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  • O mendigo e o rico experimentam uma mudança

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  • O mendigo e o rico experimentam uma mudança
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1951
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1951
w51 1/10 pp. 151-155

O mendigo e o rico experimentam uma mudança

1. No seu sermão que mudanças dos pobres e dos ricos indicou Jesus?

NO SERMÃO do monte Jesus disse: “Felizes os que estão cientes da sua necessidade espiritual, porque lhes pertence o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.” Em contraste com estas palavras que pronunciam felizes tais pessoas, ele disse: “Mas ai de vos, ó ricos, porque tendes a vossa consolação na plenitude. Ai de vós, os que agora estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis.” (Mat. 5:3, 6 e Luc. 6:24, 25, NM) Jesus ilustrou estas mudanças de pobres e ricos na sua parábola acerca do mendigo Lázaro e do homem rico. Ele representou que as mudanças viriam pela morte.

2. Ao morrerem que sucedeu a Lázaro e ao rico? Que indicou a nova posição de Lázaro?

2 Jesus disse: “Então no decorrer do tempo o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para a posição do seio de Abraão. O homem rico também morreu e foi enterrado. E no Hades ergueu os olhos, existindo em tormentos, e viu ao longe a Abraão e a Lázaro na posição do seio com ele.” (Luc. 16:22, 23, NM) A Tradução do Novo Mundo, na nota ao pé da página, diz acerca desta “posição do seio” que aquele que ocupa este lugar está como se se reclinasse diante de outro no mesmo leito a uma refeição.” Denota a posição de favor com Abraão. A morte terminou a condição mendicante de Lázaro e o colocou num lugar favorecido. Então se suscita a pergunta, Quando morreu, e em que sentido? Há fatos que dão a resposta.

3, 4. Quando morreu a classe de Lázaro e em resultado de quê?

3 A classe de Lázaro morreu quando se começou a informar das novas do Reino aos pobres, a quem o clero religioso desprezou e abandonou. Esses eram pecadores que necessitavam de arrependimento, as meretrizes, os publicanos, os samaritanos circuncisos, e por fim os gentios incircuncisos, e estes aceitaram as novas e se tornaram seguidores do Messias, Cristo o Rei. Isto principiou nos dias de João Baptista, porque ele apareceu pregando no deserto: “Arrependei-vos, porque se tem aproximado o reino dos céus. Eu, por uma parte, vos batizo com água em razão do vosso arrependimento; mas aquele que há de vir após mim é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de tirar-lhe as sandálias. Aquele vos batizará com espírito santo e com fogo.” (Mat. 3:1, 2, 11, NM) Cerca de seis meses depois que João principiou, Jesus foi batizado por ele e ungido com o espírito de Deus para ser o Cristo. Após quarenta dias de tentação no deserto ele regressou a João e começou a reunir seus discípulos. Foi sobretudo após o encarceramento de João no ano seguinte que Jesus se retirou para a Galileia e começou a pregar da mesma forma: “Arrependei-vos, porque se tem aproximado o reino dos céus.” A caminho da Galileia ele até pregou aos desprezados samaritanos.—Mat. 4:17, NM; João 4:1-42.

4 Quando estava na sinagoga de Nazaré, aldeia de sua residência, perante a congregação ele leu do profeta Isaías a sua comissão de pregar: “O espírito de Jeová está sobre mim, porque ele me ungiu para declarar boas novas aos pobres, enviou-me para pregar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, para pregar o ano aceitável de Jeová.” Daí acrescentou: “Hoje se cumpre esta escritura que acabais de ouvir.” (Luc. 4:16-21, NM) Algum tempo mais tarde João Batista no cárcere mandou pedir-lhe alguma verificação de que realmente era Aquele que havia de vir. Jesus disse aos mensageiros de João: “Ide e contai a João o que ouvis e vedes: Os cegos de novo, e os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, também os mortos são ressuscitados, e aos pobres se declaram as boas novas.” (Mat. 11:2-5, NM) Ah, sim, as boas novas estavam sendo pregadas à classe de Lázaro, e isso resultou na sua morte como classe mendicante, espiritualmente enferma e faminta. Já não iam mais a porta do “homem rico” para alimento, mas sim se estavam reunindo a Jesus o Messias. Os que estavam cientes da sua necessidade espiritual e que tinham fome e sede do que era justo estavam-se saciando e recebendo consolo.

