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  • Quão grave é a escassez geral?

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  • Quão grave é a escassez geral?
  • Despertai! — 1975
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  • Gigantesca Demanda
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Despertai! — 1975
g75 22/5 pp. 16-21

Quão grave é a escassez geral?

NO PASSADO, pouco se pensou nos limites dos recursos de nossa terra. Sua riqueza de matérias-primas era mormente considerada algo corriqueiro. Assim, durante séculos, seus minerais, combustíveis fósseis e outras reservas têm sido explorados como se fossem ilimitados.

Atualmente a história é outra. Não se considera mais a terra como fonte de riqueza material infindável.

Promovendo o Crescimento

Até recentemente, a maioria dos economistas aceitavam as idéias promovidas por John Maynard Keynes, da Grã-Bretanha. Seu conceito era que os problemas econômicos, inclusive as depressões e o desemprego, podiam ser remediados por se incentivar o consumo em massa dos bens, até mesmo se as pessoas, firmas e governos tivessem de contrair dívidas para isso.

Pensava-se que o aumento contínuo da procura dos bens de consumo exigiria maior produção, portanto, mais fábricas, empregos e renda para todos — assim, a “prosperidade”. E já por décadas esta tem sido a diretriz geral seguida pela vida econômica ocidental.

Mas, tornou-se por fim evidente que poderia haver algo drasticamente errado na idéia de crescimento constante, além de que as dívidas crescentes poderiam tornar-se uma carga intolerável. O que trouxe o assunto a uma fase decisiva, mais rápido do que se esperava, foi que a população mundial começou a “explodir”. Isto se deveu a uma taxa continuamente alta de nascimentos, e um novo e dramático decréscimo na mortalidade infantil, mediante melhor prevenção contra as doenças.

Em especial depois da Segunda Guerra Mundial, a população mundial começou a crescer mais rápido do que nunca. Agora há cerca de quatro bilhões de pessoas na terra, e quase 80 milhões são adicionadas cada ano. A essa taxa, a população dobraria em apenas 35 anos. Parece aos líderes mundiais que a terra não pode sustentar indefinidamente tal população em “explosão”.

Acabando?

Significa isso que os recursos da terra estão acabando? Não, realmente não. Pelo menos não agora. O problema principal consiste no modo em que a sociedade humana se acha atualmente constituída, com ênfase em cada vez maior industrialização.

Um executivo de mineração observou em Vital Speeches: “Visto que os recursos minerais não são renováveis, inegavelmente, em alguma data futura, ocorrerá o esgotamento dos recursos econômicos — mas esse dia parece bem distante. A escassez geral experimentada nos últimos 15 meses não foi causada pela falta de reservas disponíveis.”

Mas, ao passo que há amplas reservas ainda na terra, levar quantidades suficientes às nações que precisam delas, com rapidez suficiente e de forma bastante barata, é outra coisa. O que torna crítico o assunto para a Europa ocidental, o Japão e até mesmo os Estados Unidos é que agora as melhores reservas da maioria dos minerais e das fontes de energia de que precisam não se acham nas fronteiras desses países. E as reservas que possuem não bastam, e estão sendo consumidas cada vez mais rápido graças aos enormes apetites destas nações. Assim, tais nações sofrem grave e crescente escassez de matérias-primas.

Gigantesca Demanda

Anteriormente, quando a família humana vivia uma vida mormente agrícola, a demanda dos recursos da terra era pequeníssima. Mas, com a vinda da era industrial, há vários séculos, a procura de matérias-primas aumentou em tremendo passo.

As sociedades industriais precisam de fábricas, escritórios, prédios de apartamentos, usinas de força, máquinas, transportes, energia. Tais coisas não podem ser construídas sem aço, alumínio, cobre, concreto e outros materiais. E a civilização industrial é alimentada principalmente pelo petróleo.

Nos países industriais da Europa ocidental, Japão e América do Norte, a procura de todos esses recursos aumentou várias vezes mais rápido do que sua taxa de crescimento populacional. Mas, este aumento da procura está recebendo outro impulso — das populações em explosão no que é chamado de mundo “subdesenvolvido”.

