Observando o Mundo
GASTOS MILITARES
“Será que os gastos militares promovem ou impedem o crescimento econômico?”, pergunta o periódico UN Chronicle. O informe do Chronicle sobre um estudo preparado por peritos de 13 países comenta que, “a longo prazo, os custos de elevados gastos militares são quase que invariavelmente negativos”. Os gastos militares, mesmo onde inicialmente foram criados empregos e aumentou a demanda de produtos, terminam sendo prejudiciais à economia duma nação, “porque desviam enormes quantidades de capitais de investimentos de outras áreas produtivas”, tais como da construção de moradias. Ao passo que os sistemas de previdência e de seguridade sociais têm conseguido sustentar-se na maioria das nações ocidentais, o peso dos gastos militares tem sido devastador para tais serviços nos países em desenvolvimento. “Quanto mais pobre o país, mais negativo é o impacto dos gastos militares sobre sua economia, e ainda mais sobre a previdência social”, comenta o Chronicle. E acrescenta: “A cada três horas, o mundo gasta US$ 300 milhões para fins militares. Com essa soma, cada uma das crianças do planeta poderia ser imunizada contra doenças mortíferas.”
ANALFABETOS EM ASSUNTOS CIENTÍFICOS
“Bem menos da metade do público americano, e apenas um terço dos britânicos, sabem que a Terra gira ao redor do sol uma vez por ano”, relata o Professor John Durant, da Universidade de Oxford, sobre pesquisas feitas entre mais de 2.000 americanos e 2.000 britânicos adultos. À guisa de exemplo, na pesquisa americana, dirigida por Jon D. Miller, da Universidade “Northern Illinois”, 21 por cento das pessoas pensavam que o sol girava ao redor da Terra, e 7 por cento disseram que não sabiam. Dentre os 72 por cento que responderam corretamente que a Terra gira ao redor do sol, 17 por cento disseram que isso acontecia num único dia, 2 por cento que isso levava um mês, e 9 por cento que não sabiam. As pesquisas, que incluíam cerca de 75 perguntas que testavam o conhecimento básico de ciência, mostraram que “apenas 6% dos americanos e 7% dos britânicos alcançavam [o] padrão para um alfabetizado em assuntos de ciência”, afirma a revista Science.
CINTOS DE SEGURANÇA SALVAM VIDAS
A evidência comprova que os cintos de segurança realmente salvam vidas, é a conclusão dum estudo sobre o uso obrigatório do cinto de segurança nos Estados Unidos. Esse estudo, publicado na revista médica JAMA, verificou que “no caso de batidas, havia significativa redução de ferimentos graves e fatais entre os ocupantes dos bancos da frente do carro” que obedeciam à lei sobre o cinto de segurança. Assim, da próxima vez que entrar num carro, afivele seu cinto de segurança; poderá salvar uma vida — a sua!
EDIFÍCIOS DE TÚMULOS
Embora o Japão seja pequenino, em comparação com o Brasil ou os Estados Unidos, calculou-se, no ano passado, que o valor nominal de todas as suas terras equivalia a US$ 13,47 trilhões — mais do que o valor de todas as terras nos EUA. O custo de terras é especialmente elevado, e é grande a sua escassez, na área metropolitana de Tóquio, e, segundo o jornal Asahi Shimbun, de Tóquio, isso tem criado “gravíssima” escassez de espaço para sepultamento. Informa-se que, dentro de cinco anos, esgotar-se-á o espaço para novas urnas em que colocar as cinzas. Para amenizar o problema, os templos budistas passaram a expandir-se para o alto. Um templo construiu um cemitério de seis pavimentos, como um prédio de apartamentos, com sepulcros em cada andar. Outro construiu um prédio de três andares, com um porão de dois pavimentos que contém fileiras de altares onde as pessoas podem depositar as cinzas resultantes da cremação. Embora os seus custos sejam elevados, 2,6 milhões de ienes (NCz$ 20.000) cada um, já foram vendidos cerca de mil deles.
MARTE “TRANSFORMADO EM TERRA”
Marte é um planeta morto e congelado. “Qualquer pessoa tola o bastante de parar por ali sem um traje espacial seria liquidada pela radiação, pela pressão atmosférica que faria o sangue ferver, e pelo ar venenoso”, afirma The Wall Street Journal. Ainda assim, um grupo de cientistas está seriamente pensando em transformá-lo — “transformá-lo em terra”, segundo suas palavras — num planeta vivo, apropriado para a vida humana, através do uso de ogivas nucleares, poluição e bactérias. “Estamos brincando de Deus, e é maravilhoso”, exulta o astrofísico Christopher McKay. Os cálculos do tempo que levaria para transformar tal planeta vão de alguns séculos a mais de cem mil anos. A Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA possui uma dotação de US$ 10.000 para realizar uma conferência sobre a ‘transformação em terra’ este ano, na Califórnia. Nem todos os cientistas, porém, concordam com isso. Diz o astrônomo Carl Sagan: “Fizemos um péssimo trabalho em cuidar de nosso próprio planeta; deveríamos ter muito cuidado antes de tentarmos dirigir outros.”