5. Então, que se esforçava para alcançar a classe de Lázaro? E adiante de quem estavam entrando, e por quê?

5 Depois de partiram os mensageiros de João, disse Jesus: “Desde os dias de João Batista até agora o reino dos céus é o alvo ao qual os homens se esforçam por alcançar, e os que assim se esforçam o arrebatam. Pois todos, os Profetas e a Lei, profetizaram até João.” (Mat. 11:12, 13, NM) Jesus disse algo muito semelhante pouco antes de proferir a sua parábola de Lázaro e do rico. Tendo exposto a justiça hipócrita dos fariseus avarentos que escutavam, Jesus disse: “A Lei e os Profetas duraram até João. Desde então o reino de Deus é declarado como boas novas, e toda espécie de pessoa se esforça por entrar nele.” (Luc. 16:16, NM) Ou, citando-se a tradução de Moffatt: “E qualquer faz força por entrar nele.” Toda espécie de pessoa ou qualquer? Sim, a classe humilde de Lázaro, que uma vez pedia esmolas do “homem rico”, estava se esforçando na direção do reino e se apossando dele. Em vista disto Jesus finalmente disse aos principais sacerdotes e anciãos religiosos: “Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Pois João veio a vós no caminho da justiça, e não lhe destes crédito, mas os publicanos e as meretrizes lho deram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crerdes nele.” (Mat. 21:23, 31, 32, NTR) De forma que a classe de Lázaro morreu quanto a esses chefes religiosos e foi conduzida à fonte correta de alimento, consolo e alívio.

MORTOS QUANTO À LEI, MAS NÃO ENTERRADOS

6, 7. Então que provisão divina deveria cumprir-se em minúcia naquela época? Por quem e como?

6 Então se pregava o reino de Deus e qualquer ou toda espécie de pessoa se esforçava por entrar nele, mormente depois que o apóstolo Pedro recebeu autoridade para usar as “chaves do reino”. Até a classe de Lázaro se esforçava em alcançá-lo. Por isso o tempo tinha chegado para cumprir-se a lei de Moisés até a última partícula de uma letra. Portanto Jesus prosseguiu a dizer: “Em verdade, é mais fácil passar o céu e a terra do que deixar de cumprir-se uma partícula de letra da Lei. Todo aquele [Qualquer, Mo] que divorcia sua mulher e casa com outra comete adultério, e quem casa com a que foi divorciada pelo marido comete adultério.” (Luc. 16:17, 18, NM) Como filho de uma judia, Jesus veio a estar sujeito à lei de Moisés. Mas como judeu perfeito ele não veio destruir essa Lei de Deus, veio cumpri-la. Competia-lhe provar que era a Semente de Abraão que pela primeira vez se predisse nos escritos de Moisés. Como dita Semente ele tinha de ser sacrificado sobre o altar de Deus, da mesma forma que Isaac, o filho amado de Abraão, foi sacrificado sobre o altar por ordem de Deus, resultando isto na jurada promessa de Deus, “Por tua semente se abençoarão todas as nações da terra.” —Gên. 22:1-18.

7 Conforme prescrito na lei de Moisés cabia a Jesus cumpri-la por ser sacrificado como o verdadeiro cordeiro pascal, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” Sim, ele precisou ser oferecido em sacrifício como os animais imolados no monte Sinai, cujo sangue Moisés qual Mediador aspergiu sobre o livro da Lei e sobre o povo a fim de validar o concerto da Lei entre Deus e Israel. O sangue de Jesus, porém, valida um novo concerto entre Deus e Israel espiritual, pelo qual Deus realmente perdoa pecados além de lembrança. Para cumprir os muitos quadros proféticos na Lei, Jesus também tinha de ser oferecido como o foram o novilho e o bode de Jeová no dia da expiação, em que o sumo sacerdote entrava com o sangue destes sacrifícios no Lugar Santíssimo e o aspergia diante do propiciatório divino. Todavia Jesus tinha de ser levantado dentre os mortos e ascender como Sumo Sacerdote ao próprio céu e aparecer na santíssima presença de Deus para oferecer ali o sangue ou valor da sua vida humana sacrificada a favor dos crentes na terra. Por estes meios seus seguidores sobre a terra podiam alcançar a verdadeira justiça da parte de Deus. Em cumprimento destas e de outras modalidades da lei mosaica, Jesus cumpriu a finalidade dela. Assim foi tirada do caminho e foi cravada no madeiro de tortura em que ele morreu.—Êxo. 12:1-13; João 1:29; Êxo. 24:3-8; Lev. 6:1-19; Heb. 9:11-28; 13:10-13; Rom. 10:4; Col. 2:14.

