Quão prática é a Bíblia?
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para a minha vereda.“ —Sal. 119:105.
1. Que acusações minam a Bíblia, porém qual é seu valor?
A PALAVRA de Jeová, a Bíblia, é o livro de maior procura de todos os tempos. Para muitos também está chegando a ser o livro que acumula mais pó em nosso tempo. O livro que mais se vende, mas em proporção o que menos se lê. Por quê? De muitos pontos se ataca o valor da Bíblia. O cientista diz que não é científica, o ateu que é contraditória, o clero modernista que é lenda, os fundamentalistas a fazem parecer ridícula e sem valor, e as pessoas em geral a rejeitam como não sendo prática no sentido de guia neste velho mundo iníquo, cabeçudo e realista. Todavia não é contrária a ciência, não é contraditória, não é lenda, não é ridícula, nem sem valor, mas acima de tudo, é prática. O cientista, o ateu, o clero modernista e o fundamentalista, bem como o povo em geral, estão todos errados, porque a Bíblia é o livro mais científico, coerente, concreto, razoável e prático sobre a terra! Somente ela é a lâmpada e luz segura para os pés e veredas dos homens. —Sal. 119:105.
2. Que fatos refutam a acusação de que não é científica?
2 O espaço limitado só nos permite refutar estes assaltos de maneira breve, mas deverá ser suficiente para que as mentes sinceras investiguem mais. Ainda que a Bíblia não sirva de compêndio para a ciência, contudo quando trata de assuntos científicos é acurada e fiel. Por exemplo, a ciência ensina que a fala humana evoluiu de grunhidos e rosnadelas ao ascender de algum macaco primitivo, porém os fatos conhecidos revelam que quanto mais antiga é a língua tanto mais difícil e complexa é, forçando as autoridades no campo a concluir que em vez de evoluir a fala de simples a complexa, deu-se exatamente o contrário. Isto concorda com o relato bíblico, que o homem foi criado perfeito, tendo a plena faculdade de falar e capacitado para expressar nitidamente os pensamentos de mente perfeita.a Além disso, os cientistas se mofam do relato bíblico de que Jacó fez seus rebanhos produzir crias malhadas, obrigando as fêmeas a olhar um desenho de varas, porque se tem descartado agora em grande parte tais ideias sobre a influência pré-natal, aliás, impressões maternais. Todavia, os cientistas despercebem que isto foi a simples opinião de Jacó, e que num sonho que seguiu Jeová corrigiu Jacó e lhe revelou a verdadeira razão das crias malhadas, a qual se harmoniza com as leis de Mendel no tocante à herança, as quais os cientistas não vieram a apreciar senão até este século vinte.b (Gên. 30:37-43; 31:10-12) Finalmente, os cientistas ridicularizam a Bíblia porque esta classifica o coelho com os animais que ruminam. (Lev. 11:6; Deut. 14:7) Agora, porém, certos cientistas alertas descobriram que de fato os coelhos ruminam em efeito e princípio, mediante um processo estranho que faz que a comida passe duas vezes pelo aparelho digestivo. Este fato desusado foi verificado pelo Instituto Smithsoniano.c A Bíblia não semelha os compêndios que os cientistas escrevem, os quais chegam a ser inúteis e saem de moda depois de alguns anos por causa de seus muitos erros, a Bíblia permanece verdadeira para sempre. —Isa. 40:8, João 17:17; 1 Ped. 1:25.
