BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g77 8/4 pp. 20-23
  • O gigantesco ganso-do-canadá — monarca das rotas migratórias

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • O gigantesco ganso-do-canadá — monarca das rotas migratórias
  • Despertai! — 1977
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • O Ninho
  • Vôo de Instrução
  • Acasalamento
  • O milagre do vôo das aves
    Despertai! — 1978
  • Como as asas das aves lhes dão sustentação
    Despertai! — 1986
  • O cuidado dos filhotes no mundo selvagem
    Despertai! — 2001
  • A magnífica águia-negra
    Despertai! — 1983
Veja mais
Despertai! — 1977
g77 8/4 pp. 20-23

O gigantesco ganso-do-canadá — monarca das rotas migratórias

UH-UHONK! Uh-uhonk! Este grasnido ressoante anuncia: A realeza das rotas migratórias está a caminho! Muito antes de divisá-los do solo, esse som distintivo anuncia sua presença bem alto lá nos céus. Logo aparecem as formações familiares e majestosas em V. Talvez fique imaginando: De onde vieram? Para onde vão? Deixe que Wawa (a palavra ojibwa para o gigantesco ganso-do-canadá) conte sua história.

O Ninho

Que cuidados maravilhosos teve a mamãe conosco. Abrindo um clarão em seu peito nu, ela usou as plumas para revestir nosso ninho. Aquele pedaço de pele quente e desnudo comprimia cada ovo, ao seu turno, apressando o processo de incubação. Por fim, após 28 dias, eu rompi o abrigo branco-amarelado que me cercava, e logo tive a companhia de oito irmãos e irmãs felpudos. Quando a mamãe deixava o ninho por curtos períodos, ela se certificava de que nós, os penugentos tostados de dourado, estivéssemos seguros, ocultos na acolhedora tepidez do cobertor marrom-cinzento de plumas que revestia nosso ninho. Além de insular-nos do frio e do calor, tal cobertor camuflava-nos dos olhos aguçados das gaivotas rapinantes e de outros predadores.

Enquanto mamãe se sentava no ninho, o papai, mantendo ereto seu longo pescoço negro, patrulhava a elevação ilhoa do lago ártico de tundra em que fora construído nosso ninho. Seus esbugalhados olhos negros-azeviches mantinham-se em constante alerta a sinais de perigos. Alto uh-uhonk! ou grasnido avisava mamãe para achatar-se e esticar seu pescoço e sua cabeça. Ela ficava então imóvel até que passasse o perigo. Seu corpo marrom-cinzento, com seu caraterístico crescente branco bem em frente da cauda preta, era uma camuflagem perfeita. Às vezes uma raposa ou um lobo invadiam o domínio de meu pai. Mantendo-nos bem junto de nossa mãe, nós, os gansinhos, víamos quão destemidamente ele atacava o predador com suas asas de 1,80 de envergadura, malhando-o o máximo que podia. Logo o inimigo se via obrigado a entrar na água, uivando e com o rabo entre as pernas. O predador aprendia duramente que os oito ou nove quilos do gigantesco ganso-do-canadá por trás daquelas debulhadoras asas não eram de brincadeira.

Em questão de dias nós, soltando ‘uheoos’ de contentamento, seguíamos a mamãe até a água. Papai ficava na retaguarda. Até adquirirmos suficientes penas, voltávamos ao ninho cada noite, para aquecer-nos sob as grandes asas da mamãe. Daí, à medida que nossos pais soltavam suas penas na muda anual, todos nós ficávamos presos à terra, não podendo voar. Assim, nossos genitores sempre nos mantinham perto deles ao deslizarmos entre os caniços e capim alto, procurando saborosos petiscos — insetos aquáticos, plantas aquáticas bulbosas, grama e frutinhas tenras. Por ocasião da nova plumagem de nossos pais, nós, também, já tínhamos asas plenamente desenvolvidas e penas na cauda. Agora era tempo de aprendermos a usar nossas asas.

Vôo de Instrução

Nosso Criador nos provera de asas belas e fortes, de formato aerodinâmico perfeito. Quando plenamente desenvolvida, a rêmige da frente é grossa e abolada, afilando por uma distância de cerca de 53 centímetros até a finura duma pena na borda traseira. Para facilitar a sustentação, a asa é ligeiramente côncava por baixo e curva em direção ao alto no lado de cima. Podemos descer planando de altitudes de 2.100 a 2.700 metros simplesmente por manter nossas asas estendidas e acompanhar as correntes de ar. Quando nos movemos, contudo, nossas asas nos impulsionam a velocidades de 64 a 97 quilômetros horários. Seu movimento para baixo é o “curso motor”. As pontas de nossas “primárias”, como se chamam as dez grandes rêmiges ou penas na ponta de cada asa, inclinam-se para cima diante do ar resistente e formam um ângulo com nossas asas. Ao fazê-lo, “mordem” o ar do mesmo modo que a hélice o faz em alguns de seus “pássaros mecanizados”.

