Observando o Mundo
Cocaína Mortífera
A cocaína e mais mortífera e mais viciadora do que a heroína, segundo comprovado por um novo estudo. Um número recente de Journal of the American Medical Association (Revista da Associação Médica Americana) informa que “em ratos que tinham livre acesso à heroína ou à cocaína, a cocaína provou-se três vezes mais letal para eles do que a heroína”. Até bem recentemente, muitos tinham considerado o consumo de cocaína como relativamente seguro, porém os pesquisadores, Michael Bozarth e Roy Wise, da univ. Concordia, de Montreal, Canadá, afirmam em seu comunicado que “a toxidez da cocaína tem sido subestimada». Segundo William Pollin, diretor do Instituto Nacional de Combate à Toxicomania, dos EUA, “a cocaína está atualmente tornando-se amplamente reconhecida como uma das mais perigosas drogas ilícitas de utilização comum”. Acrescenta que a pesquisa recente leva “à conclusão de que é poderosamente viciadora”.
Chineses Controlam Ratos
Comer bife de rato e calçar sapatos de couro de rato é algo popular em algumas partes das zonas rurais da China, e são boas formas de controlar os ratos, veicula o jornal China Daily, de língua inglesa. “Na província de Fuquien, as pessoas da localidade aclamam os bifes de ratos como os melhores filés do mundo”, acrescenta o jornal Economic Information, de língua chinesa. Segundo o China Daily uma fábrica no sudoeste da China produz sapatos infantis de couro de rato, “material ideal para sapatos, por causa de sua fina granulação e textura flexível e lustrosa.” Diz-se que os ratos consomem, todo ano, 15 milhões de toneladas de cereais na China.
AIDS Através do Leite Materno
De acordo com a agência de notícias Reuters, o dr. Julian Gold (da força-tarefa nacional de combate à AIDS do governo da Austrália) afirmou que, em Sídnei, um bebezinho contraiu a AIDS. Trata-se da mortífera doença que destrói o sistema imunológico do corpo. O garotinho, agora com mais de um ano, provavelmente contraiu a AIDS ao ser amamentado ao peito por sua mãe. Se assim for, seria a primeira pessoa de que se tem registro a contrair a AIDS desta maneira. A mãe pegou o vírus da AIDS por uma transfusão de sangue depois de ter dado à luz.
A dra. Martha Rogers, dos Centros de Controle das Doenças, EUA, declarou a Despertai! que “três quartos dos bebês que têm AIDS a contraíram de sua mãe, quer enquanto se desenvolviam no útero dela, quer por terem contato com o sangue da mãe, no processo de nascimento”. Ela também disse que é possível que a AIDS seja transmitida através do leite materno.
Bulimia de Adolescentes
A bulimia, um distúrbio alimentar, também aflige moças do curso secundário, conclui um estudo feito por Mary D. VanThorre e Francis X. Vogel, publicado na revista Adolescence. Pessoas que sofrem de bulimia passam por surtos de fome extremada, geralmente seguidas de uma depuração — quer por vômitos auto-induzidos, quer pelo emprego de grandes quantidades de laxantes. O potencial deste distúrbio do apetite, que antes se julgava ser um problema notadamente de jovens universitárias, tem sido detectado em moças de todos os grupos étnicos na faixa dos 14 aos 18 anos. “Outra importante descoberta”, diz o informe, “tem que ver com a raça”. Julgava-se que tal doença atingia principalmente moças brancas, da classe alta, mas tal estudo sugere que “moças negras, da classe média, manifestam os sintomas da bulimia na mesma proporção que suas correspondentes brancas”.