8. Que disse Jesus nessa ocasião relativo ao divórcio, e por quê?

8 Porque nessa época a Lei de Moisés estava sendo cumprida e removida dos que criam em Jesus, ele declarou que daí em diante a disposição da Lei no tocante ao divórcio que permitia a um homem ter mais de uma esposa viva não se aplicaria a seus seguidores. (Deu. 24:1-4) O concerto da Lei por intermédio de Moisés estava passando e o novo concerto pelo Mediador Maior, Jesus Cristo, o estava substituindo. Debaixo deste, se o cristão se divorciasse dum cônjuge por qualquer motivo a não ser pela infidelidade sexual, daí se qualquer destes se casasse de novo, tal seria culpado de adultério. A norma cristã para o matrimônio debaixo do novo concerto seria a estabelecida por Deus no jardim do Éden com Adão e Eva. O homem teve uma só esposa viva que lhe foi dada com o fim de criar filhos para encher a terra e subjugá-la a um estado paradisíaco. (Mat. 19:3-9; Gên. 1:28; 2:21-24) Deus não fez provisão para o divórcio do casal perfeito. Semelhantemente o cristão casado precisa ser o cônjuge de um só companheiro vivo e deve ser fiel para com esse. Esta declaração de Jesus relativa à situação do matrimônio teria irritado os fariseus que seguiam os ensinos talmúdicos no tocante ao matrimônio e que estavam escutando.

9. Como disse Paulo que a classe de Lázaro se desobrigou da lei mosaica, e com que finalidade?

9 Revelando que os membros judeus da classe de Lázaro tinham morrido quanto à condição mendicante em que antes se achavam debaixo do concerto da Lei, o apóstolo Paulo se dirige a alguns deles, nas seguintes palavras: “Será que não sabeis, irmãos, (pois falo aos que conhecem a lei,) que a Lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que ele vive? Por exemplo, a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas, se morrer o marido, desobrigada está da lei do marido. De sorte que, enquanto viver o marido, será chamada adúltera se se tornar de outro homem. Mas, se morrer o marido, livre está da lei deste, de maneira que não será adúltera se for de outro homem. Assim vós, meus irmãos, também fostes mortos quanto à Lei pelo corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, àquele que foi levantado dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus. Pois quando estavam de acordo com a carne, as paixões pecaminosas que foram excitadas pela Lei operavam em nossos membros para darmos fruto para a morte. Mas agora fomos desobrigados da Lei, porque morremos para aquilo pelo qual estávamos presos, para sermos escravos em novo sentido pelo espírito, e não no antigo pelo código escrito.” —Rom. 7:1-6, NM.

10. Assim de quem a classe de Lázaro não dependia mais por alimento? Por quê?

10 Assim a classe de Lázaro tinha morrido quanto à lei mosaica e não se achava mais sujeita à classe do “homem rico” nem dependia da classe clerical judia para coisa alguma. Eles tinham morrido “junto com Cristo quanto às coisas elementares do mundo” que a classe do “homem rico” havia ensinado. Sua vida já estava “escondida com o Cristo em união com Deus”. Não mendigavam mais pão do “homem rico”. Não, seguiam o mandamento de Jesus, “Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia,” e os evitavam. —Col. 2:20; 3:3, NM; Luc. 12:1, So.