3. Que casos poderá citar o ateu para apoiar sua acusação que a Bíblia é contraditória? Provam sua acusação?
3 Que há acerca da acusação do ateu de que a Bíblia se contradiz? É uma suposição precipitada. Por exemplo, o ateu pode indicar Eclesiastes 1:4 que diz “a terra permanece para sempre”, e daí virar as páginas a 2 Ped. 3:10 e ler: “A terra e as obras que nela há, se queimarão.” (NTR) Ele se deleita porque aqui há uma contradição provando que a Bíblia não é digna de confiança. Contudo, no primeiro caso é a terra literal que permanece para sempre, ao passo que na segunda referência o termo “terra” significa os povos em geral e seus governos organizados debaixo de Satanás. (2 Cor. 4:4) O contexto manifesta que isto está certo, pois acabava de mencionar que a terra no dia de Noé foi destruída por água. Sabemos que o dilúvio não destruiu a terra literal; ainda existe. Pelas águas levou os povos e os arranjos governamentais iníquos sobre a superfície da terra. Não é raro se referir assim de modo simbólico aos povos como “terra”. (1 Reis 10:24; Sal. 66:4, 98:9) Ou, talvez diga o ateu que Cristo se contradisse, uma vez instruindo seus discípulos para não se proverem de alforjes e noutra ocasião dizendo-lhes que o fizessem. (Mat. 10:9, 10, Luc. 10:4, 22:35, 36) No primeiro caso ele os estava enviando numa obra missionária, para confiarem na provisão que Deus lhes faria como sendo trabalhadores dignos de seu salário. Estariam levando alimento espiritual às pessoas, e os interessados corresponderiam alegremente com algum auxílio material para os pregadores. Mas no segundo caso Jesus estava para ser cravado no madeiro de tortura, seus seguidores seriam dispersos, logo começaria a perseguição, havendo inimigos por todos os lados, e até os que favorecessem a mensagem receariam de mostrar amizade pelos seguidores de Cristo. Então seria necessário os cristãos fazerem provisão para suas necessidades materiais.
4. Por que é tão facilmente enganado o ateu?
4 Despercebendo o contexto e o possível sentido simbólico dos textos, o ateu crê que descobre contradições, e porque ele procura contradições termina a pesquisa com sua leitura superficial, sentindo-se feliz e remunerado, julgando que achou o que buscava. Não deseja continuar seu estudo a fim de conseguir o entendimento que harmonizaria as passagens que sua mente mal conceituada considera contraditórias. Recebeu seu galardão. —Mat. 6:2, 5, 16.
5. Como considera o clero modernista a Bíblia, e por quê?
5 Os clérigos modernistas se unem aos ataques contra a Bíblia porque estão enlaçados neste ardil: “O medo do homem traz um laço.” (Pro. 29:25) O conceito popular hodierno é que a Bíblia é mero mito e lenda, e seu único valor é literário. Temendo o escárnio dos sábios mundanos e tratando de manter-se equiparados com as classes intelectuais e permanecer no seu favor, os clérigos modernistas abandonam as verdades bíblicas para abraçar as teorias e filosofias dos sábios deste mundo. A Bíblia soa um aviso contra tais desertores sem fibra: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.” (Col. 2:8, NTR) Típica daqueles que em realidade abandonam a Bíblia mas lhe aderem a fim de viver dela egoistamente achamos a atitude expressa pela cabeça dum seminário teológico em Denver, Colorado (EE. UU.). Ele disse: “O maior desafio da educação religiosa é como adaptar uma filosofia de tropa de camelos a uma civilização diesel.” Isto é apenas outra maneira de dizer que a Bíblia não é prática, que é muito antiquada para o nosso dia, que está tão fora de moda como uma tropa de camelos em nossa veloz civilização mecanizada.
