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  • g78 8/3 pp. 21-25
  • O que acontece quando falta energia?

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  • O que acontece quando falta energia?
  • Despertai! — 1978
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  • Saqueadores e a Polícia
  • Ocasião Atarefada Para os Bombeiros
  • Azáfama nos Hospitais
  • Que Dizer dos Metrôs e Elevadores?
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Despertai! — 1978
g78 8/3 pp. 21-25

O que acontece quando falta energia?

O DIA 13 de julho de 1977 foi um dia quentíssimo e muito úmido em Nova Iorque. Por volta das 21,30 horas, entoava-se o cântico final num Salão do Reino, no sudeste do distrito de Brooklyn. Subitamente, as luzes se apagaram, o sistema de ar condicionado parou de funcionar e as luzes de emergência se acenderam.

“Faltou energia”, disse o ancião que presidia no momento. “Trata-se duma noite quente, com muitos aparelhos de ar condicionado e ventiladores em funcionamento. Não há nada com que nos preocuparmos. As luzes de emergência os habilitarão a ver o bastante para pegar seus pertences e deixar o salão.”

Morando numa área residencial comparativamente tranqüila de Brooklyn, os presentes não ficaram grandemente perturbados com o ocorrido. Depois de se terminar a reunião com uma oração, conversaram breve e amigavelmente. Daí, alguns decidiram investigar as coisas do lado de fora. Ficaram surpresos de ver que os quarteirões vizinhos também tinham ficado mergulhados nas trevas. A maioria dos assistentes, porém, pensou que a falta de energia fosse local.

Fizeram-se arranjos para que todos no salão obtivessem o transporte de volta para suas casas. Um grupo de carro, composto de dois casais e um rapaz, teve de atravessar 11 quilômetros de Brooklyn. Levando consigo outro membro da congregação, uma senhora que morava perto deles, logo partiram. Não havia muitos veículos nas roas, e a falta de sinais de trânsito não apresentava grande problema. Depois de deixar a senhora em casa, continuaram a seguir por uma avenida movimentada, a caminho para a via expressa mais próxima. Nos cruzamentos, o trânsito estava congestionado, e parecia haver pouca esperança de ir adiante. No entanto, notando o problema, alguns rapazes arriscaram-se a sair de seus carros e começaram a orientar o trânsito por meio de faroletes. Graças a seus elogiáveis esforços, muitos conseguiram chegar à via expressa sem dificuldades.

Certamente foi um alívio para o grupo de cinco pessoas que se dirigia para casa. Não morando em Nova Iorque na ocasião do último grande blecaute, em 1965, as senhoras começaram a falar em quão excitante era testemunhar um colapso de energia. Mas, o rapaz comentou, com sobriedade: “É preciosíssimo. Imaginem as pessoas presas nos metrôs e nos elevadores. Estou pensando nos outros que realizaram suas reuniões esta noite. Espero sinceramente que tudo tenha corrido bem com eles.” Ao irem mais adiante, tornou-se evidente que toda a cidade mergulhara em completas trevas. Apenas aqui e acolá podiam-se ver luzes nos blocos de edifícios que dispunham de seu próprio fornecimento de energia.

Saqueadores e a Polícia

Mas, o que acontecia na escuridão? A julgar pelo que ocorrera em 9 de novembro de 1965, quando Nova Iorque sentiu extensivo blecaute, poder-se-ia concluir que havia poucos motivos para se preocupar com possíveis desordens civis. Com efeito, naquele dia de 1965, houve menos detenções do que no mesmo período, em outras épocas.

A quarta-feira, 13 de julho de 1977, foi diferente. Era uma noite quente e havia muita gente nas ruas. Isto se dava, em especial, nas áreas em decomposição da cidade. Que fariam eles e outros, sob o manto da escuridão — aproveitariam a oportunidade para ajudar outros ou de servir-se das coisas que não lhes pertenciam?

A resposta veio quase que de imediato. Um policial seguia sua ronda regular na parte sudeste de Brooklyn quando o rádio da polícia soou o aviso de que se esperava a falta de energia. Daí, veio o blecaute. Em menos de um minuto, pelo rádio da polícia, ouviu dizer que o saque já começara.

Nessa noite, os policiais ficaram quase que sobrepujados pelos simples números e quase nada podiam fazer além de dispersar as multidões e recuperar parte do saque. Corriam também perigo de receber garrafadas, pedidas, tijoladas e balas de francoatiradores. Felizmente, nenhum policial foi morto, embora centenas de policiais ficassem feridos.

O saque não cessou com a aproximação do dia. E, enquanto os policiais guardavam lojas que haviam sido arrombadas, os saqueadores vendiam itens que tinham roubado durante a noite.

Uma testemunha ocular do saque, em Manhattan, conta o que viu de uma janela do décimo primeiro andar: “As ruas estavam cheias de gente — homens, mulheres e crianças. Parecia um comício ou um jogo de beisebol. Em toda a parte arrombavam-se lojas. Certo homem, de carro, tinha um grupo de jovens que o ajudavam a enchê-lo de itens roubados. Outros amontoavam itens nas calçadas. Sempre que um carro-patrulha se aproximava, as pessoas se espalhavam. O máximo que a polícia podia fazer era confiscar os itens saqueados que estavam empilhados na calçada.”

De outros bairros, os relatos eram os mesmos. Com a ajuda de correntes, pés-de-cabra, da força bruta e da força de carros, caminhões ou camionetas, os pilhadores rompiam as portas protetoras. Amiúde quebravam vitrinas com latas metálicas de lixo retiradas das calçadas. Daí, as lojas eram invadidas. Estranhamente, alguns pilhadores consideravam-se como pessoas bem respeitáveis. Uma senhora, do Bronx, comentou: “Sabe, nós não éramos animais aqui. As pessoas esperavam sua vez de penetrar pelas vitrinas quebradas, e ninguém emparrava outros nem tentava passar na sua frente.” No entanto, às vezes, os pilhadores brigavam por causa dos itens roubados. Numerosas lojas, depois de esvaziadas de suas mercadorias, foram incendiadas.

Calculadamente 2.000 lojas foram saqueadas. As perdas totais, segundo inicialmente se imaginava, ultrapassavam um bilhão de dólares. De uma concessionária de automóveis, no Bronx, foram roubados cinqüenta carros, no valor de cerca de US$250.000. Menos de um dia depois do fim do blecaute, acharam-se trinta desses carros. Todos estavam danificados a ponto de não haver mais conserto. Amiúde, o que os pilhadores não conseguiam levar, eles destruíam. Em resultado de sua devastação, partes das comunidades em decomposição começaram a se parecer com zonas devastadas pela guerra.

A polícia prendeu menos de 3.000 pessoas por saques. Uma amostragem de 300 criminosos revelava que 70 por cento deles já haviam sido presos antes. Milhares de saqueadores, porém, conseguiram safar-se e se jactavam vergonhosamente do que haviam surrupiado. Entre eles havia pessoas com bons empregos. Ao retornar ao trabalho, na sexta-feira, um senhor se orgulhou de mostrar a um colega uma longa lista de itens que havia saqueado. Com efeito, havia roubado tanto que falava em dar coisas aos que precisavam delas. Resumindo a atitude de muitos pilhadores havia as palavras de um jovem, ditas a uma dona de loja que contemplava seu estabelecimento demolido: “E o nosso Natal.”

Ocasião Atarefada Para os Bombeiros

Incêndios premeditados, junto com as emergências causadas pelo blecaute, resultaram numa exaustiva carga de trabalho para os bombeiros. Típico do ocorrido é o que narra este breve relato de um deles:

“Comecei a trabalhar à meia-noite. Um senhor afligido de enfisema precisava que seu respirador fosse movido por nosso gerador. Terminada tal tarefa, respondemos a uma chamada da área de Brownsville, de Brooklyn. As ruas estavam tão apinhadas que pareciam o Times Square na Véspera do Ano Novo. Pensei que fomos chamados para dispersar a multidão. Mas, que nada. Uma loja estava pegando fogo. Precisei de três tanques de ar para entrar e sair do prédio.

“Quando tal incêndio fora controlado, já dois prédios de apartamentos de seis andares, nas vizinhanças, ardiam em chamas. Depois de ajudar a debelar tal incêndio, nosso carro se dirigiu ao posto dos bombeiros. Nem tínhamos percorrido um quarto da distância de volta quando fomos chamados para ajudar a combater um incêndio reavivado. Cinco carros de bombeiros já estavam no local, e o nosso seria o sexto. Já então eram 6 horas da manhã.

“Duas horas depois, atendemos a um chamado para ajudar o mesmo homem com enfisema. Nosso gerador supriu a energia para o respirador dele. Depois disso, tal senhor foi levado para um hospital.

“Seguíamos mais uma vez para Brownsville. Os carros de bombeiros estavam organizados em equipes. Todos estavam perfilados na rua, prontos para ir a um local de incêndio. Nenhum dos carros que formava essas equipes atendia a alarmes falsos.

“Fomos debelar um incêndio numa loja saqueada na Broadway, em Brooklyn. Foi preciso abrir um buraco no piso para conseguir penetrar no porão. Depois de gastar hora e meia combatendo tal incêndio, voltamos a entrar na fila, esperando dirigir-nos para outro. No local do incêndio seguinte, a rua estava cheia de caixas de papelão de um depósito em chamas, e as pessoas as molhavam.

“Por volta das 13 horas, encontrávamo-nos em frente a outro depósito saqueado. Este incêndio que provocou cinco alarmes era tão intenso que, quinze minutos depois, as paredes ruíram e a estrutura ardeu até tornar-se em escombros. Devido ao tremendo calor das chamas, quatro prédios vazios, do outro lado da rua, pegaram fogo, como também outras casas próximas. Nosso turno de combate ao fogo, de vinte e uma horas, terminou nesse local.”

Azáfama nos Hospitais

Os hospitais próximos às áreas de extensivas pilhagens ficaram ocupadíssimos em cuidar das pessoas feridas a faca e a bala, bem como ferimentos com vidros quebrados. Certo hospital, em Brooklyn, onde pifou o gerador de emergência, estabeleceu serviços de emergência e cirúrgicos do lado de fora. Dois geradores do Corpo de Bombeiros forneceram a energia para os refletores de alta intensidade, que forneceram iluminação para o tratamento de ferimentos do que parecia ser infindável fila de pessoas, mormente adolescentes e dos seus vinte e poucos anos. Em outro hospital em que falhou o fornecimento de energia de emergência, médicos e enfermeiras comprimiam à mão balões de ar até que os ressuscitadores voltaram a operar com energia elétrica. Basicamente, o sistema hospitalar da cidade continuou a funcionar bem, com geradores auxiliares.

Que Dizer dos Metrôs e Elevadores?

Em comparação com o saque e os incêndios premeditados, os problemas resultantes dos metrôs que ficaram parados foram relativamente pequenos. Embora de 175 a 200 trens estivessem em operação na hora do blecaute, apenas sete ficaram detidos durante horas entre as estações. O crédito na redução do problema de trens detidos se deve a um senhor experiente no centro de controle. Ele observou problemas elétricos antes do blecaute e ordenou que todos os trens se dirigissem à estação mais próxima.

Entre os passageiros detidos achava-se uma senhora que sentiu dores de parto. Ela foi a primeira a ser levada para fora do trem. Daí, a polícia ajudou os outros passageiros a sair. Alegadamente, não houve feridos; nem houve nenhum pânico relacionado aos esforços de esvaziar este e outros trens do metrô.

Alguns passageiros que aguardavam os trens do metrô nem sequer se deram conta de que tinha havido falta de energia. Quanto à sua experiência, um rapaz relata: “No momento que ocorreu o blecaute, luzes auxiliares iluminaram simultaneamente a estação, fazendo com que o acontecimento dramático mal fosse notado por mim. Depois de esperar trinta minutos pelo trem, finalmente compreendi que havia algo de errado e dirigi-me para a saída. Quanto mais perto chegava da rua, tanto mais gritos e berros podia ouvir. Vi policiais, clarões, e as pessoas partilharem a luz de suas velas. ‘Um relâmpago estourou uma usina de energia’, gritou um senhor corpulento, com cabelo cortado à escovinha e usando uma camiseta, para um dos muitos transeuntes curiosos.”

O número de pessoas que ficaram presas em elevadores foi surpreendentemente pequeno. Não raro, foram resgatados em muito menos de uma hora. Naturalmente, alguns ficaram presos em andares bem superiores. Por volta de 500 pessoas comiam no restaurante do 107.º andar do Centro Mundial de Comércio quando ocorreu o blecaute. Terminaram de comer à luz de velas, e conseguiram chegar ao térreo por meio dum elevador movido por gerador próprio. No entanto, as trinta e cinco pessoas que estavam no posto de observação do Prédio “Empire State” não se sairam tão bem. Depois de receberem o desjejum com os cumprimentos da gerência do prédio — a metade deles desceu as escadas desde o 86.º andar e por fim chegou ao térreo. Os que permaneceram ali esperaram até que o serviço de elevadores fosse restaurado na tarde de quinta-feira.

