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  • Alegre, apesar do meu impedimento
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1980
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  • ESPERANÇA NA RELIGIÃO?
  • TENTATIVAS DE REABILITAÇÃO
  • MOTIVADO DE MANEIRA PERMANENTE PELA RELIGIÃO
  • ASSOCIAÇÃO COM A CONGREGAÇÃO
  • OUTRAS MUDANÇAS E A DEDICAÇÃO
  • CONFIANÇA EM JEOVÁ
  • A MINHA FAMÍLIA COMPARTILHA A VERDADEIRA ADORAÇÃO
  • ATIVIDADE CONGREGACIONAL
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1980
w80 1/2 pp. 9-13

Alegre, apesar do meu impedimento

Conforme narrado por Lee Doo-yong

Era um dia frio e sombrio de fevereiro de 1951 quando os soldados em retirada, meus companheiros, deixaram-me entregue à morte numa trincheira. Eu estava com ambas as pernas seriamente feridas. Tendo apenas neve com que me alimentar, por volta do terceiro dia as dores da fome eram mais fortes do que as dores dos meus ferimentos. No sétimo dia fui encontrado por soldados inimigos, somente para me deixarem morrer. Durante este tempo orei a “Deus”, quem quer que ele fosse. Prometi que o serviria se ele me ajudasse naquelas circunstâncias.

A GUERRA que irrompeu em junho de 1950 modificou a vida de todos nós na península coreana. Fui engajado nas forças militares sul-coreanas no final daquele ano, e dentro de quatro meses jazia terrivelmente ferido numa trincheira. Isto me deu tempo para pensar, já que era tudo o que havia para fazer.

Fui criado na religião budista, mas esta nunca me incutiu uma esperança real. Além disso, meus pais acreditavam em muitos ensinos de Confúcio, sendo a adoração de ancestrais uma coisa importante na nossa vida familiar. Mas, naquela ocasião, quando precisei de ajuda, olhei em outra direção, orando a “Deus”, que em coreano se pronuncia Ha-na-nim.

Por fim, soldados chineses comunistas capturaram-me e levaram-me a uma casa abandonada, onde alguns dos meus companheiros de armas estavam sendo detidos. Não querendo ser apanhado pelas forças norte-coreanas, fugi arrastando-me pelo chão. Mas, fui capturado novamente pelos chineses comunistas, que logo me abandonaram por estar fraco demais para ser levado como prisioneiro de guerra.

A esta altura já se haviam passado 50 dias desde que eu fora ferido. Caí num sono profundo. Algum tempo depois, devido à natureza oscilante da guerra, fui encontrado por amistosos soldados sul-coreanos. O hospital de campo em Wonju, na Coréia, para onde fui levado, não estava equipado para cuidar da gangrena que se havia manifestado, e assim fui transferido para o hospital em Pusã. Minha perna direita foi amputada bem no alto da coxa e a minha perna esquerda foi cortada abaixo do joelho. Eu estava deprimido e desanimado, achando que não havia mais razão para viver.

ESPERANÇA NA RELIGIÃO?

Durante minha hospitalização, um capelão do exército visitou-me. Visto que eu já tinha orado a Deus, pensei então se aquela religião “cristã” não traria verdadeiro sentido e alegria à minha vida. Mas toda a esperança que eu tinha logo se desvaneceu.

O capelão era uma pessoa muito boa. Disse-me que eu havia servido bem ao meu país, e em conseqüência iria para o céu. Não obstante, eu não conseguia enquadrar-me nisto. Meu comparecimento aos seus ofícios religiosos em nada aumentou meu conhecimento sobre Deus nem me deu razão para viver. Na realidade, convenceu-me de que a crença “cristã” num tormento eterno não só era desarrazoada, mas também não poderia provir do Deus verdadeiro.

TENTATIVAS DE REABILITAÇÃO

Meus dois anos no hospital foram dolorosos, amargos e vazios. A primeira vez que as enfermeiras me ajudaram a andar com meus novos membros artificiais, caí para trás ao olhar para um avião que passava. Isto me abateu e me frustrou completamente. As enfermeiras esforçavam-se bastante para me animar, até mesmo dando a entender que, com o tempo, eu poderia dançar com minhas pernas novas. Mas não encontrei consolo no que elas diziam.

Pouco tempo depois fui apanhado pela enfermeira tomando 15 comprimidos de tranqüilizante que eu havia escondido, numa tentativa de acabar com minha vida. Ela fez-me vomitá-los. Eu sobrevivi a três de tais tentativas de suicídio.

Na primavera de 1953, à idade de 23 anos, fui dispensado com uma pensão muito pequena. Minha vida estava sem rumo. Ambos os meus pais foram mortos na guerra, e o único lugar que eu tinha para ir era o do meu irmão mais velho. No oriente, em tal situação, o irmão mais velho torna-se o cabeça da casa, e todos os irmãos e irmãs mais novos se sujeitam a ele, especialmente em assuntos familiares. Eu desejava libertar-me desta tradição e ter uma vida independente. Pensava que uma esposa me ajudaria a conseguir isto.

Mas, aqui na Coréia, uma pessoa não chega à outra e simplesmente propõe casamento. Precisa haver um intermediário, alguém que faça os arranjos de casamento, um parente ou um amigo achegado A esposa dum amigo meu assumiu esta obrigação e encontrou uma jovem que tinha o desejo de ajudar. O casamento trouxe-me certa medida de independência, mas a vida continuava a mostrar-se difícil. Juntos, minha esposa e eu, passamos por muitas dificuldades, inclusive problemas econômicos.

MOTIVADO DE MANEIRA PERMANENTE PELA RELIGIÃO

Era um dia quente de agosto de 1955, quando me foi apresentada a pergunta: Pode Viver Para Sempre em Felicidade na Terra? Uma Testemunha de Jeová visitou-me à minha porta e ofereceu-me um folheto com este título. Era uma boa pergunta para mim. Aquela Testemunha se tornaria uma grande influência em minha vida.

Em uma de suas primeiras visitas, fiquei muito aliviado ao ouvi-lo explicar com a Bíblia que não existe um inferno de fogo. Com o tempo, comecei a ver que existe um Deus de amor. Isto, junto com a perspectiva de usufruir uma vida feliz para sempre na terra, revelou para mim algo em que eu poderia me enquadrar. (Sal. 37:29) E na minha condição, privado de meus membros inferiores, pode imaginar quão feliz fiquei quando me foram lidas as profecias bíblicas sobre os coxos saltitarem como os animais. Esta deveras era uma esperança real e encorajadora! — Isa. 35:6.

Após a terceira ou quarta visita da Testemunha, deparei-me orando a Jeová e expressando apreço pelo que eu estava aprendendo. Estava tão emocionado com o que aprendia da Bíblia, que algumas noites perdi o sono só pensando nestas coisas. Então, pela primeira vez, eu tinha verdadeira razão para viver. Era não somente para obter a vida, mas para usar minha vida para servir nosso amoroso Criador, Jeová Deus.

Eu estava tão feliz que meu entusiasmo contagiava meus companheiros, veteranos com deficiências físicas, com os quais tinha um negócio. Três deles logo participaram em nosso estudo semanal da Bíblia.

ASSOCIAÇÃO COM A CONGREGAÇÃO

Assistir à minha primeira reunião no Salão do Reino não foi fácil para mim. Eu era muito sensível quanto à minha situação, às muletas e a tudo o mais, e eu não gostava de que as pessoas demonstrassem piedade. Sendo assim, usualmente evitava reuniões. A única desculpa que dei por não ir ao Salão do Reino foram os dois lances de escadas que eu não podia subir, muito embora este não fosse o problema real.

Então, dentro de poucas semanas depois da sua primeira visita, a Testemunha trouxe consigo um missionário americano que visitava regularmente as congregações na Coréia. Ele também me encorajou a freqüentar as reuniões no Salão do Reino, destacando a necessidade e os benefícios. Eu estava profundamente impressionado por ele ter visitado minha humilde casa e falado a minha língua, que eu sabia ser muito difícil para ele. Portanto, era difícil dizer Não a este convite.

Quando chegou o dia, eu estava lá no Salão do Reino. Que profunda impressão isto causou em mim! Nunca me tinha reunido com tais pessoas, ansiosas de aprenderem mais sobre os propósitos de Deus e de servi-lo. Isto era tão diferente das reuniões religiosas, tanto em templos budistas como em outras igrejas, a que eu havia assistido. Daquela ocasião em diante, a freqüência regular ao Salão do Reino tornou-se parte de minha vida. A hora e vinte minutos que eu levava andando os quatro quilômetros bem compensavam o esforço.

OUTRAS MUDANÇAS E A DEDICAÇÃO

Beber e fumar excessivamente tinham-se tornado muito importantes na minha vida, depois que fui ferido na guerra. Eram as únicas coisas, na ocasião, que pareciam aliviar o sofrimento tanto mental como físico. Mas, após três meses de estudo da Bíblia e de associação com as Testemunhas, que não usavam fumo e nem ficavam bêbedas, vi a necessidade de abandonar estes hábitos impuros. A minha condição física e mental já não mais precisava destas escoras. As verdades bíblicas estavam tratando não os sintomas dos meus problemas, mas as causas deles. Em resultado, a qualidade da minha vida tornou-se mais elevada.

Segundo o costume coreano, o cabeça da família toma a liderança na adoração dos ancestrais, e espera-se que todos os irmãos mais novos e suas esposas sigam a liderança dele. As ocasiões para adorar os ancestrais surgem várias vezes cada ano. Depois de entender que a Palavra de Deus mostra que os mortos estão inconscientes e que não nos podem ajudar ou prejudicar, recusei-me a participar nesta adoração falsa. (Ecl. 9:5, 10) Isto causou um choque em meu irmão mais velho. Devido a minha não-participação, a oposição dele virou-se contra a minha esposa. Foi extremamente difícil para ela resistir a esta oposição e tornar-se Testemunha.