As pessoas destas terras mais pobres também desejam as máquinas e outros bens materiais que vêem nas nações industrializadas. E seus líderes estão levando tais países à era industrial tão rápido quanto podem. Exemplo de quanto isto pode aumentar a demanda de toda sorte de bens pode ser visto por um único item que envolve uma nação industrializada, conforme observado no livro Introduction to Geology: “O consumo de ferro nos Estados Unidos aumentou cerca de vinte vezes, ao passo que a população do país dobrou.”

Sim, quando uma nação se torna altamente industrializada, seu apetite pelas matérias-primas aumenta desproporcionalmente em relação à seu aumento populacional. E, nos países mais pobres, há bilhões de pessoas que exigem os bens produzidos pela indústria. Conforme os ecólogos Paul Ehrlich e Dennis Pirages declaram em seu livro Ark II (Arca II): “Esta crise de números é exacerbada por uma revolução mundial de crescentes expectativas. O materialismo se tornou uma religião universal. Os aumentos contínuos na produção de artefatos são considerados como uma necessidade, quase por todo o mundo.

Assim, a explosão populacional geral no mundo, além da procura insaciável das nações já industrializadas, e, agora, as crescentes expectativas das nações mais pobres, tudo adiciona graves exigências sobre a disponibilidade dos recursos da terra. O cientista político, William Ophuls, na revista Harper’s, observa quão grave é:

“Para acomodar a crescente população mundial temos, mais ou menos nos próximos trinta anos, de construir casas, hospitais, portos, fábricas, pontes, e todo outro tipo de instalações em números que quase igualam a toda a construção feita pela raça humana até agora. . . .

“Os problemas agora ocorrem tão rapidamente que precisam ser previstos com bastante antecedência. De outra forma, nossas ‘soluções’ serão, muito poucas e muito tardias. . . .

“Apenas o cuidado mais requintado impedirá o colapso da sociedade tecnológica de que todos nós dependemos.”

O aperto já era meridionalmente visível em 1973 e no início de 1974. Daí, devido às economias em geral “ascendentes” através do mundo, a procura de bens cresceu rápido. Os governos pediram cada vez mais dinheiro emprestado e o lançaram em suas economias para sustentar esta prosperidade. Mas, ao passo que a procura subiu de modo súbito, não se construíam fábricas e minas mais novas com bastante rapidez. Os estoques se esgotaram em curto tempo. Típico exemplo foi o do cobre, que teve um crescimento médio de produção de cerca de 4 por cento ao ano, desde o início da década de 1950. Mas, em 1973, a procura de cobre no mundo ocidental aumentou em mais de 10 por cento. Assim, a procura de bens ultrapassou a habilidade de produzi-los, o que também ajudou a produzir a inflação galopante.

Com a inflação, o custo do dinheiro subiu rápido. Isto tornou mais onerosa a construção de meios mais novos de produção. Conforme observou U. S. News & World Report: “Em uma indústria após outra, a escassez geral de materiais e de capacidade é intensificada pelo que é, talvez, a mais crítica escassez de todas — a de dinheiro. . . . A indústria se vê compelida a encontrar meios de custear a capacidade de fabricação a fim de satisfazer a procura.”

Os Preços — Sobem, Sobem, Sobem

Os preços, naturalmente, flutuam. Às vezes baixam, em especial quando há um excedente de certos itens. Mas, o aumento contínuo da procura, ano após ano, a crescente escassez geral, e a competição para obter os recursos da terra impuseram uma pressão em geral altista aos preços. Exemplos disto podem ser observados na tabela acompanhante de amostragem dos aumentos dos preços por atacado.

Mas, há outra razão por que os preços dos metais e de outros materiais subiram. As terras “subdesenvolvidas” que dispõem das matérias-primas querem mais dinheiro para seus produtos, de modo que possam comprar os itens que desejam das terras industriais. O exemplo dum aumento quádruplo no preço do petróleo ainda está fresco na mente de todas as nações. E isto também se dá com outras mercadorias.

Por exemplo, a Jamaica e alguns outros países, tais como a Guiné, a Guiana e o Suriname, têm ricos depósitos de bauxita, o minério básico para a fabricação de alumínio. Seus preços têm subido de modo significativo. O cobre encara o mesmo futuro, visto que o Chile, o Peru, Zâmbia e Zaire fornecem a maioria dos excedentes mundiais exportáveis. O mesmo se dá com o estanho, visto que 70 por cento das exportações provêm principalmente da Bolívia, Malásia e Tailândia. Muitos outros itens básicos seguem a mesma norma.

