O amor verdadeiro é prático
“Não amemos de palavra nem de lingua, mas por obras e em verdade.“ — 1 João 3:18.
1. Por que é o amor uma prova de que Deus existe? Como, portanto, se prova que a Bíblia Sagrada é seu Livro?
O AMOR existe, porque Deus existe. Se não houvesse amor, não haveria Deus. A existência do amor é prova de que Deus existe. O amor sòmente poderia vir de Deus. O modo materialista em que os cientistas da atualidade tentam explicar tôda a criação é absolutamente desamoroso e nunca poderá explicar como veio a existir essa qualidade motivadora, que faz arder o coração. Suas teorias da criação resultam apenas em um universo frio, sem amor, sem propósito. A ciência natural, dura, baseada em fatos nus e crus, é o deus deles, seu ídolo de adoração, que não tem apelo algum para o coração. Não menos vazios de amor são os deuses dos pagãos. São deuses de paixão, contudo sua paixão, até para o sexo, não é amor verdadeiro. Uma característica destes deuses que os torna desamorosos é o prazer demoníaco e sadista que se diz que tem em torturar horrivelmente as criaturas numa existência após a morte, por não agradarem a estes deuses durante a vida presente, neste mundo iníquo. Qual destes deuses estabelece o principio do amor, como o único Deus vivo e verdadeiro o faz em sua Palavra, a sagrada Bíblia? Entre tôdas as religiões edificadas ao redor de tais deuses, qual delas dá exemplos de amor como o de Jeová Deus mediante seu Filho, Jesus Cristo? Nem uma! Não, nenhuma de tais religiões e sua literatura tem o espírito de verdadeira Divindade obrando através de si como o tem a Bíblia Sagrada. Portanto, a Bíblia tem que ser o Livro de Deus, porque ensina amor divino e está permeada dêste.
2. Por que tiveram amor por Deus o primeiro homem e mulher? Mas o que impediu o crescimento do seu amor por Deus e seu amor mútuo?
2 Como foi que o homem veio a ter esta qualidade de amor? Porque foi originalmente o dom do Criador, o dom de Deus. Êle concedeu-o ao homem, na criação dêste. Sem amor, o homem original e perfeito não podia ter sido feito à imagem e semelhança de Deus. A mulher foi a primeira pessoa mais chegada ao homem, e o homem foi feito para amá-la. O primeiro homem mostrou afeição que possuía por sua esposa, ilustrando a afeição que todos os espôsos futuros devem ter por suas espôsas, quando disse a respeito da linda mulher que Deus lhe deu: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomado. Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gên. 2:23, 24, Al) Adão e Eva, originalmente, tinham amor por Deus; estava implantado neles. Mas, impediram o crescimento de seu amor por ele e de um pelo outro, por deixar que tomasse conta deles o desejo egoísta de algo que Deus proibiu. Contrário à sua vontade e mandamento, comeram da árvore proibida do conhecimento do bem e do mal. (Gên. 2:16 a 3:7) Isto conduziu à morte do seu amor por Deus. Por fim, quando pagaram a pena de seu pecado e retornaram ao pó, não podiam dar ali qualquer sinal de tal qualidade. (Ecl. 9:5, 6, 10) Além disso, o pecado contra seu Criador e Pai celestial produziu um odiador, um homicida, em seu primeiro filho, Caim. — Gên. 4:1-12.
3. Como nos fala a Bíblia de amor, desde seu primeiro livro até seu último livro escrito?
3 Na terra, o amor de Deus não pereceu com Adão e Eva. Manifestou-se novamente no seu segundo filho, Abel, cujo sacrifício foi aceito por Jeová Deus, incitando isso seu irmão, Caim, a matá-lo. (1 João 3:12, 13) Cerca de dois mil anos mais tarde, o amor por Deus mais do que por seu único filho moveu o fiel Abraão a oferecer seu amado Isaac em sacrifício a Jeová Deus. O relato disto acha-se logo no primeiro livro da Bíblia, no capitulo vinte e dois. Os últimos livros escritos como parte da Bíblia foram o relato da vida de Cristo pelo apóstolo João e também a primeira, segunda e terceira cartas de João aos cristãos, e estes quatro livros da Bíblia falam especialmente desta qualidade divina e como deve ser expressa. De modo que a Bíblia, desde o seu primeiro livro até o seu último livro a ser escrito, fala-nos do amor na sua forma mais pura.
4. Como é brevemente descrita a expressão mais nobre do amor, e por que não foi barbarismo tal expressão dele?
4 A expressão mais nobre desta qualidade é descrita por Jesus em João 3:16, 17 (ARA), nestas palavras: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nêle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por êle.“ Negar o dom e sacrifício do Filho unigênito de Deus é negar a Deus, é negar a inteireza de seu amor, é negar sua capacidade de chegar a tal profundeza de amor. Dar seu Filho em sacrifício não foi barbarismo, mas foi uma expressão de afeição altruísta da qual não podia haver maior. Os pais que entregam seus filhos a guerra carnal e aos perigos de serem mortos nela, não se consideram bárbaros por terem cedido seus filhos, se êstes morrerem em batalha. Para amenizar sua tristeza, dizem, com orgulho patriótico, que seus filhos fizeram pelo seu país o supremo sacrifício. O que, então, se diz de Deus? Ele viu a necessidade de um sacrifício humano a favor dos homens que gostariam de viver para sempre num novo mundo, mas, Deus não obrigou seu Filho a fazer tal sacrifício. O Filho de Deus deu voluntariamente a vida, e isso sem matar ninguém, sem ameaçar a vida de ninguém ou sem ferir a ninguém, mas somente intentando fazer bem à humanidade. Seus inimigos, não seu Pai, foram os bárbaros. Apesar da sua inocência, maliciosamente o mataram.
5. De que modo era a coisa mais prática essa expressão do amor, e o que significa negar o sacrifício do Filho por parte de Deus como se fosse barbarismo?
5 Voltou-se Deus contra tôda a humanidade por causa de membros representativos dela cometerem êste ato bárbaro? Não. Aceitou o sacrifício voluntário da vida do seu Filho, para que fôsse usado a favor daqueles que apreciariam seu valor e o que significava da parte de Deus e seu Filho. Assim, seu amor supremo em dar seu Filho não foi em vão. Foi bastante prático. O sacrifício fiel da vida humana trouxe também ao Filho a recompensa de privilégios e honras imortais no céu, e seu sacrifício foi usado para lançar o fundamento de um novo mundo puro e reto. Negar o sacrifício de seu Filho por parte de Deus, como se fôsse uma barbaridade; significa não conhecer a Deus, realmente não o amar, pois Deus é amor. Isso significa que êle está todo permeado de amor e o expressa perfeitamente. “Quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós, em que Deus enviou a seu Filho unigênito ao mundo para que vivêssemos por meio delle. O amor consiste, não em termos nós amado a Deus, mas em que elle nos amou a nós e enviou a seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” — 1 João 4:8-10.
6. Por que é razoável que Deus nos ordene que o amemos e que nos amemos mutuamente, e a quem precisamos incluir em nosso amor?
6 Visto que Deus foi tão longe para expressar esta qualidade para conosco, não é senão razoável que nos ordene que a expressemos para com êle e uns para com os outros. Em todas as religiões deste mundo, qual é aquela cujo deus nos ordena a amar, em imitação a ele? No terceiro livro da Bíblia, em Levítico 19:18, lemos: “Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo: eu sou Jehovah.” Não apenas os irmãos, mas também os estranhos devem receber esta consideração, pois o mandamento de Deus a seu povo foi: “Executa o julgamento do orpham e da viuva, e ama ao estrangeiro, dando-lhe pão e vestido. Amae, portanto, ao estrangeiro; porque fostes estrangeiros na terra do Egypto.“ (Deu. 10:18, 19) Deus deseja que se mostre até aos inimigos que retribuir o mal com mal não é o melhor método, pois ordena: “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; e se tiver sede, dá-lhe de beber: porque lhe amontoarás brazas vivas sobre a cabeça, e Jehovah te recompensará.” (Pro. 25:21, 22) Até mesmo se o inimigo assim tratado não sentir ardente remorso no coração e não se tornar nosso amigo, todavia, Jeová nos recompensará por obedecermos ao seu mandamento.
7. Por que necessitamos urgentemente tais instruções de Deus?
7 Temos grande necessidade de tais instruções divinas, pois não são parte das religiões dêste mundo, e, por meio da hereditariedade, inclinamo-nos a ser egoístas, gananciosos, inconsiderados, invejosos, ciumentos, rancorosos, implacáveis, vingativos, e o grande Odiador tenta fazer-nos mais assim. “Deus é amor”. Satanás, o Diabo, é ódio. Tenta fazer-nos à sua imagem, como seus filhos, assim como o fêz com Caim. “Os filhos de Deus e os filhos do Diabo nisto são manifestos: todo aquelle que não pratica a justiça, não é de Deus, nem aquelle que não ama a seu irmão. Pois, a mensagem que tendes ouvido desde o principio é esta, que nos amemos uns aos outros. Não sejamos, pois, como Caim que era do maligno e matou a seu irmão; e porque o matou? porque as suas obras eram más, e as de seu irmão justas.” — 1 João 3:10-12.
8. Que lei transgride o favoritismo numa congregação, e por quê?
8 Caim, embora fôsse o próprio irmão de Abel e assim um dos seus próximos mais chegados, veio a odiá-lo. Neste mundo não é desusado que a pessoa não tenha o melhor dos sentimentos para com seu próximo, embora seja pessoa da mesma família ou congregação. O favoritismo para com alguns dos próximos e desprêzo arrogante para com outros pode existir ou surgir do egoísmo. Isto é contrário a uma das duas maiores leis. Aconselhando os cristãos fracos a deixarem de violá-la com o favoritismo, o discípulo Tiago escreveu: “Se vós, porém, cumpris a lei real segundo a Escriptura: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem.” (Tia. 2:1-6) Isto significa amar aos próximos pobres, bem como os ricos, sem qualquer favoritismo da vossa parte, na esperança de ganho egoísta ou no pensamento de que os ricos merecem tratamento melhor. Não amamos a nós mesmos menos do que aos ricos, porque talvez sejamos pobres. A lei de amar o próximo como a si mesmo é “real”. O que, então, é a maior lei, a lei de amar a Deus com tudo o que somos e temos? Nestes mandamentos, que tudo abrangem, se apoia a Bíblia inteira. (Mat. 22:35-40; Rom. 13:8; Gál. 5:14) O resto da Bíblia mostra como precisamos pôr em ação o amor a Deus e o amor ao próximo. “Todos os vossos atos sejam feitos com amor.” (1 Cor. 16:14, ARA) Mostrar parcialidade que discrimina de modo hostil contra os pobres não é obediência à lei régia. Não conduz aos melhores resultados, portanto, não é prático.
9. Por que não podemos amar a Deus dum modo prático se transgredimos assim a lei do amor ao próximo?
9 Deus deseja que nosso amor por êle seja, não algo sentimental e formal, mas algo prático que se expresse para com seu povo, seus filhos, nossos irmãos cristãos. “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquêle que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos da parte dêle êste mandamento, que aquêle que ama a Deus, ame também a seu irmão.” (1 João 4:20, 21, ARA) A parcialidade contra os irmãos pobres não está em harmonia com êste mandamento. De modo que não podemos cumprir o maior dos mandamentos, de amar a Deus com tudo que somos e temos, e ao mesmo tempo violar o segundo grande mandamento, o régio mandamento do amor ao próximo.
‘NÃO DE PALAVRA, NEM DE LÍNGUA’
10. Por que nos precisamos guardar contra os que hipòcritamente expressam amor em palavras e com a língua?
10 Não devemos amar nem de palavra, nem de língua? Não; isto é, não de modo hipócrita, de modo que detraia o que dizemos. Há tanto amor hipócrita expresso em palavras e com a língua! Aquêles que se inclinam a fazer tais expressões têm usualmente um objetivo egoísta secreto e buscam alguma vantagem, mesmo que signifique a quebra da unidade da congregação. O apóstolo Paulo avisa: “Com palavras doces e lisonjas enganam os corações dos innocentes.” (Rom. 16:18) Esta é a maneira em que aquêles que abandonaram a organização teocrática usualmente se aproximam daqueles que aderem firmes a ela. Traiçoeiras são as palavras dêles! Em Aitofel, que abandonou o rei ungido de Jeová para buscar vantagem egoísta junto ao rebelde Absalão, o Rei Davi teve experiência com tais palavras. Com respeito a êste conselheiro infiel, Davi escreveu: “Mas eras tu, homem meu egual, meu guia e meu íntimo amigo. Consultavamos juntos suavemente: na casa de Deus andavamos em companhia. A sua bocca era mais macia do que a manteiga, mas havia guerra no seu coração: as suas palavras eram mais brandas do que o azeite; contudo eram espadas nuas” (Sal. 55:13, 14, 21, Tr) A menos que vejamos por trás da máscara da pessoa, sua pretensão de nos amar pelas suas palavras desarma-nos do temor a ela e podemos deixar de ficar alertas por causa da fala hipócrita e suave. Para nossa segurança espiritual, precisamos ficar treinados a compreender a hipocrisia e guardar-nos de ser enganados. (Mar. 12:15-17; Luc. 20:20-25) E, assim como nós próprios não queremos ser enganados, não queremos enganar outros com expressões hipócritas por palavra ou com a língua.
11. Como podemos nós, semelhantes a Paulo recomendar-nos a outros, e por que não faz de nós alguma coisa o amor quando é hipócrita?
11 O amor que precisamos cultivar tem de ser “o amor que procede de coração puro e de consciência boa e de fé sem hipocrisia”. (1 Tim. 1:5, ARA) O mandamento é: “O [vosso] amor seja sem hypocrisia.” Não devíamos corromper a pureza de nossa afeição fraternal: “Uma vez que tendes purificado as vossas almas na vossa obediencia á verdade que leva ao amor não fingido dos irmãos, de coração amae-vos uns aos outros ardentemente.” (Rom. 12:9; 1 Ped. 1:22) Pela pureza e sinceridade neste respeito, podemo-nos recomendar aos outros, de modo que não tenham receio algum de motivos ruins da nossa parte. Paulo fêz isso. Ele escreveu: “Em tudo recommendando-nos como ministros de Deus . . . na bondade, no espírito santo, no amor sem fingimento, na palavra da verdade.” (2 Cor. 6:4, 6, 7) O amor ’hipócrita’ não faz que seu possuidor seja alguma coisa, mas faz que seja nada. Não é a maior qualidade, quando equiparado com a fé e a esperança. É a pior coisa, porque é imitação da maior. Bem apropriadamente, os hipócritas recebem o juízo da Geena. A classe do “escravo mau”, que abusa de seus irmãos, é lançada fora pelo Senhor, para ter sua porção com os hipócritas. — Mat. 24:48-51; 23:3, 29, 33; 1 Cor. 13:2, 13.
12, 13. Embora evitemos a hipocrisia, contudo que devemos evitar fazer em palavras e com a língua? De que modo pode ser prático e que se diz?
12 Mas, ao evitarmos a hipocrisia, por palavra e com a língua, devemos tentar evitar ferir e ofender desnecessariamente a outros, por palavra e pela língua, por nossa própria franqueza. Por exemplo: certa congregação convida um orador de fora para dar um discurso público. Quando êle chega para cumprir sua designação, o servo de congregação ou o presidente verifica que êle escreveu o discurso e o lerá. Em vista disso, o servo ou o presidente podia dizer: “Um discurso escrito! Ora, o público aqui não deseja ouvir um discurso lido. Quer ouvir um discurso dado extemporâneamente.” Ou, podia dizer: “Estou certo de que o irmão gastou muito tempo em fazer esse discurso e que será bom. Esperamos que o irmão empreste a êle sua melhor leitura e faça com que o discurso viva para nós pela ótima expressão que lhe dará.”
13 Sob as circunstâncias, o primeiro comentário tenderia a desencorajar o leitor público antes que êle começasse a ler, roubando-lhe o fogo e entusiasmo que estivera sentindo só em pensar na leitura de seu discurso cuidadosamente preparado. Resultaria assim em êle o ler de modo tímido, apologético, inferior e sem inspiração. O segundo comentário mostraria que se apreciou a preparação que o irmão fizera na composição de seu discurso e em preparar-se para proferi-lo, e isto o encorajaria a dar sua melhor apresentação, de modo que a assistência dificilmente pensaria que era leitura e obteria o máximo benefício dela, gozando-a amplamente. Depois que a leitura terminasse o servo ou presidente podia expressar sua própria genuína apreciação e oferecer a sugestão: “Irmão, gostaríamos de também ouvi-lo proferir um discurso público extemporâneamente, daqui a algum tempo. É necessário um pouco mais de coragem para fazê-lo, mas, por encher-se até transbordar com seu material e ficar familiarizado com ele, sabemos que o irmão poderá fazê-lo. Ficaremos contentes que o irmão o tente conosco.” O segundo tipo de comentário é, portanto, o prático, o considerado.
14. Perante outros, como podem ser usadas palavras inconsideradas e palavras encorajadoras com respeito ao insuficiente oferecimento de voluntários para o serviço?
14 Em outro caso, um dos servos de congregação talvez fale em uma reunião de serviço, na noite de quinta-feira ou na sexta-feira da semana. Chega aos arranjos de serviço de campo para a semana vindoura. Propõe certo tipo de serviço de campo para certa noite livre. Agora, quantos na congregação tomarão parte nesta atividade naquela noite? Queiram levantar a mão.” Quatro mãos são levantadas numa assistência de mais de cinqüenta. Pensando em envergonhar a maioria deles para uma participação maior na atividade, o servo talvez diga: “Quer dizer que sòmente quatro estão apoiando a organização?” Tal comentário seria imprudente. É certo de levantar ressentimento, por causa da sua falta de consideração. O apoio à organização em sua atividade não é medido por atividade especial, sùbitamente trazida à atenção da congregação naquela noite. O que estarão fazendo os outros, além dos quatro que levantaram a mão, no resto da semana, quanto às atividades de campo regulares? Isso deve ser lembrado. De modo que o comentário mais sábio seria: “Bem, então estamos contentes que quatro se podem apresentar desde já. Se houver quaisquer outros que achem mais tarde que também possam unir-se aos quatro nesta atividade, naquela noite, ficarei muito contente se falarem comigo. Que o resto de nós se mantenha fielmente nas nossas atividades regulares na semana que vem.” Êste comentário evitaria tropeçarmos em palavra e não cortaria nem feriria quaisquer ouvintes, mas, encorajaria a todos.
15, 16. Como deve comentar a respeito dos mais antigos na verdade ou os mais idosos, e como tratou Paulo a Pedro com respeito ao comportamento inconsistente?
15 Há maneiras apropriadas de envergonhar as pessoas, para que adotem o proceder correto. (2 Tes. 3:14, 15; Tito 2:8; 1 Ped. 3:16) Mas, nunca sejais cáusticos. Considerai, também, os anos da pessoa na verdade ou a idade física. “Não repreendas com aspereza ao velho, antes exhorta-o como a pae; aos moços, como a irmãos, ás mulheres idosas, como a mães; ás moças, como a irmãs, com toda a pureza.” (1 Tim. 5:1, 2) Podeis pensar que uma pessoa que é madura em anos ou na verdade esteja esmorecendo ou não esteja à altura do que se requer. Não a reproveis por compara-la, na sua presença, com uma coisa odiosa ou com uma classe religiosa odiosa, pensando que a estais corrigindo ou lembrando de suas deficiências. Por tais comentários, podeis fazer injustiça e provàvelmente causareis profunda mágoa e dolorosa ofensa. O espalhafato juvenil nem sempre significa que se está fazendo muita coisa, nem o passo idoso e comedido significa que se está fazendo pouco, quando há labuta paciente e perseverante, junto com regularidade. Assim, não sejais severos na crítica ou comparação.
