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  • O que sabe sobre a lã?

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  • O que sabe sobre a lã?
  • Despertai! — 1975
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Despertai! — 1975
g75 8/5 pp. 18-20

O que sabe sobre a lã?

Do correspondente de “Despertai!” no Chile

OVELHAS — milhares delas — estendem-se como lanoso tapete pela estrada a frente. Nosso carro vai diminuindo de marcha até parar, e esperamos com expectativa que os ovelheiros, montados a cavalo, comecem a agir. De uma das pontas do rebanho eles dão ordens, por assobios, aos cães, que reagem ansiosos, instando com perícia a seus comandados que se ponham em um dos lados da estrada.

O rebanho se torna maciço tapete móvel, os corpos socados compactamente, alguns com as patas dianteiras montadas nas traseiras dos animais à frente, no esforço frenético de escapar dos cães inquietantes. Avançamos aos centímetros, e, atrás de nós, os corpos fluem de volta à estrada. Por fim, estamos livres, e, com acenos dos cavalarianos, continuamos nossa jornada.

Embora esta vista seja comum em qualquer estrada em Magalhães, a província mais meridional do Chile, todavia, como muitas outras pessoas, sabemos muito pouco sobre essas criaturas lanosas. O que dizer do leitor? O que sabe sobre a lã? Recentemente aprendemos algumas coisas interessantes, ao visitarmos um rancho de ovelhas.

Corriedale — “Nova” Raça

Verificamos que as ovelhas mudaram com o correr dos anos. As que vimos na estrada são duma raça que tem pouco mais de cem anos — a corriedale. Foi assim chamada em honra ao rancho na Nova Zelândia em que foi primeiro produzida, através do cruzamento de um carneiro de fibra longa com uma fêmea merino, daí entrecruzando-se a descendência. Por essa razão, a corriedale é chamada de raça meio-entrecruzada.

O desejo dos cruzadores era produzir um animal de lã quase tão fina como o merino, mas com melhor carne, e podendo suportar rigoroso clima, como pode a variedade de fibra longa. Tais qualidades tornam a corriedale uma raça ideal para esta parte do mundo. Tem-se sentido bem à vontade aqui no frio e no vento.

Tem-se grande cuidado para manter as bons qualidades da raça. Compram-se ótimos carneiros para o cruzamento, que são usados por três anos, daí vendidos a outros criadores para impedir a degeneração do rebanho. Boas ovelhas são usadas para reprodução por quatro anos, e então são mortas, no quinto ano. Até mesmo antes disso, qualquer fêmea que apresente defeitos é mandada para o matadouro.

Fizemos arranjos com o capataz dum rancho para que nos mostrasse o mesmo. Ali está ele agora, em pé na porteira. Estamos ansiosos de ver como se remove a lã das ovelhas.

O Tosquiador

Uma mistura de cheiros e ruídos nos saúdam ao subirmos às pressas os degraus de madeira que levam ao tosquiador. Lá dentro, temos de observar por um instante para delimitar todas as atividades. Um homem está junto a uma mesa alta, cheia de lã. Toma um punhado, faz algo com ele, com seus dedos e então o põe de lado. Enorme máquina comprime o velocino enrolado em grandes fardos quadrados. Mais além, no canto do tosquiador, estão as tosquiadoras. Rapazes correm das tosquiadoras para a mesa com o tosão.

Ao nos aproximarmos do grupo de tosquiadoras, o barulho das tesouras mecânicas se intensifica. Um garoto de tosão tenta sentir o pulsar duma tesoura momentaneamente desocupada mas a poderosa máquina é demais para ele, e se contorce em sua mão como se fosse uma coisa viva. Através duma fileira de portinholas, as ovelhas são empurradas dum curral exterior, uma de cada vez, para cada uma das tosquiadoras.

Com surpreendente habilidade os homens viram a ovelha de barriga para o alto, passam a tesoura em sua barriga, subindo pela parte interna das patas, em torno da parte externa, e a lã da pata se solta. Agora a lã do pescoço, da cabeça em direção às costas, fica solta. Daí, as costas — vários movimentos rápidos e zip! lá está o tosão em uma só peça!

“É como tirar um poncho”, sorri o capataz, à medida que as ovelhas, nuazinhas e um tanto atônitas, correm para outro curral. “Sabia”, continua ele, “que um bom tosquiador pode tosquiar 250 ovelhas num dia?”

“Isso é surpreendente” admitimos. ‘Mas, diga-nos, o que faz aquele homem junto à mesa alta?”

“Oh, ele classifica a lã. Venham a meu escritório, e lhes mostrarei como isso é feito.”

A caminho, nossa atenção se dirige aos enormes fardos colocados em sacos de aniagem, que saem das enormes prensas. ‘Cada um desses fardos pesa cerca de 300 quilos”, diz-se-nos. “Daqui serão levados para a cidade, para a industrialização.”

Exame Mais Detido da Lã

“Aqui”, explica nosso anfitrião, “estão algumas amostras da tosquia deste ano. Separamos a lã para enfardamento em quatro tipos — a do ventre, do tosão, pedaços (porções que se desprendem do tosão), e frocos.” Um froco, explica-se-nos, é um grupo de fibras que se aglutinam naturalmente no tosão.

A aparência do froco nos surpreende. Apenas a ponta apresenta aquela cor cinzenta, suja, que estamos acostumados a ver nas ovelhas. O restante é amarelo-cremoso, ligeiramente brilhante, com uma ondulação definida.

“Este froco é de excelente qualidade” observa o capataz. Notamos que a onda é bem curta e bem compacta. Para comparação, mostra-nos um froco inferior. Sua ondulação é mais comprida e a fibra individual, chamada filamento, não é tão forte.

“O classificador testa a força do filamento por puxá-lo com o indicador”, explica o capataz. “Mediante seu sentido treinado do tato, pode determinar também a finura do filamento e classificá-lo segundo o número de novelos que pesarão uns 450 gramas. Um novelo tem 560 jardas de fibra, e a finura da lã corriedale é tal que se precisam de 50 a 56 novelos para pesar uma libra ou 450 gramas.

“O que faz com que os filamentos fibras individuais, se aglutinem no froco?” — é o que queremos saber.

‘As ondulações das fibras, junto com certa substância produzida pelas glândulas do animal, para lubrificá-lo e protegê-lo, são responsáveis por isso. Tal substância, comumente chamada ‘suarda’, é muitíssimo útil. Quando purificada, se torna lanolina, a base de sabonetes, ungüentos e cremes especiais.”

“Já ficaram imaginando por que os artigos de lã são mais quentes e mais duráveis do que muitos outros materiais?” — pergunta-se-nos. Sem esperar resposta, o capataz abre um livro, e continua: “Esta foto ampliada mostra que a fibra de lã tem uma camada exterior de células achatadas, sobrepostas como escamas de peixe. Esta superfície escamosa faz com que as fibras se aglutinem firmemente, produzindo uma urdidura muito resistente ao rompimento. O entrelaçamento das escamas e das ondulações também prende o ar na urdidura, dando-lhe uma qualidade termal.”

O sinal para o almoço toca, e somos convidados a juntar-nos à equipe de trabalho no refeitório para saborear uma refeição.

Atividade o Ano Todo

“Há sempre tantas pessoas assim aqui?”, perguntamos.

“Não, a maioria só veio para a tosquia. No entanto, alguns de nós ficamos ocupados o ano todo. No outono, ajuntamos as ovelhas para a lavagem. Faz-se isto por obrigar as ovelhas a nadar num tanque comprido que contém desinfetante que mata os carrapatos das ovelhas. Também, nessa época do ano, os carneiros são colocados junto com as ovelhas por vinte dias para o cruzamento. Daí, são separados e levados para à pastagem de inverno.

“Na primavera, as crias nos mantêm ocupados. Amiúde temos de bancar o papel de parteiras, ajudando um parto difícil. Às vezes achamos uma ovelha morta, com seu carneirinho balindo perto. Daí, temos que induzir outra ovelha a aceitar o órfão. Uma forma de se fazer isso é encontrar uma ovelha que acaba de parir e tomar sua placenta e rompê-la sobre o pequeno órfão. Daí, o filhotinho será aceito por sua nova mãe.

“A tosquia é feita no verão, de modo que as ovelhas possam produzir nova camada antes de vir o tempo frio. Os consertos e a manutenção no rancho nos mantêm ocupados também.”

A palestra agora muda, e falamos sobre transformar a lã em fios. “Gostaria de ver um método primitivo de fiação?”, pergunta o capataz.

Fiação da Lã

Ele acena para a esposa, que está ouvindo. Ao sair da sala, ele explica: “Minha esposa faz a fiação como passatempo, usando a lã coletada dos arbustos onde a deixaram as ovelhas que passam. Arrancam-se as pontas sujas, e está pronta para ser usada.”

A esposa do capataz reaparece com um monte de lã fofa. Em uma das mãos ela segura um fuso — uma haste de uns 30 centímetros de comprimento, ligeiramente mais cheia no centro do que nas pontas — e contém uma batata enfiada nela. “Isso é para aumentar o peso”, ela ri. “Quando o fuso já tiver suficientes fios para pesar mais, eu removo a batata.”

Ela toma um pedaço da lã e começa a puxá-lo, esticando as fibras para a grossura que deseja. Torce o pedaço e o liga ao fuso. Daí, com o fuso ao colo, continua a puxar e estirar a lã. Quando tem cerca de 30 centímetros já estirados, ela deixa cair o fuso, dando leve pancada com os dedos, e gira como um pião, retorcendo bem apertado as fibras estiradas. Ela enrola isso no fuso, dando um nó na ponta para segurá-lo, e repete o processo. “Isso é: tudo”, sorri ela. “E eis a sua aparência depois que lavo o fio para remover a gordura.”

O capataz pega a bola de fios macios, branco-cremosos, da mão da esposa. “Note que estes fios não são exatamente regulares”, afirma. “Têm pequenos inchaços em sua extensão. É ótimo para se fazer um chale ou cobertor com saliências, ou qualquer artigo em que se deseja dar a aparência duma fabricação doméstica. No entanto, se se necessitar dum suave e regular, a lã precisa ser cardada e penteada numa fiação e tecelagem.”

Mas, isso em si é outra história, é o que ficamos sabendo, envolvendo engenhosas máquinas. O capataz precisa voltar então para o tosquiador. Assim, pede licença, apertamos sua mão estendida, dizendo-lhe: “Muito obrigado. Certamente sabemos muito mais sobre a lã do que sabíamos quando aqui viemos.”

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