Dependendo das Importações

Poucas pessoas nas sociedades industriais compreendem plenamente o grau crescente em que seu modo de vida depende das importações. Muitas destas importações são necessárias porque existe a escassez geral no país e o produto tem de ser obtido em outra parte.

Para exemplificar, os Países-Baixos importam a maioria de seus alimentos proteínicos, todo o seu algodão, e cerca de 80 por cento de sua lã. Também importam todo o seu antimônio, bauxita, cobre, ouro, minério de ferro, níquel, fertilizantes fosfatados e potássicos, estanho, zinco e muitos outros itens, inclusive o petróleo. Outras nações européias se acham numa situação similar.

A respeito do petróleo, a maioria da Europa ocidental depende totalmente das importações de petróleo, produzindo muito pouco dele. O embargo petrolífero em fins de 1973 revelou quão frágil é a prosperidade destas nações. A interrupção das importações petrolíferas poderia destruir rapidamente seu modo de vida.

Não raro se olha para o Japão qual exemplo do progresso material. Mas, tem sido obtido mormente com os recursos de outras nações. Em adição a importar a maior parte de seus estoques alimentares, o Japão importa a maioria das matérias-primas usadas em sua indústria. Isto inclui 92 por cento de seu minério de ferro, 59 por cento de seu carvão coque e betuminoso, toda a sua bauxita, 84 por cento de seu cobre, e 99,7 por cento de seu petróleo. Sim, a “prosperidade” do Japão também se funda num alicerce frágil.

Estados Unidos Importam Mais

Os Estados Unidos são considerados a nação mais produtiva da terra. Todavia, seu aperto é bem parecido ao do Japão e das terras industriais da Europa ocidental. Por isso, declarou U. S. News & World Report:

“Os Estados Unidos — abençoados desde o início com uma abundância de recursos naturais — torna-se uma nação ‘que não tem’.

“Os duros fatos mostram que os E. U. dependem cada vez mais de outros países para obter as matérias-primas tão vitais para sua posição de a terra mais próspera do mundo. Tais matérias, diz-se aos estadunidenses, não virão com facilidade no futuro.”

Muitas das fontes “mais fáceis” de matérias-primas nos Estados Unidos já foram exploradas. Por exemplo, os ricos depósitos de ferro na Cadeia de Mesabi, em Minesota, acham-se grandemente esgotadas. Minérios de baixo teor custam mais para minerar. Os campos “mais fáceis” de petróleo já foram explorados. É por isso que as perfurações de petróleo na plataforma submarina se estão expandindo. Também, os poços petrolíferos terrestres estão sendo perfurados cada vez mais fundo. E o petróleo do Alasca chegará aos EUA por oleoduto. Até mesmo agora o país importa cerca de um terço dos produtos de petróleo que utiliza.

Também, os Estados Unidos dependem agora de outras nações para obter cerca de um terço de todos os minerais considerados essenciais à sua indústria. Acha-se que, por volta de 1985, esta dependência aumentará para a metade. A que custo? Em 1970, a produção dos minerais nos Estados Unidos estava uns 9 bilhões de dólares abaixo de suas necessidades. E uma autoridade governamental calcula que tal déficit atingirá 31 bilhões de dólares por volta de 1985, e 64 bilhões por volta do ano 2000. Tudo isso precisa ser compensado pelas importações. E estas estimativas foram feitas antes da galopante inflação de preços em 1973 e 1974!

Os Estados Unidos também sentem enorme sede de água doce. A indústria consome enormes quantidades, sendo necessários mais de 378.000 litros para se fabricar apenas um automóvel. À presente taxa de utilização, calcula-se que em apenas 25 anos o país precisará de cerca de 950 bilhões de litros de água doce cada dia para a produção industrial e outros 1.700 bilhões de litros para transportar os resíduos. Todavia, o atual fluxo fidedigno de água da superfície é de somente uns 378 a 472 bilhões de litros por dia.