Se sentis que é necessário fazer comentários, tentai usar tato. Notai quanto tato Paulo usou ao lidar com Pedro (mais velho na verdade) pela sua conduta que não se harmonizava com sua fé esclarecida, mas se aproximava da hipocrisia, pelo medo dos judeus circuncisos.
16 Paulo, contando como usou tato, diz: Os outros judeus também dissimularam juntamente com ele, de modo que até Barnabé foi levado com elles na sua dissimulação. Mas quando vi que elles não andavam rectamente conforme a verdade do Evangelho, disse a Cephas perante todos: Se tu, sendo judeu, vives como Gentio, e não como judeu, como obrigas os Gentios a viver como os Judeus?” (Gál. 2:11-14) Pedro entendeu o assunto, mas não ficou ofendido.
17. Como podemos evitar dificuldades para nossa alma por meio do nosso proceder em palavras e com a língua?
17 O provérbio diz sàbiamente: “Quem guarda a sua bocca e a sua língua, guarda das angustias a sua alma.” (Pro. 21:23) Isso inclui impedir a boca e a língua de mexericar a respeito de outros, especialmente de caluniar e de fazer crítica adversa sobre coisas particulares e pessoais de outros, freqüentemente julgando os outros pelas normas da própria pessoa e não pela melhor interpretação da Palavra de Deus. Alguns, porque a batalha do Armagedon está tão perto, podem erguer as sobrancelhas e mãos numa demonstração de horror por que outros irmãos e irmãs estão se casando nestes dias ou porque certa irmã casada fica grávida. Mas, é tal horror, abertamente demonstrado, abertamente expresso, baseado no ponto de vista e entendimento corretos das Escrituras, relativo a êstes últimos dias, com o Armagedon impendente? Não. Geralmente o mexeriqueiro, o caluniador, o crítico precipitado vê voltar-se contra êle próprio o que disse, e então há dificuldade para êle, dificuldade de se explicar, dificuldade de se desculpar, dificuldade em tristeza ao ver o dano que causou àqueles que ficaram ofendidos com a verdade e com a organização de Deus. Há um modo prático de evitar tais dificuldades: cuidar da própria bôca, língua e pena.
18. Quando pode a falha de usar a língua mostrar falta de amor?
18 Certamente, então, devemos amar por palavra e com a língua. Agora, neste tempo de julgamento das nações, é a ocasião de todas as ocasiões em que devemos usar a palavra e a língua de modo correto e quando refrear-se de falar as palavras de modo correto e quando refrear-se de falar as palavras corretas seria desobediência. Não é agora o tempo em que Deus nos ordena que preguemos as boas novas do Reino em toda a terra habitada, com o intuito de dar testemunho a todas as nações? Jesus Cristo diz: Sim! (Mat. 24:14, NM) Não é esta a época de se dar conselho fiel àqueles que estão em perigo de ser destruídos neste dia de julgamento no Armagedon? Sim. Quanto bem deixaríamos de fazer por evitar falar a palavra a seu tempo e proferida adequadamente, quando nossas línguas têm o poder e a oportunidade de declará-la! “A palavra no seu tempo, quão boa é” “A palavra proferida a seu tempo é como maçãs de ouro em cestos de prata” (Pro. 15:23; 25:11) Se tivermos de dar uma repreensão a seu tempo, para que seja adequada, então, deve ser dada em amor. A falha em repreender a seu tempo pode mostrar falta de amor em usar a palavra e língua. (Pro. 15:23; 25:11) Se tivermos de dar uma repreensão a seu tempo, para que seja adequada, então, deve ser dada em amor. A falha em repreender a seu tempo pode mostrar falta de amor em usar a palavra e língua. (Pro. 6:23) “Aquele que poupa a vara, aborrece a seu filho; mas quem o ama, diligentemente o corrige.” “Porque Jeová disciplina a quem ama.” — Pro. 13:24; Heb. 12:6, NM; Pro. 3:12; 27:5.
19. Precisamos, então, amar por palavra e com a língua? Se fôr assim, como?
19 Os membros de uma congregação precisam falar a Palavra de Deus uns aos outros para edificá-los espiritualmente, para confortá-los e instar com eles a prosseguirem no caminho correto; Instruindo-nos como usar corretamente a palavra e a língua, há o conselho: “Vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, e orando no espirito santo, guardae-vos no amor de Deus.” Também: “Consolae-vos uns aos outros com estas palavras.” (Jud. 20, 21; 1 Tes. 4:18) Os oradores designados a falar, devem pregar a Palavra às congregações, e todos os membros das congregações precisam pregar a Palavra a todos os habitantes da terra. Não sòmente se deve mostrar amor por falar a todos, mas deve-se mostrar amor pelo cuidado que usamos em nossas palavras e formas de expressão e ilustrações: “A vossa conversa seja sempre com graça, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.” (Col. 4:6) A língua deve ser usada não como fogo aceso pela Geena, para causar a nossos ouvintes a destruição eterna naquele simbólico lago de fogo e enxôfre, mas, como a “língua dos sábios”, que produz a cura mental e espiritual aos ouvintes. (Pro. 12:18; Tia. 3:5-8) Deixai que nossas línguas sejam o instrumento das palavras de vida; deixai que a página impressa, os sermões impressos, que distribuímos, sejam palavras de vida, expressas em linguagem bíblica que tendem à salvação. Não há argumentos a respeito disso: precisamos amar por palavra e com a língua, e precisamos fazer isso para com Deus, bem como para com nosso próximo.
“POR OBRAS E EM VERDADE”
20. Neste caso, o que quer dizer o apóstolo em 1 João 3:18?
20 O que tenciona o apóstolo João ao dizer: “Não amemos de palavra nem de língua, mas por obras e em verdade”, é que não devemos amar apenas de palavra e com a língua, especialmente quando é tempo para obras, para ação, para pôr em efeito o que dizemos por palavra ou com a língua; (1 João 3:18) Essa é a conclusão que tiramos do versículo (17) logo antes do acima, e que lê: “Mas aquelle que tiver bens do mundo e vir seu irmão em necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como permanece nelle o amor de Deus?” (1 João 3:17) Seja o que fôr que diga em palavra com a língua, não esconderá a verdade de que está longe do amor de Deus, bem como do amor a um de seus próximos mais chegados, seu irmão cristão.
21. De que modo corresponde assim o amor à fé?
21 Isto nos lembra da ilustração de Tiago sobre o que é a fé viva: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa, e necessitados de alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos, e fartai-vos, sem, contudo, lhes dardes o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.” (Tia. 2:14-17, ARA) Essa ilustração aplica-se da mesma forma no amor. O amor vivo precisa ter obras. Para ser a coisa verdadeira, precisa ser evidenciado não apenas por palavras com a língua, quando tais são baratas e não nos custam mais do que um movimento da boca, mas por obras, por obras altruístas, por darmos, à custa de nós mesmos e sem calcularmos receber algo em troca.