6. Como a faz parecer ridícula e sem valor o clero fundamentalista?
6 Os clérigos fundamentalistas que estão atados por seus credos, sempre tomam a Bíblia literalmente de modo a torna-la ridícula. Dilatando com grande emoção sobre como Deus é amor, logo se contradizem declarando que ele atormenta as pessoas para sempre num lago de fogo e enxofre. Todavia, se o castigo dos iníquos fosse tormento, por que disse Jeová a Adão que comer desobedientemente do fruto proibido resultaria na morte? (Gên. 2:17) Se o salário do pecado é tormento eterno, por que diz Romanos 6:23: “O salário que o pecado paga é a morte”? (NM) A fim de resistir para sempre ao calor num lago de fogo, seria necessário que a pessoa fosse imortal. Assim esses fundamentalistas ensinam acerca da alma do homem. Mas, se a alma humana é imortal, por que declara Ezequiel 18:4: “A alma que pecar, essa morrerá”? E se o homem é imortal, que necessidade há de uma ressurreição por meio de Cristo Jesus? De muitas maneiras tais clérigos fazem que a Palavra de Deus pareça ridícula e sem valor por causa de suas tradições e credos religiosos.
7. Como consideram os clérigos católicos a tradição de sua igreja em comparação com a Bíblia, e que resulta disto?
7 Os clérigos católicos romanos tomam dianteira em desvalorizar a Bíblia por sua tradição. Apenas em Fevereiro de 1951 o bispo católico F. E. Hyland disse num discurso em Columbus, Ohio, que “a tradição oral tem a mesma validez que a Bíblia em determinar quais são as grandes verdades religiosas.” Contudo, uma dessas tradições é que o corpo de Maria feito de carne e sangue ascendeu literalmente ao céu. Porém 1 Coríntios 15:50, segundo a Bíblia católica de Soares, diz: “A carne e o sangue não podem possuir o reino de Deus.” Obviamente, aquela tradição católica e este texto bíblico não têm “a mesma validez”. Ou a tradição é falsa ou o texto bíblico é falso. O texto não é falso. Por acrescentarem estas tradições como suplementos à Palavra de Deus, as organizações religiosas sujeitam-se a condenação declarada em Deuteronômio 4:2 e Apocalipse 22:18, e adicionam pragas divinas a si mesmas. A Bíblia não precisa do acréscimo das tradições não inspiradas balbuciadas por homens a fim de ser completa: “Toda Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para disciplinar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja inteiramente idôneo, completamente equipado para toda boa obra.” —2 Tim. 3:16, 17, NM.
ESCRIBAS E FARISEUS HODIERNOS
8. Como procederam os escribas e fariseus com respeito à sua tradição oral e às Escrituras hebraicas?
8 Aderindo às tradições e credos que invalidam a Bíblia os hodiernos clérigos semelham os escribas e fariseus. Estes acrescentaram às Escrituras Hebraicas sua tradição oral, e Jesus lhes disse: “Invalidastes a palavra de Deus por causa da vossa tradição. Hipócritas, Isaías profetizou aptamente a vosso respeito, dizendo: ‘Êste povo honra-me com os lábios, seu coração, porém, está longe de mim. É em vão que continuam a prestar-me respeito, pois ensinam por doutrinas mandamentos de homens.’(Mat. 15:6-9, NM) Os escribas e fariseus liam com os lábios da Lei de Moisés e citavam com a boca os Profetas e os Salmos, mas não viviam à altura dos preceitos divinos. Acrescentaram suas tradições talmúdicas e basearam suas doutrinas nesses mandamentos humanos. Ademais, numa exibição pública e ostentosa eles adornaram os sepulcros dos profetas e pranteavam que jamais teriam participado em derramar o sangue desses mártires; daí eles mesmos prosseguiam a induzir o indisposto Pilatos a matar o maior profeta de Deus, Cristo Jesus! —Mat. 23:29-36; 27:22-25; João 19:12-16.