11. Onde a história de Jesus localiza a Lázaro depois da morte? Por que isto prova que é uma parábola?

11 Mas notastes um ponto interessante? Qual? Que, embora Lázaro morresse a parábola não diz que o mendigo foi sepultado e colocado no hades, conforme sucedeu com o homem rico. Em vez de ser enterrado e ir para o hades, o mendigo foi “levado pelos anjos à posição do seio de Abraão.” Dessarte a classe de Lázaro não está representada como classe morta, morta “em delitos e pecados”, mas como estando muito viva, ‘viva para com Deus.’ (Efé. 2:1; Gál. 2:19, NM) Todos os pormenores deste relato de Jesus provam que não se fala de um literal “homem rico” judeu e de um literal mendigo em Israel chamado Lázaro. Por que se devia levar um judeu literal chamado Lázaro ao seio de Abraão ao morrer, pelo simples motivo de ser mendigo coberto de úlceras que os cães lambiam? Ademais, se tinha enterrado o Abraão literal dezoito séculos antes disso e o seio dele se tinha desfeito na sepultura, na cova de Macpela, perto de Hebron. Não se reclinava num banquete nem podia hospedar a Lázaro. (Gên. 25:8-10) Isaac, filho de Abraão, foi sepultado com ele quando morreu. (Gên. 35:27-29) O neto de Abraão, que teve o sobrenome de Israel, também foi enterrado com ele ao morrer. (Gên. 49:29 a 50:13) Falando de sua morte, Jacó disse: “Pois com choro hei de descer para meu filho ao Sheol [ao inferno, So].” (Gên. 37:35; 42:38) Desde que Jacó quando morreu foi ajuntado ao seu povo e sepultado com seus pais, e por isso foi ao seol ou inferno, Abraão também estará no seol ou inferno, isto é, na sepultura comum da humanidade, ou seja, no hades.

12. Onde é que os religiosos dizem que Abraão estava então? Que pergunta suscita isto acerca do transporte ao inferno?

12 Os clérigos religiosos da cristandade ensinam que Abraão está no inferno ensinado por seus credos. Este consiste em duas partes, no centro da terra: uma parte se chama paraíso ou limbo, aonde foram as almas dos fiéis que morreram antes do sacrifício de Cristo, a outra parte se chama geena, com chamas literais de tormento, onde está o homem rico. Portanto estar no seio de Abraão significa estar num paraíso subterrâneo. Se isso é verdade e se é o lugar para o qual o mendigo literal chamado Lázaro foi ao morrer, como é que os anjos o levaram para lá? Os anjos levam mendigos mortos ao centro da terra ao seio de Abraão? Quem, então, levou o homem rico às chamas de tortura — os demônios? As Escrituras dizem que Jesus foi ao inferno, mas que saiu outra vez pelo poder ressuscitador de Deus. (Sal. 16:10; Atos 2:27, 31, 32) A Revelação ou o Apocalipse nos diz: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo; esta é a segunda morte.” (Apo. 20:14, Al) De forma que Jesus saiu do inferno a tempo, a fim de não ser lançado com ele no lago de fogo. Se, pois, o inferno está no centro da terra, conforme pretendem os religiosos, então que fim leva a terra ao ser o inferno lançado no lago de fogo?

13. Por que não convém dizer que o seio de Abraão foi transferido do inferno ao céu?

13 Ora, dirá alguém, o paraíso ou seio de Abraão foi transferido do inferno ao céu desde a morte, ressurreição e ascensão de Jesus ao céu! Mas como pode suceder tal coisa? No dia de Pentecostes, dez dias APÓS a ascensão de Jesus, o inspirado apóstolo Pedro disse: “Davi não subiu aos céus.” Tão pouco, então, o fez Abraão nem sequer um que estava no seu seio. (Atos 2:1, 29, 34, NTR) Além disso, Jesus contou sua parábola do homem rico e Lázaro pelo menos algumas semanas antes de morrer no madeiro no Calvário. De sorte que Jesus ainda não tinha ascendido ao céu e o paraíso não podia ter sido transferido do inferno ao céu na ocasião em que ele falou. Contudo Jesus disse que os anjos levaram o Lázaro morto ao seio de Abraão.

14. Por que, então, não está em inferno algum o Abraão da parábola?

14 Daí, graças a todos os absurdos em que o religioso cai ao arguir que o relato de Jesus é literal, é aparente que ele contou uma parábola. E isto se manifestará cada vez mais ao contemplarmos os demais absurdos e contradições que resultam de uma interpretação literal. Segue, então, que o Abraão a cujo seio os anjos levaram a Lázaro é simbólico, assim como também o são Lázaro e o homem rico. Este Abraão simbólico não está no inferno. Por que não? Porque Abraão na parábola representa o próprio Jeová Deus. Quando o fiel Abraão, “o amigo de Deus,” ofereceu seu filho único Isaac no monte Moriá, ele foi um quadro profético de Jeová Deus ao oferecer seu Filho unigênito Jesus Cristo. O apóstolo Paulo escreveu a seus companheiros cristãos dizendo-lhes: “Os que aderem à fé, esses são os filhos de Abraão. . . . Todos sois, na verdade, filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Além disso, se pertenceis a Cristo, sois na realidade semente de Abraão, herdeiros com respeito a uma promessa.” Isto prova que Abraão representou a Jeová Deus, que é realmente Aquele em quem serão abençoadas todas as famílias da terra. Em prova adicional, o apóstolo diz à classe de Lázaro: “Ora nós, irmãos, somos filhos pertencentes à promessa da mesma forma que Isaac”; e Isaac foi filho de Abraão. —Gál. 3:7, 8, 26, 29; 4:28, NM.

