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Um Livro para Todas as Pessoas
ba pp. 10-13

Um livro que “fala” línguas vivas

Se o idioma em que um livro é escrito morre, o livro, praticamente, também morre. Poucos hoje sabem ler as línguas antigas em que a Bíblia foi escrita. Mas ela está viva. Sobreviveu porque “aprendeu a falar” as línguas vivas da humanidade. Os tradutores que a “ensinaram” a falar outras línguas encontraram, às vezes, obstáculos aparentemente intransponíveis.

TRADUZIR a Bíblia — com seus mais de 1.100 capítulos e 31.000 versículos — é uma tarefa monumental. Contudo, ao longo dos séculos, tradutores dedicados encararam de bom grado esse desafio. Muitos deles se dispunham a sofrer agruras e até mesmo a morrer pela sua obra. A história de como a Bíblia veio a ser traduzida para os idiomas da humanidade é um relato notável de perseverança e engenhosidade. Considere apenas uma pequena parte dessa história inspiradora.

Os desafios dos tradutores

Como traduzir um livro para uma língua que não tem forma escrita? Numerosos tradutores bíblicos enfrentaram exatamente tal desafio. Por exemplo, Úlfilas, do quarto século EC, decidiu traduzir a Bíblia para o que era na época uma língua moderna, mas não uma língua escrita: o gótico. Úlfilas venceu o desafio inventando o alfabeto gótico, de 27 caracteres, baseado principalmente nos alfabetos grego e latim. A sua tradução da Bíblia quase inteira para o gótico terminou antes de 381 EC.

No nono século, dois irmãos de língua grega, Cirilo (originalmente chamado Constantino) e Metódio, destacados eruditos e lingüistas, desejavam traduzir a Bíblia para o povo de língua eslava. Mas o eslavônio — precursor das línguas eslavas atuais — não tinha forma escrita. Assim, esses dois irmãos inventaram um alfabeto para produzir uma tradução da Bíblia. Desse modo, a Bíblia podia “falar” a muito mais pessoas: as do mundo eslavo.

No século 16, William Tyndale decidiu traduzir a Bíblia das línguas originais para o inglês, mas encontrou dura oposição da Igreja e do Estado. Tyndale, educado na universidade de Oxford, desejava produzir uma tradução que até “o rapaz que maneja o arado” pudesse entender.1 Mas, para isso, teve de fugir para a Alemanha, onde o seu “Novo Testamento” em inglês foi impresso em 1526. Quando exemplares dessa obra entraram clandestinamente na Inglaterra, as autoridades se enfureceram tanto que passaram a queimá-los publicamente. Mais tarde, Tyndale foi traído. Pouco antes de ser estrangulado e queimado, ele clamou: “Senhor, abre os olhos do rei da Inglaterra!”2

A tradução da Bíblia continuava; era impossível conter os tradutores. Por volta de 1800, pelo menos partes da Bíblia haviam “aprendido a falar” 68 línguas. Daí, com a formação de Sociedades Bíblicas — em especial a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, fundada em 1804 —, a Bíblia rapidamente “aprendeu” ainda mais línguas. Centenas de homens jovens apresentaram-se para ir a outros países como missionários, muitos com o objetivo primário de traduzir a Bíblia.

Aprendendo as línguas da África

Em 1800, havia apenas cerca de uma dúzia de línguas escritas na África. Centenas de outras línguas faladas tiveram de esperar até que alguém inventasse um sistema de escrita. Missionários vieram e aprenderam essas línguas, sem a ajuda de cartilhas ou de dicionários. Daí, trabalharam para desenvolver uma forma escrita e, depois disso, ensinaram o povo a ler essa escrita. Fizeram isso para que algum dia as pessoas pudessem ler a Bíblia na sua própria língua.3

Um desses missionários foi um escocês chamado Robert Moffat. Em 1821, aos 25 anos de idade, Moffat estabeleceu uma missão entre o povo de língua tsvana, no sul da África. Para aprender a sua língua não-escrita, ele misturou-se com o povo, às vezes viajando para o interior, para viver entre eles. “O povo era bondoso”, escreveu mais tarde, “e meus escorregões no idioma provocavam muitas gargalhadas. Nunca, nem uma única vez, alguém corrigiu uma palavra ou sentença, sem antes imitar o ‘original’ tão bem a ponto de causar grande divertimento para os outros”.4 Moffat perseverou, acabou dominando a língua e criou uma forma escrita dela.

Em 1829, após oito anos de trabalho entre os tsvanas, Moffat terminou a tradução do Evangelho de Lucas. Para imprimi-lo, viajou quase 1.000 quilômetros de carro de boi até o litoral, onde tomou um navio para a Cidade do Cabo. Ali, o governador permitiu-lhe usar uma impressora do governo, mas Moffat teve de fazer pessoalmente a composição e a impressão. Finalmente, o Evangelho foi publicado em 1830. Pela primeira vez os tsvanas podiam ler parte da Bíblia na sua própria língua. Em 1857, Moffat terminou a tradução da Bíblia inteira para o tsvana.

