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  • g93 22/3 pp. 20-23
  • Achegar-me a Deus ajudou-me a enfrentar meus problemas

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  • Achegar-me a Deus ajudou-me a enfrentar meus problemas
  • Despertai! — 1993
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g93 22/3 pp. 20-23

Achegar-me a Deus ajudou-me a enfrentar meus problemas

EU NÃO me interessava em religião. Toda religião organizada parecia-me hipócrita. Não via nela grande proveito para as pessoas, a não ser para torná-las intolerantes. Estávamos em fins dos anos 60. O presidente dos Estados Unidos tinha sido assassinado, e milhares morriam na guerra do Vietnã. O mundo estava confuso. Minha própria vida se desfazia. Como poderia haver um Deus que se importasse comigo ou com a humanidade?

Eu tinha 27 anos, era casada, tinha dois filhos pequenos, e trabalhava por tempo integral num manicômio, quando uma vizinha passou a falar-me sobre a Bíblia. Para minha surpresa, eu dava ouvidos. Ela falou-me sobre o que chamou de últimos dias. O que dizia parecia ser diferente, e eu queria respostas. Ela deixou comigo um livro intitulado A Verdade Que Conduz à Vida Eterna. Li o livro em uma só noite, verifiquei todos os textos bíblicos e fiquei pensando: ‘Será que encontrei mesmo a verdade?’

Em caso afirmativo, eu tinha um problema. Nasci numa família judia, tinha marido judeu e dois filhos pequenos, bem como parentes judeus. Sabia que eles ficariam perturbados se eu me tornasse Testemunha de Jeová. Não queria ferir desnecessariamente os sentimentos da minha família; tinha de ter certeza. Comecei a ler avidamente publicações bíblicas. Em uma semana fiquei convencida de que esta era a verdade. Era algo que eu tinha de fazer. Portanto, comecei a estudar com as Testemunhas de Jeová. Em poucas semanas, já estava pregando a todo mundo. Fiquei emocionada de saber que o nome de Deus é Jeová, que ele se importa comigo e com toda a humanidade, e que é possível ter vida eterna numa Terra paradísica. Fui batizada em 12 de junho de 1970.

Como tinha esperado, minha família, bem como os parentes do meu marido, ficaram muito perturbados e alguns me rejeitaram. Meu marido, por anos, estudava de vez em quando, mas nunca realmente aceitou a verdade. No entanto, meus filhos tornaram-se Testemunhas de Jeová. Desde o começo, eu queria ser ministra de tempo integral, pregar as boas novas do Reino de Deus de porta em porta. Mas tinha filhos em fase de crescimento e um marido incrédulo. Mesmo eu trabalhando por tempo integral, perdemos duas casas, e diversas vezes não tínhamos nem onde morar. A vida era muito difícil.

Em certa ocasião, a hipoteca da nossa casa estava para ser executada. Tínhamos de deixar a casa até o meio-dia de domingo, e não tínhamos para onde ir. Fiz tudo o que pude e, finalmente, na manhã de sábado, um dia antes, decidi fazer o que Jesus disse em Mateus 6:33 — buscar primeiro o Reino e esperar que Jeová providenciasse as coisas necessárias. Saí na pregação. Lembro-me de que chorei por causa da tensão que a situação havia provocado, mas em cinco minutos já me sentia melhor. Sempre verifiquei que a pregação tem um efeito positivo em mim; eleva-me acima dos meus problemas, e o espírito de Jeová mantém-me feliz e produtiva, e dá sentido à minha vida. De qualquer modo, quando voltei para casa, naquele dia, ainda não tínhamos aonde ir, mas sentia-me melhor.

Naquela noite, recebemos um telefonema da imobiliária que cuidava das nossas necessidades. Eram 23h30, e o agente imobiliário ficara tão preocupado por não termos onde morar que achou um lugar para nós ficarmos temporariamente até ficar pronta a casa que deveríamos receber. Assim, nossas co-Testemunhas fizeram nossa mudança para aquela casa no domingo. Ficamos morando ali três semanas, com nossos pertences em caixas, e finalmente nos mudamos para a nossa casa, quando ficou pronta. Não era fácil, mas Jeová forneceu-nos o necessário. Isto me fortaleceu muitíssimo e edificou minha fé. Era exatamente como disse o Rei Davi no Salmo 37:25: “Eu era moço, também fiquei velho, e, no entanto, não vi nenhum justo completamente abandonado, nem a sua descendência procurando pão.”

Havia dificuldades no manejo do dinheiro da família. Às vezes eu assumia a administração do dinheiro e endireitava tudo. Durante estes anos, tentei desesperadamente salvar o casamento, na maior parte por causa do meu amor a Jeová e em consideração pelo Seu arranjo de casamento, e no íntimo esperava que meu marido mudasse e aceitasse a verdade.