9. Como é semelhante ao proceder deles o do hodierno clero da cristandade?
9 Assim os hodiernos clérigos da cristandade elogiam as personagens bíblicas e os santos feitos por homens, mas perseguem as testemunhas de Jeová, que, como representantes de Deus e de Cristo, pregam a pura mensagem do reino de Deus. (Mat. 25:40, 45) Os clérigos e o povo em geral dão à Bíblia um lugar de honra, fazem que seja o livro de maior procura, tem-na nos seus museus, e no meio de muita ostentação pagam por cópias raras maiores preços que por qualquer outro livro impresso. Possuem-na nas suas casas, colocam-na nos quartos de hotéis, juram sobre ela nos tribunais e a usam para administrar juramentos a cargos públicos, as sociedades bíblicas a distribuem mundialmente, e ela circula, ou completa ou em parte, em mais de mil idiomas. Os políticos da cristandade gostam de citá-la e pretendem que seus partidos políticos cumprirão as promessas do Reino. Muitos milhões de pessoas hoje dão à Bíblia bastante culto labial, assim como os escribas e fariseus, mas também semelhantemente aos escribas e fariseus não vivem em conformidade com ela, acrescentam-lhe coisas e tiram dela, invalidando-a, e perseguem e até às vezes matam aqueles que tomam a Bíblia por guia prático e tratam de viver à altura dos seus mandamentos. —Mat. 23:13.
10. Que realmente fizeram os guias da cristandade à Bíblia, e com que resultado?
10 Apesar de seu culto superficial à Bíblia com os lábios e sua circulação que alcança bilhões de cópias, as populações da cristandade não são edificadas por ela. Seus guias têm realmente matado a Bíblia na mente de muitos pelas declarações que publicaram, alegando que é contrária à ciência, contraditória, meras lendas e mitos, e não raro a fizeram parecer ridícula e sem valor por suas tradições e credos falsos. Segundo estes guias cegos, as pessoas cegas tropeçam e caem nas mesmas conclusões errôneas, demitindo a Bíblia como não sendo prática para orientação na vida moderna. Todo aquele que trata de segui-la e baseia sua esperança nela é acusado por eles de sonhador idealista e não realista. Quão bem os hodiernos mundanos convém com a descrição que se faz deles em 2 Timóteo 3:4, 5 (NM) : “Mais amigos dos prazeres do que de Deus, tendo uma aparência de devoção pia, mas provando-se falsos ao seu poder.”
QUEM SÃO OS PRÁTICOS?
11. Sendo que este mundo demite a Bíblia como não sendo prática, que perguntas sondam para verificar quão prático é o mundo?
11 Desde que o mundo demite a Bíblia como sendo de pouca importância por não ser prática, deveríamos esperar que este mundo fosse muito prático. Mas justamente quão prático é? Quão prática é esta moderna geração que vive no século vinte com sua civilização atômica e científica tão reluzente? Quão práticas, por exemplo, foram as duas guerras mundiais que eles travaram, mediante as quais ensoparam a terra de sangue inocente, derramado das veias de mulheres e crianças bem como das de soldados? Quão prático é o atual proceder quanto a uma terceira guerra mundial? Quão prática é a política deste mundo, a qual se tornou tão corrupta e crivada de suborno que o povo em geral acha graça dela? E que se pode dizer acerca dos políticos que muitas vezes são mais fantoches dos jogadores do que servos do povo? Quão prático é seu sistema econômico, que permite a alguns ultrarricos desfrutar luxo enquanto milhões vivem preocupados com a aquisição das simples necessidades da vida? Quão prática é sua onda sempre crescente de crimes, o aumento da imoralidade, da proporção de divórcios, da delinquência juvenil, de seus bebedores confusos em busca de saída, e até da glutonaria comum, todo proceder esse que nos causa um dilúvio de mal-estar físico e mental, enfermidades venéreas, dissoluções de famílias, filhos ilegítimos, cárceres superlotados, pesares e mortes prematuras? Por favor, dizei-nos, exatamente o que é prático em tudo isto?
