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  • Onde o rio e a floresta são amigos do homem

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  • Onde o rio e a floresta são amigos do homem
  • Despertai! — 1977
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Despertai! — 1977
g77 22/11 pp. 9-12

Onde o rio e a floresta são amigos do homem

Do correspondente de “Despertai!” em Papua Nova Guiné

AUMENTA cada vez mais a necessidade humana de energia produzida por meio de fontes prontamente disponíveis. Tal necessidade trouxe grande massa de cientistas, engenheiros, técnicos e operários a uma região um tanto desconhecida da terra — a bacia fluvial de Purari, em Papua Nova Guiné. Há aqui vastas florestas tropicais e uma abundância de massas aquosas não represadas, provenientes de muitos sistemas de rios e montanhas, representando amplas reservas por enquanto virtualmente inaproveitadas pelo homem.

Nutrem-se esperanças de que tais recursos possam ser utilizados a fim de gerar energia elétrica com o mínimo de poluição possível para o meio ambiente. Imagina-se que isto vai significar um surto de prosperidade para o povo, de crescimento econômico e de progresso geral para um país em rápido desenvolvimento.

Todavia, Papua Nova Guiné talvez lhe signifique apenas um nome. Ou, talvez, imagine-o como um lugar distante e remoto. Qual é realmente sua aparência geral? Onde se localiza este rio Purari? E que mudanças traria um gigantesco sistema hidrelétrico para esse país interessante? Venha conosco e veja por si mesmo.

Montanhas Escarpadas e Redes Fluviais

A Papua Nova Guiné compreende a parte oriental da Nova Guiné continental, a maior ilha do mundo depois da Groenlândia. Situa-se logo ao norte da Austrália. Junto com numerosas ilhotas e arquipélagos, esta massa difusa de 600 ilhas representa a ponta oriental do grande arco de dobras montanhosas que se estende do Himalaia e da Malásia pelo Pacífico adentro. Inclui algumas das regiões montanhosas mais escarpadas e perigosas do mundo. Não raro, estas cadeias são bem altas, muitos de seus picos atingindo mais de 4.000 metros de altitude. Aqui encontramos gargantas alcantiladas, vales pitorescos e trovejantes quedas-d’água. Deveras, trata-se dum país mui ímpar e interessante.

As cabeceiras do rio Purari têm sua origem aqui, nos altiplanos, no mais alto pico de Papua Nova Guiné, o Mte. Wilhelm. A medida que essas redes de rios das montanhas deixam suas maiores elevações, formam o principal curso fluvial, o rio Purari. Este serpenteia pelas baixas florestas e pantanais tropicais, ao longo do Golfo de Papua, por fim desaguando suas águas lentas e lamacentas no Mar de Coral.

O povo desta terra tropical variada é tão interessante quanto o cenário.

Tribos dos Altiplanos e Moradores das Costas

Os primitivos habitantes de Papua Nova Guiné viviam do solo ao seu redor. Eram caçadores e colhedores de alimentos. Com o passar do tempo, o povo começou a adquirir conhecimento de horticultura e a cultivar plantas. Atualmente já se estabeleceu quase uma economia de auto-sustentação. As plantas comuns das regiões tropicais — o taro, o inhame, a banana, a cana-de-açúcar, a fruta-pão, o sagüeiro e o coqueiro — constituem a maior parte da dieta. Sempre há também muitos porcos, cães e galinhas.

O povo vive ao longo das faixas costeiras e, às vezes, em ilhas densamente arborizadas ou em cordilheiras selváticas e nos altiplanos escarpados. Vivendo, amiúde, isolados uns dos outros, preservaram costumes e tradições distintos, bem como 700 ou mais línguas e dialetos. O povo há muito se dividiu em grupos e clãs, vivendo freqüentemente em aldeias edificadas às margens dos rios ou em povoados remotos ao longo das cordilheiras montanhosas, banhadas pela chuva. Todavia, não importa quão variadas sejam quanto a tribos, clãs, costumes e línguas, as pessoas partilham em comum duas amigas inestimáveis — as águas do rio e as florestas naturais do país. A vida vegetal varia das florestas pantanosas e das terras baixas da’ planície costeira até o musgo e a vegetação alpina. As águas do rio são uma necessidade para sustentar a vida. Para o caçador, as florestas significam aves e animais para sua alimentação, bem como pele e plumagem brilhante para adorno pessoal.

Nas clareiras próximas das aldeias e povoados, o povo planta suas hortas. Da floresta, obtêm madeira para esculpir, implementos hortícolas, lanças, arcos e flechas, porretes e outras armas para a luta e a caça. Adicionalmente, a floresta lhes supre o combustível, a casca e as fibras para roupas. Fornece-lhes a maioria para as moradias, o colmo para os tetos e o material para as paredes. Constroem pontes de bambu e de taquara sobre rios e gargantas. Os moradores das costas também se voltam para a floresta. De materiais dela escavam suas canoas, fazem redes e armadilhas de pescar. A floresta fornece as fibras necessárias para construírem suas grandes embarcações de troncos múltiplos. Nos amplos pantanais que cercam o rio Purari, a canoa escavada dum tronco é praticamente seu único meio de transporte, pois tais pessoas não usam veículos com roda nem animais de carga. Sim, na verdade a floresta realmente é sua amiga.

Abundantes Recursos de Madeira

Aproximamo-nos agora da pitoresca faixa litorânea, vindo do Mar de Coral. Saúdam-nos coqueirais que orlam as praias de ambos os lados do estuário do rio Purari. Indo lentamente rio acima, chegamos ao pantanal de maré onde encontramos mangues. Daí surgem os pantanais com gramíneas e os pantanais de palmeiras, onde o homem ainda pode defrontar-se com o crocodilo.

Deixando para trás os pantanais, chegamos nas luxuriantes florestas tropicais das terras baixas. Em geral, elas são alcantiladas, muitas árvores grandes formando um dossel sombreado, algo semelhante a um grande guarda-sol para que cresçam por baixo as palmeiras, as vinhas e as canas. Espera-se que destas florestas virtualmente intocadas se possam obter as madeiras necessárias para a construção de represas, usinas geradoras de energia, alojamentos para a força operaria e coisas semelhantes.

Prosseguindo viagem rio acima, acercamo-nos das regiões montanhosas do interior. Aqui o Purari assume a aparência dum rio de montanha escarpada, com traiçoeiras corredeiras e quedas-d’água. A uma altitude superior a 1.000 metros, as florestas equatoriais cedem lugar à floresta da região montanhosa mais baixa, onde as árvores geralmente não possuem os grandes dosséis vistos antes. Esta floresta é dominada por árvores da família do carvalho. Uma notável caraterística; de certas áreas é o aparecimento dos pinheiros Klinki, árvores naturais de Papua Nova Guiné. Algumas delas atingem 85 metros, tendo um diâmetro de 2 metros.

Acima de 2.100 metros de altitude, a floresta da região montanhosa mais baixa cede seu lugar à floresta montanhosa. Esta se estende até uma altitude de cerca de 3.350 metros e, com freqüência, é dominada por uma espécie de faia chamada Nothofagus. Aqui encontramos uma variedade de conífera. Em altitudes mais elevadas, a floresta se torna um tanto tolhida em seu desenvolvimento, e de aparência coberta de musgo. Pode-se também ver altos pandanos, ou bancalés. Perto das cabeceiras de muitos riachos das montanhas, a flora alpina em geral se restringe a tufos, samambaias arborescentes e arbustos. Chegamos ao fim de nossa jornada, corrente acima. Diante de nós acha-se o pico rochoso do Mte. Wilhelm.

Em adição às florestas da área do rio Purari, encontramos extensivos gramados, tanto nos vales dos altiplanos como nas regiões baixas. Dominados por uma gramínea chamada Kunai, estes gramados se desenvolveram em resultado do uso freqüente do fogo para limpar áreas para hortas e para obrigar os animais a sair de seu esconderijo, quando os homens caçam.

Vastos Recursos Aquosos

Visto que a altitude da área da bacia varia do nível do mar até cerca de 4.700 metros, o clima varia grandemente. Vai de quente e úmido no delta e regiões baixas, até o frio, com geadas ocasionais, e raros casos de neve, nos mais altos picos montanhosos. A Papua Nova Guiné não possui nenhum verão ou inverno definidos, apenas períodos ”úmidos” e “secos”. Estes dependem das duas estações predominantes, as monções do noroeste ocorrendo de dezembro até maio, e os ventos alísios, de maio a dezembro.

Em média, a precipitação pluvial em toda a área de captação é de 3.700 milímetros. Com sua alta proporção de terrenos escarpados e chuvas pesadas, a bacia do rio Purari possui significativo potencial hidrelétrico. A rede fluvial que forma o rio principal desce dos altiplanos por meio de gargantas íngremes e estreitas, tornando uma caraterística comum os locais de possíveis represas. O potencial de aproveitamento das águas desta bacia é deveras tremendo. Ao passo que a necessidade de tais enormes quantidades de energia elétrica talvez não surja ainda por muito tempo, a presença de tais enormes potenciais, numa região de rápido desenvolvimento, é encorajadora para os planejadores.

O Que o Futuro Poderá Trazer

À medida que cientistas, técnicos e operários trabalharem para a conclusão deste projeto de engenharia, que envolve represas, túneis, usinas de força e linhas de transmissão, trarão mudanças de longo alcance, e permanentes, não só ao país, mas também para a maioria das pessoas que vivem na área de captação do rio Purari. Será um despertamento para o século vinte do homem moderno. O primeiro impacto estará ligado à inundação de casas e terrenos. As pessoas terão de ser transferidas para outro lugar. Um habitat ímpar de vida selvagem, de valor tanto para os moradores locais como para o sistema ecológico tropical, será destruído nas áreas cobertas pela água. Os cientistas, os economistas, os conservacionistas e outros, terão de realizar estudos cabais para assegurar o desenvolvimento progressivo desta região.

As autoridades governamentais já estão contemplando os promissores benefícios econômicos advindos desse projeto. Por utilizar as estradas de acesso aos locais das barragens, poder-se-iam estabelecer grandes indústrias madeireiras. Acha-se prontamente disponível a madeira de lei, possibilitando a fabricação de compensados, folheados, madeira industrializada e polpa de madeira, para se mencionar apenas alguns produtos produzidos por tais indústrias. A indústria madeireira de Papua Nova Guiné dispõe de excitantes possibilidades, e já se acha nos umbrais de rápido crescimento e de diversificada expansão. Os descendentes dos habitantes das florestas, de antanho, emergem rapidamente como operários treinados e capazes. Existem amplas áreas bem apropriadas para irrigação. Por isso, é de esperar-se o desenvolvimento de indústrias agrícolas e criação de gado. Com a eletrificação rural e o desenvolvimento da energia hidrelétrica, o potencial para o desenvolvimento industrial parece ser grande.

Não se deve esquecer o comércio turístico cada vez mais popular. O turismo já teve bom início neste país. Além dos lindos cenários, há variadas atrações nativas e de vida selvagem. O artesanato bem organizado também contribui para a ímpar atmosfera tropical deste país.

No passado, o rio Purari era “amigo” dos habitantes de Papua Nova Guiné. Luxuriantes florestas de seu lar ilhéu também lhes serviam bem. Mas, apenas o tempo dirá até que ponto o homem moderno achará que as águas e florestas deste país são seus “amigos”.

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