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  • g94 8/4 pp. 14-17
  • Uma vida que eu não gostaria que fosse diferente

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  • Uma vida que eu não gostaria que fosse diferente
  • Despertai! — 1994
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Despertai! — 1994
g94 8/4 pp. 14-17

Uma vida que eu não gostaria que fosse diferente

MUITOS lamentam a maneira em que levaram a vida. Talvez digam: ‘Se eu pudesse recomeçar a vida, quantas coisas eu faria de modo diferente!’ Mas, quando reflito na minha vida, embora ela não tenha sido fácil, vejo que não gostaria que fosse diferente.

Fui criada como Testemunha de Jeová por meus pais, e as leis de Deus foram incutidas no meu coração desde a infância. (2 Timóteo 3:15) Não me lembro de uma época em que eu não fosse às reuniões e aos congressos das Testemunhas de Jeová. E ainda menina eu também acompanhava Testemunhas de mais idade para visitar as pessoas e ajudá-las a aprender sobre a esperança bíblica de vida eterna na Terra paradísica sob o governo do Reino de Deus. (Mateus 24:14) Ainda me lembro de oferecer o folheto O Reino de Deus É a Felicidade do Povo com apenas cinco anos de idade.

Meus pais tomaram conhecimento da verdade sobre o Reino de Deus em 1917. Embora freqüentassem uma igreja, reconheceram o tom da verdade num discurso proferido em Bridgeton, Nova Jersey, EUA, por um representante viajante da Sociedade Torre de Vigia. Meu avô ouviu o mesmo discurso e também ficou convencido de que aquilo era a verdade. Depois, aos 14 anos, num congresso das Testemunhas de Jeová, em Detroit, Michigan, eu fui batizada para simbolizar que havia dedicado minha vida a Jeová.

Naquela época, as reuniões semanais para estudo da Bíblia eram realizadas na sala da nossa casa. Mais tarde, uma loja foi comprada e transformada em Salão do Reino. Havia poucos Salões do Reino. Mas hoje, no mundo todo, dezenas de milhares de salões são usados por mais de 70.000 congregações das Testemunhas de Jeová.

Como ingressei no ministério de tempo integral

Minha mãe iniciou a carreira de evangelizadora de tempo integral em 1939 e continuou até sua morte aos 85 anos. Meu irmão, Dick, e eu iniciamos nossas carreiras no serviço de tempo integral em 1.º de abril de 1941, enquanto se travava na Europa a Segunda Guerra Mundial e o antagonismo às Testemunhas de Jeová era generalizado devido à nossa posição neutra com relação à política.

Três rapazes da nossa congregação foram sentenciados a cinco anos de prisão por causa da sua neutralidade como Testemunhas de Jeová. Como é encorajador ver que dois deles ainda servem como anciãos congregacionais! Meu irmão serviu mais tarde no Betel de Brooklyn, a sede mundial das Testemunhas de Jeová, em Nova York, e ainda serve como ancião em nossa cidade natal, Millville, Nova Jersey.

Os anos de guerra foram muito difíceis para as Testemunhas de Jeová nos Estados Unidos, bem como em outros lugares. Era comum ocorrer ataques de turbas. Crianças eram expulsas da escola. (Veja a Despertai! de 22 de julho de 1993, sobre a vida de Lillian Gobitas Klose.) Milhares de nossos irmãos espirituais foram presos, de modo que nós, mulheres, tivemos de cuidar de várias responsabilidades congregacionais. É por isso que eu fui, bem jovem, a serva de literatura. Com a ajuda de Jeová, sobrevivemos aos difíceis anos de guerra, e as coisas prosseguiram quando os irmãos foram soltos.

Foi nessa época que Lyman Swingle, de Betel, visitou nossa congregação. Ele me incentivou a mudar para Brooklyn e ajudar na campanha de prestação de socorros às Testemunhas de Jeová na Europa após a Segunda Guerra Mundial. E assim mudei para Brooklyn em março de 1948.

Tempos felizes numa nova congregação

Recebi uma nova designação de congregação: Brooklyn Center. Foi a primeira congregação formada em Nova York e região metropolitana antes da Primeira Guerra Mundial, embora com outro nome. Naquela época ficava no bairro de Brooklyn Heights. Mas quando cheguei, em 1948, a Congregação Brooklyn Center ficava na esquina da 5.ª Avenida com a Rua 8, em Brooklyn. Aquele local alugado serviu por aproximadamente 30 anos para nossas reuniões, até que um novo salão foi adquirido perto dali.

Nunca me esquecerei do meu primeiro dia na obra de pregação em Brooklyn — na Rua Henry. Foi uma mudança e tanto em comparação com dar testemunho numa cidadezinha. Mas logo encontrei uma jovem senhora que aceitou publicações bíblicas e um estudo domiciliar da Bíblia. Com o tempo, ela, um filho e uma filha tornaram-se servos dedicados de Jeová. O filho, Arthur Iannone, serve atualmente no Betel de Brooklyn com a esposa, Linda, e também o filho e a nora.

O território da congregação em que pregávamos era grande e produtivo. Com a ajuda de Jeová, muitos dos meus estudantes da Bíblia aprenderam a verdade e foram batizados. Até hoje, alguns servem como evangelizadores de tempo integral aqui nos Estados Unidos. Outros são missionários em países distantes. Alguns se tornaram anciãos congregacionais. E muitos têm cuidado de outras responsabilidades como fiéis proclamadores das boas novas do Reino de Deus.

O aumento foi surpreendente. No começo havia apenas uma congregação em Nova York e região circunvizinha, mas agora há aproximadamente 400 congregações só em Nova York. Como são agradáveis minhas recordações da participação que tive nessa expansão!

Surge interesse entre pessoas que falam francês

Na década de 60, começamos a encontrar no território da congregação muitas pessoas que falavam francês, procedentes do Haiti. A maioria falava pouco inglês, se é que falava. Era um desafio. Como as ajudaríamos a aprender mais sobre a Bíblia? Eu não falava francês, mas conseguia dirigir estudos bíblicos, com um compêndio bíblico básico, em inglês, numa mão, e sua tradução, em francês, na outra.

No entanto, não havia reuniões em francês para ajudar essas pessoas a crescer em sentido espiritual. É por isso que se pedia imediatamente ajuda a qualquer missionário que visitasse Brooklyn que soubesse falar francês. Um dos primeiros a nos ajudar foi Nicolas Brisart, coordenador da Comissão de Filial em Guadalupe. Ele proferiu nosso primeiro discurso público em francês na casa da irmã Bertha Luisdon, que ainda serve fielmente a Jeová. Havia 27 pessoas presentes.

Naquela época ainda não havia em Nova York congregações de língua estrangeira, com exceção de espanhol. Por isso, a idéia de criar uma congregação de língua francesa era difícil até de imaginar. De fato, um superintendente viajante fez as coisas parecerem ainda mais desanimadoras ao nos informar que a orientação naquela época era incentivar as pessoas que moravam nos Estados Unidos a aprender inglês.

O irmão Fred W. Franz, que mais tarde se tornou presidente da Sociedade Torre de Vigia, foi uma fonte de encorajamento. Ele disse: “Se for a vontade de Jeová, Mary, haverá uma congregação francesa.” O irmão Harry Peloyan, superintendente presidente da Congregação Brooklyn Center, também foi encorajador. Ele disse que nas noites em que o Salão do Reino não estivesse sendo usado nós podíamos realizar um Estudo de Livro de Congregação informal e discursos públicos sempre que houvesse um visitante que falasse francês.

Nessa época, contávamos com o apoio de vários irmãos batizados que se mudaram do Haiti para cá, mas nenhum deles tinha experiência suficiente para tomar a liderança organizacional na língua francesa. Daí, o irmão Timothy Galfas, que estudara em Paris e era membro da família de Betel em Brooklyn, ficou sabendo da nossa situação. Todo sábado após o expediente em Betel, ele nos ajudava a procurar irmãos haitianos que moravam aqui mas não sabiam onde se associar.

Logo o número dos que se associavam conosco era de 40 pessoas. Pedimos ao superintendente de circuito que escrevesse à Sociedade solicitando aprovação para a formação oficial de um Estudo de Livro de Congregação em francês. Como ficamos felizes quando nosso pedido foi aprovado! Mais tarde também obtivemos aprovação para realizar regularmente discursos públicos e o estudo semanal de A Sentinela.

A primeira congregação francesa

Em 1.º de dezembro de 1967, recebemos aprovação para formar uma congregação de língua francesa, a primeira nos Estados Unidos. Ela usaria o mesmo Salão do Reino que as congregações Brooklyn Center e Prospect. Ficamos muito emocionados! Sabíamos que todos progrediriam mais em sentido espiritual na língua que entendiam. Foi muito apreciado durante todos aqueles anos de nossas dores de crescimento o apoio que recebemos de irmãos como Harry Peloyan, George Haddad e Carlos Quiles, que constituíam a comissão de serviço da Congregação Brooklyn Center.

Progredimos rápido. Logo se formaram congregações francesas em Manhattan, Queens e Nyack, em Nova York. Jeff Keltz e Tom Cecil, do Betel de Brooklyn, ajudavam nessa expansão. O irmão Keltz foi nosso superintendente de circuito, e o irmão Cecil tem colaborado na Comissão do Congresso de Distrito. Recebemos ajuda de outros irmãos, como de missionários que, por motivo de saúde, tiveram de voltar para os Estados Unidos depois de servir em países em que se falava francês. Sua ajuda foi tão valiosa! Um deles é Stanley Boggus, que serve como superintendente presidente e superintendente de circuito substituto.

Que alegria foi ver aquele pequeno grupo de língua francesa na esquina da 5.ª Avenida com a Rua 8 produzir dezenas de congregações e dois circuitos! De fato, tivemos nossa primeira assembléia de circuito, em francês, em abril de 1970. O irmão Nathan H. Knorr, que então era o presidente da Sociedade Torre de Vigia, falou a nós na sexta-feira, à noite, e desejou-nos êxito. Naquele verão tivemos também nosso primeiro congresso de distrito, embaixo das arquibancadas do Estádio Roosevelt, em Jersey City, Nova Jersey. Estava quente e havia muita poeira, mas as mais de 200 pessoas na assistência ficaram muito felizes de ouvir o programa todo, incluindo o drama, em francês.

Outra emoção que tivemos foi em 1986, quando recebemos permissão de usar o Salão de Assembléias das Testemunhas de Jeová em Jersey City para o congresso de distrito. Num congresso em francês realizado ali no ano passado, a assistência foi de 4.506 pessoas, com 101 batizados. Outro congresso em francês foi realizado na Flórida ao mesmo tempo.

Colegas fiéis

Outro aspecto muito agradável da minha vida foi dividir um apartamento em Brooklyn com outras irmãs que estavam no serviço de tempo integral. Minhas duas primeiras colegas (Rose Lewis Peloyan e Madelyn Murdock Wildman) foram para Betel. Depois, mais duas (Lila Rogers Molohan e Margaret Stelmah) também se tornaram membros da família de Betel. Duas outras (Barbara Repasky Forbes e Virginia Burris Beltramelli) cursaram a Escola Bíblica de Gileade da Torre de Vigia e ainda servem, respectivamente, na Guatemala e no Uruguai.

Sempre reservávamos tempo para considerar um texto das Escrituras para começar o dia, após o que íamos para o serviço secular e para o ministério de pregação. Voltávamos à noite, cansadas e com fome, mas felizes! Tínhamos muitos casos edificantes para contar! Por exemplo, certa vez estudei com uma jovem senhora, Elisa Beumont Farina, que insistiu que seu estudo fosse realizado às 22 horas. Ela progrediu rápido. Na primeira vez que a levei ao serviço de pregação, ela disse: “Não pense que vou fazer isso sempre!” Mas ela se tornou evangelizadora de tempo integral e depois cursou a escola de Gileade, vindo a servir muitos anos no Equador. Ainda serve por tempo integral em Trenton, Nova Jersey.

Algumas colegas tiveram filhos que também amam e servem a Jeová. No ano passado, a filha (Jodi Robertson Sakima) de uma das irmãs que dividiram o apartamento comigo (Virginia Hendee Robertson) casou-se e agora serve com o marido no Betel de Brooklyn.

É um prazer dizer que todas as colegas que tive, mais de 20, são fiéis a Jeová, e muitas continuam no serviço de tempo integral.

O prazer de conhecer nossa família global

Para mim também tem sido uma fonte de alegria conhecer muitas Testemunhas de Jeová de outros países. Por exemplo, por morarmos perto da sede da Sociedade, tivemos o privilégio de associar-nos com estudantes da escola missionária de Gileade, que funcionava no Betel de Brooklyn.

Dois estudantes, Günter Buschbeck, que atualmente serve na filial da Áustria, e Willi Konstanty, que serve na filial da Alemanha, foram designados para a Congregação Brooklyn Center enquanto freqüentavam Gileade. Como foram encorajadores! Eles exerceram uma influência tão positiva sobre minhas colegas que elas também logo passaram a cogitar o serviço missionário.

Várias vezes tive o privilégio de ampliar meu círculo de amizades na nossa família global em viagens ao exterior. Assisti a congressos internacionais e revi, em suas designações, muitos dos formados de Gileade que já conhecia.

Uma vida rica de experiência

Ao refletir na minha vida, posso dizer que ela tem sido maravilhosa — uma vida feliz e cheia de bênçãos. Embora eu tenha passado por muitos dos problemas comuns a este sistema de coisas, nada nunca me fez lamentar meu passado ou desistir do precioso privilégio do serviço de tempo integral.

Em tenra idade, minha mãe incutiu em mim as palavras do Salmo 126:5, 6: “Os que semeiam com lágrimas ceifarão com clamor jubilante. Aquele que sem falta sair, mesmo chorando, carregando uma bolsa cheia de semente, sem falta entrará com clamor jubilante, carregando seus feixes.” Esse texto ainda me orienta. Não importa quais fossem os problemas, Jeová me ajudava a encontrar uma maneira de superá-los e manter a alegria.

Com certeza eu não gostaria que minha vida fosse diferente. Não lamento nem um pouco ter dedicado 53 anos a Jeová no ministério de tempo integral. Anseio continuar servindo-o por toda a eternidade em seu novo mundo. — Conforme narrado por Mary Kendall.

[Foto na página 16]

Mary Kendall

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