A nossa “jóia no espaço” — está em apuros?
CONTEMPLANDO nosso planeta durante sua missão lunar, um astronauta americano o descreveu como “a coisa mais bela para se ver, em todos os céus”. A esfera azul, coberta de manchas brancas e marrons, é sem dúvida uma bela “jóia no espaço”.
Embora o nosso globo pareça tranqüilo e gracioso, visto da lua, aqui embaixo a sua beleza está prejudicada. Seus habitantes enfrentam enormes problemas. Um dos problemas mais difíceis, insidiosos e complexos é a explosão demográfica.
Este problema vez após vez tem sido abordado por políticos e especialistas. Mas, os anos que passam apenas agravam o problema — e isso afeta a você, de um modo ou outro. Por exemplo, se mora numa cidade grande, tem observado quão amiúde o tráfego flui a passo de lesma ou até mesmo pára? Tem visto pessoalmente quão apinhados andam os ônibus, os trens, os metrôs e as calçadas? Assim, o governo da China continental, com uma fervilhante população de mais de um bilhão, tenta limitar por lei o tamanho das famílias para um filho cada uma.
Mesmo os estudiosos mais otimistas encaram a crescente inundação populacional do mundo com grave preocupação. Por quê? Porque a disponibilidade de alimento, terra, empregos e recursos naturais é limitada. Em adição, muitos entendidos no campo acusam a explosão demográfica de contribuir para outros problemas que maculam a beleza de nosso planeta, tais como:
● FOME. Em algumas cidades de países subdesenvolvidos, é comum de manhã os varredores de rua recolherem pessoas mortas das sarjetas. Sim, a fome e a desnutrição matam milhões cada ano. E acredita-se que a demanda mundial de alimentos dobre por volta do ano 2000, 16 anos daqui até lá!
● PERDAS NA VIDA SELVAGEM. Devido à expansão do habitat humano, milhares de plantas e animais estão ameaçados de extinção.
● ESCASSEZ DE ENERGIA. Teme-se a exaustão dos combustíveis fósseis limitados à medida que o crescimento demográfico explode e o consumo esbanjador aumenta. Os bebês nascidos nos países desenvolvidos consumirão muito mais dos recursos do mundo do que os nascidos nos países subdesenvolvidos.
● POLUIÇÃO. A poluição do ar piora à medida que as cidades ficam cada vez mais cheias de veículos. A poluição da água aumenta ao passo que fertilizantes químicos e pesticidas para aumentar a produção de alimentos invadem o sistema de água natural.
● AMEAÇA DE GUERRAS. No futuro, talvez seja empregada a chantagem nuclear para arrancar de países vizinhos concessões de mais terra e recursos. Mais de 30 países talvez possuam armas nucleares por volta do ano 2000.
● DESEMPREGO. A automatização amiúde leva à perda de empregos. Num país após outro não há trabalho suficiente para manter as pessoas plenamente empregadas.
Em resultado de todos esses problemas, cada vez mais pessoas entendem que a terra é uma espaçonave limitada e que são seus passageiros temporários. O falecido diplomata americano Adlai Stevenson colocou muito bem a questão: “Viajamos juntos, passageiros numa pequena espaçonave, dependentes de seus vulneráveis suprimentos de ar e de solo . . ., poupados da aniquilação apenas pelo cuidado, pelo trabalho, e eu diria pelo amor que dispensamos à nossa frágil nave.”
Estamos superlotando a nossa espaçonave terra? Existe solução humana para o problema da crescente lista de passageiros? Em quem podemos confiar para a nossa sobrevivência na espaçonave terra — a bela “jóia no espaço”?