Observando o Mundo
A Péssima Situação das Crianças
● O relatório da UNICEF (Fundo das nações Unidas Para a Infância), denominado “A Condição das Crianças no Mundo, 1984”, foi de gelar a espinha — 40.000 crianças com menos de 5 anos morrem a cada dia em todo o mundo! Afirma o sombrio relatório: “Para cada criança que morreu, restou outra cega, surda, aleijada ou retardada.” O informe lembra a predição feita pela Conferência Mundial de Alimentação de 1974, de “que dentro de uma década nenhuma criança irá dormir faminta, que nenhuma família receará não ter o pão para o dia seguinte, e que o futuro e as capacidades de nenhum ser humano não mais serão tolhidos pela desnutrição”. A realidade, continua o informe, é “que hoje à noite mais crianças irão dormir famintas, tendo suas capacidades tolhidas, do que na noite em que tais palavras foram proferidas”.
O Custoso El Niño
● O custo dos danos causados pelo sistema meteorológico maciço chamado El Niño em 1982-83, tem sido calculado em um total estonteante de US$ 8,65 bilhões! El Niño, espessa faixa de água tépida do oceano Pacífico que se chocava com os padrões climáticos normais, assolou continentes desde a Ásia e a Austrália até as Américas do Norte e do Sul e a África. Ninguém pode calcular os custos da terrível perda de vidas humanas causada pelas enchentes, pelos incêndios e pela fome deixados no seu rasto selvagem. A revista National Geographic (No Brasil: Revista Geográfica Universal) chamou El Niño de “um dos mais destrutivos eventos climáticos da história moderna”.
Mulheres Que Trabalham Fora
● Dificuldades econômicas, desejo de realização pessoal e a mudança do cenário mundial levam maior número de mulheres a trabalhar fora. Em 1982, os dados da RAIS [Relação Anual de Informações Sociais; ou seja, emprego legalizado] mostram que, no Brasil, duma população economicamente ativa de 50 milhões, só 17 milhões constavam da RAIS. Destes, a porcentagem de mulheres era de 31,2 por cento. E no setor governamental que está o maior contingente feminino, de 47,7 por cento. Na indústria, onde conta com um percentual de 21 por cento, a mulher se faz presente mais no ramo de vestuário, calçados e artefatos de tecidos. De acordo com o prof. João Sabóia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, escrevendo na Folha de S. Paulo, há ainda grande discriminação salarial contra as mulheres.
Vice-campeão do Custo de Vida
● Se os brasileiros não se agradam muito em obter um segundo lugar nas competições, pelo menos desta vez podem ter algum consolo. A revista Conjuntura Econômica, da Fundação Getúlio Vargas, revela que, duma lista de 25 países desenvolvidos e em desenvolvimento, o Brasil foi o vice campeão no custo de vida, em 1983, com uma alta de 177,9 por cento, pouco antes de Israel, com 174,9 por cento. O campeão, nesta triste competição, foi a Argentina, com uma alta de custo de vida de 351,3 por cento. Os produtos agrícolas foram os que mais contribuíram para este galopante aumento no Brasil, tendo sofrido um acréscimo de 336 por cento.
Analfabetos Bíblicos
● O presidente Reagan declarara 1983 como “Ano da Bíblia”, porém recentes pesquisas Gallup dos EUA têm demonstrado que somente 15 por cento das pessoas nos Estados Unidos lêem diariamente a Bíblia, ao passo que 24 por cento jamais a lêem. As pesquisas Gallup também verificaram que 30 por cento das pessoas não sabiam o local do nascimento de Jesus, 35 por cento não sabiam quantos apóstolos ele tinha, e 45 por cento só sabiam menos de cinco dos dez mandamentos.
“Metamorfose” dos Rifles
● “Nos últimos dois anos, mais ou menos, substancial proporção de rifles e espingardas dos Estados Unidos sofrem uma metamorfose para transformar-se em armas voltadas para o combate”, escreve J. H. Williams, professor de história da Universidade Estadual de Indiana, na revista The Christian Century (O Século Cristão). O dr. Williams afirma que as armas certa vez destinadas especificamente à caça estão sendo transformadas em armas “fabricadas para matar seres humanos”, e que a maioria destas armas e acessórios “acham-se facilmente acessíveis a todos, exceto aos obviamente loucos, e grande parte delas pode ser adquirida pelo correio”. Considera isto uma tendência ominosa, e comenta: “É de pasmar o potencial para a devastação política ou social inerente à disponibilidade destas armas.”
Folhinha da Moda
● Uma das folhinhas de maior vendagem este ano destacava a musculatura — fotos de corpos musculosos masculinos em trajes sumários. Quem é que compra estas folhinhas provocantes? Todos os tipos de mulheres, desde adolescentes a vovós, relata a revista Family Weekly (Semanário da Família). Por quê? A dra. Arlene Kagle, psicóloga, explica: “Vistas na melhor luz possível, as folhinhas de homens musculosos permitem que as mulheres demonstrem tanto interesse nos homens e em seus corpos quanto os homens sempre demonstraram nas mulheres e em seus corpos.” Mas, ela acrescenta que, na pior luz possível, “as mulheres começam a encarar os homens puramente como objetos sexuais, em alguns casos”.
Religião na TV
● “A programação religiosa tem proliferado enormemente na última década”, veicula o periódico The Plain Dealer. Uma enquête de duas semanas, realizada em 40 cidades dos EUA, mostrou um total de 18.845 programas religiosos transmitidos naquele período. “Estes incluíam tudo, desde ofícios religiosos a espetáculos de jogos, desenhos animados, shows de variedades e até mesmo seriados com um tema religioso”, afirma o jornal. “A análise dos programas revelava que os personagens eram, desproporcionalmente, homens, brancos e da classe média. Os personagens que trabalhavam para a igreja eram, na quase totalidade, homens; isso também se dava com os ricos e os poderosos.” Solicitações de dinheiro eram também comuns. “Durante uma hora mediana, solicitou-se aos telespectadores que fizessem doações ou que comprassem produtos avaliados em US$ 189,52 [cerca de Cr$ 280 mil]” declara o artigo. “Os programas que apresentavam um pregador ou uma reunião de reavivamento eram os que mais pediam; em média, solicitavam US$ 328,78 [uns Cr$ 495 mil] por hora.”
Contar Contusões
● Notícias de contusões de jogadores surgiram nas páginas de esporte de alguns jornais dos EUA durante a temporada de futebol americano nos últimos seis ou sete anos. Em qualquer semana específica, afirma o jornal The New York Times, “talvez haja mais de 300 jogadores, catalogados com mais de 400 contusões”, entre as 28 equipes da Liga Nacional de Futebol (Americano). Mas, por que se fornece tal informação? “Sua função primária, parece, é ser justo com os jogadores de azar.” Evidentemente é de vital importância para aqueles que fazem apostas sobre os jogos ter ciência de quem é que está jogando e quem está contundido. “Antes de tais informações aparecerem nos jornais . . . havia sujeitos que ganhavam dinheiro por venderem estas informações, que eles obtinham de algum jeito”, afirma um apostador inveterado. “A L.N.F. não aprecia que alguns apostadores tenham mais vantagem que os outros. Assim, dão-nos igual oportunidade”, afirma ele.
Descobertas Sobre o Colesterol
● Alguns pesquisadores médicos afirmaram ter produzido “o primeiro estudo a demonstrar de forma conclusiva” que uma redução dos níveis de colesterol no sangue diminui o risco de ataques cardíacos. O estudo de dez anos, que custou US$ 150 milhões, abrangeu 3.806 homens, dentre 35 e 59 anos, que apresentavam alto nível de colesterol no sangue, mas que eram, de outros modos, saudáveis, sendo patrocinado pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmões e Sangue dos EUA. Nesse estudo, utilizaram-se certa droga e uma dieta para baixar os níveis de colesterol no sangue, mas, de acordo com os pesquisadores, a dieta é o modo preferível. Desta forma, alguns talvez experimentem uma redução de 10 a 15 por cento em seu colesterol. O informe recomenda uma dieta de baixo teor de gordura animal.
