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  • Faltava algo na minha herança judaica
  • Despertai! — 1982
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Despertai! — 1982
g82 22/7 pp. 20-24

Faltava algo na minha herança judaica

“JUDEUS — voltem para a sua sinagoga.” Ao entrarmos no vestiário, estas palavras estavam escritas por toda a parte nos nossos armários. Durante o jogo de basquetebol contra o time “cristão”, fomos repetidamente empurrados, acotovelados e nos davam rasteira. Só queríamos jogar bola. Mas, nosso time judeu não pôde escapar do fanatismo religioso.

Eu tinha cerca de 12 anos naquela época. Mas, mesmo antes disso, eu sabia da opressão que meus pais e outros judeus sofreram na Europa sob o regime do czar Nicolau II. Os perseguidores cossacos, as forças do czar, vasculhavam cidades e vilarejos para saquear, estuprar e assassinar judeus. Meus pais haviam escapado do extermínio por emigrarem para a América do norte em princípios de 1900.

Depois, vim a saber que milhões de judeus foram massacrados durante o Terceiro Reich da Alemanha. Tudo isso causou profundas impressões em mim quando criança. Muitas vezes, perguntava-me: ‘Por que Deus permite que uma minoria sofra tais injustiças?’ Com o tempo, comecei a ter dúvidas quanto a como Deus é realmente. Será que tem sentimentos, ou é uma força abstrata, impessoal? Aprova ele a guerra? Constituem-lhe ofensa a imoralidade, a vulgaridade e a desonestidade tão prevalecentes no mundo? Eu desejava saber.

Embora me sentisse atraído pelas tradições e pelos símbolos que faziam parte do judaísmo, estes não respondiam a minhas perguntas. Parecia haver um vazio em minha crença. Faltava algo na minha herança judaica.

Em 1956, formei-me na Universidade de Boston, E.U.A. Ao contrário de ter alcançado solidez nas minhas convicções, minha incerteza sobre o que é verdade com respeito à vida e seu objetivo havia aumentado em resultado de cursos tais como a antropologia cultural (estudo da evolução).

Naquele tempo encontrei uma esposa que me seria fiel e apoiaria meus empreendimentos seculares. Sua educação ortodoxa judaica reanimou em mim o desejo de ir à sinagoga. Entretanto, em resultado de um incidente ocorrido durante o culto do grande feriado de Rosh Hashanah, ambos deixamos de freqüentá-la.

Havíamos entrado na sinagoga, mas, como não estávamos em condições de comprar bilhetes para nos sentar, decidimos ficar de pé e ouvir o culto. Mal havíamos estado ali alguns minutos quando um assistente se dirigiu a nós e nos disse que teríamos de comprar bilhetes ou então retirar-nos.

“Bem, se esta é a alternativa, então nós vamos retirar-nos”, repliquei. E foi isso que fizemos. Quão grande foi o vazio e o desapontamento que sentimos ao vermos que existia discriminação dentro do professo templo de Deus! Apesar disso, visto que nos orgulhávamos de nossa herança judaica, continuamos a nos apegar aos princípios básicos do judaísmo. Mas, ainda havia algo que faltava — as perguntas que me deixavam perplexo no íntimo ainda não haviam sido respondidas.

Um Ponto Decisivo

Nosso primogênito foi um menino, uma bênção especial para uma típica família judaica. Que choque foi para nós quando um acidente pôs a vida dele em perigo! Sentíamos ansiedade e angústia mental nas horas em que aguardávamos o que se temia que fosse um relatório adverso sobre seu estado. Dos meus lábios saiu uma oração fervorosa a um Deus desconhecido — se nosso filho sobrevivesse, eu saberia que Deus existia e se interessava pela minha súplica. Nosso filho se restabeleceu!

Precisamente na manhã seguinte, uma Testemunha de Jeová visitou minha casa comercial. Pouco tempo depois, eu e minha esposa começamos a estudar com ele as Escrituras Hebraicas segundo o texto massorético.