Surgem os Oportunistas

Os saqueadores não foram os únicos oportunistas. A medida que os restaurantes ficaram mergulhados na escuridão, numerosos fregueses que jantavam correram para fora, sem pagar suas contas. Muitas pessoas detidas nas lojas durante o blecaute tornaram-se ladrões de loja, apoderando-se do que estivesse ao seu alcance. Houve também gente que pediu preços exorbitantes para itens comuns. Em uma parte do distrito de Queens, pedia-se o preço fabuloso de US$ 3 (uns Cr$ 50,00) por latas geladas de cerveja e soda limonada.

Pontos Brilhantes no Meio das Trevas

No entanto, nem todos, de forma alguma, cederam à pressão de beneficiar-se egoistamente dessa emergência. Quando lhe disseram que podia ganhar muito por vender velas a um preço mais alto, uma dona de loja da zona de Brooklyn Heights recusou-se a ouvir isso. Custavam cinqüenta centavos de dólar antes da falta de energia, e ela continuou a vendê-las por esse preço.

Vindo a saber que cinco rapazes iriam para a mesma zona de Brooklyn, saindo do Bronx, uma senhora se ofereceu a pagar um táxi para todos. Isto habilitou todos a chegar seguros em casa.

Alguns até mesmo admitiram que aquela emergência tinha ressaltado o que havia de melhor neles. Três varões negros e quatro de origem hispanica trabalharam juntos para abrir a porta de um elevador que havia parado entre os andares. Ouviu-se um deles dizer: “Todos são amigos agora, mas, depois de conseguirmos ajudar essa gente a sair do elevador, começaremos a xingar e a brigar de novo.”

Quando uma roda-gigante de 45 metros de altura, num parque de diversões, parou, por causa do blecaute, dezesseis transeuntes pararam para ajudar. Puxaram a roda-gigante com as mãos, e, assim, tornou-se possível que os usuários descessem.

Homens e mulheres dirigiram-se às delegacias policiais, declarando sua disposição de ajudar a dirigir o trânsito, participar em patrulhas de segurança e ajudar os pedestres perdidos. Outros nova-iorquinos forneceram serviços de escolta.

Em certos casos, a falta de energia, que em algumas zonas da cidade durara vinte e quatro horas, uniu mais as pessoas. Houve gente que sala à rua e, ali, conversava com vizinhos com os quais não falavam por muitos anos. Um casal, cujo divórcio seria consumado em três meses, veio a Nova Iorque para uma “festa de divórcio”, e ficou preso no 38.º andar dum hotel, durante o blecaute. Acabaram conversando longamente um com o outro. Com que resultado? Decidiram salvar seu casamento.

O Que Teria Feito?

Na verdade, os tempos de crise podem expor publicamente o que realmente há no coração das pessoas. Disse a revista Time, de 25 de julho de 1977: “Os behavioristas crêem em geral que, dada uma combinação similar de total escuridão, calor sufocante e ira frêmita por parte duma subclasse, grande parte do mesmo tipo de saque turbulento poderia irromper em quase qualquer cidade dos E. U.” Com base na história recente, o mesmo poderia ser dito de muitas cidades de outros países. Isto faz com que seja apropriado perguntar a outros: O que teria feito? Teria visado os interesses de outros, procurando satisfazer as necessidades deles? Ou, teria pensado apenas em seu próprio bem-estar e no de alguns conhecidos, talvez correndo para casa sem verificar o que poderia fazer para ajudar naquela emergência? Pior ainda, ter-se-ia apropriado dos bens de outros, sem pensar no dano que causava aos donos de lojas e ao seu próximo, que se veriam privados de áreas vizinhas de compras e, assim, se veriam obrigados a tomar o transporte público para obter suas necessidades diárias?

Em realidade, não é preciso uma crise para revelar o que o leitor ou seus vizinhos teriam feito numa situação similar. O que a pessoa faz, no dia-a-dia, indica se é ou não correta e honesta. “Quem é fiel no mínimo”, afirma a Bíblia, “é também fiel no muito, e quem é injusto no mínimo, é também injusto no muito”. (Luc. 16:10) Empenha-se em ser fiel no mínimo, de modo que sua presença durante uma emergência seja uma bênção, e não uma maldição, para outros?

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