12. De que maneira seria prática a Bíblia para lutar contra tais angústias do mundo?
12 Como podem acusar a Bíblia de não ser prática as pessoas que aceitam estas condições com indiferença e até as condoem como sendo algo normal? Se os povos deste mundo seguissem a Bíblia, não se matariam uns aos outros, mas converteriam as suas espadas em relhas de arado. Nação não levantaria espada contra nação. Nem aprenderiam mais a guerra. (Êxo. 20:13; Miq. 4:3) Isso não seria prático? Não seria bom se os políticos se guiassem pelas proibições bíblicas a roubar e subornar? Em Israel os reis precisavam ter uma cópia da lei de Deus para orientação, os políticos hodiernos têm a Bíblia. Seria uma bênção se lhe seguissem tanto como a citam. (Êxo. 20:15; Deu. 17:18; Amós 5:12) Quanto ao sistema econômico que enriquece uns e empobrece muitos, seria impossível que operasse assim debaixo dos princípios da Bíblia, a qual de vários modos fez provisões para os pobres. (Êxo. 23:10, 11; Lev. 23:22; Deu. 15:7, 8, 11; 14:28, 29; Pro. 29:7) E não seria a Bíblia prática para impedir a onda crescente de crimes, fazê-la decrescer, secando-a por completo? A obediência aos seus mandamentos eliminaria a fornicação e o adultério, o divórcio e as famílias dissolvidas, a enfermidade venérea e filhos ilegítimos. Os pais morais instruiriam seus filhos nos princípios piedosos, eliminando dessa maneira a delinquência juvenil. Cessariam a glutonaria e a embriaguez proibidas, e junto com elas muitos crimes, doenças e pesares que resultam dessas coisas. —Êxo. 20:12-17; Deu. 6:6, 7; 21:20, 21; Pro. 22:6; Mar. 10:11, 12; 1 Cor. 6:9-11.
13. Que clamor opositor se levanta a tudo isto, porém qual é a chave ao êxito na aplicação dos princípios bíblicos?
13 Depois de tudo isto algum mundano clamará: Ah, bem, é mais fácil dizê-lo do que o fazer! Naturalmente é mais fácil dizê-lo do que o fazer. Tudo é mais fácil dizer do que fazer. Por esta razão há tantas pessoas que falam muito, no entanto fazem pouquíssimo. Por este motivo há tantos que pregam a Bíblia, mas muito poucos que a praticam. O fato permanece, porém, que há alguns indivíduos que tratam de seguir os preceitos da Bíblia, e que têm uma boa medida de êxito. Se uma pessoa, ou cem, ou alguns milhares podem fazê-lo, podem os outros milhões alegar que as normas da Bíblia são demasiado idealistas, muito além do alcance do homem imperfeito e por isso não é prático esforçar-se por alcançá-las? Se a aplicação destes princípios acabasse com as guerras, política imunda, e sistemas econômicos opressivos; se esvaziasse os cárceres, acabasse com os crimes, pusesse fim à delinquência e embriaguez, e eliminasse muitas enfermidades, não seria um esforço prático? Aplicar os princípios à vida diária não é tão difícil como parece de inicio. O procedimento é converterdes vossa mente, que dirige vosso corpo. Alterai vossa vontade, desejos, interesses, disposição, ponto de vista mental e a condição de vosso coração. Mudadas para o bem estas íntimas forças impelentes, nossas ações também automaticamente se mudarão para o bem. A chave que efetua tal mudança é o que alimenta a mente, e a Bíblia é o reservatório inesgotável do necessário alimento do espírito.