Eu orava constantemente a respeito do serviço de pioneiro regular, e sempre que podia era pioneira auxiliar.a Sabia que a pregação era o modo melhor e mais importante em que podia usar a minha vida. Amava a Jeová e queria servi-lo de toda a alma. Amava também as pessoas e queria ajudá-las. Cheguei a avaliar à base da minha própria vida difícil quão proveitosos são os princípios bíblicos, e sabia que as pessoas precisavam da esperança que o Reino fornece. Mas eu tinha medo de que minha família não teria o necessário para a vida se eu não trabalhasse. Mesmo assim, quase não conseguimos atravessar esta crise.

Eu gritei, o estuprador fugiu

Então aconteceu algo na minha vida que me deu a fé em que Jeová sempre me sustentaria e cuidaria de mim. Alguém arrombou minha casa e tentou estuprar-me. Atacou-me enquanto eu dormia, e quando acordei, ameaçou matar-me se gritasse ou me mexesse. Embora eu estivesse aterrorizada, Jeová ajudou-me a ficar calma e a ter presença de espírito para orar e avaliar toda alternativa. Eu sabia o que a Bíblia diz sobre gritar, mas também achava que o intruso provavelmente me mataria se eu gritasse, e que meus filhos iam então acordar e ele iria matá-los. Via meu nome em obituários e orei a Jeová para que protegesse meus filhos se eu morresse. Mesmo assim, fiz o que a Bíblia indica — gritei. (Deuteronômio 22:26, 27) O homem que tentara estuprar-me fugiu. Acreditei realmente que eu ia morrer naquela noite. Acheguei-me ainda mais a Jeová.

Larguei o emprego e comecei a servir como pioneira regular em 1975. Fui pioneira por seis anos, e meu marido pagava as contas. Infelizmente, eu contraí diabetes quando ainda jovem e, em certa época, estava muito doente. Para suportar isso eu confiava ainda mais em Jeová. Apesar da minha situação, aqueles eram os anos mais felizes e mais produtivos que tive até então. Jeová abençoou-me com muitos estudantes da Bíblia que progrediram até o batismo. Alguns deles tornaram-se pioneiros.

Daí, em 1980, nossa vida se desfez. Houve um afastamento entre meu marido e eu. Meus filhos ficaram muito aflitos, de modo que por causa deles tentei salvar o nosso casamento, mas o meu marido não correspondeu aos meus esforços. A essa altura eu sabia que era tempo para obter um divórcio bíblico. O efeito que o afastamento dele teve sobre meus filhos foi devastador.

Tentei desesperadamente continuar a ser pioneira nesta época e pude continuar como tal por cerca de um ano. No entanto, minha filha, não agüentando a situação, começou a rebelar-se contra tudo, inclusive contra mim e a verdade. Parei de ser pioneira durante este tempo, por causa da conduta dela. Isto me perturbou muito; minha vida se desfazia. Sentia-me muito sozinha, como se tudo tivesse desaparecido, exceto Jeová.

Foi por volta dessa época que Jeová providenciou dois queridos irmãos que me ajudaram mais do que jamais vão saber. Um deles era superintendente de circuito e o outro ancião em outra congregação, que conhecia a nossa situação, pois havia estudado com o meu marido. É impossível expressar a Jeová toda a gratidão que sinto por essas dádivas em homens. Eles sempre serão muito estimados para mim.

Não muito depois, ainda muito nova, minha filha casou-se fora da verdade. Isto desfez a família e completou meu desespero. Meu filho, pouco depois, foi morar sozinho. Eu orava constantemente a Jeová para ajudar meus filhos a sobreviver na verdade. Eles eram muito preciosos para mim, e a única coisa que eu queria desesperadamente era que continuassem com Jeová. Esta tem sido minha oração constante durante a minha vida na verdade. Aquela época era pior para mim do que todos os 20 anos de casada — e esses anos haviam sido ruins. Todavia, eu sabia que Jeová, de algum modo, nos ajudaria, e, custasse o que custasse, eu tinha de fazer a vontade dele.

Lembro-me muito bem de um incidente. Eu ainda era pioneira, não tínhamos dinheiro, mas precisávamos de cerca de 70 dólares para passar o resto da semana e ter dinheiro de condução para ir ao trabalho na semana seguinte. Eu havia trabalhado dois dias como empregada temporária. Usualmente, tinha de esperar cerca de uma semana para receber o dinheiro ganho — cerca de 40 dólares. Não tinha dinheiro para comida, muito menos para condução. Na noite seguinte, eu tinha um estudo bíblico com uma senhora que me ajudou com passagens para o metrô.

