Observando o Mundo
A maior plataforma de perfuração
‘A empresa brasileira de exploração de petróleo, Petrobrás, adquiriu a maior plataforma de perfuração do mundo’, diz o Jornal do Brasil. Fabricada em Cingapura, ‘a cidade flutuante de 98 metros de comprimento, 85,5 metros de largura máxima e altura de um prédio de 16 andares’ funciona a 178 quilômetros da costa de Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, o que representa uma hora de viagem de helicóptero ou seis horas de barco. A enorme plataforma é computadorizada e processa 100 mil barris diários de petróleo. O jornal acrescenta: “Sua produção vai representar 16% do total de petróleo extraído no país.” Engenheiros, geólogos, técnicos, mergulhadores e outros trabalham em turnos: “14 dias embarcados, 21 em terra”.
Alunos agressivos na Austrália
As crianças que freqüentam a escola na Austrália estão se comportando de modo violento com menos idade, noticia o jornal The Australian. Naquele país, 20% das crianças dizem que não se sentem seguras na escola; 1 em cada 7 é maltratada por colegas regularmente. Os pesquisadores comentam que as crianças agressivas em geral são alunos que não vão bem nos estudos e a quem falta auto-estima. Suas descobertas sugerem que a violência apresentada em filmes e vídeos e pela mídia definitivamente tem influência sobre as crianças. Os meninos são os piores agressores; as meninas e os funcionários de escola são as vítimas mais freqüentes. Até mesmo os professores sofrem às mãos de alunos agressivos, e muitos, temendo represálias, relutam em lidar com alunos impertinentes. Certa associação de mestres solicitou que se ponham walkie-talkies à disposição dos professores que fazem ronda nas dependências das escolas no intervalo do lanche.
Cafeína e gravidez
Em 1980, a Administração de Alimentos e Remédios, dos Estados Unidos, recomendou que as gestantes limitem o consumo de cafeína, substância química encontrada no café, chá, chocolate e bebidas de cola. A recomendação foi dada primariamente à base de experiências com animais. Desde então, porém, estudos realizados com gestantes demonstraram mais conclusivamente a necessidade de cautela no consumo da cafeína. The Journal of the American Medical Association relatou recentemente que 75% das gestantes consomem cafeína, embora a maioria dos estudos mostre que a ingestão de mais de 300 miligramas de cafeína por dia (umas três xícaras de café) pode prejudicar o feto. Um estudo mais recente, porém, sugere que mesmo níveis mais baixos de cafeína — 163 miligramas por dia — podem aumentar o risco de aborto espontâneo em algumas mulheres. Os autores do estudo comentam: “Uma recomendação razoável seria reduzir o consumo de bebidas que contêm cafeína durante a gravidez.”
Corpos poluídos, ecossistemas poluídos
Talvez não surpreenda saber que umas 3.020 pessoas nos Estados Unidos morrem todo ano depois de usar cocaína; os efeitos poluidores da droga no corpo humano são bem conhecidos. Mas a revista National Geographic relatou recentemente que a produção da droga também causa grave poluição nos rios e córregos das florestas pluviais bolivianas, peruanas e colombianas. A revista comenta: “Umas 308 toneladas de cocaína foram apreendidas no mundo todo pelas autoridades em 1992, segundo a Administração de Repressão às Drogas, dos Estados Unidos. A fabricação de tanta droga — mera fração do total — exigiu 106 milhões de litros de querosene, 4,2 milhões de litros de solventes, 1,1 milhão de litros de ácido sulfúrico, 70.000 litros de ácido clorídrico e 14.000 litros de amônia. Grande parte de tudo isso é despejada nas redes fluviais, destruindo a vida aquática e poluindo a água de irrigação e de consumo.”
Ocorrência comum de distúrbios mentais
O jornal The New York Times noticiou em princípios de 1994: “Quase um em cada dois americanos — 48% — já sofreu um distúrbio mental em algum momento da vida.” Um estudo de mais de 8.000 homens e mulheres, comandado por um sociólogo e feito com o auxílio de entrevistas para avaliação individual, constatou que o distúrbio mais comum foi a depressão profunda; 17% já haviam sofrido de depressão profunda em algum período na vida. Quatorze por cento já foram dependendes de bebidas alcoólicas em alguma época. O Times comentou que uma das surpresas do estudo foi que 12% das mulheres já haviam sofrido de distúrbios de estresse pós-traumático; metade dos casos “resultou de terem sido estupradas ou molestadas sexualmente”. Apenas um quarto de todos os que haviam sofrido distúrbios psiquiátricos procurou ajuda profissional. Atribui-se ao Dr. Ronald C. Kessler, o sociólogo que comandou o estudo, a seguinte declaração: “A má notícia é que existem muito mais casos de distúrbios psiquiátricos do que pensávamos. A boa notícia é que muito mais pessoas se recuperam — a maioria por conta própria — do que imaginávamos.”
Riscos pós-operatórios relacionados com a bebida
Os pacientes que tomam mais de cinco doses de bebida alcoólica por dia têm três vezes mais probabilidade de apresentar complicações pós-operatórias do que os que bebem menos, segundo o Dr. Finn Hardt, cirurgião-chefe dinamarquês. Como disse recentemente a Revista da Associação Médica Dinamarquesa, o abuso da bebida tem um efeito tóxico em praticamente todos os órgãos; causa uma tendência maior a hemorragia e a problemas cardíacos e pulmonares. Essas condições em geral levam os médicos a recorrer a hospitalizações mais longas e mais transfusões de sangue. Aqueles que tomam grandes quantidades de bebida por dia também se arriscam a debilitar o sistema imunológico, aumentando assim o risco de infecções. As análises provam, porém, que, depois de várias semanas de abstinência, o sistema imunológico recupera-se bem. O Dr. Hardt recomenda que, antes de qualquer cirurgia, os pacientes abstenham-se de bebidas alcoólicas por várias semanas.
Planejamento familiar criminoso
‘Uma análise de seis países latinos mostra que o aborto é usado para planejamento familiar.’ Segundo o Jornal do Brasil, realizam-se na América Latina “mais de 4 milhões de interrupções voluntárias da gravidez”. O Brasil, além de responder por 1,4 milhão desses abortos criminosos todo ano, “apresenta uma taxa mais alta de complicações em decorrência do aborto [com hospitalizações], mesmo entre mulheres de classe média e alta. A explicação é que 19% dessas mulheres ainda recorrem a pessoas inexperientes ou tentam, elas próprias, induzir o aborto”. No entanto, embora ‘cerca de 53,8% das gestações no Brasil sejam indesejadas, 23,1% delas chegam ao final, com o nascimento de bebês’.
Batalha perdida contra os gafanhotos
“A ONU está perdendo a guerra contra os gafanhotos”, disse a revista New Scientist em princípios de 1994. Segundo uma reunião de cientistas que estudam a agricultura, realizada recentemente na Holanda, a batalha de 400 milhões de dólares que as Nações Unidas travou contra os gafanhotos em fins da década de 80 teve poucos resultados. O que realmente pôs fim àquela praga foi um vento inesperado que lançou os insetos no mar. Os gafanhotos se reproduzem e então se espalham em grande número quando uma chuva rara rega o deserto, fazendo aparecer trechos de vegetação. A Organização de Alimentação e Agricultura, da ONU, tenta eliminar os gafanhotos antes que eles se espalhem em grande número, contando com a ajuda de fotos de trechos verdes no deserto tiradas por satélites. O problema é que os satélites não captam muitos dos trechos menores. Em terra, guerras e falta de recursos muitas vezes impedem que as equipes de pulverização alcancem até mesmo os focos de reprodução conhecidos.
Astrônomos de vida longa
Os astrônomos vivem mais do que as outras pessoas? A revista alemã de ciência natural Naturwissenschaftliche Rundschau publicou um artigo sobre um exame da longevidade de pessoas nascidas entre 1715 e 1825. Durante aqueles anos, 67 homens que se tornaram astrônomos aos 25 anos alcançaram a média de 71,6 anos de vida. Cerca da metade desses homens era de nacionalidade alemã; no entanto, os homens alemães de 25 anos naquele período tiveram a expectativa de vida média de apenas 60,7 anos. Por que a diferença a favor dos astrônomos? “É possível que a elevada expectativa de vida dos astrônomos relacione-se de algum modo com a quietude e a tranqüilidade associadas com o seu trabalho”, diz a revista. Ou, pondera ela, “é possível que simplesmente estar em contato com os milagres do Universo e estar absorto nisso exerça um efeito positivo sobre a saúde”.
A língua dos burocratas
Na Itália, o linguajar técnico e burocrático de muitos documentos oficiais é tão difícil de entender que a administração pública italiana acha que ele tem de ser simplificado. Segundo o Ministro das Funções Públicas, Sabino Cassese, “esta é uma administração que não mais está em contato com os cidadãos, que não fala a mesma língua deles”. Por isso, agora os funcionários públicos terão de passar a falar italiano em vez de “burocratês”, língua cheia de termos que não são de uso comum. A inovação foi anunciada por ocasião da apresentação do “Código de Estilo das Comunicações Escritas para Uso da Administração Pública”. Fornecendo um vocabulário de 7.050 palavras básicas e de fácil compreensão, o objetivo do dicionário é eliminar numerosos termos antiquados e difíceis que muitas vezes tornam leis, formulários, circulares e comunicados públicos incompreensíveis para o cidadão mediano.