Observando o Mundo
Negligenciando a“Grande Missão”
Por muitos anos, a cristandade se referiu ao mandamento de fazer discípulos de pessoas de todas as nações, que Jesus deu a seus seguidores, como a “Grande Missão”. Porém, segundo uma pesquisa recente realizada pelo Instituto de Pesquisas de Ciências Sociais da Universidade da Carolina do Norte, EUA, cada vez menos “cristãos” nos Estados Unidos encaram essa missão como muito importante. Tirando os estados do sul, tradicionalmente mais religiosos, apenas 32% dos que se consideram cristãos achavam que converter outros à sua fé era uma responsabilidade “muito importante” de sua igreja. No sul, o número era de apenas 52%.
Ruído doloroso
“Pelo menos 10% da população mundial sofre de deficiência auditiva em algum grau e esse número tende a crescer, à medida que aumenta a poluição sonora nos grandes centros urbanos”, informa a revista Globo Ciência. “O ouvido humano não foi feito para suportar os ruídos criados pela civilização.” Além de problemas auditivos, a exposição diária a ruídos pode contribuir para acidentes de trabalho, desatenção, baixa produtividade e até mesmo agressividade. De acordo com O Estado de S. Paulo, um ambiente barulhento também pode causar “complicações cardíacas, circulatórias e do aparelho digestivo, distúrbios menstruais e da gestação, impotência sexual, stress, insônia, angústia e neurastenia”. E a música alta? O professor e médico Arnaldo Guilherme avisa: “As agressões sonoras provocam lesões irreversíveis nas células auditivas.”
Mede-se a violência na TV
Um estudo novo e controversial afirma que, apesar de toda a indignação contra a violência na TV americana — e apesar de muitas redes de TV prometerem coibi-la — a violência na TV realmente aumentou nos últimos dois anos. O estudo, realizado pelo Centro Para Assuntos da Mídia e do Público, chegou a essas conclusões monitorando a programação de um único dia de dez estações e comparando o conteúdo com a programação da mesma data, dois anos antes. Verificou que ações violentas, definidas como ações em que o uso deliberado de força física resulta em ferimentos ou destruição de propriedades, aumentaram em 41% no período de dois anos. Ações violentas foram definidas como as que ameaçam a vida ou têm possibilidade de causar ferimentos graves, e esse número subiu em 67%. “O índice de incidentes violentos apresentados aumentou de 10 para quase 15 cenas por hora em cada canal”, informa o TV Guide.
Balas perdidas
Segundo reportagem do Jornal do Brasil, embora 31% dos moradores do Rio de Janeiro citem o assalto, 28% afirmam que seu maior medo é a bala perdida. “Há dois anos, quando fizemos a última pesquisa”, informa uma pesquisadora, “a bala perdida nem era citada”. Independentemente de sexo, educação e situação financeira, ela acrescenta: “Há níveis de temor mais acentuados do que outros. Por exemplo, quanto mais velho o carioca, mais medo ele tem. Mas o temor é geral.” Segundo O Estado de S. Paulo, ‘durante os tiroteios entre a polícia e os traficantes de drogas, as balas perdidas causaram 50 mortes e dezenas de feridos’.
Mar Negro ou mar “morto”?
“O mar Negro tornou-se o mar mais poluído do mundo e sofre morte agonizante.” Assim informa o jornal russo Rossiiskaya Gazeta, comentando que nos últimos 30 anos, o mar Negro “tornou-se um esgoto para a metade da Europa — um lugar para o despejo de enormes quantidades de compostos fosfóricos, mercúrio, DDT, petróleo e outros refugos venenosos dos 160 milhões de pessoas que residem em suas costas”. A poluição produziu alguns sintomas preocupantes. Das 26 variedades de peixe que os pescadores costumavam apanhar no mar Negro na década de 60, apenas 5 ainda existem. A população de golfinhos, anteriormente robustos 1.000.000, decaiu para 200.000. Muitos dos golfinhos que ainda restam estão infectados pela peste suína por causa das muitas fazendas de suinocultura que lançam seu esgoto no delta do Danúbio.
A maconha e a perda de memória
“Pela primeira vez no mundo”, informa o jornal The Sydney Morning Herald, da Austrália, “pesquisadores de Sydney demonstraram o que muitas pessoas há muito suspeitavam: que a perda de memória e a dificuldade de concentração causadas pelo fumo da maconha persistem por muito tempo depois de se deixar de usar a droga”. A pesquisa, realizada na Universidade de Macquarie, confirmou que o dano causado pela maconha é proporcional à quantidade fumada e à duração da prática. As notícias ainda pioram: “Essas deteriorações podem não ser reversíveis.” O estudo mostrou que os ex-usuários sofriam da mesma “debilitação cognitiva” que os que ainda fumavam maconha. Mais do que a memória é afetada, especialmente no caso dos que usaram a droga por cinco anos ou mais. Ficou constatado que esses indivíduos eram mais lentos em processar informações e menos capazes de se concentrar e evitar distrações. A reportagem conclui que, de acordo com a evidência conjunta, fumar maconha realmente muda a fisiologia do cérebro.
Adolescentes e vídeos pornográficos
No Japão, a porcentagem alarmante de 77% dos rapazes e 24% das moças que fazem o segundo grau já assistiu a vídeos pornográficos, segundo pesquisa realizada pela Agência de Coordenação e Gerenciamento do Japão. Mesmo entre os meninos no ginásio, com 13 ou 14 anos, 25% já assistiram a esses vídeos. E os efeitos? “A pesquisa indica”, informou o jornal Mainichi Daily News, “que esses alunos que viram vídeos para adultos estão insensibilizados à gravidade dos crimes sexuais e têm pouca sensibilidade com os sentimentos das vítimas desses crimes”. Será que os pais estavam a par da situação? A mesma pesquisa revelou que apenas 12% dos pais dos alunos pesquisados sabiam ou suspeitavam que os filhos assistiam a vídeos pornográficos.
Milagre ou micróbios?
“Um dos mais celebrados milagres da Igreja Católica pode ser mais microbiano do que divino”, informou recentemente a revista New Scientist. O suposto “milagre de Bolsena” ocorreu em 1263, quando um sacerdote da Boêmia apanhou a hóstia sacramental ao celebrar a missa. Diz a história que ele se perguntava se a hóstia realmente se transformava no corpo de Cristo tal como a Igreja Católica ensina. Daí, para sua surpresa, ele viu que a hóstia exsudava algo que parecia sangue! Porém, há muito os cientistas especulam que o fenômeno foi causado por um fungo vermelho-vivo e gotejante que se prolifera em alimentos à base de amido, em climas quentes. Johanna Cullen, da Universidade de George Mason, em Virginia, EUA, recentemente reproduziu as prováveis condições medievais e desenvolveu uma cultura da bactéria suspeita numa hóstia sacramental. Em pouco tempo, ela ficou vermelha como sangue.
AIDS causada por transfusão?
Qual é a probabilidade de se pegar AIDS de uma transfusão de sangue ou de hemoderivados? Segundo o jornal The Star, de Johannesburgo, 600.000 pessoas no mundo inteiro — ou 15% de todos os infectados — foram infectados pelo vírus da AIDS através de transfusão de sangue ou de hemoderivados desde que a AIDS foi identificada. Presentemente, testar a presença do HIV no sangue consome tempo e é caro. Alguns concluem que o sangue deve ser submetido a pelo menos sete testes diferentes. Em geral, os países em desenvolvimento não dispõem dos recursos financeiros ou do treinamento necessários para usar esses testes. Mesmo nos países afluentes, em que os testes são realizados, ocorrem erros. Paul Strengers, médico-chefe do serviço holandês de transfusão de sangue, admite: “Não podemos dizer que qualquer hemoderivado seja 100% seguro no que diz respeito ao vírus HIV ou à hepatite.”
Visitante raro
Um cometa, observado em março de 1993 por astrônomos da Austrália e da França, foi reconhecido oficialmente pela União Astronômica Internacional no janeiro seguinte e recebeu o nome McNaught-Russel. Mas é bem possível que astrônomos chineses o tenham observado primeiro — 14 séculos atrás! Segundo a revista New Scientist, um astrônomo calculou que esse cometa leva um tempo extraordinariamente longo para orbitar o Sol: 1.419 anos. Curiosamente, registros antigos mostram que astrônomos chineses observaram uma “estrela” errante que pode muito bem ter sido este cometa. Eles registraram sua observação no terceiro ano de um período chamado Keen Tih, durante a segunda lua, num dia chamado Woo Woo — ou 4 de abril de 574 EC. O cometa deve fazer sua próxima visita à nossa vizinhança do sistema solar por volta do ano 3412.