14. Que textos apoiam suas respostas sobre como obter êxito?
14 Romanos 12:2(NM) declara: “Deixai de vos amoldar segundo este sistema de coisas, mas transformai-vos pela renovação de vossa mente.” O estudo sério da Bíblia modificará as vossas opiniões sobre muitas coisas, alterará vossa mente e a renovará conforme o justo ponto de vista das coisas que Deus tem. Colossenses 3:9, 10 (NM) aconselha: “Despi-vos da velha personalidade com as suas práticas, e revesti-vos da nova personalidade que se renova mediante o conhecimento acurado segundo a imagem daquele que o criou.” De modo que é o conhecimento acurado que nos capacita para deixar nossos velhos caminhos e adotar os novos que coincidem com os de Deus e Cristo. Efésios 4:22-24 (NM) acrescenta testemunho semelhante: “A despojar-vos da velha personalidade que se conforma ao vosso procedimento anterior. . . . a renovar-vos na fôrça que impulsa vossa mente, e a revestir-vos da nova personalidade que foi criada segundo a vontade de Deus em verdadeira justiça e benignidade.” Tendo presente a Jesus, a Bíblia aconselha: “Armai-vos também vós da mesma disposição mental.” (1 Ped. 4:1, NM) Ele fez isso estudando a Palavra de Deus. Se fizermos a mesma coisa, enchendo a mente e coração com verdades da Bíblia, isso resultará em beneficio: “Da abundância do coração fala a bôca.” —Mat. 12:34, NM.
15. Que princípios bíblicos podem ser aplicados à vida diária para melhorar as relações humanas?
15 Temos considerado algumas das maiores aflições da humanidade que seriam eliminadas mediante a adoção dos principies da Bíblia. Refleti agora sobre alguns dos benefícios menores, o melhoramento de relações humanas e da vida diária. Considerai, “O que quer que o homem semeia, isso também ceifará.” (Gál. 6:7, NM) Talvez não pareça ser prático semear o bem, porém no devido tempo produzirá uma ceifa que satisfaz. Semeai o mal, e com tempo o ceifareis. Saí procurando briga e alguém corresponderá. Sê-de mal humoradas e queixosos, e outros se mostrarão assim a vós. Gritai palavras iradas, e outros as pagarão na mesma moeda com juros. Batei num homem, e é quase certo que recebereis uma ou duas pancadas em retribuição. Mas tratai as pessoas com cortesia, sorri, sede amistosos, mostrai bondade, atuai com sinceridade, sem egoísmo, com amor cristão, e em toda probabilidade eles responderão da mesma forma. “Lança a teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” (Ecl. 11:1) É possível que semeeis bastante antes de chegar o tempo de ceifar, mas finalmente, depois de muitos dias, os resultados provarão que seu bom proceder foi prático. Conforme disse Jesus: “Dai, e as pessoas vos darão. Deitar-vos-ão no regaço boa medida, recalcada, sacudida e trasbordando, porque com a mesma medida com que medis, eles, por sua vez, vos medirão a vós.”—Luc. 6:38, NM.
VENCEI O MAL COM O BEM
16. O que deveis fazer caso uma pessoa irada se aproxime de vós?
16 E se uma pessoa se aproximar de vós em ira? Atendei a Romanos 12:17 (NM): “A ninguém torneis mal por mal”. Em tais casos a Bíblia aconselha: “Uma resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura excita a ira.” (Pro. 15:1) Vossa resposta branda servirá para suavizar sua rispidez, ao passo que palavras ásperas de vossa parte endureceriam ainda mais a pessoa. Por isso recusai fornecer combustivel para o fogo que outro atiça contra vós, e o fogo logo se apagará e se esfriará. Nos momentos calmos que seguirem, o exaltado sentirá vergonha por sua puerilidade ao refletir sobre vosso refreamento e maturidade, e tereis evitado a vergonhosa tolice de pagar mal por mal.