Pagamento de Suicídio
● Uma tentativa de suicídio, em 1977, foi lucrativa para um senhor de Nova Iorque, que se lançou diante de um trem de metrô que vinha chegando. Tal senhor, tendo longo histórico de problemas emocionais, perdeu um braço e uma perna quando um dos carros passou sobre ele, antes de o trem parar. Acionado por negligência criminal, o Departamento de Trânsito da Cidade de Nova Iorque ofereceu-se a um acordo de US$ 650.000, em vez de irem a julgamento. Por quê? Porque o advogado daquele senhor argumentou que o maquinista tinha revelado certo grau de negligência por não frear antes. De acordo com a lei corrente, os júris podem conceder indenizações de acordo com a porcentagem de culpa de cada lado. Receando uma grande indenização, similar a de outros casos recentes, o Departamento de Trânsito optou pelo que julgava “justo” e “favorável” de seu ponto de vista. Tal senhor conseguiu jogar-se de novo diante de um trem em movimento, em 1982, mas não houve nenhum processo desta feita, uma vez que não ficou gravemente ferido.
Quem Trabalha Menos?
● O departamento de estatísticas da CEE (Comunidade Econômica Européia) estudou os períodos de trabalho dos trabalhadores industriais de suas nações-membros, e verificou que os belgas dispõem da menor semana de trabalho, com a média de 35,6 horas. “Em seguida estava a Itália (38,1), Luxemburgo (38,9), França (39), Países-Baixos (40,6), Alemanha Ocidental (40,8), Grã-Bretanha (41,3) e Irlanda (41,4)”, noticia Deutsches Allgemeines Sonntagsblatt (Folha Dominical Geral Alemã). No entanto, o quadro se modifica quando se subtrai o tempo livre de feriados e dias santos das horas médias trabalhadas por ano. Para exemplificar, os trabalhadores que possuem mais feriados são os alemães, com 29,4 dias livres por ano. Os ingleses têm, em média, 22 dias, e os suíços 21. Os trabalhadores americanos só têm 15 dias livres por ano, menos do que quaisquer de seus colegas da CEE.
Acompanhante Policial
● Sem poder limpar sua cidade das prostitutas por prendê-las, a polícia de San José, Califórnia, EUA, decidiu empregar outra tática — acompanhá-las. “É realmente difícil elas conseguirem um parceiro enquanto nós estamos ali em pé, ouvindo tudo”, disse a oficial Denise Pereira, da Unidade dos Crimes nas Ruas. Segundo veiculado no Daily News de Nova Iorque, esta estratégia reduziu a população de prostitutas na área central de 30 para 5. As “meninas do trottoir” tentaram evadir-se de seus acompanhantes policiais por praticarem corrida rústica, subirem em cercas e se enfiarem em táxis para uma corrida em torno da quadra — até mesmo andando aos pulos para não parecer estarem fugindo da polícia. Mas, os policiais têm ficado firmes, seguindo as prostitutas às vezes por até seis horas, tentando fazê-las “sumir” da cidade por impedi-las de ganhar dinheiro com sua “profissão”.
Animal Esquisito
● Chamado de “uma das criaturas de Deus, de aspecto mais extravagante”, o rato-toupeiro-nu da África do Norte deixa surpresos os cientistas porque possui “um dos comportamentos sociais mais esquisitos de qualquer mamífero do reino animal”, relata The New York Times. Comporta-se como um inseto! Este roedor sem pêlos, raramente visto, passa toda a sua vida em galerias subterrâneas que são ligadas por extensos túneis, e tem uma vida social semelhante à das abelhas, vespas, formigas e térmites. Esta criatura ímpar, modelada como uma salsicha de 7,5 centímetros, com pernas, cauda e incisivos bem salientes, parecidos com a morsa, granjeou a afeição dos cientistas que estudam seu comportamento esquisito.
Finalmente Convencido
● “A evidência que vinculava o fumo com a doença cardíaca me parecia discutível no mês passado”, escreve o dr. Frank A. Oski, num artigo do jornal The New York Times. “Agora, os mesmos dados me parecem totalmente convincentes.” O que o fez mudar de idéia e deixar de fumar, algo que antes promovia? Aos 51 anos, sofreu um ataque cardíaco. Deixar de fumar aumentaria grandemente suas possibilidades de viver mais. Será, contudo, que foi fácil deixar de fumar? “Certamente”, afirma o dr. Oski. “Eis aqui tudo o que se precisa fazer. Primeiro, sinta uma grave dor esmagadora sob o esterno, ao terminar de fumar um cigarro. Em seguida, dê entrada num pronto-socorro das coronárias, e veja-se despido de toda a sua roupa e outros pertences. Por fim, permaneça naquela unidade em absoluto repouso, no leito, por quatro dias, quando lhe é proibido fumar. Isto rompeu meu hábito. Veja se dá certo no seu caso.”