Observando o Mundo
Crianças que fogem de casa
A “maioria dos desaparecimentos de crianças em São Paulo se deve a maus-tratos, negligência e miséria”, diz o Jornal da Tarde. De acordo com o delegado Paulo de Tarso Ruggiero, as crianças fogem ‘motivadas por agressões, privações e até revolta, por serem obrigadas a pedir esmolas’. Essas crianças fazem qualquer coisa para não voltar para casa. ‘É comum os menores virem com nome e endereço falsos, contando histórias fictícias de como se perderam da família’, diz Paulo Sapienza, coordenador de um órgão de assistência à criança. Sobre o aumento da violência dos pais, a delegada Elizabeth Sato diz: “Há três ou quatro anos raramente um homicídio de criança era cometido pelos pais. Este ano, já registramos nove casos.”
Amigos ou inimigos dos pássaros?
Quem gosta de pássaros pode estar fazendo mais mal do que bem quando deixa comida no seu jardim para os passarinhos, diz o Sunday Times, de Londres. A intoxicação alimentar, causada por bactérias do gênero Salmonella, por parasitas e por outro microorganismo não-identificado, matou recentemente dezenas de milhares dos pássaros favoritos dos jardins britânicos. James Kirkwood, veterinário-chefe do Zoológico de Londres, está preocupado porque certas espécies podem ser exterminadas em algumas regiões. As bactérias e parasitas resistentes sobrevivem por muitos dias em matéria fecal presente nas bandejas ou no chão. Nozes com fungos constituem um perigo especial, avisa o professor Chris Perrins, da Universidade de Oxford. “O governo proíbe que nozes contaminadas com fungo sejam vendidas para consumo humano, mas as permite na comida para pássaros”, diz ele, acrescentando: “Estão matando um montão de pássaros.”
Doce lar para as pulgas
No passado, o frio rigoroso do inverno significava o desaparecimento das pulgas. Mas as coisas estão mudando, diz a revista New Scientist, da Grã-Bretanha. “No decorrer dessa década, houve um aumento na população de pulgas de gato”, diz John Maunder, do Centro Médico de Entomologia de Cambridge. As casas modernas servem como um esconderijo aconchegante para as pulgas, que também habitam em cães. No passado, o frio trazia uma queda na umidade relativa do ar, o que era fatal para as larvas de pulga. “Agora”, diz Maunder, “muitas casas são tão mal ventiladas que a umidade relativa permanece alta, e mesmo em frios prolongados, as pulgas não desaparecem”.
Como lidar com os valentões da escola
Com a recente publicidade sobre crianças sofrerem na mão de valentões das escolas, o Ministério da Educação do Japão pesquisou 9.420 crianças, seus pais e professores. O estudo revelou que até 70% dos pais de crianças que foram vítimas de valentões nas escolas de primeiro grau não sabem do problema ou não levam a sério as queixas dos filhos. Com medo da retaliação, muitas vítimas não contam ao professor o que estão passando. A pesquisa mostrou, contudo, que quando um professor lida com o problema com firmeza, apenas 2% das vítimas sofrem retaliação e os valentões param de incomodar a criança em pelo menos 40% dos casos. O professor titular Yoji Morita, da Universidade da Cidade de Osaka, disse: “Estou mais convencido do que nunca de que os valentões podem ser coibidos se as vítimas fizerem queixa aos professores e se os professores lidarem com o problema de forma adequada.”
Os gostos e as aversões
das crianças
O que as crianças menos gostam de fazer? Num estudo de crianças de 6 a 11 anos, feito pelo professor Gustavo Pietropolli Charmet, da Universidade de Milão, Itália, a maioria das crianças disse: “Ficar em casa vendo TV”, ou “Ficar em casa com a mamãe fazendo lição de casa”. A pior coisa para elas, diz o jornal La Repubblica, é “ter compromissos”, isto é, ter de correr para lá e para cá para as aulas de dança, inglês, piano, e assim por diante. E são quase unânimes em dizer que detestam “ficar sozinhas”. Por outro lado, 49% dos meninos querem que os pais “deixem as crianças brincar fora de casa”, enquanto que as meninas gostariam que os pais “se divertissem brincando com os filhos”. Elas dizem, com efeito: ‘Quando minha mãe brinca comigo, tem de ser de verdade. A gente logo percebe quando ela não está achando graça e daí eu também não acho graça.’
Cardeal recomendou atividade das Testemunhas de Jeová
O cardeal Suenens, da Bélgica, promotor dos movimentos católicos ecumênicos e carismáticos, faleceu recentemente aos 91 anos de idade. O jornal belga Het Belang van Limburg comentou que embora Suenens tenha realizado muitas coisas, não concretizou o sonho de sua vida. Seu sucessor, o cardeal Danneels, declarou que Suenens “sempre desejara que os cristãos fossem mais ativos. Ele . . . se perguntava se deveríamos ir de casa em casa, assim como fazem as Testemunhas de Jeová. E no fim, ele descobriu que esse método tem o seu mérito. Uma declaração muitas vezes repetida por ele era: ‘Você só é um verdadeiro cristão quando faz de mais alguém um cristão.’”
Limpeza do oceano
Mesmo num dia sem chuva, dezenas de milhões de litros de água servida, contaminada, e detritos das ruas da cidade vão dar nas praias de Los Angeles, Califórnia. Num dia de chuva, essa água pode chegar a bilhões de litros! A prefeitura da cidade patrocinou um programa para esclarecer a população de que tudo que é jogado, lavado ou varrido para as ruas vai direto para o oceano através do bueiro — sem nenhum tratamento! Isso inclui óleo e outros fluidos de carros, grama e plantas cortadas do quintal, lixo, e fezes de animais de estimação. Para evitar arruinar a ecologia da baía de Santa Monica, próxima à cidade, a população é incentivada a: nunca jogar lixo na rua; não usar água para “varrer” as calçadas; limpar a sujeira que os animais de estimação fazem; consertar vazamentos no carro, e reciclar o óleo do motor. O Wall Street Journal diz que as pessoas que nadam perto da saída de um bueiro têm 50% mais probabilidade de ter febre, vômito, infecção respiratória ou dor de ouvido do que as que se mantêm a uma distância de pelo menos 360 metros.
Submarinos com pêlo
A Marinha Sueca mantém uma rede de microfones sob águas oceânicas para detectar o som causado por hélices de submarino, diz a revista New Scientist. Examinando 6.000 relatos de “atividade subaquática de fonte desconhecida”, com base no sistema de microfone e relatos do que pessoas afirmam ter visto, uma comissão do governo encontrou sólida evidência de atividade submarina em apenas seis ocasiões. Grande parte das demais ocorrências pode ter sido ocasionada por “batidas vigorosas de pequenas patas”, diz o relatório. Pelo visto, visões e lontras-do-mar geram um som bem similar ao de hélices de submarino, confundindo assim as escutas da marinha.
Crianças que abusam de crianças
Milhares de jovens na África do Sul sofrem abuso sexual de outros menores, diz o jornal Sunday Star, de Johannesburgo. Evanthe Schurink, do Conselho de Pesquisas para as Ciências Humanas, atribui esse abuso em parte ao fato de os jovens abusadores terem eles mesmos sido vítimas de abuso. Marilyn Donaldson, conselheira infantil na Clínica-Centro para o Estudo da Violência e o Trauma da Reconciliação, concorda com isso, dizendo: “Em muitos lares, essas crianças são expostas a terrível violência doméstica, e com freqüência suas próprias vítimas são parentes.” Ela também culpa o tédio e a negligência dos pais por grande parte dos abusos. “Não tem ninguém tomando conta das crianças quando os pais estão trabalhando”, diz ela, “assim, elas ficam à mercê dos abusadores”. Apontando um perigo adicional, Donaldson diz que vê cada vez mais “crianças pequenas de 6 a 10 anos vir ao centro com Aids, transmitida por contato sexual”.
Álcool na gravidez
“Nova pesquisa confirmou uma ligação entre o consumo de bebidas alcoólicas pela mãe durante a gravidez e um maior risco de leucemia da criança”, diz o The Medical Post, do Canadá. O estudo envolveu 302 vítimas de leucemia com um ano e meio de idade ou menos quando a doença foi diagnosticada, junto com um grupo de controle de outros 558 bebês. Para crianças cujas mães tomaram bebidas alcoólicas durante o segundo ou terceiro trimestre da gravidez, o risco de apresentar leucemia mielóide aguda era quase dez vezes maior do que para as crianças cujas mães não beberam. Segundo consta, a nova pesquisa concorda com outros estudos sobre gestantes que tomam bebida alcoólica e o risco maior de seus bebês terem leucemia.