O dia seguinte era sexta-feira. Fui pegar a correspondência, e havia duas cartas. Uma continha o cheque que eu esperava receber só na semana seguinte. Ele tinha passado pelo banco na cidade e sido transferido em menos de três dias. Fiquei espantada. Ainda precisava de 29 ou 30 dólares. No segundo envelope havia um cheque de 29 dólares, exatamente o que eu precisava. O realmente surpreendente era que em fevereiro daquele ano o governo me dera um subsídio para combustível para aquecer minha casa. Agora era agosto [verão, no hemisfério norte], e a repartição do governo decidiu que me devia 29 dólares — em agosto, para aquecimento? Por que achariam que me deviam alguma coisa, e ainda por cima para aquecimento em agosto? Que efeito fortalecedor da fé isso teve em mim!

Coisas materiais não são a solução

Comecei a trabalhar por tempo integral e a aprender a manejar computadores nos empregos que arranjei. Os anos em que não era pioneira foram muito difíceis. Embora tivesse um emprego excelente, certa segurança financeira e coisas materiais, eu não era feliz. Meus filhos viviam por conta própria e tinham problemas muito sérios. Minha filha estava voltando à verdade, mas ainda tinha problemas. Meu filho também tinha problemas. Depois de um tempo, achei que eu estava perdendo aquela relação bem íntima com Jeová, que tanto havia prezado. Senti-me afastando de Jeová, embora ninguém mais percebesse isso. Freqüentava todas as reuniões, estudava, saía na pregação, mas isso não bastava. Procurei maior contato social com os irmãos, mas isso tampouco ajudava.

Comecei a ter pena de mim mesma. Comecei a ficar introvertida e a pensar em mim mesma. Será que não merecia mais do que isso? Obviamente, este tipo de pensamento era exatamente o que Satanás queria. Pela primeira vez sentia-me atraída aos meus colegas de trabalho. Pensava: ‘Ora, vou pregar a eles.’ E foi o que fiz. Mas lá no íntimo podia sentir que meu coração começava a desconsiderar coisas que não devia. Não eram problemas fora de mim. Era só eu. Não podia fugir da minha consciência treinada pela Bíblia. Orei a Jeová.

Eu trabalhava por tempo integral. Era necessário largar a segurança material que criara. Eu viajava três horas por dia, ida e volta, de Long Island a Wall Street. Era tempo demais! Também, ter de lidar com tanta gente do mundo nos trens não ajudava em nada. Comecei a falar com os anciãos e a ir a assembléias em fins de semana para que isso me ajudasse a concentrar-me nas coisas importantes. Pela primeira vez na vida, não precisava preocupar-me com coisas materiais, então, por que eu queria agora lutar novamente? Depois de um ano de oração, considerando cuidadosamente se devia fazer uma mudança, eu a fiz.

Mudei-me para o bairro de Brooklyn Heights. Eu já tinha visitado a congregação local e sabia que a espiritualidade ali era exatamente o que eu precisava. Havia ali muitas Testemunhas fiéis, servindo por tempo integral por muitos anos — isso me deu a sensação de que estava voltando para casa. Em seis meses, estava pronta para renunciar à carreira e entrar no serviço de pioneiro. Arranjei um emprego de meio período e, em 1984, fui novamente designada pioneira regular.

No decorrer dos anos, Jeová me deu maravilhosas bênçãos, bem como muitas e muitas lições valiosas. Tenho tentado continuar a ser positiva e a tirar lições de cada uma das provas. Não é vergonhoso ter problemas; o pecado está em não se usarem os princípios bíblicos para resolvê-los. Aqui, em Brooklyn, não tenho os mesmos problemas que tive nos meus primeiros anos na verdade. A situação financeira não é mais problema. O marido incrédulo não é mais problema. Meu coração foi curado. Tenho sido abençoada com muitos filhos espirituais.

Mas sempre há novos problemas e desafios. Em 1987, meu filho, Marc, teve um colapso nervoso e sofreu uma séria depressão, mas Jeová nos tem ajudado a atravessar isso. Marc está reagindo e está-se saindo muito bem na congregação. Minha filha, Andrea, voltou à verdade, foi batizada, e está criando seus filhos na verdade. Visto que nos aproximamos rapidamente da grande tribulação, presumo que os problemas continuarão e talvez se tornem ainda maiores, mas Jeová estará sempre presente para nos ajudar a passar por quaisquer obstáculos ou desafios que possam surgir.

Realmente, Jeová me tem ajudado a ter uma vida muito feliz e produtiva. Espero passar o resto dela bem achegada a ele e em fazer a sua vontade. — Conforme narrado por Marlene Pavlow.

[Nota(s) de rodapé]

a “Serviço de pioneiro” é o termo usado para indicar a atividade de pregação por tempo integral.

[Foto na página 23]

Marlene Pavlow, pregadora de tempo integral das boas novas do Reino

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