Jeová: espôso, pai e mestre
“Todos os teus filhos serão ensinados de Jehovah; e grande será a paz de teus filhos.” – Isa. 54:13.
1. Quem está em melhor posição para nos mostrar a relação entre Jeová e seus servos, e como podemos crescer na apreciação dela?
NINGUÉM aprecia tanto a relação entre o verdadeiro Deus e suas criaturas como o próprio Jeová. Ele pode melhor descrevê-la e faz isso em termos variados para que a possamos entender. Por dedicarmo-nos à Palavra de Deus podemos crescer em apreciação da relação de Jeová para com os que o servem. – João 17:15-21, NTR.
2. Mostre que é próprio que Jeová se designe “espôso” da sua organização.
2 Se um homem formasse uma organização, estivesse dedicado aos seus propósitos, procurasse seus interesses, fosse fiel a ela, cuidasse do bem-estar dos seus membros, dedicasse-lhe tempo e atenção, se alegrasse na sua produtividade e assim estivesse intimamente ligado a ela, não se poderia dizer corretamente que tal pessoa está “casada” com essa organização? Sim, porque em sentido figurativo o “casamento” significa exatamente uma tal união íntima. É consistente e inteiramente próprio que Jeová Deus chame a si mesmo espôso da sua organização. Isso talvez pareça estranho à primeira vista, mas de que modo melhor poderíamos descrever esta relação de união íntima? Temos em mente o bom arranjo matrimonial existente entre os adoradores de Jeová, ao vermos o próprio Deus referir-se a si mesmo como espôso da nação do Israel natural como um exemplo.
3, 4. No caso ilustrativo da nação de Israel, de que modo foi Jeová espôso?
3 De que modo foi Jeová espôso para a nação de Israel? No sentido de que se conformou ao caso ilustrativo do homem mencionado no parágrafo precedente. Certamente, para com Israel ele não foi um marido com muitas esposas terrestres. Não, ao contrário, ele declarou a Israel: “De todas as famílias da terra só a vós vos tenho conhecido.” (Amós 3:2) Jeová foi fiel a Israel, mas essa nação transgrediu a lei de Deus e se desviou dele, por conseguinte lemos em Jeremias 3:14: “Voltai, filhos apóstatas diz Jehovah, porque eu sou vosso espôso.” Olhando adiante, em sentido profético, aos anos posteriores à rejeição da “esposa” infiel, Israel: “Eis que veem os dias, diz Jehovah, em que farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judah, não segundo a aliança que fiz com seus paes no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egito (essa minha aliança, eles a invalidaram, ainda que me desposei com eles, diz Jehovah).” –Jer. 31:31, 32
4 Esta relação e a constância de Jeová como espôso e sua justificação para rejeitar a nação que se havia tornado ímpia e se voltado contra ele, foram mostradas profèticamente por Oséias: “Contendei com vossa mãe, contendei, porque ela não é minha esposa, nem sou eu seu espôso. Tire ela da sua face as suas fornicações, e dentre os seus peitos os seus adultérios.” (Osé. 2:2) No versículo sete se mostra a relação original em conjunto com esta denúncia devastadora da organização infiel: “Ela irá em seguimento dos seus amantes, porém não os alcançará, ela os buscará, porém não os achará; então dirá: Irei, e voltarei para o meu primeiro marido, porque então me ia melhor do que agora.”
5. Dê prova bíblica de que Jeová é como um espôso para com a sua organização universal.
5 A relação de espôso não está restrita à organização de Israel. Essa nação, há muito tempo rejeitada, era profética de coisas maiores, duradouras. “Mas a Jerusalém de cima é livre, e é a nossa mãe.” (Gál. 4:26, NW, Rom. 15:4; 1 Cor. 10:11) Certamente Jeová considera a organização universal das suas criaturas como se fosse sua esposa, em relação amorosa, e corretamente designa a si mesmo como seu espôso. Identifica-se ele em alguma capacidade adicional em relação à sua organização e os membros dela? Sim.
