As águas estão subindo!
DE QUINTA-FEIRA, 2 de dezembro, até o domingo seguinte, chuvas torrenciais despejaram 380 mm de água em alguns pontos do Vale do Mississipi, EUA, no inverno de 1982. O solo, já encharcado de chuvas de inverno anteriores, não podia absorver mais. Os rios cresceram. Represas, reservatórios e diques se encheram de águas furiosas. Na esteira da tormenta ficaram 22 mortos, 35.000 desabrigados, e o equivalente a 440 bilhões de cruzeiros em prejuízos nos três estados do Meio-Oeste americano, Illinois, Missouri e Arkansas. “Este tipo de temporal, o pior do século”, disse o governador James Thompson, de Illinois, “simplesmente sobrepuja tudo o que o homem possa fazer”.
As águas subiram rapidamente, surpreendendo a muitos. Certo homem de Arnold, Missouri, abandonou sua casa de um pavimento às 2 da madrugada, na segunda-feira, quando as águas atingiam a entrada do carro. Ele saiu de carro mas voltou de barco. Em menos de oito horas as águas subiram da entrada do carro até o teto da casa!
Dessa ampla destruição emergiram numerosos casos de demonstração de compaixão e solidariedade. Por exemplo, numa área inundada perto da cidade de São Luís, Missouri, o Salão do Reino da congregação Pacífico das Testemunhas de Jeová serviu como centro de assistência às vítimas da cheia. Na terça-feira de noite o superintendente de cidade das Testemunhas de Jeová, em São Luís, junto com anciãos congregacionais reuniu-se no Salão do Reino com as famílias de Testemunhas que haviam sofrido prejuízo. Isso foi para garantir às vítimas da cheia o pleno apoio da parte de co-Testemunhas. Cada família recebeu um formulário próprio a fim de alistar nele suas perdas e necessidades, tais como móveis, utensílios domésticos e roupa. Foi aberto um fundo de assistência aos flagelados, à base de contribuições. Na quinta-feira uma equipe de Testemunhas vistoriou cada casa para determinar a dimensão do prejuízo causado pela cheia e o montante de material necessário para a reparação. A seguir, fez-se uma lista de Testemunhas locais habilitadas no ramo de construção.
Naquele sábado de manhã, cem trabalhadores voluntários convergiram para o Salão do Reino. Também chegaram os materiais de construção encomendados. Tudo estava pronto para a tarefa de reconstrução. Os voluntários foram divididos em duas equipes de trabalho. Após a consideração de um texto bíblico e uma oração, o trabalho começou às 8 horas.
Num período de vários dias (para garantir que as coisas atingidas pela água estivessem secas), cada equipe realizou o seguinte:
● Arrancou as chapas de gesso que formam as paredes e as divisórias das casas e removeu o material isolante.
● Instalou novo material isolante e novas chapas de gesso.
● Rejuntou, deu o acabamento e pintou as chapas de gesso.
● Removeu o piso velho; instalou o isolamento contra umidade.
● Colocou novo piso e carpete.
Alimentos, roupas e móveis doados que haviam sido levados ao Salão do Reino foram classificados e distribuídos aos necessitados. Voluntários punham de molho, lavavam e passavam roupas pessoais, roupa de cama, cortinas e outros itens laváveis salvos da enchente. Pierre, um dos voluntários, disse: “Sentia-se ao redor da gente um clima de alegria entusiástica e desejo de ajudar a todos.” Seu irmão, David, acrescentou: “Dos mais velhos às crianças, todos trabalhavam juntos. Um menino de oito anos empilhou madeira e daí me ajudou a colocar as chapas de gesso.” Em 22 de dezembro, a maioria das famílias socorridas já estava de novo em casa.
Tal evidência de ajuda altruísta faz os leitores da Bíblia se lembrarem de um sinal identificador de todos os verdadeiros cristãos — sua disposição de ajudar pessoas necessitadas. “A religião pura e sem mácula diante de Deus, nosso Pai, consiste nisto: em assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações”, escreveu o discípulo cristão Tiago. — Tiago 1:27, A Bíblia de Jerusalém.
[Foto na página 15]
Apainelamento, isolamento e piso danificados pela água foram arrancados e substituídos.