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  • Meu divórcio — uma segunda oportunidade na vida?

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  • Meu divórcio — uma segunda oportunidade na vida?
  • Despertai! — 1978
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  • Por Que Essa Decisão
  • Ajustes Feitos
  • Interesse no Bem-Estar dos Filhos
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Despertai! — 1978
g78 8/6 pp. 9-13

Meu divórcio — uma segunda oportunidade na vida?

ENQUANTO estava sentada, ao lado de meu advogado, no gabinete do juiz, povoavam-me a mente os pensamentos sobre minha impendente liberdade. Em questão de algumas horas, estaria livre para namorar, para ir onde quisesse, para fazer minhas próprias decisões — livre para fazer o que quisesse!

Nesse momento, em dezembro de 1974, não havia muita coisa mais, além de minha liberdade, que eu realmente desejava na vida. Tinha 29 anos, e era mãe de dois filhos. Tinha bonita casa, num subúrbio tranqüilo do norte de Ohio, EUA, e um emprego sólido numa agência seguradora, onde trabalhava desde que me formara do ginásio. Calculava que possuía a maioria das coisas que toda mulher almeja — filhos, um lar, e um bom emprego. O maior erro que incorrera na vida — meu casamento — estava prestes a ser apagado, com um golpe da caneta do juiz.

A trama de nossa sociedade promíscua aumentara meu desejo de liberdade. Os padrões morais mudaram radicalmente desde que me casara, lá em 1966. Agora, poderia experimentar todas as coisas de que as jovens falavam no escritório — ‘ficar na minha’, e não ser responsável perante ninguém. Eu realmente iria aproveitar esta minha segunda oportunidade. Havia tantos lugares a que eu desejava ir, e tantas coisas que desejava fazer.

Estava segura de que poderia lidar com o que desse e viesse. Tinha lido muitos livros sobre o divórcio. E, com as informações que colhera dos livros, junto com o “conhecimento” obtido dos dramas de TV e dos cochichos do escritório, estava toda pronta para sair e realmente gozar a vida.

Por Que Essa Decisão

Meus oito anos de casada não me deixaram nada, exceto recordações infelizes. Nossa casa se tornara como um motel, apenas um lugar onde se comer e dormir. Eu e meu marido trabalhávamos fora, supostamente para que nossos filhos tivessem uma vida boa. Quando não estávamos trabalhando, gastávamos nosso tempo juntos discutindo. Raramente gastávamos tempo com os meninos, pois estávamos muito ocupados — meu marido tentava ganhar ‘muito dinheiro’.

Ainda assim, a decisão de divorciar-me não foi fácil. Nunca houvera um divórcio em nossa família, em mais de cinco gerações. Mas, depois de outra de nossas discussões violentas, finalmente decidi que não poderia continuar vivendo em tais condições.

Quando decidi inicialmente divorciar-me, não disse a ninguém, exceto a uma amiga íntima e a meus pais. Calculei que eu mesma me metera nessa confusão, e sairia dela do mesmo jeito. Bem, não demorou muito para que as notícias circulassem. Muitos de nossos amigos íntimos me deram apoio moral. E conselhos grátis? Bem, certamente houve muitos. No entanto, mais tarde verifiquei que a maioria era incorreta. Mas suas intenções pareciam genuínas, e eu precisava ter alguém com quem conversar, quando entrava em períodos de depressão.

Meus pais receberam as notícias do meu divórcio muito melhor do que esperava. Sempre fora bem apegada a eles, mas não a ponto de palestrar confidencialmente sobre minha vida de casada. Jamais se meteram nela, embora houvesse muitas ocasiões em que estavam a par dos espancamentos e dos maus tratos que eu tinha recebido.

Não me casei senão quando tinha 21 anos, e a maior parte de minha infância foi passada numa fazenda em Ohio. Embora meus pais jamais tivessem dito abertamente quanto eles amavam a mim e ao meu irmão mais moço, demonstravam seu amor por suas ações; não considerávamos necessárias as palavras. Depois que movi a ação de divórcio, soube que meus pais estavam a par da infidelidade do meu marido, mas jamais me disseram isto. Não queriam ferir-me.

Ajustes Feitos

Visto que o processo de divórcio levou quase um ano, consegui fazer gradualmente muitos ajustes. Um deles foi com relação a meu emprego. Devido à mudança na condição marital, era necessário trazer para casa um salário maior. Conversei sobre isso com meus patrões, depois de ser instigada por amigas envolvidas no movimento de libertação feminina.

Disse aos meus chefes que me achava capaz de fazer o serviço dum homem; por isso, tinha direito a um salário maior. Decidiram dar-me oportunidade de prová-lo. Nomearam-me supervisora de três moças com as quais trabalhava antes.

Mas, com o maior cheque de pagamento veio também maior responsabilidade, e, junto com ela, mudanças que nem sempre foram agradáveis. Não mais podia sentar junto das moças e ter longas conversas sobre suas excitantes vidas noturnas. Minha tarefa agora era certificar-me de que elas realizassem seu trabalho. O relacionamento íntimo que antes parecíamos partilhar veio a desaparecer. Elas não mais me consideravam sua confidente.