O FAVOR DA TEOCRACIA

15. Que, então, quer dizer ser levado ao seio de Abraão? Por que foi apropriado o nome do mendigo?

15 Reclinar-se no seio de alguém num banquete queria dizer ocupar um lugar de favor amoroso com tal pessoa. Por exemplo, concernente a Jesus lemos: “Ninguém jamais viu a Deus; o deus unigênito que está na posição do seio do Pai é quem o explicou.” (João 1:18, NM) O apóstolo João ocupou semelhante lugar na última páscoa, pois lemos: “Achava-se reclinando em frente do seio de Jesus um dos seus discípulos, a quem Jesus amava. Então este se recostou sobre o peito de Jesus e lhe disse: ‘Senhor, quem é?’ ”(João 13:23, 25, NM) Ser levado pelos anjos ao seio de Abraão quer dizer, portanto, ser transferido da condição mendicante e desprezada de Lázaro à porta do homem rico ao favor amoroso do Abraão Maior, Jeová Deus. Significa ser adotado por ele como filho de Deus para associar-se com a Semente prometida de Abraão, Jesus Cristo. Significa ter sociedade muito íntima com Jeová e seu Filho e banquetear-se com eles à “mesa de Jeová”. Conforme está escrito: “A nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.. . . se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.” (1 Cor. 10:21, NM e 1 João 1:3, 7, NTR) Quão apropriado, então, é o nome do mendigo Lázaro! Significa “Deus é ajudador”.

16. A quem prefiguraram os anjos que o levaram para lá? Por quê?

16 Vemos, pois, que, em primeiro lugar, o mendigo Lázaro representou o restante de judeus naturais que exerceram fé em Deus, aceitando mensagem de seu João Batista e de seu Filho Jesus Cristo. Lembrei-vos de como Jesus falou do desprezado cobrador chefe de impostos, Zaqueu, após sua conversão: “Hoje veio salvação a esta casa, porquanto também este é filho de Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” (Luc. 19:9, 10, NTR) João e Jesus eram como anjos, ou mensageiros, para conduzir o restante judeu a esta posição de favor abraâmico. Marcos 1:2 diz relativo a João: “Eis que envio ante a tua face o meu anjo [ou, mensageiro, VM], que há de preparar o teu caminho.” (NTR) Jesus confirmou a aplicação dessa profecia a João, em Mateus 11:10, 11. E referindo-se ao próprio Jesus Cristo, a profecia em Malaquias 3:1 disse: “De repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o anjo da aliança, no qual vós vos agradais, eis que ele vem, diz Jeová dos exércitos.”

17. A quem veio a incluir a classe de Lázaro? Como?

17 Mas Jesus iniciou a pregação também aos samaritanos, e predisse que o evangelho do Reino se estenderia a estes e finalmente aos gentios. (Atos 1:8) Destarte a classe de Lázaro veio a incluir os crentes tanto samaritanos como gentios, a começar com o centurião italiano, Cornélio. Assim estes também foram transferidos duma condição pobre e mendicante neste mundo ao seio do favor divino. Por isso lemos: “Ora a Escritura, prevendo que Deus havia de declarar justas em virtude da fé pessoas das nações, declarou antecipadamente as boas novas a Abraão, a saber: ‘Por meio de ti serão abençoadas todas as nações.’ Por conseguinte, os que aderem à fé estão sendo abençoados junto com o fiel Abraão.” —Gál. 3:8, 9, NM.