22. Para fazer o que nos incentivará o amor quanto aos que nos servem, e em que tentará o amor tomar a dianteira?
22 É fácil citar textos sôbre o amor e discursar a respeito dêle perante uma assistência, mas praticá-lo, quando custa algo à carne suas possessões, é outra coisa. É um teste mais seguro da veracidade do amor expresso. Às vezes requer que dispendamos esfôrço em fazer algo pelos outros, em lugar de ser servido todo o tempo. Não nos permitirá ser superciliosos, assumir ares de importância e, por causa de nossa posição, educação ou bens materiais, esperar ser servido sem ao menos oferecer de volta alguma ajuda. Quando se trata de fazer algo pelos outros, devemos tentar ser os primeiros a prestar serviço. “Em amor fraternal sêde affeiçoados ternamente uns aos outros; na honra dê cada um de vós preferencia aos outros.” (Rom 12:10) Jesus fêz isso. Não foi palavra vã quando disse: “Quem quizer tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quizer ser o primeiro entre vós, será esse o vosso servo. E assim que o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mat. 20:26-28) O tentar tomar a dianteira em honrar uns aos outros, como servos de Deus, impedirá que nos tornemos um pêso morto, de modo que as pessoas se cansem de nos ter como hóspedes por certo período de tempo. Devemos tentar aliviar as pessoas de suas cargas, de modo a livrá-las e permitir-lhes mais tempo para os assuntos espirituais que elas necessitam, assim como nós.
23, 24. Como podemos expressar amor pela associação inteira dos irmãos, e por que pode levar ao desastre a procura de isolamento?
23 Às vêzes, os irmãos vos podem ser um pêso, não de modo financeiro ou físico, mas, pela sua conduta, suas fraquezas e imaturidade cristã. Mas, o amor deve estar à altura disso. “Tende amor pela inteira associação de irmãos.” (1 Ped. 2:17, NM) Isso não significa apenas orar por todos os irmãos através da terra e tentar ajudá-los em algum setor de dificuldade. Significa dar-se com os irmãos da nossa própria congregação, apesar de seus enganos e falhas, e não se cansar de fazer isso, nem perder a paciência. Nossa associação regular e íntima não deve produzir desprêzo porque chegamos a conhecer nossos associados como um livro que foi lido e relido. Numa exploração à Antártida, em 1939, o comandante da expedição expressou o desejo de ficar sozinho num pôsto avançado para fazer observações científicas durante a longa noite hibernal. Por quê? Bem, disse ele, dois homens podem, ser os melhores amigos, todavia, ponde-os juntos num espaço limitado, forçai-os a se sentarem um em frente do outro e a se olharem na face por longo tempo, e finalmente, eles se cansarão um do outro, ficarão desgostosos, sentirão o peso um do outro e no fim não poderão suportar a presença e ver um ao outro. Portanto, deixai-me ocupar sòzinho o pôsto de observação!
24 Isto quase se provou ser sua ruína. Quase foi vencido pela fumaça de sua lâmpada, e, por falharem as mensagens de rádio de sua parte, foi enviado um grupo de salvamento da base de operações, o qual localizou sua cabana coberta de neve, cavou através da neve e o trouxe para fora vivo, no tempo exato. Não é menos perigoso os cristãos irem voluntariamente ao isolamento e solidão, ficando cansados e aborrecidos com a associação dos irmãos e preferindo a solidão ou a sociedade dos animais, ou, pior ainda, a sociedade deste mundo. Tal solidão pode certamente conduzir à loucura, loucura de modo espiritual, pois nos isola da organização teocrática através da qual vem o alimento a direção e a proteção de Jeová, de modo que nos conduz à destruição.
25. Por que não deve produzir desprezo a nossa associação íntima? E por que, se houver amor, estaremos incapazes de ficar longe uns dos outros?
25 No mundo, pode ser verdade que a associação íntima e a familiaridade produzem desprêzo. Mas, o mundo não possui o espírito de Jeová. Nós, da sua sociedade do Novo Mundo, o possuímos. Seu fruto é o amor de modo verdadeiro. Se realmente amarmos a inteira associação de irmãos, não nos acharemos capazes de nos isolar dêles. O amor sempre busca o objeto de sua afeição; não pode permanecer sòzinho. Se realmente amarmos a inteira associação de irmãos, não nos acharemos capazes de nos isolar deles. O amor sempre busca o objeto de sua afeição; não pode permanecer sozinho. Se um rapaz tem afeição profunda por uma moça, vêde se conseguis mantê-lo afastado dela. De um modo ou outro, êle chegará até ela e lhe demonstrará sua afeição. Essa, díz o sábio, era uma das quatro coisas maravilhosas demais para que ele compreendesse: “o caminho do homem com uma moça.” (Pro. 30:19) Assim devemos ser para com nossos irmãos. Por nossa própria escolha, não nos podemos afastar deles, e não apenas porque Deus ordena que não deixemos de nos congregar com eles. Precisamos misturar-nos com eles, e precisamos fazer isso com ideias positivas, para obrar o bem aos outros, para ser de proveito e não apenas para nos beneficiar pessoalmente, estando sempre do lado que recebe. Os missionários que vivem no mesmo lar missionário ou aqueles que trabalham no mesmo grupo, devem crescer em apreciação uns pelos outros, suportar uns aos outros em épocas em que seja um pouco dificultoso, e ser uma fôrça uns para os outros, visto que dois, em cooperação, são melhor do que um. (Ecl. 4:9-12) Os missionários necessitam uns aos outros na atividade de campo. Devem tentar salvaguardar uns aos outros dos perigos locais. Tudo isto, que talvez seja à custa de seus próprios sentimentos pessoais, devem fazer no interesse da obra, para edificar a congregação local de testemunhas nativas de Jeová.
26, 27. Como pode a assistência às reuniões ser apenas um amor formal por Deus, e de que modo devemos aproveitar de nos reunirmos e ajuntarmos?
26 Não podemos ignorar nossos irmãos na sociedade do Novo Mundo. Não há razão ou desculpa para a conduta descrita na seguinte citação de uma carta enviada à Sociedade: “Poderia dizer muita coisa, mas preciso chegar à razão pela qual escrevo. Por favor, respondam em A Sentinela. Será que é possível que uma pessoa, sendo uma consagrada testemunha de Jeová, possa sentar-se com outras testemunhas, por anos, no mesmo Salão do Reino, no mesmo lugar, lado a lado, passando uma pela outra, não por meses, mas, por anos, e nem uma vez sequer falar com sua irmã ou irmão? Nem mesmo dizer: ‘Como está?’ ou ‘Alô!’? E quando se faz esfôrço de falar, a pessoa vira as costas sem dar resposta. Será que isso prova amor ao próximo? Jesus admoestou: ‘Amai-vos uns aos outros’, etc. Sem considerar a raça ou côr, a grande multidão não está dividida.”
27 Aquêle que a carta descreve pode pensar que, por assistir à reunião no Salão do Reino, mostra amor por Deus; mas, deixa de considerar que tal amor a Deus: é incompleto, é apenas formal, pois falta amá-lo por guardar seu mandamento de amar nosso próximo como a nós mesmos. Devemos apoiar as reuniões, não apenas por assistir a elas, mas, por tomar parte nelas quando houver tal oportunidade. Depois da reunião misturai-vos com aqueles que estão no salão, dando atenção àqueles que parecem ter ficado esquecidos. Assim, obtereis felicidade extra em assistir à reunião, por dar algo a outros enquanto estiverdes ali. Tentai não chegar atrasados, especialmente nos discursos públicos. Se os estranhos estão ali na hora, causa má impressão se veem muitos lugares vazios e vêem que os membros da congregação chegam atrasados para assistir à reunião. Assentos vazios também podem ser para eles um forte testemunho de que os membros da congregação não assistem às suas próprias reuniões. Se fordes obrigados a sair sozinhos ao serviço de campo, fazei isso. Mas, se possível, participei do serviço em grupo. Edificai outros que então se tornam vossos companheiros, para que desenvolvam maior destreza para pregar de porta em porta e de loja em loja. Deixai que os fracos absorvam de vós, os mais fortes, fôrça e ardor de zêlo. Dai e obtende maior felicidade. — 1 Reis 1:1-4.
NA MENTE, TAMBÉM
28. Contra que precisamos vigiar o estado da nossa mente, e qual o antídoto para isso?
28 A mente é o fator dinâmico em nossa expressão ou retenção do amor para com outros. Necessitamos vigiar o estado de nossa mente, de modo a ver que ela não seja negativa, centralizada em si mesma, introvertida, inteiramente absorta em si mesma ou pensando que somos um incômodo para os outros, inclinando-nos assim a desejar ficar sozinhos com nossos pensamentos. O antídoto do apóstolo para tal distúrbio mental é este: “Não olhe cada um somente para o seu é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. Tende em vós aquêle sentimento que houve também em Cristo Jesus.” (Fil. 2:4, 5, NTR) Seguindo este antídoto, seremos movidos a agir altruistamente para com os outros na sociedade do Novo Mundo. Isto não devia ser muito difícil. Se o sermão do monte, de Cristo, ordena-nos a amar até aos nossos inimigos e fazer bem a eles, quanto mais devemos amar aquêles que nos amam, nossos irmãos na família de Deus? Sêde extrovertidos amorosos.
29. O que diz 1 Coríntios 13:5 (ARA) que não devemos guardar? Por outro lado, Provérbios 18:19 nos avisa que talvez aconteça o quê?
29 Ao descrever como esta qualidade divina opera, diz 1 Coríntios 13:5 (ARA): “Não se ressente do mal.” Em outras palavras, não guarda ressentimento contra um irmão espiritual. Se alguém teimosamente assim o faz, poderá tornar-se tão irreconciliável como o irmão ofendido descrito em Provérbios 18:19: “ O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte, e taes contendas são como os ferrolhos dum castello.” (VB; Al; Tr) “Um irmão alterado é pior do que uma cidade forte, e as contendas são como as grades de uma cidadela” (Ro) “O irmão contra o qual se transgrediu é como uma cidade forte e as contendas como as grades de um palácio.”(Young, em inglês) Sim, contrário ao que se pode esperar, o irmão recusará mostrar afeição familiar e perdoar a seu próprio irmão de carne e sangue, tomando evidentemente a atitude de que seu irmão não devia ter ofendido ou transgredido contra alguém tão chegado a êle como seu próprio irmão.
30. Que exemplos disso encontramos em Caim e Esaú?
30 Caim nunca perdoou a seu irmão Abel por este tê-lo, inocentemente, posto em segundo plano, quando se tratava de obter o favor de Deus; êle, sem dúvida, sentiu que se havia cometido uma indignidade à sua posição como primogênito e seu orgulho sentiu-se ferido. Esaú planejou o homicídio de seu irmão, Jacó, por tomar êste medidas pata ter primogenitura, que havia comprado legalmente, transferida a êle por seu pai, Isaac, de acordo com o decreto de Deus. Jacó saiu de casa para permitir que a ira de seu irmão se esfriasse. Ao tetornar, mesmo depois de vinte anos de ausência, Jacó não estava seguro do perdao de Esaú, mas enviou dádiva após dádiva à sua frente para Esaú, na esperança de que estas dádivas, bem como a longa ausência com o esquecimento, amenizassem seu irmão e o conduzissem ao seu juízo correto. Tal aconteceu, felizmente, mas decorreu muito tempo, vinte anos. O que se pode dizer de se sitiar uma cidade forte por todo esse tempo para vencê-la ou capturá-la? — Gên. 25:20-34; 27:1-45; 31:36-41; 32:3 a 33:11.
31. (a) Que exemplos disso encontramos em Joab e Absalão? (b) Como se pode assim perder uma oportunidade de imitar a Deus, e a quem se fere assim?
31 O General Joab nutriu ressentimento contra seu irmão israelita, o General Abner, por ter morto seu irmão, Asael, no tempo da guerra civil, e finalmente matou Abner por artimanha. (2 Sam. 2:18-23; 3:26-39) O filho do Rei Davi, Absalão, nunca perdoou seu meio-irmão, Amon, por ter violado sua irmã, Tamar, mas, após dois anos de espera, êle planejou uma oportunidade e fêz com que Amon fosse morto. (2 Sam. 13:1- 29) Assim, os irmãos na sociedade do Novo Mundo devem guardar-se contra abrigar ressentimento, mau humor, de ficar com indisposição, de repisar na mente, vez após vez, os males reais ou imaginários e ficar cada vez mais frios e mais azedos contra um irmão considerado ofensor. O irmão que é acusado da ofensa ou culpado da mesma pode seguir o proceder que Jesus delineou em Mateus 18:15-17. Ainda sssim, o outro irmão permanece obstinado e recusa permitir a reconciliação; não quer que o ofensor saia-se facilmente, mesmo sendo êle seu irmão espiritual. Prefere tornar a disputa inquebrantável como o portão de ferro de um castelo. Assim, perde a oportunidade de imitar a Deus: “Tornae-vos, porém, bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou. Tornae-vos, portanto, imitadores de Deus, como filho amados.” (Efé. 4:32; 5:1) Quem recebe dano é principalmente êle próprio.
32. Qual é o melhor proceder para com um irmão considerado ofensor, e quem se beneficia assim principalmente? Por quê?
32 Por tal espírito que não perdoa, irreconciliável, êle tende a tornar seu irmão fraco, impedi-lo espiritualmente. É melhor perdoar e terminar com as contendas e discussões, e ajudar o irmão a ser como uma cidade forte, do modo como algumas traduções modernas preferem traduzir Provérbios 18:19: “O irmão que é ajudado é como cidade forte, mas a discussão é como as grades de um castelo.” (NR) “O irmão, que é ajudado por seu irmão, é como uma cidade forte; mantém-se firme como as grades de um castelo.” (TA; Bover-Cantera; So; Fi) Nossa responsabilidade e privilégio é edificar nosso irmão por estender-lhe perdão, se necessário, e assim ajudar a torná-lo forte e invulnerável ao inimigo, capaz de resistir, como as grades de um castelo, contra todos os assaltos dêste mundo. Dessa maneira, o cristão beneficiará a si mesmo, bem como a seu irmão espiritual. “O homem benigno faz bem à sua própria alma, mas o cruel perturba a sua própria carne.” (Pro. 11:17, Al) Lembrai-vos de que Jesus disse: Bemaventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. Pois se perdoares aos homens as suas ofensas, também vosso Pae celestial vos perdoará; mas se não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pae perdoará as vossas ofensas.” (Mat. 5:7; 6:14, 15)Não merece ser ganho o perdão de Deus? Significa nossa vida eterna no novo mundo.
33. Como nos podemos poupar de aflições e tribulações internas e não deixar que nossas boas relações com outro irmão se estraguem?
33 Preservamo-nos de muita dor e tribulação internas por não sermos melindrosos, sensíveis, fàcilmente ofendidos. Não imagineis que se faz alusão a vós nos comentário dos outros e que estais sendo criticados imerecidamente, sentindo-vos por isso ofendidos e injuriados. Se estiverdes em dúvida quanto a quem se faz alusão, perguntai ao que fala. Não tireis conclusões irrefletidas, ressentindo-vos do que fala e mostrando frieza para com êle. Se as observações dêle podem ser aplicadas a vós, pode ser que tenham sido boas também para alguns outros, e o que falou talvez tivesse outra pessoa em mente como ilustração. Assim, mansamente adquiri o benefício de suas observações, junto com os outros. Como vos sentiríeis se o orador viesse diretamente a vós e dissesse: “Estou falando do irmão”? Isso seria algo que se destinaria inequìvocamente a vós, mas, ainda que vos ferisse, seria algo para reconhecer como verdadeiro ou vos defender contra o mesmo como sendo falso. Um dignitário real, maior do que vós, aceitou-o — o Rei Davi. Sem sentir qualquer ofensa ou punir seu intrépido acusador, o profeta Natã, êle admitiu ser aquêle que se enquadrava na ilustração de Natã e êle se arrependeu. Fazer isso fêz-lhe bem e conduziu à sua reconciliação com Jeová Deus. (2 Sam. 11:1 a 12:15; Pro. 28:13) Assim, humilhai-vos, aceitando a repreensão e correção merecidas e sede agradecidos por ela. Mas não imputeis mal a outra pessoa, deixando que vossa imaginação cresça e vos induza a sentir-vos ofendidos e ficardes mórbidos. Isso vos tirará o equilíbrio, naufragará vossa paz e felicidade, e vos despojará de vossas relações fáceis e boas com um irmão que não está sabendo que vos ofendeu.
PERFEITO VÍNCULO DE UNIÃO AMICAL
34. Como agiu positivamente o amor de Deus para com a humanidade afastada, e, portanto que temos a obrigação de fazer em imitação dêle?
34 O amor de Deus mantém o universo inteiro de santas criaturas em união com êle. Sua dádiva mais amorosa, a do seu Filho unigênito, é um passo amical em direção a finalmente trazer os muitos desviados na terra à união inquebrantável com êle. O seu amor induziu-o a ser positivo e a dar o primeiro passo para unir-nos a êle, e isso muito lhe custou. Façamos o mesmo e sejamos positivos, tomando a primeira ação de bondade e perdoando de coração. Isso é o amor em prática. Na nossa obra de testemunho no campo, mostramos bondade para com nossos inimigos, nossos opositores, e oramos em seu favor, repassando vez após vez o nosso território, embora tenhamos sido vituperados nêle pelos ignorantes e mal-orientados. Quão incoerente, então, é endurecermo-nos contra nossos próprios irmãos na congregação pelo pensamento endurecido de que podemos desculpar ao mundo a sua ignorância, mas, nossos irmãos deviam saber melhor e deviam ser tratados com a severidade proporcional, para fazê-los compreender e sentir isso até que os fira! À luz do exemplo de Deus, nossa obrigação é amar nossos irmãos e mostrar-lhes assim um caminho melhor e superior. Pensai bem dos irmãos. Planejai somente o bem para os outros e ponde o plano em ação. Cultivai este maior fruto do espírito, o amor.
35. Por que precisamos deixar crescer forte o laço de amor na sociedade do Novo Mundo, e por que precisamos mudar de disposição antes do Armagedon?
35 Deixai que o perfeito vínculo de união cresça forte dentro da sociedade do Novo Mundo. “Revesti-vos das ternas afeições da compaixão, bondade, humildade da mente, mansidão e longanimidade. Continuai a suportar-vos uns aos outros e perdoar-vos uns aos outros livremente, se alguém tiver razão de queixa contra outro. Assim como Jeová vos perdoou livremente, assim o fazei também vós. Mas, além de tôdas estas coisas, revesti-vos do amor, pois é o perfeito vinculo de união.” (Col. 3:12-14, NM) Se é um vínculo de união , deve atrair-nos e manter-nos juntos, não nos separar, não nos espalhar. Agora, na arca antitípica do novo sistema de coisas, que navegará através dos mares do Armagedon ao novo mundo, precisamos unir-nos, não evitar-nos uns aos outros. As dificuldades entre os irmãos não devem ser de longa duração, mas, devem ser endireitadas o mais cedo possível, no intêresse de que todos tenham o mesmo espírito no Senhor. (Fil. 2:1-4; 4:2) A criação de Deus mantém-se unida mediante o poder dêle, como as “atrações de Kesil”. (Jó 38:31, Young, em inglês) O novo mundo de justiça também se manterá unido. Está já às portas, de modo que uma grande multidão desta geração presente poderá sobreviver na “arca”, para entrar nêle desde o seu início. O que, então? Ora, precisamos viver juntos agora, antes do novo mundo. O Armagedon não mudará miraculosamente a nossa disposição para com nossos irmãos, tornando-nos subitamente amicais. Precisamos mudá-lo agora. Ne Verdade: o Armagedon pode eliminar disposições, mas as disposições que eliminará serão as daqueles que destrói. Uma coisa é certa: O amor verdadeiro sobreviverá ao Armagedon e assim farão os que o praticam.