Somem os Gatos, mas Testemunhas Continuam
Inaugurada em 1911, a bem conhecida Praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo, movimentada metrópole, sempre foi um lugar favorito para o encontro de pessoas. Nos últimos anos, foi relegada ao abandono e deteriorou-se, sendo habitada por gatos sem dono que chegaram a atingir cerca de 250. Alimentados por amigos dos animais, tais gatos representavam um dilema para as autoridades municipais. No entanto, elaborou-se um plano de transferir tais gatos para outro local. Isto feito, iniciou-se a restauração da praça. Comentando a remoção dos gatos e o fato de que a praça “voltou a ser do povo”, sendo um prazer contemplá-la e passear por ela, o Estado de S.Paulo observou as atividades das Testemunhas de Jeová ali. Disse o jornal: “Testemunhas de Jeová continuam oferecendo revistas às pessoas que passam.
Lavagem de Selos
“Nesse exato instante, há pessoas em seus porões lavando selos dos Correios, e isto só pode aumentar”, afirma o lojista David A. Schmidt, que costumava vender selos lavados — até que o governo o pegou com a boca na botija. “Bem-vindos à mais recente onda de crimes — a lavagem de selos”, proclama The Wall Street Journal. Tais lavadores em geral obtêm selos usados das latas de lixo ou de abrigos para idosos ou organizações de caridade dispostos a vendê-los a eles. Tipicamente, os lavadores ensopam os envelopes em água quente para retirar os selos, e embebem os selos em água sanitária para remover os carimbos de utilização dos selos. Selos sem carimbo — produto de máquinas postais defeituosas — tornam tal lavagem ainda mais fácil. Mas a venda e utilização destes selos é um crime federal nos EUA. Desde fins de 1983, as autoridades postais já pegaram mais de US$ 13 milhões (uns Cr$ 105 bilhões) em selos de contrabando.
“Frutos Amargos”
O jornal alemão OffenbachPost noticia que a comissão da polícia de Francfort, formada para examinar os grupos de violência juvenil verificou que os jovens que provocam tumultos fazem isso, não por necessidade, nem por causa de situações difíceis no lar. Antes, “os jovens de 15 a 19 anos que foram detidos hoje em tumultos nas ruas são predominantemente os filhos dos protestadores de 1968, que arrastaram seus filhos a todas as manifestações”, diz tal informe. “Estas crianças foram nutridas com uma atitude de protesto, juntamente com o leite de suas mães. A experiência foi um sucesso. . . . Os jovens pais e mães de 1968 estavam orgulhosos da formação anti-autoritária que deram a seus filhos. Atualmente, estes mesmos pais, se forem honestos com eles mesmos, não podem deixar de ficar surpresos quando seus filhos lhes dão a provar o seu próprio remédio, em forma dos amargos frutos desta formação.”
Enfoque Clerical do Sexo
Dois advogados, G. Sidney Buchanan e Mark Johnson, do Centro Jurídico Universitário Park, da univ. de Houston, EUA, indagaram a 469 professores religiosos e pastores sobre as práticas sexuais. Somente 40 por cento dos clérigos que responderam criam que a fornicação é pecado. Buchanan e Johnson declararam, na revista Psychology Today (Psicologia Atual), que sua pesquisa indicava que era mais fácil para um clérigo pregar que “a fornicação é imoral do que dizer a mesma coisa a João e Maria que se empenham periodicamente em fornicação e que se dirigem à sua pessoa em busca de conselhos e de orientação”.
Mulheres no Clero
O reduto exclusivamente masculino do sacerdócio na Igreja Anglicana talvez esteja prestes a cair. O Sínodo-Geral da Igreja votou que se permitisse a ordenação de mulheres ao grau mais inferior do clero anglicano — o diaconato. Na hierarquia anglicana, um diácono acha-se a um passo de ser sacerdote. “As diaconisas se tornarão membros do clero, serão chamadas de ‘reverenda’, e poderão realizar casamentos e batismos, mas ainda não poderão dar a santa comunhão”, afirma o arcediago Michael Perry, de Durham. A Comunhão Anglicana já ordenou mulheres como sacerdotisas em Uganda, Quênia, Nova Zelândia, Hong-Kong e Canadá, e na Igreja Episcopal, nos Estados Unidos.