Lembro-me vividamente de um incidente ocorrido numa noite durante nossa palestra bíblica com a Testemunha. Ele salientou que o homem era criação direta de Deus. (Gênesis 2:7) “Mas o homem é o resultado final de uma cadeia de eventos evolucionários”, contestei, “e há ampla evidência disponível para se provar isto, inclusive as formas descobertas do homem primitivo”. Correndo os olhos pelas páginas de meu compêndio da faculdade, intitulado Antropologia Cultural (em inglês), de Melville Herskovits, encontrei uma série de fotografias na página 15, ilustrando a reconstituição de alguns ossos desenterrados. “Não é evidência convincente de que o ‘Pithecanthropus erectus’ é um dos elos em falta até o homem moderno?” insisti.

Mais tarde, porém, quando repassei a matéria, notei que na página precedente, referente àquela figura reconstituída, declarava: “Nenhum ramo da Antropologia requer maior esforço de imaginação científica”. Fiquei pasmado. Li-o diversas vezes. Evidência? Absolutamente nenhuma! Imaginação! Teorias de homens!

Logo os empenhos na defesa de minhas crenças, mesmo com o uso de compêndios da faculdade, cederam diante dos argumentos convincentes apresentados na Bíblia e nos compêndios bíblicos que estudamos. Fiquei especialmente convencido mediante o folheto A Evolução versus O Novo Mundo. O que me impressionou foi como os argumentos em apoio da criação e de um Criador Supremo se harmonizavam coerentemente com a verdadeira ciência.

Aceitar a Jesus

Na nossa casa o nome “Jesus” nunca era usado, enquanto eu me criava, exceto de modo depreciativo. Dava-se o mesmo na família de minha esposa. Ora, certa vez, ela teve de lavar a boca com sabão só por ter mencionado o nome “Jesus”!

“O Messias ainda não veio”, haviam me dito meus instrutores religiosos. “Deus não tem filho”, afirmavam meus colegas judeus. “Jesus era filho ilegítimo”, era o conceito comum entre meus parentes.

Portanto, quando consideramos pela primeira vez a profecia sobre o Messias, em Daniel 9:24-27, objetei: “Como poderia isso referir-se a Jesus Cristo? O Messias ainda virá, e esse que era chamado Jesus já veio e se foi.”

Mas, a medida que estudávamos essa profecia e outras, começávamos a acumular fatos reveladores. Ora, a profecia de Daniel indicava o ano da vinda do Messias, 29 E.C.! Os pormenores que o identificavam foram cuidadosamente esboçados no 53.º capítulo de Isaías. E a profecia em Gênesis 49:10 até mesmo especificava a tribo da qual ele viria. “O Messias já deve ter vindo”, concluí, “do contrário, visto que não existem mais os registros genealógicos, não poderia nem mesmo ser identificado, caso ele viesse agora!”

Foi para nós uma revelação surpreendente o fato de que Deus realmente tem um filho, mas isso se tornou inegavelmente evidente ao lermos em nosso exemplar dos escritos hebraicos em Provérbios 30:4: “Quem estabeleceu todos os confins da terra? Qual é seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?” (As Escrituras Sagradas [em inglês], Sociedade Publicadora Judaica dos E.U.A.) Aprendemos que seu nascimento de uma moça ou jovem mulher era legítimo, segundo a vontade de Deus, conforme profetizado em Isaías 7:14 e 9:6, 7.

Assim, nosso estudo das Escrituras Hebraicas nos convenceu de que Jesus era o Messias, ou Cristo, o Filho de Deus. Ele se enquadra no que está delineado nas Escrituras.

Encontrei o Que Faltava

Ao continuar a estudar, as perguntas que há muito me incomodavam começavam a ser respondidas, uma por uma. Eu estava encontrando o que faltava na minha herança judaica.

“O que dizer das guerras?” perguntei à Testemunha. “Não devem todos os bons cidadãos defender seu país?” Perguntei isto, não porque eu fosse defensor de guerras, mas porque eu queria saber se Deus as aprovava.

“Em tempos de guerra”, respondeu-me, “católicos matam católicos, protestantes matam protestantes e judeus matam judeus. Como poderia Deus aprovar a guerra ou uma organização que aprova que seus membros se matem reciprocamente?”

