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Radônio — um perigo em sua casa?

UM ENGENHEIRO que trabalhava na usina nuclear na cidade de Limerick, no leste dos Estados Unidos, verificou que, mesmo sem entrar na área da usina, ele fazia disparar um alarme que monitorava a radiação. Quando se tornou evidente que ele não estava absorvendo tal radiação da usina nuclear, submeteu-se a casa dele a um teste, e comprovou-se que ela era a fonte da contaminação.

Um missionário de 68 anos, que se recuperava duma cirurgia de duas pontes coronarianas, teve dificuldades de superar a anemia, mesmo tomando remédios para fortificar seu sangue. Uma das perguntas que o médico lhe fez foi: “O senhor já esteve alguma vez exposto à radiação?”

“Já estive”, respondeu. “Com meus 20 e poucos anos, trabalhei por dois anos como técnico numa usina em que ficava exposto ao radônio.”

“Esse talvez seja o problema”, concluiu o médico.

Tanto o engenheiro na usina nuclear, como o senhor que sofria de anemia ficaram expostos a um perigo invisível, o radônio.

‘Radônio? Que é isso? E como poderia ser um perigo em minha casa?’, você talvez pergunte.

O Que É?

O radônio, um gás incolor e inodoro, é um dos seis elementos químicos conhecidos como gases nobres, ou inertes. O radônio, contudo, difere dos outros cinco gases nobres no sentido de que é radioativo. É um produto da desintegração do rádio, um elemento radioativo.

Os elementos radioativos emitem certos raios, ou partículas, e, no processo de desintegração, tais elementos se transformam em outras substâncias. Assim, o urânio, metal radioativo, por fim se torna rádio. Quando um átomo de rádio emite radiação, ele se transforma num átomo de radônio. O radônio, por sua vez, desintegra-se em produtos radioativos, conhecidas como suas “filhas”.

A taxa de desintegração de uma substância radioativa é chamada de sua meia-vida. A meia-vida do radônio é um pouco inferior a quatro dias, o que significa que, em cerca de quatro dias, a metade do radônio original se terá decomposto em outras substâncias. Por outro lado, a meia-vida do rádio é de 1.660 anos e a do urânio é de 4.500.000.000 de anos! Assim, em seu estado natural, o urânio é mais abundante do que o rádio, porque o urânio tem meia-vida muito maior.

Fonte do Problema

Em qualquer minério que contenha urânio, sempre haverá certas quantidades de rádio, bem como pequenas quantidades de radônio. Este gás radioativo, que pode vir a penetrar na casa duma pessoa, é a fonte do problema.

A concentração de urânio encontrada nas rochas e no solo varia grandemente de um lugar para outro. Isto significa que, em certas localidades, significativa quantidade de radônio pode escapar lentamente do solo. Se o radônio escapar para o ar livre, logo desaparecerá. Mas se houver gás sob uma casa, poderá ficar preso ali e, gradualmente, penetrar no porão da casa pelas rachaduras do piso ou das paredes, ou por meio de fossas sanitárias e de canos de escoamento.

O radônio também é encontrado na água do subsolo, de modo que poderá penetrar nas casas pelo encanamento de água. O maior risco não provém de se beber tal água, mas sim de inalar o gás liberado da água, quando usada para lavar, tomar banho ou cozinhar.

A experiência do engenheiro da usina nuclear de Limerick, mencionado na introdução, ilustra o perigo em potencial. Descobriu-se que os alicerces de sua casa foram lançados sobre uma extensão de rocha que continha urânio. A radioatividade na sala de estar media 3.200 picocuries, ao passo que a EPA (sigla, em inglês, da Agência de Proteção ao Meio Ambiente, dos EUA) recomenda que se tomem medidas para reduzir os níveis de radônio nas casas que apresentam acima de 4 picocuries por litro de ar.a

De acordo com certa estimativa, a família recebeu a mesma dose de radiação no ano em que morou naquela casa do que teria recebido se eles tirassem 260.000 raios X do pulmão! Assim, as probabilidades de desenvolverem câncer pulmonar foram grandemente aumentadas. A família mudou-se sabiamente daquela casa, até que a situação foi corrigida. “Eu não fumo e nunca toquei em álcool quando estava grávida”, lamentou a esposa. “Daí, porém, trago meus filhos para viver numa nuvem radioativa.”

Altos níveis de radiação também foram encontrados em lugares como Alemanha, Dinamarca, França, Grécia, Itália, Países-Baixos, Reino Unido e Suécia. Muitos mineiros de urânio expostos ao radônio morreram de câncer pulmonar. Com efeito, uma redatora do The New York Times afirma: “Ninguém questiona a capacidade [do radônio] de causar câncer pulmonar, doença que costumava matar a metade dos mineiros de urânio, que inalavam grandes doses de produtos resultantes da decomposição do radônio em cada dia de trabalho.”

Quão Grande É o Perigo?

Visto que o radônio inalado é exalado pelos pulmões na maior parte antes de se decompor, ele, em si, não representa um problema significativo para a saúde. No entanto, suas “filhas” — os produtos radioativos da decomposição do radônio — podem ser perigosos. Tais produtos são quimicamente ativos e aderem às minúsculas partículas de pó que podem permanecer nos pulmões. Assim, o tecido pulmonar pode ser atingido pela radiação. Como o Dr. Anthony Nero Jr, cientista sênior do Laboratório Lawrence Berkeley da Universidade da Califórnia, explica: “Visto que eles [os produtos radioativos em que o radônio se decompõe] possuem curtas meias-vidas, uma vez coletados pelo pulmão, é altamente provável que eles se decomponham [ali].”

Foi somente nos anos recentes que se pesquisou o perigo de exposição ao radônio nas casas, e ninguém realmente sabe qual é o nível seguro de exposição. No início deste ano, a EPA reduziu a sua estimativa do perigo. “Anteriormente calculávamos até 21.000 mortes anuais de câncer, causadas pelo radônio, e esse total acha-se atualmente em talvez 16.000”, diz o Dr. Richard J. Guimond, uma autoridade da EPA. Todavia, afirma ele: “O radônio ainda é um risco significativo para a saúde, que as pessoas enfrentam.” Mesmo assim, ninguém pode indicar, com certeza, nenhum caso de câncer devido à exposição ao radônio em casa.

Alguns, de fato, crêem que a preocupação com o radônio é grandemente exagerada. William Mills, ex-diretor-geral da EPA, diz que o número de mortes de câncer atribuídas ao radônio é inflacionado, porque muitas dessas mortes deveriam ser atribuídas ao fumo. “Meu conceito”, diz ele, “é que o risco real do radônio situa-se entre zero e algum número próximo de zero”. Roger Eaton, chefe do grupo de radônio do Ministério da Saúde e Assistência Social do Canadá, é da mesma opinião. “Nossa experiência”, diz ele, “é que o câncer pulmonar é uma doença rara quando não está envolvido o fumo”.

O fumo evidentemente eleva, de forma significativa, o perigo do radônio para os expostos a ele. A revista Science diz que a exposição ao radônio multiplica, em pelo menos dez vezes, o risco de câncer pulmonar nos fumantes. Não se conhece os motivos de o radônio atingir mais os fumantes do que os não-fumantes, mas alguns peritos acham que os pulmões prejudicados pelo fumo talvez possam reter os produtos radioativos da decomposição do radônio.

Sabe-se que algumas localidades são pontos críticos para o radônio. Em Clinton, Nova Jérsei, nos Estados Unidos, verificou-se que todas as casas testadas em certa comunidade apresentavam altos níveis de radiação do radônio. Em cinco casas, o nível era tão alto que se calculou que morar nessas casas toda a vida faria com que seus ocupantes corressem o mesmo risco de câncer pulmonar do que se fumassem 20 maços de cigarro por dia!

Explica o Dr. Nero: “Muitas pessoas, nestas localidades, moram em casas cujos níveis de radônio acham-se acima de 20 picocuries, níveis maiores do que o limite de risco profissional para mineiros.” Nero calcula: “Existem cerca de 100.000 de tais famílias, e estas pessoas realmente precisam de ajuda.”

A EPA tem avisado que oito milhões de casas de americanos possuem níveis de radônio que, provavelmente, ultrapassam os limites federais de quatro picocuries por litro de ar. Todavia, alguns peritos acreditam serem exagerados os cálculos da EPA sobre os domicílios de risco. Eles também questionam o grau de perigo representado pelos baixos níveis de radônio. O Dr. Bernard L. Cohen, professor de física e saúde em caso de exposição à radiação, da Universidade de Pittsburgh, disse: “Minha interpretação dos dados é que a exposição a níveis baixos é essencialmente inofensiva; não há efeito algum causado por níveis bem baixos, conforme encontrados na maioria das casas.”