18. Que disse Jesus depois da expressão da fé de um centurião?

18 No segundo ano do ministério público de Jesus, um centurião gentio ou oficial do exército, não sabemos se foi Cornélio ou não, manifestou fé excepcional no poder curativo de Jesus. Isto foi uma amostra da fé que se encontraria entre os desprezados “cães” gentios, conforme os judeus de justiça hipócrita os chamavam; portanto Jesus predisse que se conduziria esta pobre gente das nações gentias, faminta e enferma de pecado, à “posição do seio de Abraão”. Assombrado Jesus disse: “Digo-vos a verdade, A ninguém em Israel encontrei com tanta fé. Mas vos digo que muitos das partes orientais e ocidentais virão e se reclinarão à mesa com Abraão e Isaac e Jacó no reino dos céus: entretanto os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores.” —Mat. 8:5-12, NM.

19-21. (a) Aqui, a quem representa Abraão, a quem Isaac, e a quem Jacó, e por quê? (b) Assim a quem representam os três juntos?

19 Isto não quis dizer que Abraão, Isaac e Jacó da antiguidade estavam nessa ocasião reclinando-se à mesa no reino dos céus: porque esses três homens não foram profetas maiores que João Batista, e Jesus disse, “A pessoa que é menor no reino dos céus é maior do que ele.” (Mat. 11:11, NM) Nas palavras de Jesus Abraão representa o Maior em quem todas as famílias da terra serão abençoadas, Jeová Deus o Grande Pai. Portanto Isaac, o filho único de Abraão por sua esposa Sara, representa o unigênito Filho de Deus, Jesus Cristo, a quem Deus ungiu para ser Rei dos reis.

20 Jacó recebeu vida de Abraão por meio de Isaac e por isso foi neto de Abraão. De igual maneira, a congregação cristã recebe vida de Deus por meio de Jesus Cristo. “O Cristo também amou a congregação e se entregou por ela.” “O Cristo também é cabeça da congregação, sendo ele o salvador deste corpo.” (Ele. 5:23, 25, NM) “Aquele entregou sua alma por nós.” (1 João 3:16, NM) No tempo em que Deus declara justos os membros da congregação, imputa-se-lhes a vida humana perfeita que Jesus entregou. Neste sentido Jesus se torna pai deles, assim como Isaac foi pai de Jacó, e da mesma maneira que Jesus se tornará o “Eterno Pai” da humanidade crente e obediente no novo mundo. (Isa. 9:6) Mas essa vida humana que se imputa à sua congregação é sacrificada em imitação de Jesus Cristo e em vindicação da supremacia e nome de Deus. Assim Jeová Deus o Abraão Maior os gera por seu espírito vivificador. Eles se tornam seus filhos espirituais, membros adotivos da Semente de Abraão, membros do corpo de Cristo. Por isso neste trio de Abraão, Isaac e Jacó no reino, a congregação cristã é bem representada pelo último deles, Jacó, e consiste nos coherdeiros com Jesus Cristo no Reino. Principiou com um restante ou núcleo judeu e os crentes gentios se acrescentaram mais tarde.

21 Dessa forma Abraão, Isaac e Jacó representam o arranjo do reino de Deus, A Teocracia.

22. Portanto que deu a entender Jesus por dizer que muitos viriam do oriente e do ocidente e se reclinariam com esses três no Reino?

22 Portanto, quando Jesus se maravilhou da fé do centurião gentio e predisse que muita gente das nações não judias viria do oriente e do ocidente e se reclinaria com Abraão, Isaac e Jacó no reino celestial, ele quis dizer que muitos gentios exerceriam fé quando se pregasse o evangelho do Reino a todas as nações. Em razão da sua fé na mensagem de Deus acerca de seu Cristo seriam transferidos de uma condição empobrecida de afastamento de Deus e inanição espiritual, e seriam trazidos como Lázaro ao seio de Abraão. Isto é, seriam aceitos no favor de Jeová Deus e recebidos no seu coração e adotados como seus filhos e herdeiros do Reino com Jesus Cristo, a Semente de Abraão. Eles entrariam no favor da Teocracia onde estava o restante judeu, e se banqueteariam à “mesa de Jeová” ao participar das riquezas espirituais da verdade bíblica e serviço sagrado como suas testemunhas. Isto tem estado em progresso durante os últimos dezenove séculos e chegou ao clímax no nosso dia.

23. Que precisamos deixar que os dois artigos seguintes expliquem?

23 Mas há outras partes interessantes e importantes da parábola do rico e Lázaro para considerarem-se a fim de completar nosso entendimento do assunto, em especial no sentido que se relaciona com nosso dia. Nos dois artigos a seguir A Sentinela explicará essas para nosso prazer e proveito mútuo.

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