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  • A linguagem humana — dádiva ímpar
  • Despertai! — 1977
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Despertai! — 1977
g77 22/8 pp. 12-16

A linguagem humana — dádiva ímpar

Do correspondente de “Despertai!” na Costa do Marfim

UMA máquina de traduzir certa vez captou a expressão inglesa “longe dos olhos, longe da mente (em português, do coração)” e a verteu em outra língua como “idiota invisível”! Significava isso que se havia rompido alguma engrenagem da máquina? Não, ela cometera um erro muito perdoável. Também sublinhava um dos muitos fatores que tornam ímpar a linguagem humana entre os métodos conhecidos de comunicação — sua complexidade.

Para a máquina, “longe dos olhos” era, em certo sentido, ser ‘é invisível”. Estar “longe da mente” significava estar louco ou ser um idiota; todavia “longe dos olhos, longe da mente” não significa um “idiota invisível”! É tal tipo de coisa que dá dores de cabeça aos inventores de máquinas de traduzir.

Naturalmente, não é apenas a complexidade que torna ímpar a fala humana. Há muitos outros fatores envolvidos — tantos que alguns cientistas sustentam que, ao invés de rotular o homem de homo sapiens (“homem com sabedoria”), seria mais apropriado rotulá-lo de homo loquens (“homem que fala”).

Alguém, porém, talvez proteste: “Já se esqueceram de toda a pesquisa recente sobre sistemas de comunicações de animais? É verdade que o homem fala. Mas, também o fazem os animais, de seu modo. Os golfinhos assobiam, as abelhas dançam, as aves têm notas distintivas de canto e algumas até mesmo imitam a voz humana. E que dizer dos macacos que recentemente aprenderam certa linguagem de ‘sinais’? Embora seu meio de comunicação talvez não funcione bem do mesmo modo que o do homem, por certo o objetivo e os resultados são os mesmos, não são?”

Bem, são e não são. São, no sentido que comunicam; e não são, pois, via de regra, o objetivo e os resultados não são os mesmos. Fez-se muita pesquisa sobre esse assunto. As diferentes chamadas feitas por criaturas tão variadas como os gibões, os gansos e os golfinhos têm sido catalogadas — em alguns casos, até mesmo organizadas numa espécie de vocabulário. Os gibões, pelo que parece, dispõem de nove chamadas, mais ou menos, e os golfinhos ainda mais. Os golfinhos até mesmo parecem dispor de diferentes “dialetos”, segundo o local onde vivam.

Todavia, há várias diferenças vitais entre a linguagem do homem e a dos animais — até mesmo além do fato óbvio de que a linguagem humana é imensuravelmente mais complexa. Uma diferença é . . .

A Intenção de Comunicar-se

Quando usam seus próprios sinais de chamada, será que os animais ou as aves tencionam conscientemente comunicar-se uns com os outros, como fazem os humanos? Ou é o som apenas uma reação instintiva de sua situação momentânea? Konrad Z. Lorenz, renomada autoridade mundial sobre comportamento animal, afirma que não tencionam comunicar-se, embora amiúde pareçam fazê-lo.

Caso uma gralha, para exemplificar, fique alarmada enquanto come, ela alçará vôo soltando um brado de aviso, “kia, kia”, e qualquer outra gralha que ouça esse brado alçará vôo automaticamente também. A perfeita coordenação entre o brado de aviso e a reação de outras aves gera a impressão de que se falam e compreendem sua própria linguagem. Mas, isso não acontece, explica Lorenz em seu livro King Solomon’s Ring (Anel do Rei Salomão):

“O animal, por todos esses sons e movimentos que expressam suas emoções, não possui de forma alguma a intenção consciente de influenciar um outro membro da sua espécie. Isto é provado pelo fato de que até mesmo os gansos ou as gralhas criados e mantidos solitários fazem todos esses sinais logo que a disposição correspondente toma conta deles.” — P. 77.

Quando um homem usa os sinais vocais que aprendeu, tenciona transmitir algo a seus ouvintes (a menos, naturalmente, que esteja cantando no banheiro!), e parará se notar que ninguém o está ouvindo. A gralha, contudo, não se importa se outra está ouvindo. Simplesmente emite o som como ação reflexa instintiva, assim como um homem boceja quando está cansado. Isto sublinha outra diferença no que tange à linguagem humana . . .

Mobilidade do Sinal

A maioria dos sinais animais não são o que os lingüistas (estudantes da linguagem) chamam de “móveis”, ou separados da situação que motiva o sinal. O gibão, por exemplo, usa seu brado de perigo apenas quando realmente existe o perigo.

Os sinais animais são também fixados no sentido de que o animal, em geral, não ouve o som que produz e então tenta modificá-lo em outro som. Certas aves, é verdade, conseguem imitar sons que não existem em seu “vocabulário” inato. Podem aprender a imitar sons produzidos por outras aves, ou até mesmo os produzidos pelo homem, como o papagaio que diz “Dá o pé, louro’!”