Para mim isto tinha lógica. Fiquei realmente feliz de saber que Deus não tem parte nas guerras das nações. Quão satisfatório foi descobrir que ele tem um código de moralidade, de linguagem limpa e de honestidade tão diferente daquele — que é aceito tanto pelas pessoas religiosas como não-religiosas! Não foi só a leitura da Bíblia que nos convenceu disto; foi por ver a evidência viva nas Testemunhas de Jeová que chegamos a conhecer e com as quais nos associamos. Fiquei muito feliz de saber que Deus tem um propósito para seu povo e que a atuação em harmonia com tal propósito pode resultar em vida eterna num ambiente perfeito. (Isaías 25:6-9) Raciocinei comigo mesmo: ‘Como poderia tal Deus amoroso ser uma força abstrata ou impessoal?’

Oposição da Família

Nesta altura nos tornamos alvo de extrema oposição familiar. Além de repudiados e ridicularizados, fomos ameaçados de que se nos tiraria nosso filho. Foram cortadas as comunicações com meu irmão mais novo, Marvin, que acompanhava nossas palestras com as Testemunhas de Jeová.

Decidiu-se definitivamente a questão após a morte de minha avó. Minha família tomou providências para uma reunião com um dos mais proeminentes clérigos judeus na área de Boston. Queriam humilhar-me e, com isso, dissuadir meu irmão Marvin de me escutar. Mas, quem acabou sendo humilhado foi esse rabino.

Já que minha avó morrera recentemente, pedi ao rabino: “Poderia, por gentileza, mostrar à minha família onde na Bíblia há apoio para o ensino judaico da imortalidade da alma?” Ele evitou minha pergunta, sugerindo que eu estava confuso porque não entendia a língua hebraica. “Será muito mais convincente se simplesmente abrir a Bíblia e nos mostrar o apoio bíblico da imortalidade da alma”, repliquei. Ainda assim ele fugiu da pergunta.

Com o prosseguimento da palestra, fez-se referência aos Dez Mandamentos. Portanto, eu lhe perguntei: “Onde se encontram na Bíblia os Dez Mandamentos?” Ele não sabia! Ele disse alguma coisa em hebraico para meu primo, e, depois de uns 10 minutos de procura por meio de um livro de referências, meu primo lhe disse em hebraico onde se encontravam. Compreendendo o que acontecera, perguntei ao rabino: “Se o senhor se deu ao trabalho de encontrar os Dez Mandamentos, então por que não nos mostra, se conhece, o apoio bíblico da imortalidade da alma?”

Quando ele continuou a fazer referência ao Talmude (a lei oral ou tradição segundo a crença judaica) e a outros escritos para me responder, frisei a necessidade de se aceitar a Bíblia como sendo a verdade e comecei a ler a profecia de Jeremias 31:31-34.

“Se você quer a verdade, há verdade em tudo, inclusive em Satanás, o Diabo!”, interrompeu o rabino, fechando a Bíblia bruscamente sobre meus dedos.

“Se o senhor é um verdadeiro pastor do rebanho de Deus e se eu sou uma ovelha transviada, por que não me orienta de volta para o rebanho, respondendo a minhas perguntas dentro da Palavra escrita de Deus?” repliquei.

Ao eu persistir nisto, ele perdeu a calma e me chamou de ignorante. Nesse ponto, um dos meus parentes voltou-se para outro e disse: “Por que é que ele não responde simplesmente às suas perguntas?” Eles ficaram decepcionados por ele não conseguir mostrar que eu estava errado. Tal comportamento da parte de alguém que era supostamente o esteio essencial de minha herança judaica me parecia muito incoerente.

Mais Perguntas Respondidas

Eram muitas as minhas perguntas que não foram respondidas pelos instrutores religiosos do sistema judaico de vida. Se os judeus são o povo escolhido de Deus, estando ainda sob a lei de Moisés, onde está o santo templo de Jerusalém? Onde está a arca do pacto? Onde está o sacerdócio arônico? Onde estão os sacrifícios de animais? Onde estão os registros genealógicos, estabelecendo a origem tribal? Se o sábado deve ser guardado, onde estão os sábados do sétimo ano, os sábados do 50.º ano, ou ano do Jubileu? Sobre todas estas questões, os clérigos judeus com os quais falei ou foram evasivos ou ficaram calados.