INIGUALÁVEL PECHINCHA
Pelo preço de uma passagem aérea na classe econômica de Tóquio-Londres — menos de US$ 3.000 — uma jovem senhora nipônica conseguiu realizar um vôo exclusivo num Boeing 747, o que custou à “British Airways” cerca de US$ 25.000 em combustível e salários. A Sra. Yamamoto, a única passageira que fez a viagem de 13.000 quilômetros no Jumbo, podia escolher à vontade qualquer das 353 poltronas, seis filmes, os pratos do requintado cardápio, e recebeu a indivisa atenção dos 15 comissários de bordo. Tendo tal vôo se atrasado por 20 horas, todos os demais passageiros foram remanejados para outras empresas aéreas. Visto que o avião tinha de voltar à Grã-Bretanha para retornar aos vôos normais, ofereceu-se à Sra. Yamamoto uma oportunidade única em toda uma vida. Comenta a revista Asiaweek: “A Sra. Yamamoto vai cair das nuvens, se voltar a Tóquio esperando encontrar um trem de subúrbio vazio.”
MELHORANDO O ATENDIMENTO
“Já faz muito tempo que o atendimento na China tem sido ruim, porque o Estado garante tudo aos trabalhadores”, declara Xiao Xingcai, gerente-geral da loja de departamentos Xian. Sendo que o emprego dos funcionários está garantido e não existindo a opção de demiti-los, a loja apresentou um novo plano para melhorar o desempenho dos funcionários: a humilhação. Ela anunciou publicamente os “40 Piores” dentre seus 800 funcionários, chegando mesmo a pendurar um aviso, com foto e tudo, no local de trabalho de cada um dos transgressores. Os 40 escolhidos, retirados de listas de clientes que tiveram a oportunidade de votar quais os piores vendedores, eram culpados de ofensas que variavam desde ignorar os clientes até atirar objetos neles. Os apontados não só perderam seus abonos mensais, uma parte substancial de seu salário, mas também tiveram de escrever autocríticas sobre suas falhas.
OSTRAS OU CRACAS
“Nos últimos anos, a população de ostras de Arcachon [França] foi reduzida em três quartos”, noticia a revista francesa Science et Vie. Por que isto se dá? As tintas à base de metais pesados, usadas para impedir que as cracas se agarrem aos cascos dos navios, dissolvem-se na água do local em que os navios estão ancorados, e onde vivem as ostras. Estas tintas especiais são benéficas para os donos de barcos, porque as cracas provocam a fricção, reduzindo assim a velocidade e elevando o gasto de combustível no caso dos barcos movidos a motor. Mas as tintas são prejudiciais às ostras. Por conseguinte, muitos países europeus estão agora limitando o uso de tais tintas. Os pesquisadores esperam que uma camada atóxica, com base de Teflon, resolva esse problema, visto que as cracas poderiam então simplesmente ser raspadas dos cascos, e as ostras não sofreriam danos.
TREMORES MUNDIAIS?
Que aconteceria se Tóquio fosse atingida hoje por um terremoto da escala do Grande Canto, de 1923? O “Tokai Bank of Japan” publicou recentemente um informe sobre isso. Um resumo do informe, publicado no Mainichi Daily News, de Tóquio, comenta que, além do custo horrendo em vidas humanas, o Japão ficaria virtualmente paralisado, uma vez que os escritórios administrativos se concentram na capital. Reconstruir a área de Tóquio custaria calculadamente US$ 975 bilhões, o que obrigaria o Japão a reduzir seus investimentos nos Estados Unidos. Isso poderia causar uma queda na bolsa de valores dos EUA, forçar o aumento de juros, e aumentar a pressão sobre as nações endividadas. O banco prediz ainda que, visto que os mercados financeiros mundiais são tão interligados, tal terremoto levaria a uma redução do crescimento econômico global por vários anos.
CRIMINOSOS CONFORTÁVEIS
A Associação dos Cidadãos Contra o Crime, da Austrália Ocidental, alega que os detentos são tratados de forma mais leniente, e estão em melhores condições agora do que estavam em 1965. Todavia, desde então, os crimes graves naquele estado aumentaram a uma taxa surpreendente de 1.200 por cento! O presidente da associação disse ao jornal West Australian que, hoje em dia, “o pequeno risco de prisão, e as condições relativamente confortáveis das prisões” não servem para dissuadir os prospectivos criminosos. Ele também diz que há certa verdade na alegação de que as “prisões são apenas uma escola do crime”. Expressou sua preocupação de que muitos criminosos agora pareçam estar conseguindo evitar ser presos, pois as estatísticas mostram que a taxa de encarceramento não manteve o mesmo ritmo que o vertiginoso índice de crimes.