeiros Socorros), recomenda também este método de pressão sobre as costas e flexão dos braços.

Muda o Conceito Médico

À medida, porém, que cada vez mais pessoas relataram ter tido êxito com a respiração artificial boca-a-boca, iniciou-se uma mudança. O livro First Aid, acima-mencionado, acrescentou uma seção, a partir da página 242, explicando: “Este apêndice suplanta a matéria nas páginas 117-125 [onde se recomenda e descreve o método de pressão sobre as costas e flexão dos braços].” O apêndice diz:

“A Comissão ad hoc [especial] Sobre Respiração Artificial, do Conselho Nacional de Pesquisas da Academia Nacional de Ciências, em sua reunião de 3 de novembro de 1958, revisou os dados sobre a respiração artificial . . .

“Os membros do grupo ad hoc acordaram unanimemente que a única boca-a-boca (ou de boca-a-nariz) da respiração artificial é o método mais prático de ventilação de emergência de um indivíduo de qualquer idade que tenha cessado de respirar.”

O método boca-a-boca supre maior volume de ar à vítima, até doze vezes mais do total obtido em média por peritos que usaram outros métodos. Também, a própria posição em que se coloca a vítima ao se administrar a respiração artificial boca-a-boca — de costas, com a cabeça inclinada para trás, tanto quanto seu pescoço puder esticar-se — facilita a respiração, porque abre as vias aéreas que vão da boca aos pulmões.

Assim, mudou-se o método recomendado para reavivar uma pessoa que deixara de respirar. Observou Reader’s Digest, de agosto de 1959: “O ano de 1959 ficará marcado como ano da revolução nos métodos de respiração artificial . . . quase toda organização principal de primeiros socorros do país reescreve sua publicação oficial para tornar a respiração artificial boca-a-boca — amiúde chamada ‘respiração de socorro’ — a primeira escolha nas emergências que envolvem a ressuscitação.”

Massagem do Coração a Peito Fechado

Uma técnica salvadora ainda mais nova, é a compressão do coração por meio da pressão controlada da mão sobre o peito. Segundo relatado, originou-se em 1960, por uma equipe médica da Universidade John Hopkins. No entanto, para que o sangue que sai forçado do coração contenha o vital oxigênio, precisa-se fornecer ar aos pulmões. É por isso que a respiração artificial boca-a-boca é valiosa em combinação com tal técnica — conforme ilustrado pelo reavivamento do executivo da linha aérea feito por aqueles jovens no campo de golfe na primavera passada.

Se o coração da vítima parar por mais de cinco minutos, mais ou menos, a situação se torna irremediável, pois dano irreparável já foi causado ao cérebro. No entanto, há casos aparentemente irremediáveis de pessoas que foram reavivadas com êxito, mesmo depois de uma hora de massagens cardíacas. Isto se dá porque, às vezes, o coração ainda bate, embora a batida não possa ser detectada sem a ajuda de um estetoscópio. Assim, em casos de súbita parada cardíaca, real ou aparente, poderá salvar a vítima por fazer o seguinte:

Coloque a parte anterior da palma da mão sobre a metade inferior do esterno da vítima, e sua mão esquerda sobre a direita. Daí, pressione o esterno para dentro uns quatro a cinco centímetros com rápido empuxo forte, numa taxa de sessenta compressões por minuto. Ao mesmo tempo, outra pessoa deveria ministrar a respiração artificial boca-a-boca.

Certas pessoas recomendaram, contudo, que a massagem a coração fechado não deva ser usada exceto pelos especialmente treinados. Mesmo quando usada de forma correta, podem resultar costelas partidas. E, quando feita incorretamente, o fígado ou um pulmão pode ser perfurado por uma costela quebrada. No entanto, devido a seu valor provado, os 20.000 membros do Colégio de Médicos Estadunidense recentemente recomendaram que se lançasse um programa educativo nacional para ensinar tal processo ao público em geral, bem como a respiração artificial boca-a-boca.

Técnica Fácil de Se Aprender

A ressuscitação pela respiração boca-a-boca é medida simples de primeiros socorros que qualquer adulto ou criança mais velha pode aprender. Visto que pode salvar a vida de outrem, há por certo, boa razão para desejar aprender o método se já não o conhece. Muitos, sem qualquer experiência prévia ou treino especial em seu uso, empregaram o método para salvar vidas.

Visto que a pessoa sem sentidos talvez apenas desmaiou, a primeira coisa a fazer é notar se respira. Faça isto por colocar a orelha perto da boca da pessoa com rosto virado para o peito dela. Se respirar, deve poder sentir o fôlego em sua orelha, e, talvez, observar os movimentos torácicos.

Se não houver sinal de respiração, certifique-se de que sua via aérea se ache aberta. Às vezes, a língua duma pessoa sem sentidos vira para trás na garganta, cortando esta via aérea vital para os pulmões. Também, sangue, vômito, saliva ou objetos meio engolidos podem vedar a via aérea.

Restaurar Uma Via Aérea Aberta

Abrir a via aérea até os pulmões, portanto, é a ação mais importante que pode tomar para ajudar a pessoa a respirar de novo; com efeito, talvez seja tudo o necessário para restaurar a respiração. De usual, não é difícil abrir uma via aérea obstruída.