Cerca de nove meses após o meu primeiro contato com as Testemunhas, foi realizada em Seul uma assembléia nacional. Estava presente ali, pela primeira vez, um membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, N. H. Knorr. Fiquei muito emocionado com seus discursos bíblicos animadores. Esta grande assembléia reforçou minha fé à medida que eu via a organização e a ordem das pessoas, e o cuidado de uns para com os outros. Nesta ocasião, abril de 1956, fui batizado em símbolo de minha dedicação para servir a Jeová Deus, junto com mais de 300 outros congressistas na assembléia.

CONFIANÇA EM JEOVÁ

Meus primeiros sócios no negócio eram companheiros veteranos, um dos quais batizou-se comigo. Contudo, os outros sócios tiraram vantagem de mim por eu devotar muito tempo às reuniões cristãs, ao estudo da Bíblia e à pregação a outros. Por fim, tomaram todos os meus fregueses e estabeleceram seu próprio negócio. Para pagar nossas dívidas tive de vender a pequena casa que tinha, e, por um tempo, minha família viveu numa barraca temporária de lona. — Mat. 6:33.

Por ser veterano, empregos bem remunerados estavam disponíveis a mim. Porém, assumir estes empregos violaria minha consciência cristã, pois os empregos estavam relacionados com atividade que a Bíblia descreve como não aprovada para os servos de Deus. — Isa. 2:4.

No entanto, a ajuda veio de uma fonte inesperada, quando o diretor de um hospital para defeituosos físicos aproximou-se de mim e perguntou se eu faria artigos de malha para uso em seu hospital. Embora eu não tivesse experiência nisto, confiei em Jeová e encarei o meu trabalho secular como seu meio de prover as nossas necessidades. Nos últimos cinco anos, com a ajuda de meu filho, estamos tendo uma vida razoavelmente confortável, sem atrapalhar nossas responsabilidades e privilégios na congregação cristã.

A MINHA FAMÍLIA COMPARTILHA A VERDADEIRA ADORAÇÃO

Eu levava meus filhos regularmente ao Salão do Reino, e lembro-me de algumas vezes em que as crianças fizeram traquinagens enquanto eu estava na tribuna. Embora minha esposa fosse contra qualquer disciplina física, eu achava que havia uma ocasião e um local para isto. No caminho de volta das reuniões, aproveitava um terreno vazio para sentar-me e arrazoar com eles sobre por que deviam comportar-se. Algumas vezes, quando percebiam que iam apanhar, eles fugiam e corriam mais depressa do que minhas muletas me podiam levar e escapavam desta faceta do seu treinamento. Agora nos lembramos disto e todos rimos, mas naquele tempo eu realmente invejava os pais que tinham seus corpos inteiros.

Depois que a esposa começou a estudar a Bíblia, e tornou-se espiritualmente forte o suficiente para resistir ao meu irmão na questão de adoração dos ancestrais, ela foi batizada em 1969. Isto acrescentou mais riqueza à nossa vida familiar, e treinar as crianças não mais constituiu um problema. Ficamos felizes quando nossa primeira filha se casou com um servo ministerial de outra congregação.

Temos tido um alvo ao treinar nossos filhos. Este tem sido cultivar no coração deles o desejo de servir a Jeová. Temos colocado diante deles, como altamente desejável, a atividade de pregar e ensinar por tempo integral. E todos os nossos filhos experimentaram este grandioso serviço. Desde 1974, nossa segunda filha, Mee-hee, tem estado neste serviço de tempo integral, o qual muito tem ajudado espiritualmente nossa família.

ATIVIDADE CONGREGACIONAL

Depois de mais ou menos quatro anos após o meu batismo, foi formada uma congregação próxima à nossa casa, e eu fui designado como servo de congregação (superintendente presidente). Desde então formamos três congregações a partir daquela primeira. Tenho estado especialmente interessado em dar atenção aos maridos descrentes de nossas irmãs cristãs, e até agora pude ajudar mais de 30 deles a se tornarem Testemunhas. Estes, mais tarde, admitiram que devido à minha condição física não podiam recusar conversar comigo. Outros, que não aceitaram a verdade, têm ao menos mostrado mais compreensão para com sua esposa cristã, que tem apreciado isto.

Certo marido acreditava nos ensinos de Confúcio e se opunha muito à sua esposa, especialmente devido a ele pensar que o lugar da mulher é no lar e que ela devia estar lá o tempo todo. Isto, naturalmente, significava que ela não podia assistir às reuniões ou partilhar na pregação a outros fora de casa. Eu o visitei em diversas ocasiões fazendo amizade com ele. Por fim, persuadido pela esposa, ele concordou em assistir a uma sessão de uma de nossas assembléias. Ficou tão impressionado com o programa e as pessoas ali, que no caminho de volta visitou-me e pediu um estudo bíblico. Ele é hoje um ancião na congregação cristã.

Faz quase um quarto de século desde que comecei a aprender as verdades bíblicas que deram tamanho significado e esperança à minha vida. Nunca perdi minha confiança nas promessas valiosas de Deus, e isto me tem dado tão grande alegria apesar do meu impedimento.

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