Com suas penas recém-crescidas, nossos pais alçam vôo e planam facilmente sobre nossas cabeças, chamando-nos e batendo suas asas para demonstrar o que devemos fazer. Tentamos muito, batendo nossas asas e correndo de um lado para o outro. Por fim, descobrimos o jeitinho de chutar o solo ou a água com nossos pés para alçar vôo. Então, ao praticarmos diariamente o vôo, nossos músculos das asas tornaram-se cada vez mais fortes. Às vezes a amerissagem não era lá muito régia, ao mergulharmos na água com grande borrifo. Gradualmente, porém, aprendemos a usar todo o nosso corpo e nossas asas como freio de ar comprimido, e a esticar nossos grandes pés (somos famosos por eles), para estabelecer o primeiro contato com a água ou o solo. Ao aperfeiçoarmos nossa perícia, nossos genitores nos saudavam com altos grasnidos de aprovação. Toda essa instrução nos preparava para o dia em que os seguiríamos no ar para nosso primeiro vôo migratório do outono setentrional.

Eu preferi nossos vôos de instrução à experiência de alguns de nossos primos que constroem seus ninhos nos altos das árvores ou em elevações rochosas. Quando os pais compreendem que já é hora de os filhotes deixarem o ninho, simplesmente os chamam lá de baixo. Subindo na borda do ninho, os filhotes respondem por se lançarem lá embaixo, suas asas curtas e grossas batendo-se loucamente. Sua cobertura penujenta e o movimento de suas asas opõem resistência ao ar, amainando a queda. Assim, seu primeiro vôo solo usualmente termina feliz. Mas, há o perigo sempre presente de enfiar-se num espinho durante a queda. Em Osoyoos, Colúmbia Britânica, há alguns anos, cuidadosa mãe sobrepujou tal perigo para seus filhotes por levá-los livremente em vôo, no estilo de cabine aberta, transportando-os seguramente em suas costas até o solo lá embaixo!

Tendo aperfeiçoado nossa perícia de vôo, agrupamo-nos junto com outras famílias. Aproxima-se rápido o tempo da emigração. Quanta tagarelice se seguiu! Talvez por sermos tão palradores, poderá imaginar, ao ver-nos em santuários, que estamos discutindo os problemas mundiais. Mas, nada disso. Simplesmente temos nossa própria ‘linguagem’ de gansos, composta de sibilos, grunhidos, uahkums, kum! kum! kum!, roncos, berros, gritos e altos oh-oos. Sibilamos e grunhimos para avisar do perigo; grasuimos e roncamos de contentamento; soamos uma série de suaves uah-kums para chamar nosso cônjuge; chamamos suavemente os filhotes com kum! kum! kum!; soltamos gritos, berros e altos oh-oos quando atacados e mordidos por outra ave; e, naturalmente, muitos de vocês estão familiarizados com nosso vibrante uh-uhonk!

Enquanto isso, o relógio migratório batia dentro de cada um de nós. Por fim, chegou nossa hora; e, com poderosas batidas de asas, alçamos vôo. Entrando rapidamente na principal formação em V de duas famílias, iniciamos nossa primeira etapa de viagem de 480 a 645 quilômetros em direção a locais de alimentação do inverno setentrional. Nossa rota migratória por fim nos levou por Manitoba, (Canadá), Minnesota (EUA) e ao longo do Rio Mississipi até a costa do golfo, no Texas.

Quando emigramos, é o mais velho e o mais sábio ganso macho que assume a posição de liderança? Não. Da próxima vez que observar nossos régios desfiles, observe bem de perto e notará que a ave líder muda de posição com outra de tempos a tempos. Bem amiúde, as fêmeas assumem a liderança. Como vê, cremos em aliviar uns aos outros da árdua tarefa de “romper” o ar para aqueles que vêm atrás. As outras aves voam todas um pouco para o lado da ave à frente, dando-nos o benefício de cerca de 36 olhos aguçados para notar bons lugares de descanso e alimentação, ou humanos que talvez queiram um bonito ganso gordo para uma deliciosa refeição. Amiúde, qualquer movimento que faça em seu esconderijo de caçador é notado muito antes de chegarmos ao alcance de suas espingardas. Somos dotados tanto duma boa visão como de audição acurada.

Acasalamento

Ao se passarem os meses, novo instinto se desperta em nós — o impulso de encontrar um par. Quanta excitação houve à medida que cada um de nós tornava conhecida sua intenção, com a cabeça baixa, pescoço esticado e assobios, correndo em direção ao objeto de sua escolha! Quanta felicidade sentimos quando ela nos correspondeu! Esfregando os pescoços com gentileza, concordamos em nos tornar “namorados” neste segundo ano de nossa vida, aguardando o ano seguinte para o acasalamento. Daí, em nossa “cerimônia de casamento”, primeiro o macho, depois a fêmea, mergulham a cabeça na água e, depois disso, lançam água por sobre as costas, anunciando a todos os observadores que entraram nos vínculos do matrimônio. Nosso acasalamento, então, é para toda a vida, ou, como diz seu ditado “até que a morte nos separe”.

Em conclusão, não acha que temos muitas caraterísticas interessantes? Ademais, pode domar-nos com facilidade, e sempre ficaremos contentes de que a humanidade temente a Deus exerça amoroso domínio sobre nós.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar