Enchendo a casa de glória
Domingo de manhã, 26 de julho de 1953, o dia final da Assembleia da Sociedade do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová, no Estádio Ianque, na cidade de Nova Iorque, E.U.A, o vice-presidente da Sociedade Tôrre de Vigia de Bíblias e Tratados (da América do Norte) proferiu o discurso que segue, perante uma assistência de 131.419 convencionais.
“E encherei de glória esta casa, diz Jehovah dos exércitos.” — Ageu 2:7.
1. Qual é a casa a ser enchida de glória, e de acordo com que promessa?
A CASA a ser enchida de glória foi um templo dedicado a Jeová dos exércitos. Ele prometeu enchê-la de glória. Sua promessa de fazer isso foi dada como ponto culminante duma profecia de máxima importância para todas as nações. “Pois assim diz Jeová dos exércitos: Ainda mais uma vez, falta pouco tempo, e abalarei os céus, e a terra, e o mar, e a terra sêca; e abalarei tôdas as nações, e o desejo de tôdas as nações virá; e eu encherei esta casa de glória, diz Jeová dos exércitos.” —Ageu 2:6, 7, Darby (em inglês).
2, 3. Qual foi o fundo histórico, contra o qual esta profecia foi primeiro declarada?
2 Proferida há mais de vinte e cinco séculos, esta profecia naquele tempo, teve por fundo um templo modesto, cuja edificação estava no seu primeiro mês. Estava sendo construído no local do antigo templo do Rei Salomão, no monte Moriá, em Jerusalém. Depois da destruição do templo de Salomão pelos babilônios em 607 A. C., esse lugar sagrado ficara desolado por setenta anos, a cidade inteira ficara desolada, o domínio inteiro do reino de Judá ficara desolado, sem homem, nem animal doméstico. Tratava-se de uma sentença divina contra a nação, por causa da sua prolongada violação do pacto que Jeová Deus fizera com seus antepassados no monte Sinai, por intermédio de Moisés. (Lev. 26:27-35; 1 Reis 9:6-9) Então, para um restante dos israelitas punidos, seu Deus Jeová abriu o caminho para que pudessem sair do seu cativeiro em Babilônia e voltar à sua pátria. Para que fim? Principalmente para reedificar a casa de Jeová no local do antigo templo, a fim de que a verdadeira adoração fôsse ali renovada e praticada. Por causa da oposição do inimigo e de interferência mal-orientada da parte do governo persa, o restante restaurado dos israelitas perdera de vista o propósito principal da sua restauração à pátria. Deixaram de trabalhar no templo e abandonaram a obra, apenas começada, para o vitupério do seu Deus, Jeová. — Luc. 14:29, 30.
3 Por escolherem assim obedecer ao homem como governador antes que a Deus, não prosperaram durante os dezesseis anos em que a casa de Jeová jazeu abandonada. Depois, a fim de incitar o governador judeu Zorobabel e o sumo sacerdote levita Josué e todo o restante restaurado, Jeová Deus apoderou-se do seu profeta Ageu, com o espírito santo, fazendo que Ageu os encorajasse a renovar a obra do templo, em cumprimento da sua obrigação solene com Deus. Com fé em Deus, o restante recomeçou mais uma vez a obra do templo. Aproximadamente um mês depois, quando as coisas começaram a tomar forma, Ageu foi inspirado pelo espírito de Deus para proferir a eletrizante profecia que acabamos de citar. — Ageu 1:1 até 2:9.
4. O que mostra se a profecia de Ageu foi cumprida sobre o templo material de Jerusalém, e que fêz Deus pelo seu povo em 1919, e com que propósito?
4 A profecia de Ageu realmente nunca se cumpriu no templo completado pelo governador Zorobabel, quatro anos depois, nem no sucessor templo de Herodes, ainda que Jesus Cristo visitasse êste último templo e ensinasse nos seus átrios. O sacerdócio do templo e outros líderes religiosos judeus não permitiram que o templo se enchesse de glória por Jesus Cristo e seus apóstolos. Em 70 (E.C.) foi incendiado pelos romanos e destruído. Nunca será reconstruído para que se cumpra nele a profecia de Ageu. Mas, em 1919, menos de seis meses depois da Primeira Guerra Mundial, Jeová Deus fêz alguma coisa que correspondeu à sua restauração do restante judeu de Babilônia em 537 A. C. Êle libertou um restante das suas testemunhas ungidas do poder de uma Babilônia maior, a organização mundial do Diabo, que se apoderara violentamente das testemunhas de Jeová durante a Primeira Guerra Mundial e as levara cativas, contra a sua vontade. O propósito de Deus em libertá-las foi o mesmo como no caso do restante judeu, nos dias do profeta Ageu — a obra do templo. Enquanto o restante restaurado das testemunhas de Jeová se concentrasse nesta obra do templo, prosperaria espiritualmente.
5. Quais são os fatos acerca do trono de Deus e o escabelo de seus pés que tornam desnecessário um templo material atualmente?
5 Que seria essa obra do templo? Não a edificação dum templo literal de materiais terrestres, quer em Jerusalém quer na rua Columbia Heights, 124, Brooklyn, Nova Iorque, E. U. A. quer em qualquer outro lugar. Não há necessidade para tal templo literal hoje em dia. Tal templo seria inteiramente inadequado como casa de Deus. “Assim diz Jehovah: O céo é o meu throno, e a terra é o escabello dos meus pés. Que casa é essa que me haveis de edificar? e em que logar será o meu descanso?” (Isa. 66:1) O trono celestial de Jeová foi simbolizado pelo propiciatório que cobriu a arca do concerto, que permanecia dentro do Santíssimo do templo de Jerusalém. A cobertura propiciatória sustentava dois querubins de ouro, que encaravam o centro da cobertura, com as asas estendidas. Assim se simbolizava a Jeová como entronizado no meio dos querubins, e sua luz de glória, chamada Shekinah, iluminava o Santíssimo do templo, que não tinha outra luz. Dali Jeová se comunicava com seu povo Israel. Mas, aquelas coisas eram apenas simbolismos. O verdadeiro trono de Deus está nos céus. É ali que ele governa como soberano universal; e a terra, onde antigamente se encontrava seu templo material, no monte Moriá, é para ele como escabêlo para os pés, por meio do qual êle sobe e se assenta no seu trono elevado.
6. Como orou Salomão, para mostrar que ele compreendeu que o templo por ele dedicado era inadequado, e por que era ainda apropriado se voltar em direção a ele ao orar a Deus?
6 Nenhum templo feito pelos homens, não importa de que proporções grandiosas, pode abrigar ou conter o Deus Altíssimo. Salomão ficou maravilhado ao reconhecer isto. Ao dedicar o templo grandioso que havia construído, quando a glória de Jeová encheu a casa com uma nuvem miraculosa, Salomão lhe disse em oração: “Porém habitará verdadeiramente Deus sobre a terra [num templo material]? eis que o céo, e o céo dos céos, não te podem conter; quanto menos esta casa que edifiquei!” O templo de Salomão não podia ser o lugar do verdadeiro trono de Jeová. Não obstante, Deus respeitou êsse templo por causa daquilo que simbolizou e do que prefigurou para o futuro, e êle o vigiou e colocou ali seu nome incomparável. Disse a Salomão: “Santifiquei esta casa, que edificastes, para nella pôr o meu nome para sempre; e nella estarão os meus olhos e o meu coração todos os dias.” (1 Reis 8:27; 9:3, 7) Visto que Jeová se achava ali presente, de modo representativo, era correto que os israelitas e também os estrangeiros de boa vontade se voltassem para o templo quando oravam, como se o encarassem literalmente ao lhe fazerem sua petição. Salomão orou: “Também quanto ao estrangeiro, que não é do teu povo de Israel, quando vier dum paiz longínquo por causa do teu nome. . . quando vier e orar voltado para este logar: então ouve no céo, logar da tua habitação, e faze tudo o que o extrangeiro te pedir, para que todos os povos da terra conheçam o teu nome, temendo-te, como faz o teu povo de Israel, e para que saibam que o teu nome foi invocado sobre esta casa que edifiquei.” —1 Reis 8:30-43.
7. Como falou Estêvão e também Paulo, mostrando que Deus não habita agora representativamente em qualquer templo feito pelos homens?
7 Os dias de tais simbolismos já passaram, e, nunca mais, se construirá um templo de Jeová sôbre o monte Moriá e não haverá necessidade de remover o “Zimbório da Rocha” muçulmano, apenas para construir ali um templo tal qual era representado na visão de Ezequiel. (Eze. 40:1 até 46:24) Quão contrário às Escrituras Sagradas é, pois, que qualquer religião construa basílicas, catedrais e igrejas, para abrigar ali o que chamam de “a hóstia” que o sacerdote pretende transformar em Deus! Nem por meio de tal “hóstia’”, nem por qualquer outra representação, habita agora o Deus Altíssimo em qualquer templo feito por mãos de homens. O mártir cristão, Estêvão, tornou isso claro perante o Sinédrio judeu de Jerusalém, enquanto ainda existia o templo de Herodes, dizendo: “[O Rei] Salomão, porém, edificou-lhe uma casa. Mas o Altíssimo não habita em casas feitas por mãos; como disse o propheta: O céo é o meu throno, e a terra o escabello dos meus pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o logar do meu repouso? Não fez, porventura, a minha mão todas estas coisas?” Anos depois, o apóstolo Paulo repetiu esta verdade aos atenienses pagãos, dizendo: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nelle há, sendo elle o Senhor do céo e da terra, não habita em santuários feitos por mãos dos homens, nem é servido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma cousa, visto elle mesmo dar a todos vida, respiração e todas as cousas.” (Atos 7:47-50; 17:24, 25) Os que professam ser cristãos e forem induzidos por qualquer argumento a contribuir para a construção de edifícios religiosos dispendiosos super-decorados, já deviam saber esta verdade, mas não a sabem.
8. Que espécie de templo, somente, poderiam os homens edificar para Deus, porém, que espécie de templo está ele mesmo edificando agora?
8 Paremos um pouco para considerar a pergunta de Deus: “Que casa é essa que me haveis de edificar? e em que logar será o meu descanço? A minha mão fez todas estas cousas, e assim vieram a ser todas ellas, diz Jehovah.” (Isa. 66:1, 2) Seja qual fôr a espécie de casa que o homem erija, tem de ser de materiais já feitos por Deus. Essa é a espécie de casa que qualquer um poderia edificar em sentido material. Tal lugar, para Deus descansar nele simbolicamente, não lhe é mais aceitável. Ele mesmo está construindo um verdadeiro templo, de material completamente novo, que nenhum arquiteto humano pode usar. Esse se compõe de 144.000 pedras mais Uma, não cortadas, talhadas e colocadas por homens, mas “pedras vivas”, uma das quais é uma “nova creação”, cada uma sendo uma nova criatura, viva e inteligente, de Deus, enquanto Jesus Cristo, seu Filho, é a “principal pedra angular.” É uma “casa espiritual para serdes um sacerdócio santo, afim de offerecerdes sacrifícios espirituaes, acceítaveis a Deus por Jesus Christo.”. (1 Ped. 2:4-6; 2 Cor. 5:17 e Efé. 2:20-22) Este é o verdadeiro templo, prefigurado por aquele que Salomão construiu e que o governador Zorobabel reconstruíu. É o templo no qual Jeová Deus tem pôsto os olhos e onde está seu coração. Foi sôbre este que ele colocou seu santo nome.
CONDESCENDÊNCIA DIVINA
9. Se Deus não se digna olhar aos templos impressionantes, feitos pelos homens atualmente, que estaríamos inclinados a pensar de nós mesmos, especialmente em vista de nosso tamanho comparativo?
9 Quando a rainha de Sabá viu o templo de Salomão, esse era fenomenal em resplendor. Alguns edifícios religiosos de hoje em dia são muito impressionantes do ponto de vista arquitetônico. Se o Deus Altíssimo não se digna agora de olhar a tais, nem de residir neles de modo representativo, quanto menos condescenderia de notar um homem ou uma mulher na terra? É assim que nos inclinaríamos a pensar. Somos tão insignificantes em nós mesmos, e sentimo-nos assim especialmente quando não fazemos para nós um grande nome no mundo ou não temos muita proeminência ou poder, mas somos apenas humildes, despretensiosos, comparativamente despercebidos, fazendo coisas comuns ou corriqueiras, nunca alcançando grande fama e notoriedade. Quão infinitésimos somos individualmente perante Deus! Imagine a nossa terra reduzida ao tamanho do prato duma balança. Nesse prato de balança há um pó finíssimo, apenas o bastante para obscurecer o lustro do prato. Ora, todas as nações, cheias de pessoas, são iguais àquele pó fino, tão leve que seu peso é apenas discernível e mensurável numa micro-balança. Cada um de nós é apenas uma minúscula partícula de pó. Jeová nos lembra disso ao dizer: “Eis que as nações são reputadas como a gotta dagua que está a cahir dum balde, e como o pó miudo nas balanças.” —Isa. 40:15.
10. Mediante Isaías 66:1, 2, 5, o que diz Jeová que prefere ver ao invés de templos feitos pelos homens?
10 Mas, ouça o que Jeová diz quanto a que prefere ver, ao invés de templos magnificentes, feitos por mãos: “Assim diz Jehovah: O ceo é o meu throno, o escabello dos meus pés. Que casa é essa que me haveis de edificar? e em que logar será o meu descanço? A minha mão fez todas estas cousas, e assim vieram a ser todas elas, diz Jehovah; mas para esse homem olharei, isto é, para aquelle que é pobre [aflito, Darby], e dum espírito contrito e que treme da minha palavra.” Porque se assombram da Sua palavra, ele lhes dirige a palavra e promete-lhes gôzo pela revelação da sua glória, dizendo: “Ouvi a palavra de Jehovah, os que tremeis da sua palavra. Vossos irmãos que vos odeiam, e vos rejeitam por causa do meu nome, disseram: Seja glorificado Jehovah, para que vejamos o vosso goso; elles, porém, serão envergonhados.” — Isa. 66:1, 2, 5.
11. De acordo com Isaías 57:13-16, de quem tem consideração Jeová, apesar de sua elevação, etc.?
11 Imagine só! Apesar de ser tão alto, tão sublime, tão eterno em duração e tão santo, Jeová tem tanta consideração, que chega a notar os quebrantados de coração por causa do pecado e do erro, pessoas humildes e contritas. Nunca precisamos pensar que valemos tão pouco e somos tão pequenos e insignificantes, que o Deus Altíssimo jamais nos daria atenção ou tomaria tempo para notar-nos. Para o nosso encorajamento ele diz: “O que confia em mim possuirá a terra, e herdará o meu santo monte. E dir-se-á: Aplainai, aplainai, preparai o caminho, tirai os tropeços do caminho do meu povo. Porque assim diz o alto e o sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos. Porque para sempre não contenderei, nem continuamente me indignarei; porque o espírito perante a minha face desfaleceria [margem] e as almas que eu fiz.” (Isa. 57:13-16, Al) Tais aflitos, de espírito contrito e humilde, são os que o alto, sublime e eterno Deus prefere ver, em vez dos ostentosos templos feitos pelos homens.
12. Em 1919 quem era de tal espírito acima descrito, e como cumpriu Jeová aquela profecia para eles?
12 Visto que o restante das suas testemunhas ungidas era de tal espírito contrito e humilde, depois do seu cativeiro na Babilônia mística durante a Primeira Guerra Mundial, Jeová Deus condescendeu notar sua aflição e os libertou em 1919. Tremeram à sua Palavra e tiveram respeito dela, antes do que de tradições humanas, e estiveram sempre ansiosos de não a perder e de não deixar de fazer o que ela diz. Portanto, Jeová aterrou e preparou um caminho para que escapassem à liberdade teocrática. Tirou os obstáculos do caminho e guiou-os para fora da Babilônia mística, trazendo-os ao recém-nascido país da sua teocracia podiam empenhar-se na obra do templo.
13, 14. Como a Cristandade abandonou a Jeová, e que condição das nações prova que ele está agora no seu santo templo?
13 A Cristandade abandonou Jeová e esqueceu seu santo monte de adoração, lançando sua sorte com as nações dêste mundo. Participará, portanto, do destino delas e será morta com elas na batalha do Armagedon. (Isa. 65:11-15) Com tanta preocupação pela dominação econômica, militar e polÍtica da terra, as nações esquecem a coisa de principal importância hoje em dia, que precisamos servir a Jeová Deus no seu templo, sua casa espiritual, amando antes a Deus do que os prazeres e provando-nos fiéis ao poder da devoção pia, ao invés de meramente termos uma forma dela. (2 Tim. 3:1-5) A fim de adorarmos a Jeová no seu templo espiritual, não nos voltamos em alguma direção terrestre, à alguma cidade, quer seja Jerusalém, Roma ou Meca, nem a qualquer edifício religioso da terra. Por meio de Cristo, a pedra angular de fundamento do templo de Deus composto de pedras vivas, nos voltamos para o céu. Jeová está agora no seu santo templo e tôda terra devia agora ficar quieta e silenciosa, para ouvir a sua Palavra. (Hab. 2:20) As nações, porém, não procedem assim. Enfurecem-se pelo fato de que êle domina como Rei no seu santo templo. Sua própria ira é agora evidência visível de que o sublime e invisível Jeová está presente no templo, pois é assim que a profecia explica sua ira, dizendo:
14 “E houve grandes vozes no céu, dizendo: ‘O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e êle dominará como rei para todo o sempre. . . . ‘Graças te damos, Jeová Deus, Todo-poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e começaste a dominar como rei. Mas as nações se iraram, e veio a tua ira, e o tempo designado . . .para arruinares os que arruínam a terra.” E abriu-se o santuário do templo de Deus que está no céu, e no seu santuário do templo foi vista a arca do seu pacto. E houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e um terremoto, e uma grande saraivada.” — Apo. 11:15-19, NW.
15. Por que aquela visão do Apocalipse não significa que a arca literal do pacto de Deus foi transportada para o céu em 607 A.C.?
15 Os tempos designados das nações para o domínio global começaram com a desolação de Jerusalém, do seu templo e sua terra em 607 A. C., e seus 2.520 anos de duração terminaram em 1914 (E. C.). Jeová Deus, o Todo-poderoso, assumiu, então, seu grande poder para dominar como rei, por intermédio do seu Cristo, não somente sobre a Palestina, mas sôbre o mundo. À vista disso as nações ficaram iradas e o primeiro acesso da sua ira se mostrou na Primeira Guerra Mundial. Desde então, segundo Apocalipse, Jeová tem de estar presente no seu santo templo no céu. A vista da arca do seu pacto no santuário do templo torna isso certo. A arca literal, original, do pacto de Jeová, desapareceu por ocasião da destruição do templo de Salomão pelos babilônios em 607 A. C. Mas, para onde foi ela? Não para o céu, “antes que as nações pagãs tivessem a oportunidade de contaminá-la ou destruí-la”, conforme alguns sugerem. Tais coisas materiais não herdam o céu. Os céus são o trono de Jeová, e ali êle não necessita do assento propiciatório de ouro da arca, para se assentar nêle entre os dois querubins de ouro. Quando Jesus Cristo foi ressuscitado dos mortos e depois ascendeu, a fim de apresentar à presença de Deus com o valor de vida do seu sangue humano derramado, ele não aspergiu com seu sangue sacrificial a arca literal e material do pacto, assim como o sumo sacerdote levita costumava fazer no dia de expiação. Jesus ofereceu o valor redentor do seu sangue a Jeová Deus. (Heb. 9:11, 12, 14) Não sabemos para onde foi a arca literal do pacto.
16. No templo reedificado em Jerusalém, o que ocupou o Santíssimo, de acordo com a história?
16 Ao ser reconstruído o templo pelo governador Zorobabel, a arca do pacto não foi restaurada ao Santíssimo. Nos dias de Jesus não se encontrava nenhuma arca do pacto no Santíssimo do templo de Herodes, para o sumo sacerdote judeu aspergi-la com o sangue da expiação, uma vez por ano. O Santíssimo não se achava iluminado pela luz miraculosa de Shekinah e estava vazio, a não ser por uma grande pedra no centro, onde o sumo sacerdote depositava o turíbulo de ouro, sobre a qual fazia a defumação antes de aspergi-la com sangue dos sacrifícios no dia da expiação. Diz a Mischna judaica, Yoma 5, II: “Depois de se ter tirado a Arca, remanesceu ali uma pedra desde os tempos dos profetas primitivos, a que se chamava ‘Shetiyáh’ [significando ‘Fundamento; Base’].Elevava-se acima do chão três polegadas. Sôbre ela [o sumo sacerdote judeu] costumava pôr [o braseiro].”
17. O que, então, significa a visão dada a João da arca do pacto no santuário do templo, e quando se realizou isso?
17 Consequentemente, quando o apóstolo João recebeu a revelação, vinte e seis anos após a destruição de Jerusalém em 70 E. C., e viu aberto o templo de Deus no céu, a aparição da arca do seu pacto no santuário ou Santíssimo foi um evento extraordinário. Simbolizava que Jeová estava no Seu santo templo, assentado no seu trono, conforme representado pela cobertura propiciatória da arca. Na visão a abertura do templo e a revelação da presença da arca, seguiram à assunção do grande poder, por parte de Jeová, a fim de dominar como Rei por intermédio de Jesus Cristo, e o começo da ira das nações na Primeira Guerra Mundial o que se deu em 1914. Isto aumenta a prova de que Jeová esteve no seu templo espiritual desde 1918. Sendo isso assim, sua presença no templo se deu antes que o restante ungido das testemunhas de Jeová fosse restaurado da Babilônia mística em 1919, a fim de que pudesse assumir a adoração no templo.
18. Que disse Jeová com respeito ao templo de Zorobabel em comparação com o templo de Salomão, e quando, de acordo com a citação de Paulo, localizamos o tempo para o cumprimento da profecia?
18 A renovação da adoração no templo, por parte do restante restaurado em 1919, foi prefigurada nos dias de Ageu, quando o governador Zorobabel e o sumo sacerdote Josué recomeçaram a construção do templo em Jerusalém. Naquela época, o templo em construção não deu esperanças de ser alguma coisa que se pudesse comparar ao templo coberto de ouro de Salomão. Não obstante, aquele dia de coisas pequenas não devia ser desprezado Jeová prometeu que a glória do templo reconstruído ultrapassaria em muito a do templo de Salomão. Haveria um tremendo abalo do céu, da terra, do mar e de todas as nações, e “o desejo de todas as nações virá; e eu encherei esta casa de glória, diz Jeová dos exércitos“ (Ageu 2:1-9, Darby [em inglês]) Mais de quinhentos anos depois da profecia de Ageu, o apóstolo Paulo aplicou o cumprimento das palavras de Ageu a um tempo ainda futuro, dizendo: “Naquele tempo [o tempo em que Deus fêz o pacto da lei com Israel, no monte Sinai, por intermédio de Moisés], sua voz abalou a terra, mas agora prometeu, dizendo: Ainda mais uma vez porei em comoção não só a terra, mas também o céu. Ora, a expressão ‘mais uma vez’, significa a remoção das coisas abaladas como coisas feitas, a fim de que permaneçam as coisas não abaladas. Portanto, visto que havemos de receber um reino que não pode ser abalado, continuemos a possuir a benignidade imerecida, pela qual, aceitavelmente, podemos prestar a Deus serviço sagrado, com admiração e temor piedosos.” (Heb. 12:26-28, NW) A remoção dos simbólicos céu e terra não sucedeu nos dias do apóstolo, mas, temos agora as evidências e provas de que está próxima sua breve remoção, em nossos dias desde 1914 E. C.
19. Como foram abalados os céus, e que razão deu Jeová à terra, à terra seca e ao mar para serem abalados?
19 O reino que Jeová estabeleceu nos céus em 1914, por assumir seu grande poder e entronizar seu Cristo, não pode ser abalado, portanto, não pode ser removido e permanecerá intato através do período de abalos universais. Tôdas as partes da organização mundial de Satanás, porém, visíveis e invisíveis, simbolizadas pelo mar, a terra seca, a terra e o céu, foram terrivelmente abaladas. Pela “guerra no céu”, que começou em 1914, o Diabo e sua organização invisível de anjos demoníacos foram abalados até não ocuparem mais nenhum lugar nos céus de Deus acima, enquanto o recém-nascido Reino ficou inabalável, irremovível, vitorioso. Quanto à parte visível da organização do Diabo, o mar, a terra seca e a terra, estes sofreram o que Jesus chamou de “princípio das dores de angústia”, a saber, nação levantando-se contra nação e reino contra reino, escassez de víveres, pestilências, terremotos, em proporção sem paralelo. Embora Jeová não fizesse diretamente que as nações e reinos se empenhassem naquela primeira guerra mundial, que causou a escassez de víveres e pestilências, êle deu a todas as nações uma boa razão para se abalarem. Como? Por terminar em 1914 os “tempos designados das nações”. Assim que terminaram aqueles tempos designados para as nações dominarem a terra sem serem impedidas por seu reino, Jeová trouxe à existência seu reino e colocou seu funcionamento nas mãos daquele que tinha o direito a êle, Jesus Cristo, o Filho e Herdeiro de Rei Davi.
20. Por que não indicou isto nada de bom para as nações, e como agiram com relação ao reino estabelecido de Deus?
20 Isto não indicou nada de bom para as nações, pois Jesus Cristo estava destinado a regê-las com vara de ferro e despedaçá-las na batalha do Armagedon. As nações foram assim movidas da sua base liberal e despreocupada, existente antes de 1914, e tiveram razões de temer sua existência futura. Tiveram agora de contar com o reino de Deus. O abalo dos céus de Satanás, causando sua queda, transmitiu vibrações violentas à sua organização terrestre, e suas nações entraram em comoção sôbre a questão da dominação mundial. Não queriam o Rei de Jeová e estavam iradas com as testemunhas ungidas de Jeová, que em toda parte publicavam o significado bíblico do ano de 1914. As nações demonstraram assim a sua própria ira contra o reino estabelecido de Deus e contra qualquer interferência do Seu Rei nos assuntos terrestres deles.
21. Que espécie de novas para as nações foi que as testemunhas de Jeová pregaram, porém, o que mais acerca delas deu razão às nações para serem abaladas?
21 Esta pregação acêrca do significado de 1914 e a declaração da aproximação do “dia da vingança do nosso Deus” foram notícias que abalavam tôdas as nações. Mas, o aparecimento inesperado da sociedade do Novo Mundo em 1919 e seu crescimento fenomenal depois, serviram para abalar as nações ainda mais, não só com admiração, mas também com temor, pois isso era evidência concreta de que essa mensagem tinha base e que havia ali um movimento inconquistável, cuja pregação, se se provasse verdadeira, significaria o fim de tôdas as nações. Deveras, precedendo ao Armagedon e sua remoção violenta de tôdas as nações, tem havido grande instabilidade, comoção e abalo dos céus, da terra, do mar e de tôdas as nações do mundo de Satanás.
“O DESEJO DE TÔDAS AS NAÇÕES”
22. O que disse Ageu que resultaria do abalo do mundo de Satanás e, como foi isto explicado em 1885 e em 1921?
22 Ageu disse que em resultado do abalo, que Jeová traria sôbre o mundo de Satanás, resultaria algo grandioso. O que seria? “O desejo de tôdas as nações virá.” Assim diz a Versão Rei Jaime e a tradução de Darby (ambas em inglês). “E entrará o deleite de todas as nações”, diz a tradução inglesa de Rotherham. Ao princípio isso foi aplicado à vinda do reino inabalável de Deus. Em 1886, a Sociedade Tôrre de Vigia de Bíblias e Tratados (da América do Norte) publicou o livro intitulado “O Divino Plano dos Séculos”. Na página 266 declarou-se: “Assim, a necessidade do homem se tornará a oportunidade de Deus, e ‘o desejo de todas as nações virá’ — o Reino de Deus, em poder e grande glória. — Ageu 2:7.” Quarenta e cinco anos depois, a aplicação da profecia foi limitada a uma pessoa, Jesus Cristo, o Rei. A revista A Sentinela (edição inglesa), no seu número de 15 de fevereiro de 1931, apresentou um artigo sôbre “Seu Templo“ e disse (§ 33): “Cristo Jesus, a Cabeça do Cristo, tem de ser principalmente ‘o deleite de todo o povo’ quando o conhecer, porque ele é o representante de Deus. Jesus Cristo veio ao templo como vice-gerente de Jeová. Êle é a ‘semente da promessa’ e o desejo de tôdas as nações e povos, embora não o conheçam ainda.”
23. Em que versão antiga da Bíblia se baseava realmente aquela interpretação, e, por que aquele evento aqui descrito não poderia ocorrer em 1918?
23 Esta última interpretação se baseava na versão popular inglesa, a Versão Rei Jaime, que verteu Ageu 2:7 de acôrdo com a antiga Vulgata latina. A tradução da Vulgata, conforme reproduzida na Versão Soares, católica, reza: “E virá o desejado de todas as gentes.” Na liturgia católica, romana, na época do Advento, isto é aplicado à vinda de Jesus à terra, não à sua vinda ao templo. Entende-se que a sua vinda ao grande templo espiritual de Deus, para fazer a obra de julgamento, ocorreu invisivelmente na primavera de 1918. Mas, Ageu 2:7 é uma profecia acêrca do período de restauração do povo de Deus e, portanto, não pode ser aplicada a 1918, antes de começar a restauração. No caso do antigo restante judaico, Ageu 2:7 não podia ter-se realizado até que tivessem reconstruído a casa de Deus. Devido ao seu medo e negligência durante dezesseis anos, isso realizou-se vinte e um anos depois da sua volta de Babilônia. Igualmente, no caso do restante espiritual de hoje, a vinda do que era desejável não se aplicava ao tempo antes de serem restaurados da Babilônia mística em 1919, nem mesmo àquele ano, quando apenas iniciaram a obra do templo.
24. Por que impede o próprio texto hebraico tal interpretação, e, portanto, como traduziu a versão grega “dos Setenta“ o hebraico?
24 Mais uma coisa digna de nota: O texto original hebraico impede que Ageu 2:7 seja aplicado ao Senhor Jesus na sua vinda ao templo em 1918. Por quê? Pelo seguinte: Embora a palavra traduzida “desejo”, “desejado” ou “deleite” esteja no singular, o verbo hebraico que a acompanha está no plural. Séculos antes da Vulgata latina, os hebreus que traduziram a versão grega dos Setenta notaram este fato. Traduziram, por isso, o substantivo singular, hebraico, em sentido coletivo, fazendo que sua tradução rezasse: “E virão as coisas escolhidas [ou, as coisas prediletas] de todas as nações.”
25. Harmoniosamente, como traduzem quase todas as traduções modernas a expressão hebraica?
25 Quase todas as traduções modernas, judias, católicas e protestantes, feitas do hebraico, tratam de reproduzir a fôrça do texto original hebraico, em harmonia com a Versão dos Setenta gregaa. Em inglês, a English Revised Version de 1884 o verte: “E abalarei todas as nações, e as coisas desejáveis de tôdas as nações virão, e eu encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos exércitos.“ A American Standard Version de 1901, e, também a Leeser Version hebraica de 1905 (ambas em inglês), e a Versão Brasileira de 1917, dizem: “as cousas preciosas de tôdas as nações”; e a edição hebraica Soncino diz: “as coisas prediletas de tôdas as nações”; e as versões An American Translation, Lienart e Crampon, dizem: “os tesouros de tôdas as nações”; e Maredsous diz: “as riquezas de todos os povos.”
26. Como indicam outras traduções modernas que tal coisa sucederia em resultado do abalo?
26 Outras traduções indicam que o propósito de Jeová em abalar tôdas as nações foi para, que tais coisas viessem a entrar. Em harmonia com a versão alemã Kautzsch e a francesa L’École Biblique, a versão inglesa Revised Standard Version de 1952 reza: “E eu abalarei todas as nações, para que entrem os tesouros de todas as nações, e encherei esta casa de esplendor, diz o SENHOR dos exércitos.” Moffatt (em inglês) vai ainda mais longe e reza: “E abalarei tôdas as nações até que sejam trazidos para cá os tesouros de todas as nações e minha Casa se encha de esplendor (diz o Senhor dos exércitos).”Quer dizer, que o abalo das nações, por parte de Jeová, produziria certos resultados quantos à sua casa. Quais?
CUMPRIMENTO
27. Como nos mostra Jeová o que esperar em cumprimento, e que disse Isaías 66:10-14 que o restante veria?
27 Profecias paralelas, procedentes da bôca de Jeová, mostram-nos o que devemos esperar em cumprimento de Ageu 2:7, e os desenvolvimentos da história moderna provam que as profecias de Jeová são verazes neste respeito. Ao fazer a grande profecia de restauração acerca da sua mulher, sua organização universal, Jerusalém, ao produzir ela os remanescentes da sua semente como nação teocrática, de 1919 em diante, Jeová faz que seu profeta Isaías exclame, para que seu povo o ouça hoje em dia: “Regosijae-vos com Jerusalém, e alegrae-vos por causa della, todos vós os que a amaes; regosijae-vos com ella de alegria, todos vós os que choraes sobre ella; para que mammeis, e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que chupeis, e vos deleiteis com a abundancia da sua glória. Pois assim diz Jehovah: Eis que eu extenderei sobre ella a paz [prosperidade, AT] como um rio, e a glória das nações como uma torrente que transborda, e dellas chupareis; nos braços sereis levados [como um filho amado], e sobre os joelhos sereis acariciados. Como quem recebe de sua mãe conforto, assim eu vos confortarei, e em Jerusalém sereis confortados. Vós o vereis, e o vosso coração se regosijará, e os vossos ossos como a relva verde florescerão.” (Isa. 66:10-14) O restante da semente da mulher de Deus, Jerusalém, vê isso agora e seus corações se alegram, e reconhecem que foi a mão de Jeová que fêz isso.
28. O que prediz Isaías 61:1-7, em conexão com o restante?
28 O mesmo profeta proferiu outra profecia, acerca de como Jeová restauraria suas testemunhas ungidas da Babilônia mística e as comissionaria para pregar boas novas, sarar corações quebrantados, proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos, e confortar a todos os que choram. Dai acrescentou: “Estranhos apresentar-se-ão e apascentarão os vossos rebanhos, e estrangeiros serão os vossos lavradores e os vossos vinheiros. Vós, porém, sereis chamados sacerdotes de Jehovah; chamar-vos-ão ministros do vosso Deus: comereis as riquezas das nações e da glória delles vos ufanareis. Em logar da vossa vergonha, haveis de ter uma porção dobrada; e em logar de confusão vos exultareis na vossa porção: por isso na vossa terra possuireis o dobro; tereis uma alegria sempiterna.” (Isa. 61:1-7) Hoje em dia, no país teocrático que nasceu em 1919, o restante ungido goza de uma prosperidade espiritual dupla em comparação à quantidade de vergonha, desonra e opressão que sofreu durante a Primeira Guerra Mundial.
29. O que ressalta tal prosperidade do restante, e por que reconhece a grande multidão de pessoas de boa vontade os do restante como ministros e sacerdotes de Deus?
29 Ressaltando tal prosperidade, os estranhos e estrangeiros de boa vontade prestarão serviços de lavradores, vinheiros e pastores do rebanho, falando-se espiritualmente, e os “ministros” de Jeová e membros do Seu “sacerdócio real” são auxiliados e tiram benefícios de tais serviços. É para êles uma fonte inesgotável de alegria. Qualquer pessoa pode agora mostrar-se um de tais estranhos e estrangeiros de boa vontade, pronto e disposto a servir a Deus junto com o restante, não importa quão grande se torne essa multidão de boa vontade. Mas, este não é o caso do “sacerdócio real” debaixo de Cristo, cujo número é limitado a 144.000 membros. Requer-se consagração para alguém ser admitido neste corpo sacerdotal exclusivo, e somente Jeová Deus pode consagrar aquêles que êle chama a êste alto cargo espiritual. Os estranhos e estrangeiros de boa vontade reconhecem isto e admitem que os do restante espiritual são ministros de Deus e sacerdotes de Jeová.
30. Como, de acôrdo com Zacarias 8:20-23, têm dez homens pegado no vestido de um judeu e subido com êle para adorar?
30 Quando Jeová restaurou miraculosamente seu restante, tirando-o de Babilônia em 1919, e o pôs a trabalhar na atividade de templo como seus adoradores e servos, para as pessoas sinceras de todas as nações que ouviram a respeito disso, isso foi evidência de que as testemunhas de Jeová possuíam um verdadeiro Deus e êle estava realmente do seu lado para as libertar e abençoar. Ouviram o restante ungido, os que são judeus interiormente, encorajar um ao outro para subir ao templo de Jeová, dizendo: “Vamos apressadamente para supplicar o favor de Jehovah, e para buscar a Jehovah dos exércitos; eu também irei.” Queriam, então, ir juntos, e agarraram-se ao restante dos judeus espirituais. “Assim diz Jehovah dos exércitos: Naquelles dias pegarão dez homens de todas as línguas das nações, sim, pegarão da orla do vestido daquelle que é judeu, dizendo: Iremos comvosco [povo], porque temos ouvido que Deus é comvosco.” (Zac. 8:20-23) O Deus chamado Jeová, cujos feitos, promessas e propósitos estão registados na Bíblia Sagrada, é o grande ímã de atração, e Ele é Quem os atrai para que o adorem, em companhia com o restante dos judeus espirituais. Eles já somam mais do que dez de tais homens de boa vontade para cada judeu espiritual. Isto nunca teria acontecido se o restante ungido não tivesse subido e feito a obra do templo, na casa de Jeová.
31. De acordo com Isaías 60:1-6, sobre que se tem Jeová levantado com glória, e que mandamento se dá, portanto, e o que seguiria a obediência a este mandamento?
31 Quando se irou com êles durante o período da Primeira Guerra Mundial, o restante da semente da sua mulher, a “Jerusalém que é lá de cima”, se achava em profundas trevas e escuridão. Mas, em 1919, Jeová levantou-se, favorável à sua mulher, e a luz do seu favor se refletiu no restante ungido dela na terra. A sua ordem para ela aplicava-se também ao restante dela, e quão grandiosos são os resultados derivados da sua obediência à ordem: “Levanta-te , resplandece; porque é chegada a tua luz, e é nascida sobre ti a glória de Jehovah. Pois eis que as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos; sobre ti, porém, nascerá Jehovah, sobre ti se verá a sua glória. As nações se encaminharão para a tua luz, e os reis para o resplendor da tua aurora. . . Então verás, e estarás radiante: o teu coração palpitará e se dilatará; porque a abundância do mar se tornará a ti, as riquezas das nações virão a ti. . . Estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão; porque na minha ira te feri, mas no meu furor [favor, Tr] tive compaixão de ti. As tuas portas também de contínuo estarão abertas; não serão fechadas nem de dia nem de noite; para que te sejam trazidas as riquezas das nações e conduzidos com ellas os seus reis. Pois a nação e o reino, que não te servirem, perecerão; as tuas nações serão de todo assoladas. . . Mammarás o leite das nações, e mammarás o peito “dos reis; saberás que eu Jehovah sou o teu salvador e o teu redemptor, o Poderoso de Jacob.” —Isa. 60:1-16.
32. Em resposta à pergunta: Entraram as coisas desejáveis de todas as nações? como deu Jeová uma resposta visível no Estádio Ianque, em 1953?
32 Tendo os olhos iluminados com estas profecias interpretativas, chegamos ao tempo de perguntar: Entraram as coisas desejáveis, as coisas preciosas, os tesouros, as coisas prediletas de tôdas as nações? Vós, milhares do restante ungido das testemunhas de Jeová, que hoje estais aqui presentes, levantai os olhos e olhai em volta, nesta vasta estrutura do Estádio Ianque e vede as dezenas e dezenas de milhares de pessoas de boa vontade, procedentes de dezenas de países e línguas. Eis a resposta de Jeová dos exércitos a essa pergunta. Ele abalou tôdas as nações pela pregação das boas novas do Reino em tôda a terra habitada, com o intuito de dar testemunho a todas as nações, e as coisas desejáveis das nações já entraram e um número não revelado delas ainda virá antes que Jeová complete o grande abalo por travar a batalha do Armagedon e remover completamente os céus e a terra trementes da organização do Diabo — Ageu 2:20-23.
33. Junto com o exemplo das testemunhas antigas, com que cercou Jeová seu restante espiritual, para seu estímulo em findar a carreira?
33 Certa vez, nós, os do restante, costumávamos pensar que no tempo da maior prova, a prova final, do restante, antes ou durante o Armagedon, seria necessário que Jeová Deus ressuscitasse dos mortos a “tão grande nuvem de testemunhas” dos tempos antigos, os “príncipes” (calculados, ao todo, em setenta), para fortalecer o restante espiritual e dar-lhe a garantia divina no meio da sua mais severa provação. Mas hoje, olhai, vós, os do restante, para ver a tão grande nuvem de testemunhas modernas com que Jeová Deus vos cercou, todos eles mostrando a fé genuína de Abraão, Isaac, Jacó e de todos os profetas, mesmo que tenham de morrer por ela atrás da “Cortina de Ferro” ou em qualquer outro lugar. Que mais poderia o restante ungido pedir agora em matéria de milagres divinos? A associação leal e o apoio desta “grande multidão” de testemunhas modernas de Jeová, seu zelo e fidelidade em guardar os Seus mandamentos são um poderoso estímulo, agregado ao exemplo da “tão grande nuvem” de testemunhas antigas, a fim de que corramos até o fim, até a vitória, a carreira que nos é proposta! -Heb. 12:1, 2, Al
34. Como as atraiu Jeová de tôdas as nações, e para quem são elas desejáveis e por quê?
34 Pelo testemunho do Reino, que Jeová ungiu e enviou seu restante a pregar, ele atraiu de todas as nações aqueles que deseja e que seu restante corretamente deseja, as pessoas que são de tanta boa vontade para com Jeová, que se dedicam a ele por intermédio de Cristo, o Rei governante. Não importa quão pobres, humildes e comuns sejam elas e as nações podem não as avaliar muito e talvez chegar a odiá-las agora; contudo, aos olhos de Jeová são as coisas prediletas que as nações possuem, pois respondem ao testemunho do Reino, também se apropriam dele e se juntam ao restante em proclamá-lo a outros mais. Para Jeová, suas vidas são preciosas e ele as protegerá das Suas fôrças executoras no Armagedon e lhes conferirá a vida e seus agradáveis privilégios no novo mundo. São para Ele verdadeiros tesouros, comparáveis às suas fiéis testemunhas da antiguidade.
COMO SE ENCHERÁ
35. Como mostraram que apreciam a pretensão de Jeová à prata e ao ouro, e como encheu Jeová “esta casa de glória“?
35 Jeová os traz diretamente ao templo, para que adorem ali em religião pura e imaculada, ao lado do restante ungido, pois ali está seu coração. Reconhecem a declaração divina: “Minha é a prata, meu é o ouro, diz Jehovah dos exércitos.” (Ageu 2:8) De modo que, ao entrarem na sua casa de adoração trazem consigo seus tesouros de prata e ouro, pois incluem todos estes tesouros ao se dedicarem a si mesmos e tudo o que possuem a Deus, por meio de Cristo. De bom grado despendem-se de modo financeiro e de outra maneira, a fim de efetuar a pregação mundial do Reino, até que venha o fim do mundo no Armagedon. Deste modo, com a entrada das coisas desejáveis de tôdas as nações, cumpriu-se a promessa de Jeová ao seu restante de trabalhadores ungidos no templo: “E encherei de glória esta casa, diz Jehovah dos exércitos.” (Ageu 2:7) Lá atrás, em 1919, foi um dia de coisas pequenas para os trabalhadores do templo, coisas aparentemente tão insignificantes que foram desprezadas pelas nações orgulhosas. Mas, a profecia de Jeová garantiu grandes resultados àquela obra do templo, ao reinício da sua adoração nessa casa purificada: “A última glória desta casa será maior do que a primeira, diz Jehovah dos exércitos.“ (Ageu 2:9) “O resplendor futuro desta casa será maior do que o passado.”
36. Como já cumpriu Jeová sua palavra que a última glória desta casa seria maior do que a primeira?
36 Quão veraz isso já é hoje em dia! Pela entrada dos desejados com os seus tesouros de amorosa devoção e de serviço teocrático “dia e noite no seu templo”, a casa da adoração de Jeová se encheu de glória que ultrapassa, não só o que aconteceu com o templo de Salomão, mas também o que aconteceu durante todos os dezenove séculos em que Jeová preparou as “pedras vivas” para a edificação de um templo completo, “como casa espiritual”. Nunca houve coisa parecida para adornar e enaltecer a casa da adoração de Jeová. O número do restante espiritual diminuirá de ano em ano, ao remover Jeová alguns dêles desta pedreira terrestre de preparação e os colocar como “pedras vivas” no templo celestial. Mas, ó, que multidões de centenas de milhares da classe predileta de pessoas, procedentes de tôdas as nações, que agora enchem a casa da adoração de Jeová, e estas, ano após ano, aumentam pelos milhares! Que glória, que importância impressionante isso dá à casa de Jeová, uma glória que nunca diminuirá, mas que sempre aumentará, enquanto o tempo avança para o Armagedon! Deveras, tôdas as nações devem agora saber que Jeová tem uma casa de adoração e que ela está bem cheia de adoradores. Sua adoração é uma realidade que não pode mais ser eliminada, assim como os homens não poderiam eliminar Sua “casa espiritual”, seu templo de “pedras vivas”.
PAZ
37. Que segurança nos da a profecia de Ageu que a dissensão e o combate das nações, de fora, nunca invadirão esta casa?
37 A controvérsia, as dissensões e a luta das nações mundanas de fora, nunca invadirão os recintos sagrados da casa da adoração de Jeová. Discórdia e lutas internas nunca interromperão a adoração do restante ungido e dos seus desejáveis companheiros de boa vontade, pois isso seria roubar a casa da sua glória insuperável. “A última glória desta casa será maior do que a primeira, diz Jehovah dos exércitos; e neste logar darei a paz, diz Jehovah dos exércitos.” (Ageu 2:9) Não as Nações Unidas, mas a casa de adoração de Jeová é o único lugar de paz hoje existente na terra, e as nações dêste mundo não a podem tirar. É uma dádiva de Jeová Deus para nós.
38. Em cumprimento de Zacarias 9:9, 10, como exterminou Jeová os carros, cavalos e o arco de guerra de Efraim e de Jerusalém?
