PÉRGAMO
Cidade da Mísia, na parte NO da Turquia asiática (Ásia Menor), sendo o local onde se achava uma das sete congregações às quais o apóstolo João dirigiu cartas, conforme registrado em Revelação ou Apocalipse. (Rev. 1:11; 2:12-17) A cidade se situava a uns 80 km ao N de Esmirna, e a uns 24 km de distância da costa do mar Egeu. Próximo do sítio da antiga Pérgamo (ou Pergamum) localiza-se a moderna Bergama. Pérgamo era, originalmente, uma fortaleza situada numa colina íngreme e isolada, entre dois rios. Com o tempo, a cidade se estendeu pelo vale abaixo, e a colina se tornou a acrópole.
“ONDE ESTÁ O TRONO DE SATANÁS”
Na carta do apóstolo João à congregação de Pérgamo, ele mencionou que a cidade estava “onde Satanás está morando”, e que os cristãos viviam assim “onde está o trono de Satanás”. (Rev. 2:13) É provável que João se referisse, em parte, “à posição oficial de Pérgamo como o centro da religião imperial. . . . A adoração do imperador fora transformada na pedra de toque da lealdade cívica, pelo que o crente fiel, ainda que leal em extremo à autoridade secular do estado, era estigmatizado de traidor”. (O Novo Dicionário da Bíblia, editado por J. D. Douglas, p. 1272) Visto que o martírio de Ântipas e “o trono de Satanás” são mencionados no mesmo versículo, Ântipas talvez tenha sido morto por se recusar a adorar a César.
Talvez um fator adicional que contribuiu para a identificação de “onde está o trono de Satanás“ seja o destaque dado à adoração de Zeus ou Júpiter, o principal deus entre todos os deuses e as deusas pagãos. A lenda diz que, de cima da colina onde foi construída Pérgamo, certos deuses haviam presenciado o nascimento de Zeus, e o enorme altar situado posteriormente na acrópole é considerado como uma das maravilhas daquela era. Aqueles que adoravam a Zeus podiam ter também outros deuses, mas deviam considerá-los como sendo subordinados a ele. Os cristãos em Pérgamo foram elogiados, porém, por se haverem apegado à sua devoção exclusiva ao Deus verdadeiro, Jeová, e não renegarem a fé, apesar de morarem ‘onde estava o trono de Satanás’.
O “ENSINO DE BALAÃO”
Todavia, existia na congregação ali a influência solapadora ‘dos que se apegavam ao ensino de Balaão’. (Rev. 2:14) Esta expressão faz lembrar o profeta mesopotâmio, Balaão, o qual, depois de frustradas tentativas de amaldiçoar Israel, sugeriu o emprego de mulheres pagãs para engodar varões israelitas à adoração lasciva de deuses falsos. Em conseqüência da resultante imoralidade sexual e idolatria, morreram 24.000 israelitas. (Núm. 25:1-18; 1 Cor. 10:8; veja BALAÃO.) Parece que alguns na congregação de Pérgamo, ‘os que se apegavam ao ensino de Balaão’, toleravam a fornicação. (Judas 4, 11; 2 Ped. 2:14, 15) Pérgamo era famosa pelo suntuoso templo de Afrodite (Vênus), a deusa do amor sexual, e eram comuns as práticas religiosas sensuais.
Alguns da congregação também haviam sido influenciados pelo ensino da “seita de Nicolau”, e foram exortados a se arrependerem disso. — Rev. 2:15, 16.