36. Por meio de que qualidade deverá o mundo saber que somos seguidores de Cristo, e como descreve o Salmo 133 a unidade que isso produz?
36 Sejamos amigos. Aquele que tem amigos precisa fazer algo: precisa ser amigável. (Pro. 18:24) “O amigo ama em todo o tempo, e para a angustia nasce o irmão.” (Pro. 17:17) Por tal amizade permanente torna-se manifesto ao mundo que somos discípulos de Cristo, cristãos verdadeiros. (João 13:35, 35) O amor torna possível tal amizade permanente. “O amor cobre todas as transgressões.” (Pro. 10:12, Al) O amor é um vínculo indissolúvel, se fôr da verdadeira espécie. A unidade em que mantém os irmãos juntos, estreitamente, é belissimamente representada no Salmo 133:1-3: “Eis quão bom e quão agradável é habitarem juntos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça o qual desceu sobre a barba, a barba de Aarão, e que desceu sobre a golla das suas vestes; como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião. Pois ali Jehovah ordenou a bençam, a vida para sempre.”
37. De que modo é tal unidade semelhante ao óleo sobre a cabeça de Aarão?
37 O óleo com que Aarão, o irmão de Moisés, foi ungido e consagrado como o sumo sacerdote de Israel, não era apenas refinado, mas era também fragrantíssimo, exalando um perfume agradável sôbre tudo ao redor e fazendo com que fosse prazeroso estar perto do sumo sacerdote. Era duma fragrância que nenhuma outra unção tinha, pois Deus não permitia que qualquer outra pessoa fizesse da sua composição um óleo de unção. Do mesmo modo, a fragrância da união da sociedade do Novo Mundo faz com que sejamos agradavelmente cônscios da atmosfera; é boa para nós. Vem de Deus através de seu grande Sumo Sacerdote, Jesus Cristo. É o sôpro de Seu espírito. — Êxo. 30:22-33; Atos 10:38.
38. Com que mais comprara o Salmo 133 a unidade fraternal, e por que foi isso um fator importante na região ao redor das montanhas de Sião?
38 Habitar como irmãos em unidade na sociedade do Novo Mundo também nos refrigera, reanima, como o orvalho do monte Hermon, da altaneira cadeia do Líbano. O cume de Hermon, perpetuamente listrado de neve, fazia com que os vapôres da noite, se condensassem sôbre as montanhas de Sião, longe ao Sul, onde Jeová colocara seu nome. O orvalho que assim caía era fator de salvação para a vegetação da Terra Prometida durante a estação quente, sem chuva, de maio a setembro. Como assim? Recentemente, descobriu-sea que ao se secarem as plantas por causa do calor seco, elas se recobravam da sequidão mais ràpidamente quando se formava o orvalho nas suas fôlhas à noite do que ao se regar o solo, e que, absorvia-se tanto orvalho que as plantas funcionavam normalmente durante o dia seguinte sem qualquer regadura do solo. Não se havia suspeitado que tão grande quantidade de água era absorvida do orvalho e mais tarde excretada ao solo, através das raízes, e ali acumulada sem perda por evaporação. Verificou-se que a quantidade de água, que é assim posta em depósito subterrâneo pela planta, pode ser medida em mililitros, até no caso de plantas pequenas e, ocasionalmente, iguala ao peso inteiro da própria planta. Sem dúvida, êste foi o modo em que a maioria da vegetação da terra foi regada desde o terceiro dia criativo até o dilúvio do dia de Noé, quando Deus ainda não havia feito chover sôbre a terra, mas continuamente e regava a inteira superfície do solo (Gên. 2:5, 6) Assim, o orvalho que o cume nevoso do Monte Hermon fazia que caísse sôbre as montanhas sagradas de Sião era como aquela unidade refrescante, sustentadora da vida, para manter as coisas verdes e atrativas. — Juí. 6:36-40.
39. Como é habitarmos juntos em união semelhante a tal orvalho, e por que desce de cima sobre nós?
39 Como no caso da Sião típica na Palestina, assim também é com a Sião antitípica, o reino de Deus. Porque Deus tem ordenado que lá, no Reino, descansasse a bênção para nós, mesmo a vida para todo o sempre, fêz com que a Sião típica da antiguidade fosse banhada diariamente com orvalho durante a estação sêca, como figura profética. Habitarmos como irmãos em união amical é com aquêle orvalho abundante e refrescante meio do calor da perseguição deste mundo e conduz à nossa vida eterna para todo o sempre no novo mundo de Deus. É porque, habitarmos assim, ganha o favor de nosso Rei reinante, Jesus Cristo: “Como o bramido do leão é a indignação do rei, mas o seu favor é como o orvalho sobre a herva.” (Pro. 19:12) A êste Israel espiritual restaurado, Jeová Deus prometeu: “Serei para Israel como o orvalho”; e faz que sua palavra desça sobre eles como orvalho, para seu refrigério, sem falhar. — Osé. 14:4, 5; Deu. 32:2.
40. A fim de sermos semelhantes a que, entre o povo de boa vontade, precisamos êste refrigério, e o que é todo-essencial neste respeito?
40 Por deixarmos de nos congregar e por falharmos em manter unidade como sociedade do Novo Mundo, estaríamo-nos privando dêste orvalho vitalizador. Será que nos podemos dar ao luxo de ficar sem tal refrigério, grandemente necessitado, no meio dêste velho mundo hostil? Não! Necessitamo-lo para que estejamos sempre frescos para a nossa obra predita entre as pessoas de boa vontade; como está escrito: “O resto de Jacob [Israel espiritual] estará no meio de muitos povos como orvalho da parte de Jehovah, como chuvisco sobre a herva, que não se demora para o homem, nem espera pelos filhos dos homens.” (Miq. 5:7) Não nos adaptaremos a ser como orvalho para as pessoas ressequidas a menos que nós mesmos tenhamos primeiro este refrigério espiritual. O mantermo-nos unidos como sociedade do Novo Mundo no-lo suprirá, mantendo-nos moderados, calmos e agradáveis para que Deus, bem como seu, próprio povo, nos olhe. A coisa todo-essencial para mantermo-nos assim unidos é aquele fruto do espírito divino, o amor. E amor, não simplesmente de palavra e com a língua, mas em obras e verdade, pois o amor verdadeiro é prático.
[Notas de Rodapé]
a No Laboratório Earhart de Pesquisas de Plantas, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, Califórnia, E. U. A. — Vide “Times” de Nova Iorque, página E 11, de 17 de maio de 1953.