TV e Obesidade
Ver TV demais contribui para a obesidade juvenil informa uma equipe de pesquisadores da univ. de Harvard, EUA, que estudaram telespectadores na faixa dos 6 aos 11 anos. A incidência de obesidade entre tais crianças — normalmente de 15 por cento — aumentava 2 por cento para cada hora adicional que gastavam em frente duma TV por dia. Por quê? Porque os jovens grudados ao tubo comem mais lanches e exercitam-se menos. Afirma o dr. William H. Dietz Jr., um dos pesquisadores: ‘Os garotos vêem televisão por cerca de 25 horas por semana, e essas são 25 horas em que não fazem outras coisas, potencialmente mais ativas.”
“Lojas de Prestação de Serviços” do Japão
A afluência deu origem a outra crescente indústria no Japão — benri-ya, ou “lojas de prestação de serviços”. Estas microempresas familiares provêem serviços pessoais aos clientes por uma pequena taxa. Sendo cada vez maior o número de mulheres nipônicas que trabalham fora, e que, assim, não dispõem de tempo ou de energia para as tarefas domésticas, a demanda de benri-ya está aumentando 40 por cento ao ano, afirma o jornal The Daily Yomiuri. O que pode fazer as benri-ya? Podem limpar a casa (uns Cr$ 192 mil para cada duas horas), dar um telefonema-despertador (uns Cr$ 32 mil), arrancar fios de cabelos brancos (Cr$ 96 mil por hora), cuidar dum bichinho de estimação (até uns Cr$ 192 mil por hora), ou verificar se a porta da frente está trancada (uns Cr$ 320 mil).
Impressões Digitais e o Sangue
Recentemente entrevistado por VEJA, uma revista brasileira, Niels Jerne, 73, cientista dinamarquês, Prêmio Nobel de Medicina de 1984, e considerado “o maior teórico da imunologia”, ao lhe ser perguntado por que recusara uma transfusão de sangue durante uma operação há três anos, declarou: “O sangue de uma pessoa é como sua impressão digital — não existem dois sangues iguais no mundo. Por isso, preferi deixar meu organismo trabalhar. Recuperei-me sem problemas. . . . Em geral, no entanto, sempre acho que um copo de vinho e um dia de cama ajudam mais.”
Bancos de Sangue São Fechados
A imprensa divulgou notícias de que a Secretaria de Saúde do Paraná, Brasil, fechou recentemente um dos principais bancos de sangue local, quando se tornou patente que três de seus doadores regulares eram chagásicos. Certas irregularidades vieram a lume a respeito do controle da qualidade do sangue coletado, e os padrões higiênicos do banco, COLSAN, que opera à base de doadores voluntários. No Rio de Janeiro, um banco particular foi também fechado quando se descobriu que alguns de seus doadores estavam infetados com malária. Os técnicos de saúde manifestam graves preocupações pelo fato de que, entre os doadores de sangue, possam achar-se os portadores de uma série de doenças infecciosas, tais como a hepatite, a sífilis e a AIDS.
Devo Bater em Meu Filho?
Ao passo que a maioria dos especialistas em cuidar de crianças desaprovam uma boa surra, 88 por cento dos pais nos Estados Unidos surram seus filhos, segundo uma enquete feita pelo Laboratório de Pesquisas Familiares da univ. de New Hampshire, EUA. Crescente número de psicólogos sugerem que os pais empreguem medidas disciplinares alternativas. “Uma surra jamais é um bom substituto para a comunicação entre pais e filhos”, sustenta o dr. Kenneth Kaye, professor adjunto de psicologia clínica da Faculdade de Medicina da univ. Northwestern. Certa mãe de três filhos, que variam de 4 a 8 anos, discorda destes psicólogos, achando que uma boa surra contribui para a boa comunicação: “Outras formas de castigo simplesmente não parecem impressioná-los muito.”