No entanto, Lorenz insiste que as aves raramente conseguem associar conscientemente até mesmo um dos sons de palavras que aprenderam com certa ação, e, daí, nunca o fazem com finalidade prática. Certo velho papagaio-cinzento da África, ou jacó chamado Geier, que dispunha dum vocabulário “humano” bem amplo (inclusive dizendo “Auf wiedersehen!” com voz profundamente benévola sempre que alguém se levantava para partir), jamais aprendeu a dizer “comida” quando tinha fome, e “bebida” quando tinha sede.

Esta falta de “mobilidade” é ainda mais notável na dança das abelhas. Trata-se duma espécie de linguagem de sinais parecida com a sinalização por meio de bandeiras, e os homens tiveram até êxito em usá-la para comunicar-se com os insetos. A abelha exploradora indica a distância das flores pela velocidade de sua dança (mostrando assim o esforço exigido), e a direção pelo seu eixo em relação ao sol.

No entanto, isso é tudo que pode ser transmitido. Cada sinal, cujo “significado” é fixado, não pode ser separado e usado de outros modos, para conversinhas sobre “Como está o tempo por lá?” ou “Viu ultimamente algumas flores lindas?” Assim, chegamos a outra diferença da linguagem humana . . .

A Constituição da Linguagem

A grande deficiência dos códigos animais é que não dispõem da capacidade criativa que habilita os humanos a produzir e compreender sentenças que jamais ouviram antes, e que talvez nunca tenham sido proferidas antes. Isto se deve à forma em que é constituída a linguagem humana.

A linguagem possui o que é chamado de estrutura dupla. Com isso queremos dizer que as declarações humanas podem ser divididas em unidades menores; primeiro, em unidades de significado ou palavras únicas, e, segundo, em unidades de sons, chamadas fonemas. Os fonemas podem ser usados para construir outras palavras que nada têm que ver com a original.

Suponhamos, para exemplificar, que um animal possua um sinal de chamada para carne. Bem, tal chamada, qualquer que fosse, significaria sempre carne, e nada mais. Em português, porém, a palavra carne pode ser usada, não só para significar a carne dum animal, mas também pode ser separada em unidades fonéticas ou fonemas: que (representação gráfica: c), a, rre (rep. gráf.: r), ne (rep. gráf.: n) e e. Estes cinco fonemas podem então ser usados para formar toda sorte de palavras: cão, caro, rato, bem como nosso, livre, etc.

Assim, cerca de 36 unidades fonéticas em português foram combinadas para constituir centenas de milhares de palavras, e novas palavras são formadas a todo o tempo. As palavras, por sua vez, podem combinar-se para formar infinito número de sentenças. Isto nos traz a outra faceta da composição lingüística — a idéia de gramática.

Gramática é a constituição da linguagem em outro sentido: a rede de relações entre as palavras de per si e as regras que governam tais relações. Conhecer ou sentir as regras nos permite fazer essas combinações diferentes e produzir sentenças compreensíveis, apesar de não termos ouvido jamais algumas exatamente iguais a elas. E pense só em sua complexidade!

Até mesmo uma sentença simples, por exemplo, consistirá de pelo menos uma relação entre sujeito e predicado. Na sentença, retirada duma história para crianças: “O porquinho foi ao mercado”, o sujeito, ou de quem se fala, é “O porquinho”. O que se diz a respeito dele, a saber, que ele “foi ao mercado”, é o predicado. Os códigos animais não ligam as idéias deste modo.

Em contraste com os animais, os humanos não só conseguem captar esta e todas as demais relações gramaticais de grupos de palavras, mas também podemos variá-las para expressar diferentes pontos de vista. Por exemplo, podemos afirmar que o porquinho foi ao mercado, mas também podemos negá-lo, simplesmente transformando a declaração numa “negativa”: “O porquinho não foi ao mercado.” Podemos mudá-la do passado para o presente: “O porquinho vai ao mercado.” Ou podemos transformá-la em pergunta: “Foi o porquinho ao mercado?” Uma sentença simples torna-se assim a base para muitas outras que não temos de aprender separadamente. Mas, fazer tais transformações também exige outra habilidade . . .

Objetividade

Para fazer as transformações exigidas pela vida diária, o orador precisa poder manter distância, por assim dizer, da mensagem, não relacionando cada elemento apenas a si mesmo. Isto é chamado de “objetividade”. Ao invés de só poder dizer “Eu coloquei a caixa azul sobre a caixa vermelha”, por exemplo, o comunicador objetivo pode dizer: “A caixa azul se acha sobre a caixa vermelha.”

Por isso, quando as coisas andam mal com o cérebro humano, a capacidade de fazer transformações objetivas amiúde falha. Devido a isso, alguns esquizofrênicos, para exemplificar, têm dificuldade em fazer a transformação negativa. Sendo-lhes dada a sentença, “Ele comerá maçãs” e se lhes pedindo que a transformem em negativa por acrescentarem o não, amiúde dirão “Ele comerá peras” ou laranjas, ou alguma outra fruta, ao invés de “Ele não comerá maçãs”.