“Através de meu estudo da Bíblia, cheguei à conclusão de que o Messias já veio”, disse eu a outro rabino.

“Isso é impossível”, disse ele.

“Bem, então, como o identificaria, visto que as Escrituras, em Gênesis 49:10, indicam que o Messias viria da tribo de Judá”? perguntei.

“Bem, estou levando desvantagem”, confessou o rabino. “Minha instrução se concentrou no Talmude. Para eu me qualificar para discutir este assunto com você, teria de estudar a Bíblia.”

Em outra ocasião, meu pai pediu a um rabino que me telefonasse. “Se estiver preparado para provar-me biblicamente que Jesus não é o Messias e que o Messias ainda virá, e que todas as tradições judaicas se baseiam nas Escrituras, então diga-me sem falta quando gostaria de vir para falar comigo.”

“Bem, eu lhe telefono”, disse-me ele. Nunca telefonou.

Entretanto, com a ajuda das Testemunhas de Jeová, fizemos muita pesquisa durante nosso estudo bíblico domiciliar. Descobrimos que os escritos hebraicos eram claros sobre estas questões religiosas e nos revelaram a verdadeira razão do desaparecimento do sistema judaico original.

O sistema sacerdotal e governamental, originado por Deus e dado aos israelitas, era abençoado por ele só enquanto eles o honravam e sustentavam Suas leis. Mas, em razão de suas tradições criadas pelo homem, invalidaram estes mandamentos e apoiaram flagrantemente um sistema de injustiça que durou até 70 E.C., quando foi destruído pelos romanos. Com o arrasamento do templo, foram destruídos os registros genealógicos que estabeleciam a identificação sacerdotal e tribal. Em seu lugar, até o dia de hoje, está um santuário muçulmano, o Zimbório da Rocha.

Ficamos sabendo que isto não impediu o Grande Criador do tempo e dos eventos de prosseguir com um novo arranjo que abençoaria não simplesmente uma nação, mas pessoas em cada nação. (Gênesis 22:18) A partir do primeiro século E.C., tem prosperado uma organização internacional governada por Deus. Por meio de Seu espírito santo, Deus forneceu a pessoas de toda sorte uma educação baseada na sua Palavra, a Bíblia. (Isaías 54:13) Quão alegres nos sentimos de obter as respostas a essas perguntas!

Desde aquele dia em 1956, quando abrimos nossa mente e nosso coração para a verdade da Palavra de Deus, eu e Lorrie temos cada vez mais amor e apreço por Aquele que manifestou tais sentimentos ternos e interesse por nós. Sim, nós e nossos três filhos — Joel, Julie e Mark, junto com sua esposa Marjorie — tivemos a felicidade de conhecer a Jeová, o Originador da vida e da esperança.

Em anos recentes, tive a alegria de voltar a me reconciliar com meu irmão Marvin, afastado de mim durante 18 anos. Tenho a satisfação de dizer que ele e sua família também se tornaram Testemunhas de Jeová.

Sim, posso dizer verdadeiramente que encontrei o que faltava na minha herança judaica — a adoração do verdadeiro Deus, Jeová. Encontrei também uma família amorosa, unida em adoração verdadeira, bem como passei a me associar intimamente com os que são fiéis às leis e aos princípios das Escrituras Sagradas. Aqui, entre homens e mulheres de toda formação, pessoas jovens e idosas, encontrei um profundo respeito pelo elevado código de moral da Bíblia, uma linguagem pura e edificante, e um clima de honestidade e franqueza. — Contribuído.

“[Deus] realmente tragará a morte para sempre, e o Soberano Senhor Jeová certamente enxugará as lágrimas de todas as faces. E de toda a terra ele tirará o vitupério de seu povo, pois o próprio Jeová falou isso.” — Isaías 25:8.

[Foto na página 21]

Como família, encontramos o que traz felicidade.

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