PAI
6. Qual é outra capacidade na qual Jeová se revela?
6 Uma referência ao New International Dictionary de Webster, Segundo Edição, confirma nosso entendimento geral do significado da palavra inglesa parent, que em português significa: “progenitor, pai, mãe”. Como substantivo significa: “aquele que gera, ou produz descendentes, um pai ou uma mãe, uma fonte, autor, também, uma causa”, como adjetivo: “aquilo que constitui a fonte original da qual alguma coisa procede ou descende, aquilo que apoia, protege ou controla outros como subsidiários, como, por exemplo, uma organização-matriz”. Podemos dizer que o Deus que fez a organização e é seu espôso é também o pai dos indivíduos produzidos por esta organização e que se tornam membros dela? Sim, e o próprio Jeová revela-se como o grande Pai.
7, 8. Quem está incluído no filhos de Jeová?
7 Aqueles a quem ele dá vida são seus filhos. Um exemplo disso é o Logos. O “Logos”, “Verbo” ou “Palavra”, é apresentado como a criação direta de Jeová e agente ativo dele na criação dos outros filhos espirituais de Deus, bem como de todas as outras coisas. “Originalmente a Palavra era, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era um deus. Êste estava originalmente coro Deus. Todas as coisas vieram à existência por meio dele e à parte dele nem sequer uma só coisa veio à existência.”–João 1:1-3, NW.
8 As criaturas produzidas pelo funcionamento da sua organização e que são feitos membros dela, são também seus filhos. Exemplo disto são os filhos espirituais de Deus. Êstes anjos, querubins e Serafins, se acham incluídos nas criações de Deus feitas por intermédio do Logos. O mesmo se aplica também a Adão. Lucas indica isto no capítulo 3, versículo 38 (NW): “. . . Adão, filho de Deus.” Não só foi o Logos, o Filho unigênito, conforme se mencionou acima, mas, ao ser enviado à terra como a criança humana Jesus, demonstrou-se ser ele a “Semente” da organização de Deus, organização que aparentemente fora estéril da semente da promessa até que Jesus nascesse como menino.–Gál. 3:16.
9. Em Israel, quem era filho de Deus?
9 A declaração do capítulo trinta e um de Jeremias, ao qual fizemos anteriormente referência, corrobora o fato de que os membros individuais, os judeus individuais na nação de Israel, eram filhos (num sentido secundário ou típico) de Deus, sendo filhos da organização de Israel. “Assim diz Jehovah: Se poder ser medido o céu lá em cima, e se poderem ser sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a linhagem de Israel, por tudo quanto teem feito, diz Jehovah.” – Jer 31 Ver. 37.
10. (a) De que modo são os membros do corpo de Cristo filhos do grande Pai? (b) Que se pode dizer acerca dos outros que adoram a Jeová?
10 E quanto aos cristãos? São filhos de Deus duma maneira peculiar, se forem membros do corpo de Cristo, a ungida congregação cristã: “Deus enviou seu Filho, que foi produzido duma mulher e veio a estar debaixo da lei para que livrasse, por meio duma compra, os que estavam debaixo da lei, a fim de que, por outro lado, pudéssemos receber a adoção como filhos. Ora, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o espírito do seu Filho e este grita: ‘Abba, Pai!’ De modo que não és mais escravo, porém filho, e se és filho, também herdeiro por meio de Deus.” (Gál. 4:4-7, NW) Isto não tem referência à ficção da “paternidade universal” de Deus para com todo o mundo da humanidade, mas fala aqui de indivíduos, não mais debaixo do pacto judaico da lei, que terminou com a morte de Jesus como arranjo pactuado de lei usado por Deus, mas como participantes do novo concerto através de Cristo Jesus, como membros do corpo de Cristo. (Heb. 8:7-13) Êstes são produzidos pela Palavra de Jeová, que os leva a se tornarem servos de Deus pelo seu espírito, que é o poder de Deus e inclui sua mensagem conforme revelada na sua Palavra, e pela sua organização justa através de Cristo Jesus, sendo eles seus filhos. Tendo todas as perspectivas de vida dependentes das provisões de Deus, outros cristãos de boa vontade, associados com os que estão no novo pacto, podem corretamente dirigir-se a ele como seu Pai, porque ele será seu Avô através do Pai Eterno, Cristo Jesus. –João 10:16, Isa. 9:6.
11. Que se observa aqui quanto à esterilidade?
11 Nos dias em que a nação de Israel estava debaixo da lei dada por intermédio de Moisés, era causa de tristeza se uma esposa não tivesse filhos. A esterilidade trazia opróbrio e aflição. Êste quadro, incorporado nos fatos relativos às esposas literais em Israel, aplica-se também a “esposas” simbólicas, a organizações, quando são ou simplesmente aparentam ser infrutíferas, estéreis, sem aumento e quando real ou aparentemente não cumprem seu propósito.
AGORA, O MESTRE!
12, 13. (a) Que mais é Jeová para com seu povo? (b) Quais são as suas qualidades e em quem se refletem elas?
12 Neste número de A Sentinela consideramos a exclusividade de Jeová, que ele tem um nome e que há criaturas que mantêm o seu nome em destaque. Observamos sua identificação como um grande Criador, que, entre outras coisas, ele forma organizações e que às vezes se apresenta à sua organização como Espôso e também grande Pai dos filhos da sua organização justa. Agora chegamos à outra capacidade pela qual Jeová mostra sua relação para com seu povo: ele é o grande Mestre.
13 A ele pertence a educação exclusiva. Êle possui as qualidades do melhor mestre. Tem todo conhecimento, conhece seus propósitos, cuida seriamente dos interesses das suas criaturas, tem completa paciência e toda habilidade para ensinar, refletindo estas qualidades através daquele a quem designou seu grande representante, o glorificado Cristo Jesus. –Heb. 1:1-3.
14, 15. A quem deu Jeová instrução?
14 Nunca negou a informação correta às suas criaturas. Ao homem primitivo Deus deu a sua palavra. Ele falou a Adão. (Gên. 1:28, 29, 2:16, 17) “Não hesitou em castigar um mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer um dilúvio sobre um mundo de ímpios.” (2 Ped. 2:5, NW) Foi por meio de Noé que Jeová efetuou a pregação da justiça naquele tempo. A palavra de Jeová, seu espírito e sua organização achavam-se em Noé e sua família, Jeová sendo o Mestre. –Gên. 6:8 até 9:29.
15 À nação de Israel Deus deu a sua palavra e lei, colocando sobre eles seu espírito, dando-lhes a organização educacional do sacerdócio e dos profetas para cuidar do bem-estar da inteira organização daquela nação. Disse Jetro a Moisés: “Ouve, pois, a minha voz, eu te aconselharei, e seja Deus contigo, sê tu pelo povo diante de Deus, e traze tu as causas a Deus, ensinar-lhes-ás os estatutos e as leis, e lhes mostrarás o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer.” (Êxo. 18:19, 20) Depois: “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo.” – Êxo. 20:1.
16. Como se mostra isso no caso de Jesus Cristo?
16 Seu ensino se mostra também nos seus tratos com Jesus Cristo e por meio dele. Êle deu a Jesus Cristo sua palavra. Jeová colocou sobre ele seu espírito, e em João, no capítulo 12, lemos: “Contudo, Jesus exclamou e disse: “Aquele que deposita a sua fé em mim, a deposita não apenas em mim, mas também naquele que me enviou, e aquele que me vê, vê também o que me enviou. Eu vim ao mundo como uma luz, para que todo aquele que depositar fé em mim não permaneça em escuridão. Mas, se alguém ouvir o que digo e não o guardar, não o julgo, pois não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. Aquele que me desconsidera e não recebe o que digo tem um que o julga. A palavra que eu falei é o que o julgará no último dia, pois não falei do meu próprio impulso, mas o próprio Pai que me enviou, me deu um mandamento quanto ao que devo dizer e falar. Sei, também, que o seu mandamento significa vida eterna. Portanto, as coisas que falo, assim como o Pai mas disse, assim as falo.’”–Ver. 44-50, NW.
17. Que perguntas surgem e qual é o resumo das suas respostas?
17 Estamos agora em 1953, e os dias de Adão, de Noé, o tempo da nação de Israel e o ministério terrestre de Jesus de há muitos anos atrás, são tudo coisas do passado. Que se pode dizer acerca do ensino de Jeová, o grande Mestre, nos dias atuais? Existe alguma coisa nas circunstâncias atuais concernente às instruções de Deus para nós? Nesta civilização moderna, arrogante e perversa, que se pode dizer acerca dos ensinos de Jeová Deus? Muito! E isso está resumido no fato de que Jeová ensina os filhos da sua organização.
18. Que corroboração disso dá Isaías 54:13?
18 O profeta Isaías o expressa desta maneira: “Todos os teus filhos serão ensinados de Jehovah, e grande será a paz de teus filhos.” (Isa. 54:13) A leitura do contexto deste versículo mostra que se fala ali a Sião (Jerusalém). Isaías falou tanto da desolação como da restauração de Israel. Não obstante, reconhece-se facilmente que estas palavras do capítulo 54 da profecia de Isaías encontram a sua aplicação e cumprimento não só nos feitos da antiguidade em pequena escala, mas ainda mais, na obra de Jeová Deus numa época muito distante daquela em que foi dada a profecia. -Rom. 15:4, 1 Cor. 10:11.
19. Quando e como aplicou Jesus o texto de Isaías 54:13?
19 O próprio Jesus fez uma aplicação de Isaías 54:13 excluindo assim que seja aplicado ao arranjo nacionalista judaico, no que toca ao seu cumprimento. No capítulo seis de João o relato mostra que Jesus se identifica como sendo a provisão de Deus para a bênção daqueles que serviriam a Jeová, e, também, a necessidade de que todos os que haviam de ter vida eterna exercessem fé no Filho. “Por isso, os judeus começaram a murmurar contra ele, porque disse: ‘Eu sou o pão que desceu do céu’, e eles começaram a dizer: ‘Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como é que ele agora diz: “Eu desci do céu”?’ Em resposta Jesus lhes disse: ‘Parai de murmurar entre vós mesmos. Ninguém pode vir a mim, a menos que o Pai, que me enviou, o traga, e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: [Isa. 54:13] “E todos serão ensinados por Jeová.” Todo aquele que ouviu o ensino do Pai e aprendeu vem a mim. Não que alguém tenha visto o Pai, exceto aquele que é de Deus, este tem visto o Pai. Deveras vos digo: Aquele que crê tem vida eterna.’” – João 6:41-47, NW.
20. Aceitaram todos o ensino de Jeová por meio de Cristo Jesus?
20 Isto foi uma mensagem espantosa para os judeus que durante muito tempo haviam feito da sua professa adoração de Jeová Deus uma coisa nacionalista. Embora fossem judeus naturais, se deixassem que Deus os ensinasse por meio de Cristo Jesus, teriam permanecido seus discípulos ou alunos, tal como ele declarou em João 8:31, 32 (NW), para os judeus que creram nele: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres.” De modo que, ao aplicar Isaías 54:13, “estas coisas ele disse enquanto ensinava numa sinagoga em Cafarnaum. À vista disso, muitos dos seus discípulos se desviaram para as coisas deixadas atrás e não andavam mais com êle”. –João 6:59, 66, NW.
21. Como se mostra que é exclusivo o ensino proporcionado por Jeová através de Cristo Jesus e a congregação cristã?
21 Entre outras coisas, isto mostra a rejeição da infiel organização judaica, de quem Jeová havia sido espôso por um tempo, e a instrução exclusiva dada por Jeová através da congregação cristã, da qual Cristo Jesus era o principal. Deste modo a evidência interna do capítulo 54 de Isaías é em si mesma conclusivamente confirmada pela aplicação feita por Jesus, mostrando que a profecia se estende muito além dos limites do Israel natural e que o próprio Israel foi apenas uma representação de coisas vindouras. Não é de admirar, pois, que a congregação crista desde o princípio aceitou sem discussão as Escrituras Hebraica e confiou nelas de todo coração, muitas de suas profecias tendo-se cumprido em Jesus Cristo, na congregação cristã e nos tratos de Jeová Deus com ela. – 1 Ped. 1:10-12, 2 Ped. 1:19-21.
22. Enfraquece a passagem do tempo a palavra da profecia?
22 A profecia de Isaías, contida no capítulo 54, foi registada muito antes do apóstolo Paulo se dirigir à congregação cristã em Roma, mas, ao invés de enfraquecer a força das profecias da antiguidade, a passagem do tempo testificou a sua preservação pelo grande Autor delas. Apoiando integralmente a palavra revelada de Deus e reconhecendo que Israel em si mesmo era profético, Paulo diz com gratidão: “Pois todas as coisas escritas de antemão foram escritas para nossa instrução, para que, pela nossa perseverança e pelo conforto das Escrituras, tenhamos esperança. Ora, o Deus que dá perseverança e conforto vos conceda manter entre vós a mesma atitude mental que Cristo Jesus manteve, para que de um só acordo, com uma só boca, glorifiqueis o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.” (Rom. 15:4-6, NW) Não se nos deixa em dúvida quanto ao tempo e à maneira de aplicação e ao cumprimento da profecia de Isaías, capítulo 54. O Mestre supre todas as necessidades, sua organização produz a seu próprio tempo!
ENVOLVIDA A REGÊNCIA
23. Que grande necessidade se reconhece em profecias antigas e nas esperanças cristãs?
23 A história e os eventos atuais tornam óbvio o fato de que a santificação do nome de Jeová, a operação das leis justas do seu Reino e a execução da sua perfeita e santa vontade, não estiveram na ordem geral do dia nesta terra, nem o estão agora. Não, a adoração de Jeová não é um produto deste velho sistema de coisas e, contudo, não é de pouca monta a desconsideração que os homens em geral lhe mostraram. Tão suprema em importância é a vindicação do nome de Jeová, com a resultante regência justa e a bênção dos que o adoram na terra, que repetida e continuamente ela é feito assunto de profecia bíblica. Não só mostra a profecia da Bíblia o propósito de Jeová satisfazer a sua vontade nestes pontos, mas os cristãos sempre o fizeram um assunto para oração, o desejo e anseio sincero dos seus corações sendo o cumprimento da vontade de Jeová. Tão fundamentais são estas questões na vida e nas esperanças dum cristão, que Cristo Jesus lhes deu forma ao dizer: “Vós, pois, deveis orar deste modo: ’Pai nosso nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Cumpra-se a tua vontade, como no céu, assim na terra.’” (Mat. 6:9, 10, NW) Quando Jesus deu este conselho sobre oração haviam passado mais de 630 anos desde que houve na terra pelo menos uma regência em miniatura ou pequena escala de Jeová Deus por intermédio da organização teocrática de Israel, derrubada em 607 A.C. por causa de infidelidade a Deus.
24. De que modo está ligada a regência com a adoração de Jeová?
24 Nos tratos de Jeová com os homens sempre mostrou-se o fato de que a sua adoração e sua regência são inseparáveis. Isto significa que os que adoram a Deus são seus súditos como Deus deles é seu Regente. Jesus reconheceu isto e o pregou, baseando-se nos profetas. Crendo no que observavam na lei e nos profetas concernente à restauração da regência do Reino sobre a terra, os associados pessoais de Jesus esperavam que ele, de algum modo, mostrasse seu poder régio. “Enquanto ouviam estas coisas ele propôs, em adição, uma ilustração, porque se aproximava de Jerusalém e eles imaginavam que o reino de Deus se manifestaria imediatamente. Por isso ele disse: ’Certo homem, de nobre ascendência, viajou a uma terra distante para assumir poder régio e voltar.’” Luc. 19:11, 12,NW.
