BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g81 22/9 pp. 5-8
  • A igreja Eletrônica entra em cena

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • A igreja Eletrônica entra em cena
  • Despertai! — 1981
  • Matéria relacionada
  • A igreja Eletrônica causa impacto na política americana
    Despertai! — 1981
  • A enguia-elétrica — maravilha de engenharia
    Despertai! — 1983
  • Cuidado com a eletricidade
    Despertai! — 1973
  • O que vem primeiro — sua igreja ou Deus?
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1970
Veja mais
Despertai! — 1981
g81 22/9 pp. 5-8

Parte 2

A igreja Eletrônica entra em cena

O PREGADOR não usa roupas pretas. Pelo contrário, reluz num terno branco, de poliéster. Não preside num altar, mas movimenta-se num palco de vários degraus, na sua “catedral” da TV, coberto de holofotes. Brilhando como espelho, com cada degrau demarcado por luzes intermitentes e numerosos cenários mudando constantemente, o palco em si parece ser o astro do espetáculo.

É hora de oração, mas não é uma oração comum. O pregador pára diante de uma mesa cheia de cartas de sua “chave de oração em família” e dobra um dos joelhos diante da mesa, com as mãos reverentemente juntas. Seu bem-alinhado coro toma posição, formando um semicírculo atrás dele. Enquanto o orador ora, o coro canta baixinho, os lábios de cada membro apenas ‘acariciando’ o microfone, no estilo de clube noturno.

No fim da oração entra um videoteipe, fazendo propaganda da “chave de oração familiar” do pregador. É feito de modo bem profissional. Uma senhora idosa, obviamente devota e solitária, é apresentada escrevendo uma carta ao pregador. Em voz alta, ela conta como sua solidão e a maioria de seus outros problemas desapareceram desde que se juntou à “chave de oração familiar”.

Voltamos agora ao pregador, no momento exato do seu sermão. A Bíblia não é agitada. O sermão é “frio”, com jargões de TV, o que significa que o pregador lhe fala como o faria se estivesse em sua sala de estar. Vez após vez repete a mesma coisa. Se quiser que suas orações sejam respondidas, terá que juntar-se à “chave de oração em família”. O que tem a “chave” a ver com o assunto? “A oração é a chave”, salmeia fervorosamente o pregador, “que abre os tesouros do céu”.

Este é um exemplo do fenômeno que desperta a atenção, na religião norte-americana — a Igreja Eletrônica. Sua recém-adquirida sofisticação e popularidade está causando choques de surpresa nos meios religiosos e políticos, nos Estados Unidos. Seus astros mais brilhantes estão angariando mais dinheiro do que a maioria das grandes denominações norte-americanas. Quem são eles? Donde vieram? O que sustentam?

A Igreja Eletrônica consiste em pregadores de TV que pagam seu próprio horário, o qual é usado para angariar fundos com os quais compram mais horário e assim por diante. Naturalmente, a maioria das emissoras de TV olha com suspeita quanto a vender espaços para um pregador que vai apenas solicitar pagamentos a seus telespectadores, de modo que os pregadores usam métodos meticulosos para evitar dar a aparência de que estão pedindo fundos ao vivo.

Quais são alguns deles? Eles incentivam os telespectadores a escreverem pedindo um distintivo de lapela ou uma “chave de oração” grátis, quando então os telespectadores são colocados numa lista de correspondência computadorizada e daí a venda intensa começa. Ou oferecem um “serviço de aconselhamento” televisado e os que pedem ajuda são mais tarde contatados pelo correio. A correspondência computadorizada fez da Igreja Eletrônica um negócio muito lucrativo. Quão lucrativo? A seguir algumas cifras típicas:

Oral Roberts, anterior curador pela fé, pentecostal, agora metodista, um tanto moderado, 60 milhões de dólares [5,4 bilhões de cruzeiros] por ano.

Jerry Falwell, de Lynchburg, Virgínia, batista, com forte mensagem política, mais de 50 milhões de dólares [4,5 bilhões de cruzeiros], por ano.

Pat Robertson começou o primeiro programa religioso popular com entrevistas de convidados e agora tem sua própria rede de difusão a partir de sua nova sede de 20 milhões de dólares [1,8 bilhão de cruzeiros]. Sua Rede de Difusão Cristã angariou 70 milhões de dólares [63 bilhões de cruzeiros], no ano passado.