Com a pessoa sem sentidos deitada de costas, primeiro erga o pescoço dela. Isto fará com que a cabeça caia para trás, estendendo o pescoço. Mas, além disso, leve a cabeça plenamente para trás, até que não possa ir mais. Ficará surpreso de quão para trás a cabeça consegue ir, com a plena extensão do pescoço. Feito isso, o queixo estará voltado quase que reto para cima, e a parte superior da cabeça repousará no chão. Nesta posição, o maxilar e a língua são puxados para a frente e desobstrui-se a via aérea da garganta.

Às vezes, contudo, talvez também seja necessário limpar a boca e a garganta do sangue, vômito, resíduos de alimentos ou outras obstruções. Para fazer isso, enrole nos dedos um lenço limpo ou lenço de papel e limpe as obstruções. Se não dispuser dum lenço ou item semelhante, use os dedos. Lembrar-se-á de que o pai que socorreu seu filho sugou os resíduos com sua própria boca e então os cuspiu.

Ressuscitação Boca-a-Boca

Se esta rápida limpeza da via aérea não restaurar a respiração, comece de imediato a respiração artificial. É vital a ação rápida. Lembre-se, a pessoa sem sentidos só pode viver cerca de quatro a seis minutos sem respirar. Assim, seu propósito é fazer o trabalho da respiração normal para a pessoa, por forçar o ar a entrar e a sair de seus pulmões.

Abra bem a boca e a coloque diretamente sobre a boca da vítima, selando-a bem. Daí, aperte bem a ponta do nariz dela, e sopre-lhe na boca até ver o tórax dela erguer-se e sentir que os pulmões dela se expandem. Ou, poderá soprar-lhe no nariz e manter-lhe a boca fechada. Se a vítima for uma criancinha, coloque a boca tanto sobre sua boca como seu nariz, e instile ar.

Ao soprar, os pulmões da pessoa devem encher-se de ar, e seu tórax deve expandir-se. Se isto não acontecer, provavelmente ainda há alguma obstrução na via aérea. Nesse caso, vire a pessoa para um lado com a cabeça inclinada para baixo e dê golpes agudos entre os omoplatas. Isto talvez desaloje o objeto. Pode-se segurar uma criança de cabeça para baixo, pelos calcanhares, e dar-lhe golpes entre os omoplatas, o vigor dos quais dependerá do tamanho da criança.

Ao se abrir a via aérea e depois de instilar o ar, o que deve fazer em seguida? Retire a boca e tome outro fôlego ao ouvir o ar sair dos pulmões da vítima; também observe seu tórax baixar. Daí, instile ar de novo, inflando repetidas vezes os pulmões dela à taxa de dez ou doze vezes por minuto, para um adulto, e pelo menos de vinte vezes por minuto para uma criança. Forneça ao adulto tragadas mais vigorosas de ar, e tragadas menores à criança. É importante que a cabeça da pessoa a todo o tempo esteja inclinada devidamente para manter aberta a via aérea.

Quando a vítima começar a respirar por si, seu fôlego será curto e fraco. Assim, regule suas inflações para coincidirem com seu fôlego fraco. Continue a ajudá-la a respirar até que se julgue que sua respiração seja satisfatória.

Se, depois de algum tempo, seus esforços de proceder à respiração artificial não tiverem êxito em fazer com que a vítima recupere sua própria respiração, poderá interromper cada duas tomadas de fôlego com cinco ou seis manobras sobre o coração a peito fechado. Não desista precipitadamente. Há pessoas que foram reavivadas depois de uma hora ou mais de esforços de ressuscitação.

Método Repugnante?

Alguns objetam à ressuscitação de boca-a-boca por razões estéticas. Um cirurgião inglês, por exemplo, disse que seu uso é repugnante, “quando se vê confrontado com possível cadáver”.

Na verdade, alguns talvez achem isso. Mas, muitos outros talvez se sintam como a senhora que não hesitou em tentar salvar uma vítima dum ataque cardíaco. “Em tal emergência”, disse ela, “não se pensa no processo como sendo repugnante. Tudo em que se pensa é no que pode fazer para ajudar a pessoa desvalida”. Se desejar, a pessoa poderá colocar um lenço limpo entre sua boca e a da vítima.

A tragédia amiúde ataca quando menos esperada. Jamais sabemos quando um de nossos entes queridos, ou outra pessoa, talvez pare repentinamente de respirar devido a um ataque cardíaco ou acidente. Que ótimo será se soubermos ministrar os primeiros socorros que podem salvar a vida de outrem!

[Foto na página 11]

Antes de proceder à ressuscitação boca-a-boca, abra a via aérea por erguer a parte de trás do pescoço da pessoa e puxe a cabeça dela para trás tanto quanto o pescoço puder esticar-se. Aperte-lhe o nariz, fechando-o por completo e sopre-lhe na boca até ver seu tórax subir e sentir que os pulmões dela se expandem. Repita as inflações do pulmão doze vezes por minuto.

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