Existe qualquer nação industrial na terra, hoje, que seja praticamente auto-suficiente em recursos naturais? Existe. Essa nação é a União Soviética, que ainda dispõe de incalculável riqueza material a ser explorada. Todavia, seu solo não é tão rico quanto o dos EUA, de modo que os soviéticos experimentam freqüentes retrocessos nas colheitas e têm de importar alimentos.

Caminhando Para a Mudança

As nações industriais, em especial as altamente desenvolvidas na Europa ocidental, Japão e EUA, meteram-se numa embrulhada. Para sustentar seu atual padrão de vida, precisam agora importar crescentes quantidades de matérias-primas e fontes de energia de que carecem. Mas, as nações mais pobres que possuem tais recursos exigem agora mais dinheiro por eles.

O resultado imediato disso é que tais nações industriais contraem cada vez maiores dívidas para financiar as coisas de que carecem. Apenas a conta do petróleo no ano de 1974 abalou as economias do inteiro mundo ocidental. Nação após nação mergulha mais fundo em dívidas para custear os preços mais altos do petróleo. Assim, além de se tornar cada vez mais difícil obter as matérias-primas e produzir as coisas que o povo demanda, a situação financeira dos países industriais se torna desesperada.

Os economistas acordam que não é possível continuar por muito mais tempo desse jeito. Algo tem de mudar. Os déficits do balanço internacional de pagamentos de tais nações significam que, em breve, terá de ocorrer agudo reajuste. Ao passo que pedir bilhões de dólares emprestados das nações produtoras de petróleo, agora ricas, ajuda a afastar o desastre por algum tempo, tais empréstimos não podem continuar indefinidamente, visto que as somas necessárias são enormes. Poderia significar que tais nações simplesmente não mais poderão pagar todas as importações que manteriam seu modo de vida. Isso significaria uma revisão drástica do padrão de vida do povo.

A capacidade do povo de reajustar-se a um padrão de vida inferior é questionável. Um indício das coisas que virão poderá ser este item publicado no Times de Nova Iorque, em data recente:

“CAIRO, 10 de ag. (Reuters) — Duas pessoas foram mortas e cinco ficaram feridas na corrida para comprar um pedaço de sabão, que está escasso no Egito nestes dias, anunciou hoje o jornal Al-Ahram.

“Numa briga para ficar com o último pedaço de sabão duma loja do povoado de Rozeik, o dono do empório e seu filho foram mortos, disse o jornal.”

O historiador britânico Arnold Toynbee comenta que as nações industriais “achar-se-ão num estado de sítio permanente, em que as condições materiais de vida . . . se tornarão progressivamente mais graves”. Adiciona:

“Em cada um dos países ‘desenvolvidos’ sitiados haverá amarga luta pelo controle de seus recursos diminuídos. . . .

“Por conseguinte, em todos os países ‘desenvolvidos’, novo modo de vida — um modo severamente arregimentado — terá de ser imposto por um implacável governo autoritário.”

Torna-se patente a muitos observadores que não pode demorar muito enorme reajuste nos assuntos mundiais. Os problemas se tornaram críticos demais. Os autores de Ark II expressaram-se do seguinte modo: “Sabemos que o velho sistema não poderá durar muito mais tempo.”

[Foto na página 17]

FATORES-CHAVES QUE PROVOCAM A ESCASSEZ

Explosão Populacional

Ênfase à Industrialização

Crescentes Expectativas

Esgotamento das Matérias-Primas

Diferenças Políticas

[Tabela na página 18]

AUMENTO DOS PREÇOS NO ATACADO NOS EUA EM APENAS UM ANO

ITEM MEADOS 1973 MEADOS 1974 AUMENTO

Papel jornal, ton. US$ 169,00 US$ 205,00 21 por cento

Ferro velho, ton. 53,00 145,00 174 por cento

Ácido sulfúrico, ton. 31,00 41,00 32 por cento

Estanho, libra 2,18 4,49 106 por cento

Cobre, libra 0,60 0,86 43 por cento

Lingote de alumínio, libra 0,25 0,33 32 por cento

Zinco, libra 0,21 0,35 67 por cento

Gasolina, galão 0,14 0,28 100 por cento

Óleo combustível, galão 0,11 0,23 109 por cento

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