Muitas religiões — sua influência na atualidade
A DIVERSIDADE de crenças e práticas religiosas em todo o mundo é deveras assombrosa, indo da meditação do zenbudista, no Japão, à tortura que o homem santo hindu inflige a si mesmo, na Índia, do pregão do muezim islâmico do Oriente Médio às declarações extáticas dum pentecostal da América Central ou do Sul, do suicídio em massa em Jonestown, Guiana, ao casamento em massa em Seul, Coréia. Não importa quem seja ou onde more, de uma forma ou de outra a sua vida é envolvida pela religião.
Exatamente quantas religiões existem? Parece haver tantas respostas a esta pergunta quantos são os pesquisadores e os estatísticos que examinaram o problema. Contando-se todas as denominações, grupos, subgrupos e cultos, o total atinge obrigatoriamente as dezenas de milhares.
Vive num país da cristandade? Tem-se declarado que existem 10.000 denominações e seitas. Não obstante, a recém-publicada World Christian Encyclopedia (Enciclopédia Mundial Cristã) afirma que existem 2.050 denominações das igrejas cristãs apenas nos Estados Unidos, e, em todo o mundo, esse número chega a 20.000. Afirmando possuir um total de membros próximo a um bilhão e meio, ou cerca de um terço da população mundial, é o maior agrupamento religioso do mundo.
Talvez more num país em que predomine o islamismo, o hinduísmo ou o budismo. Com seus muitos grupos e divisões, também afirmam que seus membros atingem a casa de centenas de milhões. Daí, há os xintoístas, os sikhs (ou, siques), os jainistas, os zoroastristas, os tauístas, os confucionistas, os bahaístas, para citar apenas algumas das religiões mais conhecidas. Com efeito, de acordo com a publicação supracitada, todas as pessoas do mundo, exceto 20 por cento, afirmam pertencer a uma ou outra religião. (Veja o diagrama acompanhante.)
Decresce ou Floresce?
Talvez, porém, ache que, em nossa moderna sociedade do século 20, a religião não desempenha mais um papel importante na vida das pessoas. Em certas partes do mundo, isto parece acontecer. As pessoas parecem estar sempre mui atarefadas em seguir um modo materialista de vida. Mostram muito pouco, ou nenhum interesse, em assuntos religiosos. É possível que conheça pessoas assim. E talvez também tenha visto grandes igrejas históricas, com séculos de existência, serem fechadas ou serem convertidas em teatros, salões de dança, supermercados ou terem outras utilizações comerciais. Parece que a religião está desaparecendo.
Por outro lado, talvez viva numa localidade em que se fala muito de reavivamento religioso. Por exemplo, certo informe de Nairobi, no Quênia, que trata da expansão das igrejas na África, afirma: “Não resta dúvida de que o Cristianismo obtém extraordinário êxito aqui. A cada ano, 6 milhões de novos crentes se juntam aos 180 milhões de cristãos que agora constituem cerca de 40 por cento da população do continente. Os cristãos, ultrapassando seus rivais muçulmanos, estão fazendo tantos conversos e criando tantos filhos que a África poderia abranger, em questão de 20 anos, o maior grupo de membros de igrejas do mundo.”
Mesmo em países comunistas, como a Rússia e a China, há informes que mostram que, depois de décadas de ateísmo oficial, a religião ainda exerce forte influência sobre o povo. “Calcula-se que até 77 milhões de cidadãos soviéticos, dentre uma população de 267 milhões, consideram-se crentes — a maioria nas fés ortodoxo-russa, muçulmana, católico-romana, batista, judaica e luterana”, afirma a revista U.S. News & World Report.
Na China, além do cômputo oficial de cerca de quatro milhões de pessoas que lotam as poucas igrejas reabertas desde fins da década de 70, “há entre 25 e 50 milhões de crentes nas igrejas domésticas”, conforme o Centro de Pesquisas Sobre as Igrejas na China, de Hong Kong. E um informe de Pequim, estampado no jornal The Auckland Star, da Nova Zelândia, afirma: “A imprensa oficial chinesa descreve o interior, com 800 milhões de camponeses, como um mundo macabro, medieval, em que 30 anos de comunismo não exerceram virtualmente impacto algum sobre a duradoura religião popular.”
É claro, então, que mesmo no último quarto do século 20, ainda há muitas religiões em todo o mundo e elas continuam a exercer profunda influência sobre a vida de milhões. Afloram à mente, inevitavelmente, as seguintes perguntas: Por que existem tantas religiões? Em todo o mundo, que espécie de frutos produzem? E, o que é mais importante, como tudo isto influi em cada um de nós?
[Diagrama/Mapa na página 4]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
As Religiões do Mundo
(Totais em Milhões)
cristãos (1.433)
muçulmanos (723)
hinduístas (583)
não-religiosos (911)
outrosa (252)
confucionistas e taoístas (198)
budistas (274)
[Nota(s) de rodapé]
a judeus, xintoístas, sikhs, tribalistas, etc.