Tempos depois, Moffat comentou a reação dos tsvanas ao receberem o Evangelho de Lucas. Ele observou: “Sei de pessoas que viajaram centenas de quilômetros para obter exemplares de S. Lucas. . . . Vi-os receber partes de S. Lucas, chorando e apertando-as ao peito, derramando lágrimas de gratidão, a ponto de eu ter de dizer a mais de um deles: ‘Vais estragar os livros com as tuas lágrimas.’”5

Desse modo, tradutores dedicados como Moffat deram a muitos africanos — alguns dos quais inicialmente não viam necessidade de ter uma língua escrita — a primeira oportunidade de se comunicarem por escrito. Os tradutores, porém, criam estar dando aos povos da África um bem ainda mais valioso: a Bíblia na sua própria língua. Hoje, a Bíblia inteira, ou partes dela, “falam” mais de 600 línguas africanas.

Aprendendo as línguas da Ásia

Enquanto os tradutores na África se empenhavam em criar formas escritas para línguas faladas, no outro lado do mundo, outros tradutores encontravam um obstáculo muito diferente: traduzir para línguas que já tinham uma forma de escrita complexa. Esse foi o desafio dos que traduziram a Bíblia para as línguas da Ásia.

No começo do século 19, William Carey e Joshua Marshman foram à Índia e aprenderam muitas de suas línguas escritas. Com a ajuda de William Ward, um impressor, eles produziram traduções de pelo menos partes da Bíblia em cerca de 40 línguas.6 A respeito de William Carey, o autor J. Herbert Kane explica: “Ele inventou um belo e fluente estilo coloquial [da língua bengali] que substituiu a velha forma clássica, tornando-a mais compreensível e atraente para os leitores modernos.”7

Adoniram Judson, nascido e criado nos Estados Unidos, foi à Birmânia e, em 1817, começou a traduzir a Bíblia para o birmanês. Explicando a dificuldade de aprender uma língua oriental a ponto de poder traduzir a Bíblia, ele escreveu: ‘Ao estudarmos uma língua falada por um povo no outro lado da Terra, cuja maneira de pensar segue linhas diferentes das nossas; cujos códigos de expressão são, assim, totalmente novos para nós; em que as letras e as palavras não têm a menor semelhança com qualquer língua que já tenhamos conhecido; sem dicionário nem intérprete, e precisando conhecer um pouco da língua antes de poder receber a ajuda de um professor nativo — isso é trabalho!’8

No caso de Judson, foram 18 anos de trabalho extenuante. A parte final da Bíblia em birmanês foi impressa em 1835. A sua estada na Birmânia, porém, custou-lhe caro. Trabalhando na tradução, foi acusado de espionagem e, assim, passou quase dois anos numa cadeia infestada de mosquitos. Pouco depois de sua soltura, sua esposa e sua filhinha morreram de uma febre.

Quando Robert Morrison, de 25 anos, chegou à China, em 1807, assumiu a tarefa extremamente difícil de traduzir a Bíblia para o chinês, uma das mais complexas línguas escritas que existem. Ele conhecia bem pouco de chinês, que havia começado a estudar apenas dois anos antes. Além disso, Morrison esbarrava na lei chinesa, que procurava manter o isolamento da China. Os chineses eram proibidos, sob pena de morte, de ensinar seu idioma a estrangeiros. O estrangeiro que traduzisse a Bíblia para o chinês sofreria a pena capital.

Destemido, porém cauteloso, Morrison continuou a estudar a língua, e aprendeu-a rapidamente. Após dois anos, empregou-se como tradutor na Companhia das Índias Orientais. De dia ele trabalhava para a Companhia, mas, secretamente, e sob constante perigo de ser descoberto, traduzia a Bíblia. Em 1814, sete anos depois de ter chegado à China, as Escrituras Gregas Cristãs estavam prontas para a impressão.9 Cinco anos depois, com a ajuda de William Milne, ele terminou as Escrituras Hebraicas.

Era um feito estupendo — a Bíblia podia agora “falar” a língua usada pelo maior número de pessoas no mundo. Graças a tradutores capazes, seguiram-se traduções para outras línguas asiáticas. Hoje, partes da Bíblia estão disponíveis em mais de 500 línguas da Ásia.

Por que homens como Tyndale, Moffat, Judson e Morrison trabalharam por anos — alguns até mesmo arriscando a vida — para traduzir um livro para pessoas que não conheciam e, em alguns casos, que nem tinham uma língua escrita? Certamente não por glória pessoal ou lucro financeiro. Eles criam ser a Bíblia a Palavra de Deus e que ela devia “falar” às pessoas — a todas as pessoas — na própria língua delas.

Quer você considere a Bíblia como a Palavra de Deus, quer não, talvez concorde que o espírito de desprendimento desses tradutores dedicados é muito raro no mundo de hoje. Não vale a pena investigar um livro que inspira tal altruísmo?

[Foto na página 10]

Tyndale traduzindo a Bíblia

[Foto na página 11]

Robert Moffat

[Foto na página 12]

Adoniram Judson

[Foto na página 13]

Robert Morrison

[Tabela na página 12]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

Número de línguas em que partes da Bíblia foram impressas desde 1800

68 107 171 269 367 522 729 971 1.199 1.762 2.123

1800 1900 1995

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