Jim Bakker, anterior associado de Robertson, começou seu próprio programa com convidados para entrevistas e sua rede fatura 53 milhões de dólares [4,8 bilhões de cruzeiros] por ano.

Rex Humbard, com sua “Catedral do Amanhã” e seu palco espetacular, angaria 25 milhões de dólares [2,2 bilhões de cruzeiros], ou algo assim.

A lista vai longe. Em suma, os principais astros da Igreja Eletrônica têm condições de gastar centenas de milhões de dólares para comprar horário no ar, a cada ano. De onde os obtêm?

A maioria das pessoas que acompanha a Igreja Eletrônica não é rica. Benjamin L. Armstrong, que cunhou a expressão “Eletric Church” [Igreja Eletrônica], explica: “Como parte do conceito da Igreja Eletrônica, o ouvinte é condicionado a dar.” A maior parte daqueles milhões de dólares chega aos Pregadores Eletrônicos em quantias de US$ 25 [Cr$ 2.000,00] a US$ 50 [Cr$ 4.000,00] de cada vez. Jerry Falwell, por exemplo, talvez receba 10.000 cartas num dia de correspondência normal, mais da metade das quais contendo contribuições.

Um detento em Pontiac, Michigan, ficou surpreso ao receber um pedido de US$ 35 [Cr$ 3.000,00], impresso por computador. Por quê? Ele diz: “A nota impressa a máquina explicava que um amigo meu, que preferia ficar no anonimato, havia . . . solicitado que uma oração especial fosse feita a meu favor, no programa . . . A oração foi feita, mas meu amigo não mandou resposta ao subseqüentemente exigido ‘cartão de donativo’ que lhe fora enviado pelo correio. Faria eu a gentileza de mandar um cheque?”

Às vezes, o lance para pedir dinheiro é mais sutil. “Um dia desses assisti a um programa de TV que epitomou meus temores a respeito de difusões religiosas pagas”, disse certo observador. “O pregador colocou no vídeo dois números de telefone, durante o programa. Um deles poderia ser usado para interurbano a cobrar, pelos telespectadores que quisessem fazer donativos, mas, o outro, para quem quisesse conselhos, não poderia ser discado a cobrar.”

Por que a constante demanda de dinheiro?

Uma razão é que a Igreja Eletrônica tornou-se viável em grande parte graças a uma tecnologia caríssima. A maioria dos responsáveis por programas religiosos jamais poderia competir com a programação normal em rede para as audiências de massa, nos Estados Unidos. Falando sem rodeios, quando aparece um programa religioso na TV, a maioria das pessoas desliga o aparelho. O problema para a Igreja Eletrônica é: Como pode alcançar a minoria dedicada de telespectadores que deseja assistir a programas religiosos?

A solução? “Revoluções na tecnologia de satélites, avanços no uso de computadores, o advento dos sistemas de TV por cabo e novas emissoras convencionais estão transformando os E.U.A. numa aldeia global e tornando economicamente viável uma ‘faixa estreita’ para um número relativamente pequeno de patrocinadores”, conforme destaca a revista Forbes. “Assim, o que acontece se nem todos desejam assistir a um programa religioso? . . . A TV, como as revistas, pode agora atender ao gosto de audiências específicas.”

O resultado é um sistema financeiro diferente para a Igreja Eletrônica. Os telespectadores não patrocinam tais programas indiretamente por comprarem sabões em pó que são anunciados nos espetáculos. Ao invés disso, precisam patrocinar o programa diretamente, por meio de suas contribuições. Solicitar e garantir a continuidade de tais contribuições transformou-se numa maciça operação computadorizada para a maioria dos astros da Igreja Eletrônica. O computador é tão vital para a Igreja Eletrônica como o é o tubo da televisão.

A necessidade constante de levantar fundos enlaça os Pregadores Eletrônicos num ciclo de ‘ou vai ou racha’. Iniciam-se grandes projetos, tais como “catedrais”, universidades ou hospitais, seguidos por desesperados apelos aos fiéis por mais dinheiro para “terminar a obra de Deus”. Conforme disse certo banqueiro local a respeito dum superastro da Igreja Eletrônica: “Existe apenas um problema num ministério semelhante ao de Jerry. Ele não pode parar de levantar fundos; se fizer isso, tudo se desmoronará.”