As coisas em casa não mudaram tanto assim. Continuei a seguir a mesma rotina de ir trabalhar cada dia, levar os filhos até uma babá e cuidar das finanças da família. A única grande mudança foi sair às noites para satisfazer alguns dos meus interesses. Vez por outra, levava meus filhos comigo, especialmente se ia jogar tênis, ou assistir a um novo curso profissional. Planejava algo para quase toda noite da semana.

Minhas amigas ajudavam-me a planejar os fins-de-semana. Combinavam encontros, apresentando-me a outras amigas divorciadas. Logo aprendi um fato importantíssimo — eu não era diferente da maioria das outras divorciadas. Certa noite, numa discoteca, sentei-me a uma mesa junto com dezesseis pessoas divorciadas. Durante cinco horas, ouvi contarem quão podres eram seus ex-cônjuges, e como tinham sido consideradas sem valor. Pensar-se-ia que alguém tocava um gravador, apenas alterando nomes. Estavam tão cheias de pena de si, e/ou de bebida alcoólica, que pouco se importavam qual era sua direção na vida.

Algo que todas as divorciadas parecem partilhar em comum é a solidão. Mas, seria a solução sentar-se num bar, bebendo sua cerveja e lamuriando-se? Muitas terminam indo para casa com um parceiro, para passarem uma noite “significativa” . . . na cama. Depois de continuar nesse ritmo por cerca de seis meses, mamãe mui jeitosamente me fez ver que a vida que eu levava não era diferente da do meu ex-marido.

Finalmente compreendi que havia algo mais na vida do que aquilo que eu fazia. Olhando para meus filhos, perguntei a mim mesma: “Se estivesse no lugar deles, sentiria orgulho de minha mãe? Desejo esta vida para eles?” Quando não estavam com uma babá, ficavam na casa duma amiga, enquanto eu saía.

Interesse no Bem-Estar dos Filhos

Decidi interessar-me mais ativamente por meus filhos. Embora só tivessem sete e cinco anos, tinham muito maior visão do que a que eu lhes atribuía. Certo domingo, disse aos garotos que os levaria à igreja; nenhum dos dois estivera numa antes. Visto que eu e meu marido pertencíamos a religiões diferentes, nunca conseguimos decidir a que igreja freqüentar. Assim, simplesmente não freqüentamos nenhuma.

Sofri um grande abalo, certo dia, quando meu filho caçula me perguntou: ‘Deus tem filho?’ Fiquei atônita de pensar que meus filhos não tinham nenhum conhecimento de Deus, e, ainda assim, ao rememorar meus oito anos de casada, podia ver a razão. Eu e meu marido estávamos tão atarefados em que tivessem uma ‘vida boa’ que jamais pensamos sobre religião. A única vez em que ouviam falar de Deus ou de Cristo era quando eu e meu marido discutíamos, e nessas ocasiões os nomes deles eram usados de modo profano.

Certa noite, quando assistia a uma sessão livre na escola, encontrei uma vizinha a quem não via já há algum tempo. Cerca de cinco anos antes, ambas estudáramos a Bíblia com uma Testemunha de Jeová, mas eu parara depois de apenas dois estudos, porque meu marido me ameaçara com medidas violentas caso eu continuasse. Perguntei-lhe como ia a Testemunha, explicando que estava preocupada por ter dois filhos para criar que não tinham conhecimento algum de Deus, ou da Bíblia. Ela fez, de imediato, arranjos para que a Testemunha me visitasse. Dois dias depois, ela veio.

Ajuda Recebida

Por uma hora por semana, sentávamos e discutíamos meus problemas. A Testemunha me mostrava como aplicar os excelentes princípios da Bíblia. Por exemplo, eu era um tanto relapsa em disciplinar os garotos. Afinal de contas, eu os privara dum pai, e, sendo o único genitor, não queria passar todo o tempo gritando com eles. Não lhes estava mostrando amor por deixar de discipliná-los?

Não, segundo a Bíblia, foi o que aprendi. Mostrou-se-me o texto de Provérbios 13:24, que diz: “Quem refreia a sua vara odeia seu filho, mas aquele que o ama está à procura dele com disciplina.”

Eu apreciava cabalmente o conhecimento que adquiria. Nunca compreendi antes que a Bíblia possui um tema principal — o reino de Deus — o Reino pelo qual oramos cada vez que rezamos o Pai-Nosso. (Mat. 6:9, 10; Luc. 4:43) Este reino regerá a terra toda, e seus súditos não terão de morrer e deixar atrás seus entes queridos. Aprender tais coisas começou a me trazer a felicidade que eu procurava, felicidade esta que podia partilhar com meus filhos.