38 Quando ele predisse de que modo seu Rei Jesus Cristo viria e seria colocado, na Sião celestial, como alicerce experimentado e provado do novo mundo, Jeová declarou: “De Ephraim exterminarei os carros, e de Jerusalém os cavallos, e o arco de guerra será exterminado. Elle anunciará a paz às nações; o seu domínio se entenderá de mar a mar, e desde o Rio [Eufrates, anteriormente controlado pela Babilônia] até as extremidades da terra.“ (Zac. 9:9, 10) Carros, cavalos e o arco de guerra foram todos símbolos antigos de guerra carnal. Houve tempos em que os israelitas, divididos entre o reino chefiado por Efraim e o reino encabeçado por Jerusalém, usavam tais implementos de guerra em combate fratricida, uns contra os outros. Mas, por fim, Jeová uniu Efraim e Jerusalém como um só povo e exterminou as armas de guerra, para que não as usassem uns contra os outros. Assim é também com o restante dos seus israelitas espirituais: Não importa quais tenham sido suas profissões e afiliações religiosas ou políticas, anteriores, Jeová, por seu Rei, uniu-os como uma só nação e lhes ajuda pelo seu espírito santo para que o adorem e o sirvam em paz. Os israelitas espirituais, unidamente, apoiam o Rei de Jeová.
39. Por que não é às nações mundanas atualmente que o Rei de Jeová anuncia a paz, e, de que se refreiam as testemunhas de Jeová?
39 Seu Rei, o “Príncipe da Paz”, não confinará seu reinado de paz a um Israel espiritual unido, que guarda a paz. Jeová diz: “Elle annunciará a paz às nações.” Como pode ser isto, visto que Jesus Cristo não anuncia hoje a paz às nações dêste mundo? Ele brande o cetro de ferro, a fim de despedaçar tôdas as nações como meros vasos de oleiro, no Armagedon. Desafia as nações para lutar contra ele ali, conforme a proclamação de Jeová feita às nações: “Preparae a guerra, suscitae os valentes; cheguem-se todos os homens de guerra, subam. Forjae espadas das relhas dos vossos arados, e lanças das vossas podadeiras; diga o fraco: Eu sou forte. Apressae-vos e vinde, todas as nações ao redor e ajuntae-vos.” (Joel 3:9-11) Agindo sob a ordem de tornar pública essa proclamação de guerra a tôdas as nações, as testemunhas de Jeová não se podem unir nem se unirão a qualquer organização pacifista que inste com os governos nacionais a cessarem a guerra em nome do cristianismo. As testemunhas de Jeová não darão nenhum apoio à Resolução de Desarmamento aprovada em 8 de abril de 1953 pela Assembléia Geral das Nações Unidas, sob a ilusão de trabalhar a favor de paz duradoura entre as nações mundanas. Em primeiro lugar, fazer isso seria inútil. Por outro lado, e isso é mais importante, seria contrário à ordem de Jeová às suas testemunhas.
40. Ao procurar a resposta à nossa pergunta sôbre falar o Rei para as nações, que profecia de Isaías, em particular, somos convidados a ouvir?
40 Que quer dizer, então, que o Rei anuncia paz às nações? Quando se aplica isso? Escute, e ao escutar, pense na vinda das coisas desejáveis de tôdas as nações à casa da adoração de Jeová: “Succederá nos [últimos, Al] dias que o monte da casa de Jehovah será estabelecido no cume dos montes, e será exaltado sobre os outeiros; e concorrerão a elle todas as nações. Irão muitos povos e dirão: Vinde e subamos ao monte de Jehovah, à casa do Deus de Jacob; dê-nos elle a lição dos seus caminhos, e andaremos nas suas veredas; porque de Sião sahirá a lei, e de Jerusalém a palavra de Jehovah. Elle julgará entre as nações, e servirá de árbitro a muitos povos; das suas espadas forjarão relhas de arado, e das suas Ianças podadeiras: uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem apprenderão mais a guerra. ” — Isa 2:2-4.
41. Quando teremos o desarmamento total e permanente das nações mundanas? Por quê?
41 As nações deste mundo não são as que dão atenção às sentenças de Jeová, nem atentam à sua repreensão. Suas conferências e resoluções de desarmamento não têm em vista o desarmamento total, mas apenas uma limitação de armamentos, e isso nunca fêz nem fará com que, dêste lado do Armagedon, as nações forjem suas espadas em relhas de arado e suas lanças em podadeiras e ponham de lado a espada, deixando de ensinar a guerra. Quando as atingir a “guerra do grande dia do Deus Todo-Poderoso”, estarão plenamente armadas com todas as armas melhoradas da ciência moderna, muitas das quais nem sequer conhecemos agora. Mas, ao terminar o Armagedon, o Rei de Jeová terá despedaçado essas nações que são contra o Reino. Só então haverá desarmamento total dessas nações e isso permanentemente.
42. Quem das nações, então ouve agora os juízos e a repreensão de Jeová, e, como farão assim, mesmo no Armagedon? Por quê?
42 Consequentemente, é uma “grande multidão” de desejáveis de todas essas nações e povos que agora ouve as sentenças e a repreensão de Jeová e que anda nas veredas ensinadas por Ele desde Sião e seu templo. Estes praticam agora o desarmamento total, convertendo a usos pacíficos e produtivos aquilo que anteriormente se destinava ao combate mortal, pondo de lado a espada que levantavam literalmente uns contra os outros e não aprendendo mais tal guerra carnal. Quando se deflagrar o Armagedon e Jeová confundir seus inimigos, êstes se voltarão cada um contra seu irmão. Mas, não será assim com a “grande multidão”, que saiu de todas as nações e veio ao elevado “monte de Jehovah”! Ajudará cada um ao seu irmão, para que todos fiquem unidos na “paz de Deus, que excede todo o entendimento”. Isto se dará porque todos êles vieram a congregar-se à casa de Jeová, o “Deus de Jacob”, e ali Ele cumpre seu propósito: “Neste logar darei a paz, diz Jehovah dos exércitos.” — Ageu 2:9.
43. Ao testemunhar que espetáculo, como somos abençoados, e como seremos abençoados adicionalmente com relação a isto?
43 Eis, pois, sua casa de adoração hoje cheia de glória, dotada da paz divina. Benditos somos nós em vivermos para testemunhar êste espetáculo em vindicação da palavra de Jeová. Benditos seremos ao permanecermos na sua casa, adorando-o em pureza, “em santa formação“, incansavelmente trabalhando para encher sua casa com ainda maior glória, ajudando todos os restantes desejados de todas as nações a entrar.
[Nota de Rodapé]
a A tradução de Young, que é bastante literal, insere aqui a preposição “para” e faz com que a passagem controvertida reze: “E vieram para o desejo de todas as nações, e, eu enchi esta casa de honra, diz Jeová dos exércitos.” Entretanto, não é necessário inserir uma palavra, e uma tradução apropriada do texto hebraico seria: “E eles, o desejo de todas as nações, entrarão.”