25. Que confiança manifestaram os primitivos cristãos e que perguntaram? Como se demonstra isto?
25 Depois de ele ter sido cravado na estaca e ressuscitado dos mortos, Jesus, por um tempo, manteve contato com seus seguidores: “A estes, também, por muitas provas positivas mostrou-se vivo depois de ter sofrido, sendo por eles visto pelo espaço de quarenta dias, falando as coisas acerca do reino de Deus.” (Atos 1:3, NW) Não havia dúvida de que no decorrer do tempo se estabeleceria a adoração de Jeová através de toda a terra, sendo inseparavelmente ligada a ela sua regência por meio da organização do seu Reino, mas a questão era: quando? “Quando, pois, se reuniram, foram perguntar-lhe: ’Mestre, restaurarás agora o reino a Israel? Disse-lhes êle: ’Não vos pertence obter um conhecimento dos tempos ou épocas que o Pai dispôs na sua própria jurisdição.’” (Atos 1:6, 7,NW) Que seus associados e seguidores chegariam a um entendimento mais claro dos propósitos de Deus neste respeito está assegurado pelas suas palavras: “Mas recebereis poder, ao chegar sobre vós o espírito santo, e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até a parte mais distante da terra.” (Atos 1:8, NW) Depois disso Jesus ascendeu ao céu e deixou com a primitiva igreja a promessa da sua vinda no futuro. - Atos 1:11.
26. De que modo contribuíram a pregação e os sinais para responder a pergunta acerca de quando se restaurariam plenamente a adoração e regência de Jeová?
26 Após a ascensão de Jesus ao céu, o espírito divino de poder veio sobre os membros da primitiva igreja e eles identificaram a organização cristã que formaram como sendo o instrumento que Jeová estava utilizando. Esta identificação foi confirmada pela sua pregação das verdades do Reino e pelos sinais que fizeram pelo poder de Deus. O terceiro capítulo de Atos contém o relato do pedido dum mendigo coxo, dirigido a Pedro e João, para que lhe dessem ajuda material, e a resposta de Pedro: “Prata e ouro não tenho, mas o que tenho te darei: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6, NW) Êste coxo foi curado pelo poder de Deus, para a surpresa e admiração do povo que soube da cura miraculosa. Pedro deu, então, um poderoso testemunho acerca de Cristo Jesus como agente da vida da parte de Deus e o cumprimento que as profecias tiveram nele, e disse mais àquelas pessoas: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, de modo a serem apagados os vossos pecados, para que venham os tempos de refrigério procedente da pessoa de Jeová e envie ele o Cristo que já vos foi designado, Jesus, ao qual, deveras, é necessário que o céu acolha até os tempos da restauração de todas as coisas das quais Deus falou pela boca de seus santos profetas da antiguidade. De fato, Moisés disse: “Jeová Deus vos produzirá dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim. A este tereis de ouvir segundo tudo quanto vos disser. Realmente, toda alma que não ouvir a esse Profeta, será destruída completamente do meio do povo.” E, de fato, todos os profetas, a partir de Samuel e os que sucederam, tantos quantos falaram, também anunciaram claramente estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e do pacto que Deus fez com vossos antepassados, dizendo a Abraão: ‘E em tua semente serão abençoadas todas as famílias da terra.’ A vós, em primeiro lugar, Deus, depois de produzir o seu Servo, enviou-o para abençoar-vos por desviar a cada um de vós dos vossos atos iníquos.” (Atos 3:19-26, NW) Como a semente da serpente ou os filhos do Diabo que eram, e, conforme é sempre seu costume, os falsos sacerdotes religiosos ficaram “irritados” com os ensinos de Pedro e João e mandaram prendê-los. –Atos 4:1-3, NW.
27. De que modo é o tempo um fator importante em relação à fertilidade da “esposa” de Jeová?
27 Esta forte súplica a favor do arrependimento, feita por Pedro, indica Cristo Jesus como o designado por Jeová, mostrando que o céu precisava acolhê-lo desde então, até um tempo determinado, o tempo da restauração, e que destas coisas Deus havia falado pela boca dos seus profetas, de fato, todos os profetas, inclusive Isaías. O fato de Jesus ser um rei celestial, naturalmente, não estabeleceria nem estabeleceu um reino terrestre. O tempo é um fator importante e isso é verdade quanto ao cumprimento do capítulo cinquenta e quatro de Isaías. O tempo da regência de Jeová é uma ocasião de fertilidade para sua organização e de ensino para os filhos de Sião, mas quando? Como? Por quem? Considere o precedente, em ambos os artigos, como base para um estudo adicional deste assunto em nosso próximo número.