Logo comecei a freqüentar as reuniões no Salão do Reino local das Testemunhas de Jeová, e verifiquei tratar-se duma experiência que realmente acalenta o coração. Ali, não vi crianças correndo de um lado para o outro, nenhum empurrão ou cotovelada, nenhuma linguagem suja, nenhum grupinho de mulheres tagarelando sobre a vida dos outros. Nunca recebi tão calorosa e amorosa recepção como ali. Ali estavam pessoas que nunca conhecera e que mostravam genuíno interesse por mim e por meus filhos. Seis meses depois, fui batizada em símbolo de minha dedicação para servir ao Deus verdadeiro, Jeová.

“Se Soubesse, Naquele Tempo”

Não pense que não tenho refletido se poderia ter salvo meu casamento se soubesse, naquele tempo, o que sei agora. Vim a aprender que são necessários três “C” para um bom casamento — consideração, cooperação e comunicação.

Eu e meu marido falhamos em cultivá-los. Ficamos tão envolvidos em nossa própria vida que realmente não consideramos um ao outro como deveríamos. Oh, estávamos ocupados — assim imaginávamos — em propiciar uma ‘vida boa’ à nossa família, mas não estávamos alertas aos sentimentos ou às verdadeiras necessidades da família. Começamos a nos afastar, ao invés de cooperarmos juntos. E isto abalava as comunicações.

Apesar do que alguns dizem, os casais não podem solucionar seus problemas todos no quarto de dormir. Talvez tenham maravilhoso relacionamento sexual, mas de que adianta isso se não conseguem sentar-se e conversar sobre seus problemas? Muitos imaginam que, por estarem casados por certo tempo, sabem exatamente o que a outra pessoa pensa. Isto nem sempre acontece, foi o que aprendi de modo duro. Não se pode ajudar alguém quando não se conhece qual é o problema, e adivinhar não fornece a solução, nem, em geral, a oferece o divórcio.

Todavia, milhões de pessoas, hoje, encaram o divórcio como solução. Estão inclinadas a tratar seu matrimônio um tanto igual a um bem material — se a qualidade não satisfaz suas expectativas, livram-se dele e procuram algo melhor. A atenção só é dirigida para dentro de si — para o que agrada e satisfaz à própria pessoa. A realização pessoal é sublinhada como toda-importante. ‘Tem direito de ser feliz’, afirma a propaganda. ‘Só se vive uma vez, e você merece o melhor.’

Este espírito egoísta me influenciou. Meu principal interesse se tornara a minha própria felicidade — a liberdade de fazer o que eu desejava. Muitas vezes, olho para trás e fico imaginando: ‘Que é mesmo que eu realmente procurava?’ Era apenas divertir-me? Mas, logo compreendi que a vida envolve muito mais do que simplesmente dançar e ‘divertir-me’ a noite toda em discotecas. Esperava encontrar alguém com quem partilhar minha vida? Assim sendo, realmente esperava encontrá-lo num bar?

Daí, surgiu a dura pergunta: Procurava eu apenas o amor, sem compromisso? Mas, enfrentemos a realidade, isso não é verdadeiro amor; é apenas gratificação. Não traz genuína felicidade. Estou muito feliz de ter despertado e começado a pensar em outros, além de em mim mesma — meus filhos. E quão grata sou de ter sido orientada para onde pude obter a espécie correta de ajuda!

Vida Significativa

Comecei a avaliar o que é o verdadeiro amor. A Bíblia, em 1 Coríntios 13:4, 5, descreve como se manifesta: “O amor é longânime e benigno. O amor não é ciumento, não se gaba, não se enfuna, não se comporta indecentemente, não procura os seus próprios interesses, não fica encolerizado. Não leva em conta o dano.”

Sim, amor é solicitude genuína pelos interesses de outros! É ativo; realiza coisas. E verifiquei que exercer tal amor é a chave para a verdadeira felicidade, assim como Jesus Cristo disse: “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” — Atos 20:35.

Diariamente, observo tal amor como o de Cristo ser praticado entre as pessoas cristãs com as quais agora me associo regularmente. Entre elas não existe linguagem suja, bebedice, menosprezo a outros, ou piadas sujas, para ser o animador da festa. Antes, existe uma atmosfera calorosa e amorosa, centralizada na família.

Não é tarefa fácil criar sozinha dois filhos, mas, com o excelente exemplo e ajuda dos concristãos, e a orientação inspirada da Palavra de Deus, os resultados são acalentadores. Os meninos desenvolvem uma boa consciência para com Deus, e começam a pensar mais nos outros do que em si mesmos. Muito embora não tenham pai, vieram a saber que existe um Deus que se importa — Jeová. Minha maior alegria é observá-los crescer em conhecimento e apreço por Este, que jamais abandonará seus servos, mas que os abençoará com vida eterna. (Sal. 133:3) — Contribuído.

[Destaque na página 10]

“Durante cinco horas, ouvi contarem quão podres eram seus ex-cônjuges.”

[Destaque na página 11]

“A única vez em que ouviam falar de Deus ou de Cristo era quando eu e meu marido discutíamos, e nessas ocasiões os nomes deles eram usados de modo profano.”

[Destaque na página 12]

“Logo compreendi que a vida envolve muito mais do que simplesmente dançar e ‘divertir-me’ a noite toda em discotecas.”

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