Que Dizer de Sua Casa?

O perigo que o radônio representa depende, principalmente, da concentração de urânio no solo em que vive. Outro fator importante é o tipo de solo sob sua casa; solos mais permeáveis permitem a entrada de maiores quantidades de radônio, mesmo que seja reduzido o teor de radônio no solo.

Ainda outro fator de risco é o modo como foi construída sua casa. Por exemplo, muitas casas modernas foram construídas quase que inteiramente vedadas, a fim de conservar energia. Assim, o radônio que penetra nelas não consegue escapar com facilidade. Como explicou uma autoridade da EPA: “Quanto mais tentar vedar uma casa, tanto maiores se tornam os níveis de poluentes.” Assim, as antigas casas bem arejadas estão, provavelmente, mais seguras do perigo em potencial do radônio.

Um ponto crítico de urânio, conhecido nos Estados Unidos, é a área que se estende do leste da Pensilvânia, passando pelo norte de Nova Jérsei e chegando até Nova Iorque. Outro é a área do vale do rio Vermelho, entre Minnesota e Dakota do Norte. Se mora num ponto crítico conhecido, como um destes, talvez seja sábio mandar testar o ar dentro de sua casa, para determinar o nível de radônio.

No entanto, sem levar em conta o local onde se situe a sua casa, os resultados dos testes são imprevisíveis. Uma casa na Pensilvânia apresentou um nível de radônio de 2.694 picocuries, mas a casa ao lado apresentou um resultado de apenas 3,6! Daí, então, os altos níveis de radônio no interior duma casa podem ocorrer em localidades não conhecidas como pontos críticos de urânio. Devido a tal imprevisibilidade, um diretor da EPA diz: “Tudo que estamos solicitando que as pessoas façam é gastar de US$ 10 a US$ 20 para descobrir se enfrentam tal problema.”

Se decidir mandar submeter sua casa a um teste, existem meios diferentes de fazê-lo. Talvez deseje obter informações de agências locais de controle do meio ambiente. “A orientação a seguir é a da exposição média nos aposentos em que more”, comenta o Dr. Nero. “Mas, a maior parte dos testes da EPA”, diz ele, “é feita com detectores colocados nos porões”. Ele também sublinha: “O monitoramento deve durar meses, e o ideal seria um ano.”

Seria sábio ter cuidado ao escolher uma firma para o teste, visto que algumas gozam de melhor reputação do que outras. É também possível comprar detectores de radônio. Mas os informes indicam haver ampla variação da exatidão de um modelo para outro.

Se, depois do teste, verificar que sua casa apresenta alto nível de radiação, tal problema pode ser corrigido. Talvez seja suficiente tapar bem as rachaduras nas paredes do porão e do piso, e usar ventiladores para melhorar a ventilação. Em Clinton, Nova Jérsei, na comunidade antes mencionada, em que todas as casas apresentavam elevados níveis de radiação, as primeiras dez casas reformadas tiveram seus níveis reduzidos para limites seguros, em questão de seis meses. A tarefa de corrigir o problema raramente custa mais de US$ 1.500 — e, em geral, custa muito menos.

Em situações muito incomuns, tais como a do engenheiro da usina nuclear, talvez haja muita coisa a fazer. Foi preciso remover o piso de concreto do porão e grande parte do solo abaixo. Os alicerces da casa foram recobertos com uma barreira especial de plástico anti-radônio, e todas as rachaduras no concreto foram vedadas com silicone. Por fim, instalou-se um sistema especial de ventilação. O esforço para reduzir o radônio a um nível seguro teve êxito, embora as despesas fossem de US$ 32.600.

Felizmente a evidência parece indicar que a ameaça do radônio nas casas não é tão ampla como se temia. Mas, se estiver em dúvida quanto à sua casa, talvez deseje mandar submetê-la a um teste, para sua própria paz mental.

[Nota(s) de rodapé]

a Quatro picocuries por litro de ar é considerado, na questão do risco de câncer, como equivalente a fumar meio maço de cigarros por dia.

[Fotos na página 13]

Como o radônio talvez penetre numa casa.

Evaporação proveniente de água de poço.

Rachaduras nos pisos e nas paredes.

Canos de escoamento soltos.

Granito.

Água de poço.

Rachaduras no piso.

Blocos porosos.

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