17. Por que é tolice retribuir mal por mal? Como os cristãos lutarão contra o mal?
17 Se uma pessoa procede mal convosco, por que deveis transformar-vos em sua imagem de maldade? Tal caminho, que não é prático, é seguido por este velho mundo iníquo. Porque alguém vos xinga, é necessário repreendê-lo? Se uma pessoa mente ou vos calunia ou fala mal de vós, é preciso pagar-lho na mesma moeda, tornando-vos assim um detestável mentiroso, caluniador ou tagarela, e rebaixando-vos ao seu nível? Não demonstraria ele desta maneira que é mais forte que vós, já que vos converte à sua imagem, suas práticas más tornando-se vossas práticas? Se vosso adversário é mau, é necessário que abandoneis todos os vossos bons princípios e convicções na guisa de ser prático, ou sob qualquer outro pretexto insensato, rebaixando-vos ao seu nível iniquo, e finalmente participando com ele na ira de Deus? Tornar mal por mal põe em movimento um vicioso círculo de malefício. Mentira gera mentira, ódio engendra mais ódio, a violência produz ainda maior violência, e o círculo de maldade se acelera ao disparar cada um nas pisadas iníquas do outro, cada um tentando ultrapassar o outro em fazer o mal, esforçando-se por retribuir ao outro maior maldade. Em razão de tais voltas vertiginosas tanto os homens como as nações logo perdem o equilibro e caem nos laços de Satanás. Os cristãos evitarão tais ardis, recusando completar o primeiro circulo ou pô-lo em movimento pela retribuição de mal por mal. Ao invés, eles responderão com bem. “Não te deixes vencer do mal, mas continuai a vencer o mal com o bem.” —Mat. 5:44, Rom. 12:21, NM.
18. Para com quem praticaremos tais bons princípios, tendo presente que exemplo?
18 Em vista de todo o acima, sustentamos vigorosamente que é muito prático as pessoas de hoje seguirem os princípios da Bíblia, não simplesmente para com seus companheiros cristãos, mas em seus tratos com todos os homens. “Se amardes aos que vos amam, que mérito há nisso? Pois até os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que mérito há nisso? Até os pecadores fazem o mesmo.” Antes, demonstrai amor altruísta para com todos, assim como Jeová é “benigno para com os ingratos e maus”. (Luc. 6:27 -36, NM) O bem que semeais nos mares da humanidade voltará a vós multiplicado muitas vezes no devido tempo, se não dos recipientes então de Jeová Deus.
19. Que outros protestos são inúteis, e quando desaparecerá toda a oposição aos justos princípios?
19 É prático viver em conformidade com a Palavra de Deus. Alguns talvez se oponham, dizendo que seria esplêndido se todos os homens o fizessem, porém sendo que a maioria não o faz, nada adianta alguns o fazerem. Todavia esses mesmos homens lutam por suas convicções políticas e sociais, ainda que sejam uma minoria. Os cristãos ficam firmes nas suas crenças. Outros mundanos talvez digam que o reino de Cristo será muito bom quando funcionar, mas até então eles têm de fazer algo para melhorar as condições. Contudo, os cristãos não permanecem ociosos, esperando o pleno domínio do Reino sobre a terra. Dá-se-lhes tanto trabalho para fazer que lhes é imperativo remir o tempo para poderem completar sua pregação do evangelho. Sem se impressionarem, os mundanos continuam a ocupar-se nos seus próprios planos políticos e sociais, demitindo a Bíblia como algo que não é prático. Realmente, rejeitam a Bíblia como não sendo prática para justificar seu desacordo com ela ou por que recusam andar conforme seus caminhos limpos e estreitos. Desejam fazer as coisas conforme suas próprias ideias, confiando em seus próprios planos, seus próprios esforços e seu próprio direito. Isso não é de nenhum modo prático, visto que Jeová Deus é a força mais sábia e poderosa no universo. No Armagedon, Deus de maneira muito prática exterminará todos os que se lhe opõem, e fará que todos os que permanecerem sejam do mesmo parecer que ele. Então o povo será unificado pelos justos princípios da Sua Palavra. Tôdas as pessoas os porão em prática, e nesse justo novo mundo todas as aflições deste velho mundo terão desaparecido como fumaça levada pelo vento.
[Footnotes]
a Veja-se Evolution versus The New World, página 38.
b Para pormenores veja-se The Watchtower, 1 de novembro de 1950, página 431.
c Veja-se a revista Despertai! de 8 de novembro de 1951, página 3.