Embora certos chimpanzés tenham sido treinados a usar sistemas simplificados de sinais (não articulados) que os homens inventaram para eles depois de centenas de horas de treinamento, ainda possuem capacidade limitadíssima de fazer tais transformações objetivas. Não conseguem ir além da objetividade de uma criancinha de dois anos. Mas, lembre-se de que, seja qual for o pequeno controle que os bebês humanos possuam nessa idade, desenvolve-se sem qualquer treinamento! E sua capacidade de usar processos de linguagem cada vez mais complexos, dentro de apenas alguns anos mais, deixa os chimpanzés muito, muito para trás mesmo.

Fonte da Linguagem

Noam Chomsky, proeminente lingüista, sugeriu que esta habilidade lingüística ímpar tem de ser, até certo ponto, inata, ou “congênita”. De que outra forma, indaga ele, podemos explicar a rapidez e a complexidade do desenvolvimento lingüístico das crianças pequenas que ainda possuem faculdades não desenvolvidas? Os adultos que tentam aprender novo idioma podem avaliar a amplitude de tal consecução.

Afirma a Encyclopœdia Britannica:

“Portanto, é claro que todos os humanos trazem ao mundo a faculdade inata de aquisição da linguagem, do uso da linguagem e da construção gramatical . . . A criança humana logo consegue construir novas sentenças gramaticalmente aceitáveis à base da matéria que ela já ouviu; diferente do papagaio na sociedade humana, ela não se limita à simples repetição de sentenças inteiras.” — Ed. 1976, Macropædia, Vol. 10, p. 650.

Os animais não possuem este senso “inato” de aquisição da linguagem. Até mesmo os chimpanzés altamente treinados, que recentemente adquiriram fama, só usaram simples sistemas de sinais inventados pelos humanos, ao passo que suas próprias comunicações naturais são, em geral, simples sinais de reflexos, na maioria chamadas e gestos de per si. E tais primatas, embora os evolucionistas afirmem ser os “membros do reino animal mais próximos do homem, em sentido genético”, em realidade “mostraram-se altamente resistentes à aquisição de linguagem [vocal]”. — Idem, p. 649.

Se a linguagem vocal humana não encontra suas raízes no reino animal, como então teve início? Foi por meio de grunhidos, gemidos e chiados de algum homem primitivo, evolucionário, no esforço de comunicar-se com outros de sua espécie? “Deveríamos, então, esperar encontrar tal linguagem em uso entre grupos primitivos e atrasados de baixo padrão de civilização”, escreveu o professor de letras da Universidade de Colúmbia EUA, Mario Pei. Mas, “esse, enfaticamente, não é o caso. O contrário é que é verdade. As línguas dos grupos primitivos são, via de regra, de estrutura complexa, ao passo que as línguas dos grupos mais civilizados parecem tornar-se mais complexas e complicadas quanto mais remontarmos em sua história”. — Voices of Man (Vozes do Homem), p. 21.

As línguas se tornam mais complexas à medida que recuamos no tempo? Isso certamente não parece evolucionário, parece? Tal ponto foi observado pelos lingüistas honestos. À guisa de exemplo, John Lyons, na introdução do artigo “A Biologia da Comunicação no Homem e nos Animais”, de J. C. Marshall, no livro New Horizons in Linguistics (Novos Horizontes na Lingüística), escreveu:

“Marshall fornece um sumário da evidência disponível, e tira a conclusão de que a hipótese evolucionária, conforme relacionada à linguagem, longe de ser confirmada pela pesquisa recente, não tem base empírica [experimental].” — 1970, p. 229.

Com efeito, continua Lyons: “A linguagem é radicalmente diferente de todas as formas conhecidas de comunicação animal, e ‘apesar do vasto acúmulo de conhecimento, os peritos ainda não conseguiram propor uma teoria biológica da linguagem’ (P. 241).” Similarmente, o Professor Pei observa que “não é de admirar que os lingüistas, à parte dos filósofos, tenham renunciado ao tópico da origem da linguagem, ao ponto em que a Société de Linguistique de Paris proscreveu esse assunto como tópico de trabalhos literários”. — Voices of Man, p. 22.

Por que o assunto das origens da linguagem é tão frustrador para os lingüistas? Não será porque toda a evidência sólida aponta numa direção que não desejam ir — para longe da teoria da evolução? Assim, afirma Pei: “Esta parte do problema, pelo que parece, é insolúvel. . . . Se [a linguagem] surgiu pela ‘natureza’, o que queremos dizer com ‘natureza’? O acaso cego? Um Ser Supremo inteligente?” — Ibidem.

Será que sua resposta a tal pergunta também será manietada pelo preconceito evolucionário? Ou aceitará a linguagem como aquilo que realmente é — dádiva maravilhosa e ímpar do Ser Supremo o único cujo nome é Jeová?

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