Este aspecto da Igreja Eletrônica talvez traga à mente dos cristãos refletidos as palavras de Jesus encontradas no Sermão do Monte. Jesus disse, claramente: “Ninguém pode trabalhar como escravo para dois amos; pois, ou há de odiar um e amar o outro, ou há de apegar-se a um e desprezar o outro. Não podeis trabalhar como escravos para Deus e para as Riquezas.” — Mat. 6:24.

Necessitando constantemente de vastas contribuições de seus telespectadores, será provável que os pregadores se arrisquem a melindrá-los? Dificilmente. A teologia da Igreja Eletrônica, sem surpreender, é simplista e agrada ao próprio indivíduo. “Não pergunte o que você pode fazer pela sua religião; pergunte antes o que sua religião pode fazer por você”, conforme Forbes o expressa.

Mesmo alguns simpatizantes da Igreja Eletrônica admitem que ela tem pouco conteúdo. Conforme observa o teólogo evangélico Carl F. Henry: “Grande parte da religião de TV é muito voltada à casos de experiências pessoais, é muito estreita doutrinalmente para prover uma alternativa adequada à atual confusão religiosa e moral.” Em outras palavras, a religião de TV não pode realmente ajudá-lo a resolver os problemas da vida.

Pelo contrário, conforme observa o professor de teologia de Harvard, Harvey Cox, os pregadores da Igreja Eletrônica “estão meramente perpetuando e aprofundando os valores de uma cultura materialística de consumo. Estão ajudando as pessoas a aceitarem alguns valores muito superficiais, enquanto prometem a salvação fácil em meio a um fundo essencialmente comercial”.

Como pode tal mensagem se enquadrar com o aviso de Jesus de que o caminho à vida não é fácil, mas difícil — “estreito é o portão e apertada a estrada que conduz à vida, e poucos são os que o acham”? (Mat. 7:14) Soa isso como se a vida eterna poderá ser sua por meramente sintonizar o canal X?

Considere esta admoestação adicional de Jesus Cristo: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz [estaca de tortura, Tradução do Novo Mundo], e siga-me.” (Luc. 9:23, Imprensa Bíblica Brasileira) Será que a pessoa nega a si mesma e toma cada dia sua “cruz”, escorada em frente da TV? Poderia Jesus Cristo realmente aprovar uma religioso que promete às pessoas uma salvação fácil — nenhuma estaca de tortura, nenhuma renúncia de si mesmo — em troca de apenas um cheque mensal a favor do “ministério mundial pela TV” de alguém?

Antes, a impressão que dá é que a Igreja Eletrônica é um exemplo do século vinte de algo contra o qual o apóstolo Paulo avisou Timóteo quando disse: “Pois haverá um período de tempo em que não suportarão o ensino salutar, porém, de acordo com os seus próprios desejos, acumularão para si instrutores para lhes fazerem cócegas nos ouvidos; e desviarão os seus ouvidos da verdade, ao passo que serão desviados para histórias falsas.” — 2 Tim. 4:3, 4.

Por que estão as pessoas dispostas a dar milhões de dólares para apoiar a Igreja Eletrônica? Porque estão ouvindo o que querem ouvir. É-lhes assegurado que Deus responderá às suas orações. Não precisam negar a si mesmas ou ‘levar a cruz’ ou fazer a obra que Jesus fez, mas estão “salvas” e Deus as ama — desde que continuem mandando os cheques.

Contudo, mesmo que a teologia da Igreja Eletrônica seja vaga e imprecisa, sua política é clara e específica. Este é o assunto do artigo seguinte.

[Destaque na página 5]

A teologia da igreja eletrônica é simplista e agrada ao próprio indivíduo.

[Destaque na página 6]

MESMO alguns simpatizantes da igreja eletrônica admitem que ela tem pouco conteúdo.

[Destaque na página 7]

“ESTÃO ajudando as pessoas a aceitarem alguns valores muito superficiais, enquanto prometem a salvação fácil em meio a um fundo essencialmente comercial.”

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar