BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g95 22/6 pp. 22-25
  • Como me beneficiei do cuidado de Deus

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • Como me beneficiei do cuidado de Deus
  • Despertai! — 1995
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • Esperança para o futuro
  • Obstáculos vencidos
  • Entrando e saindo de casas de repouso
  • Cuidaram de mim com amor
  • Lidando com a saúde declinante
  • Não desisto
  • Do desespero para a alegria
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1981
  • Sou grata pelo infalível apoio de Jeová
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1993
  • Jeová tem-me dado forças
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1990
  • Alegre, apesar do meu impedimento
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1980
Veja mais
Despertai! — 1995
g95 22/6 pp. 22-25

Como me beneficiei do cuidado de Deus

NA MANHÃ de 18 de maio de 1963, acordei mais feliz do que de costume. Era o início de um dia belo, quente e ensolarado. Mas antes de explicar por que esse dia foi tão especial para mim, deixe-me contar algo a meu respeito.

Nasci na Filadélfia, Pensilvânia, EUA, em 20 de maio de 1932, a mais nova das quatro filhas da família. Minha mãe morreu quando eu tinha dois anos, e meu pai se casou novamente quando eu tinha cinco. Com o tempo, a família foi aumentando e ganhamos mais seis irmãos e irmãs. Éramos batistas, e em certa ocasião até pensei em ser professora da escola dominical.

Nasci com artrite reumatóide, o que contribuiu para uma infância muito difícil. Quando tinha nove anos, um médico me disse que eu iria piorar com os anos. Infelizmente, ele estava certo. Aos 14 anos, eu não podia mais andar. Por fim, minhas mãos, pés e pernas ficaram completamente inválidos, e houve fusão dos ossos do meu quadril. Meus dedos ficaram tão deformados que eu tinha muita dificuldade para escrever ou até para apanhar as coisas. Nessas condições, não pude voltar a estudar em escola pública.

Quando fui internada num hospital à idade de 14 anos, eu me sentia bem porque as enfermeiras me deixavam fazer umas coisinhas para ajudá-las. Gostava muito desse trabalho. Mais tarde, cheguei a um ponto em que não conseguia sentar sozinha. Os médicos disseram a meus pais que não havia nada que pudessem fazer por mim; então, depois de três meses no hospital, fui mandada para casa.

Nos dois anos seguintes, até a idade de 16 anos, eu pouco fazia além de ficar deitada na cama. Passei a receber aulas em casa, mas daí minha condição física piorou. Tive uma úlcera no tornozelo direito e febre reumática, o que me obrigou a voltar para o hospital. Fiz 17 anos lá. Mais uma vez, fiquei três meses internada. Ao voltar para casa, soube que não tinha mais direito de receber aulas em casa.

Com quase 20 anos, eu me sentia muito infeliz e passava boa parte do tempo chorando. Acreditava em Deus, e muitas vezes orava a ele pedindo ajuda.

Esperança para o futuro

Enquanto estava no Hospital Geral da Filadélfia tratando do tornozelo, dividi o quarto com uma jovem chamada Miriam Kellum. Ficamos amigas. Quando Catherine Miles, irmã de Miriam, a visitava, falava sobre a Bíblia comigo. Depois que recebi alta, sempre dava um jeito de manter contato com Catherine, que era Testemunha de Jeová.

Infelizmente, minha madrasta não gostava muito de mim. Aos 25 anos, fui morar com uma das minhas irmãs mais velhas, e calhou de Catherine se mudar para uma casa depois da esquina. Telefonei para ela, e ela começou a me ensinar a Bíblia usando como compêndio o livro Seja Deus Verdadeiro. Que alegria foi aprender que eu não seria deficiente para sempre e que um dia toda maldade seria eliminada! (Provérbios 2:21, 22; Isaías 35:5, 6) Essas verdades me cativaram, e também a esperança da ressurreição e a perspectiva de ver minha mãe outra vez. — Atos 24:15.

Comecei a assistir às reuniões das Testemunhas de Jeová logo depois. O marido de Catherine me carregava até o seu carro e me levava ao Salão do Reino. Quando eu ia às reuniões, ficava encorajada com o amor que as pessoas ali mostravam por mim.

Obstáculos vencidos

Infelizmente, minha irmã e meu cunhado se separaram, e eu tive de voltar a morar com meu pai e minha madrasta. Visto que minha madrasta se opunha muito às Testemunhas de Jeová, tive de estudar a Bíblia às escondidas, de 1958 a 1963. Ela não permitia Testemunhas de Jeová dentro de casa. Eu estudava com Testemunhas diferentes por telefone ou quando estava no hospital.

Outro obstáculo era que minha madrasta às vezes se recusava a me alimentar ou a me dar banho. Uma vez ela deixou meus cabelos sem lavar por oito meses. Também não permitia que eu lesse qualquer correspondência sem que ela lesse primeiro. Porém, era evidente que Jeová cuidava de mim: meu irmão permitiu que a minha correspondência fosse enviada para sua casa. Isso possibilitou que Pat Smith, uma irmã cristã com quem me correspondia, mantivesse contato comigo e me encorajasse usando a Bíblia. Meu irmão me passava escondido as cartas dela; eu as respondia, e ele levava as cartas, sem minha madrasta saber.

Em 1963, fui internada outra vez, e Pat Smith continuou a me ensinar no hospital. Um dia ela me perguntou: “Gostaria de ser batizada em nossa assembléia de circuito?”

“Sim!”, respondi.

Eu estava na ala de reabilitação e podia conseguir um dia de licença. No dia da assembléia de circuito, Pat e outras Testemunhas de Jeová vieram me apanhar. Os irmãos precisaram erguer-me por cima de uma divisória e me abaixar dentro do tanque para eu ser batizada. Enfim eu era serva de Jeová! Isso foi em 18 de maio de 1963, um dia que jamais vou esquecer.

Entrando e saindo de casas de repouso

Em novembro, iria receber alta. Não queria voltar para casa porque sabia que, lá, meu serviço a Jeová seria limitado. Então fiz preparativos para morar numa casa de repouso. Ali comecei a participar no ministério escrevendo cartas para pessoas que as Testemunhas de Jeová tinham dificuldade de contatar no ministério de casa em casa. Lia também as colunas dos obituários e escrevia para os parentes de pessoas que haviam morrido recentemente, incluindo nas cartas textos consoladores da Bíblia.

Em maio de 1964, fui morar com minha irmã mais velha e seu marido na cidade de Nova York. Ele me comprou minha primeira cadeira de rodas, e eu comecei a assistir às reuniões. Que alegria foi fazer meu primeiro discurso na Escola do Ministério Teocrático, nesta época em que fiquei na cidade de Nova York!

No início de 1965, alguns irmãos da Filadélfia pediram que eu passasse duas semanas com eles. Enquanto eu estava na Filadélfia, minha irmã me escreveu dizendo que não me queria mais e que eu ficasse onde estava. Fiz preparativos para voltar a morar numa casa de repouso. Enquanto morei ali, continuei a assistir às reuniões e a testemunhar a pessoas por cartas. Foi nessa época que eu pude ampliar meu ministério participando no que é conhecido como serviço de pioneiro auxiliar.

Cuidaram de mim com amor

Outro indício de que Jeová cuidou de mim com amor foi a ajuda da Congregação Oeste das Testemunhas de Jeová na Filadélfia. Além de me levarem às reuniões cristãs, os irmãos me forneciam papel de carta e outras coisas que eu precisava para o ministério.

Em 1970, houve mais uma evidência de que Jeová cuidava de mim, quando foram feitos preparativos para que eu morasse com Maude Washington, uma irmã cristã que era enfermeira aposentada. Embora já tivesse quase 70 anos, ela cuidou de mim com toda boa vontade durante os próximos dois anos, até não poder mais.

Enquanto morava com Maude, os irmãos da Congregação Ridge, na Filadélfia, eram muito diligentes em me ajudar a assistir a todas as reuniões. Isso exigia que eles me carregassem para cima e para baixo três lances de escadas, três vezes por semana. Sou muito grata aos que trabalharam tão fielmente para me ajudar a chegar às reuniões.

Em 1972, quando a irmã Washington não podia mais cuidar de mim, decidi obter meu próprio apartamento. Isso não teria sido possível sem a ajuda abnegada e o amor das irmãs cristãs da congregação Ridge. Elas se organizaram para me alimentar, banhar e cuidar de minhas necessidades. Outros ajudaram fazendo compras e cuidando de outros assuntos necessários.

Toda manhã, as irmãs chegavam cedo para me alimentar e vestir. Depois de me ajudarem a sentar na cadeira de rodas, empurravam-me até a escrivaninha, num cantinho do apartamento perto da janela. Ali eu ficava sentada, participando no ministério por telefone e escrevendo cartas. Chamava essa área do meu apartamento de cantinho do paraíso, porque o havia decorado com muitas ilustrações teocráticas. Dedicava o dia inteiro ao ministério até alguém vir de noite para me pôr na cama.

Em 1974, minha saúde exigiu que eu fosse internada. No hospital, os médicos me pressionaram a tomar transfusão de sangue. Cerca de uma semana mais tarde, depois que a minha saúde melhorou, dois médicos vieram me visitar. “Oh, eu me lembro de vocês”, disse: “Vocês tentaram me convencer a tomar transfusão de sangue.”

“Sim”, responderam, “mas sabíamos que não conseguiríamos”. Tive a oportunidade de dar testemunho aos médicos sobre a promessa bíblica da ressurreição e da terra paradísica. — Salmo 37:29; João 5:28, 29.

Nos primeiros dez anos que morei sozinha, pude assistir às reuniões cristãs. Nunca faltava às reuniões, a não ser quando estava doente. Quando o tempo estava ruim, os irmãos enrolavam minhas pernas num cobertor e as cobriam para não se molharem. De vez em quando, um superintendente viajante vinha me ver. Durante suas visitas, ele me “acompanhava” num estudo bíblico que eu realizava por telefone. Essas eram ocasiões de muita alegria para mim.

Lidando com a saúde declinante

Em 1982, cheguei a um ponto em que não conseguia mais levantar da cama. Não podia assistir às reuniões, nem ser pioneira, o que havia feito durante 17 anos seguidos. Isso me deixou muito triste, e muitas vezes eu chorava. Porém, era evidente que Jeová cuidava de mim — os anciãos da congregação providenciaram que o Estudo de Livro de Congregação passasse a ser realizado em meu pequeno apartamento. Quão grata ainda sou por essa provisão!

Por estar confinada à cama o dia todo e não poder chegar à escrivaninha, comecei a praticar escrever num pedaço de papel que colocava sobre o peito. De início, minha caligrafia não era legível, mas com muita prática, dava para ser lida. Por algum tempo, pude novamente dar testemunho por cartas, o que me deu certa alegria. Infelizmente, minha saúde piorou ainda mais, e eu não pude mais participar neste aspecto do ministério.

Embora não esteja em condições de assistir aos congressos de distrito desde 1982, procuro entrar no espírito da ocasião, em época de congresso. Uma irmã cristã me traz um cartão de lapela e o prende em minha camisola. Também, ligo a televisão num jogo de beisebol no Estádio dos Veteranos, na Filadélfia, e penso sobre onde eu me sentava durante nossos congressos ali. Geralmente, alguém grava o programa do congresso para que eu possa ouvi-lo na íntegra.

Não desisto

Embora não possa fazer tanto quanto antes no ministério, ainda estou cônscia da necessidade de falar às pessoas sobre as verdades bíblicas. Ter sido pioneira e ajudado a diversas pessoas interessadas a estudar a Bíblia é fonte de alegria para mim. Ao passo que não tem sido fácil morar sozinha nos últimos 22 anos, tenho liberdade para servir a Jeová sem empecilho, o que não teria sido possível se tivesse ficado em casa.

Também tenho me apercebido da necessidade de me esforçar diligentemente para mudar minha própria personalidade. Às vezes, minhas pronunciações nem sempre foram feitas com graça ao orientar quem se oferecia para me ajudar. (Colossenses 4:6) Continuo a orar a Jeová pedindo ajuda para melhorar nessa área. Sou realmente grata pelo espírito paciente e perdoador dos que, com amor, têm me suportado no decorrer dos anos. Sua ajuda amorosa é uma bênção pela qual agradeço a eles e a Jeová.

Embora fisicamente incapaz de assistir às reuniões há anos — não pude sair do meu apartamento todo esse tempo, com exceção de uma vez, para ir ao hospital — ainda sou alegre e feliz. Admito que fico deprimida às vezes, mas Jeová me ajuda a superar isso logo. Agora, posso escutar as reuniões através de ligação telefônica com o Salão do Reino. Apoiando-me em Jeová em oração e confiando nele, nunca me senti sozinha. Posso realmente dizer que me beneficiei do cuidado de Jeová. — Narrado por Celeste Jones.

[Foto na página 24]

Eu chamava essa área em que participava no ministério de cantinho do paraíso

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar