Manter-se em dia com a verdade
“Corríeis bem. Quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade?”—Gal. 5:7, NM.
1. Por que é necessário o contato contínuo entre a mente e o coração de Deus e do homem? O que tem sido provido para este fim?
JEOVÁ, como Criador e Benfeitor amoroso do homem, tem feito ampla provisão para seus servos o adorarem de toda a mente e de todo o coração. De fato, a relação íntima e calorosa que Jeová estabelece entre si mesmo e seus verdadeiros adoradores requer a edificação da mente e do coração. O melhor modo de se fazer isso é manter-se em dia com a verdade. Quando o homem se mantém em dia com a corrente de verdades novas, então há contínuo contato entre a mente e o coração de Deus e do homem. O Deus vivo deleita-se agora em certa medida com a dádiva de dinheiro e as ofertas de sacrifícios materiais. Mas, ele procura especialmente o “fruto dos lábios” daqueles que o servem e o louvam de coração. (Heb. 13:15, NTR) Ao rejeitar o Rei Saul, que tinha mentalidade materialista, coração duro, e que não progredia, Samuel disse: “Jeová achará certamente para si um homem que agrade ao seu coração, e Jeová o comissionará como chefe sobre seu povo.” (1 Sam. 13:14; 15:22, NM) Aquele homem, em harmonia com o coração de Jeová, provou ser o amado Davi, que mais tarde foi ungido rei. Conforme Jeová demonstrou durante a carreira teocrática de Davi, Deus tem produzido abundante reserva de verdades, da qual cada servo pode tirar tesouros inestimáveis de conhecimento e verdade, para alimentar sua mente ávida e encher seu coração receptivo. “Do que há em abundância no coração, disso fala a boca. O homem bom, do seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.” — Mat. 12:34, 35, NTR.
2. Como se desenvolveu a religião verdadeira?
2 Em harmonia com isto, Jesus ensinou que a verdadeira religião não era materialista, que ela era a adoração de Jeová Deus “com espírito e verdade”. (João 4:24, NM) Tal verdadeira religião é realmente a sempre-crescente adoração inteligente de Jeová, conforme orientada pelo espírito santo de Deus. A verdadeira religião se baseia numa série de comunicações da verdade, originadas no céu, e que têm sido conhecidas e registradas desde o tempo de Adão até o do apóstolo João. Estas comunicações desde o céu fazem um apelo à mente e ao coração do adorador verdadeiro e, por isso, são essencialmente espirituais. Portanto, a única religião completa, revelada progressivamente através da Bíblia inteira, constitui hoje a religião verdadeira. Para manter-se em dia com a religião verdadeira, a pessoa precisa manter-se em dia com a expansão da adoração verdadeira e familiarizar-se com todos os seus passos de desenvolvimento.
3. Qual era a verdade com que Enoc se manteve em dia?
3 No tempo de Enoc, há cerca de 4.995 anos atrás, a verdadeira religião incluiu a promessa emocionante, feita por Deus no Éden, de que enviaria uma poderosa Semente, um libertador, que vindicaria o nome de Jeová em oposição a Satanás, por estabelecer o sistema justo de um Novo Mundo sem fim. Sem dúvida, a adoração pura de Enoc incluía também seguir o padrão estabelecido por Abel, de oferecer sacrifícios de animais, o que apontava em esperança espiritual para o grande sacrifício de resgate necessário para a redenção do homem da sua incapacidade sob o pecado e a morte. (Gên. 3:15; 4:4; 5:23) Enquanto andava nos caminhos do verdadeiro Deus, Enoc foi recompensado por receber uma revelação adicional do céu, como verdade adicional para a verdadeira religião. Enoc foi encorajado a manter a integridade por se lhe mostrar em visão que a impiedade não compensa, porque Jeová porá em operação uma vasta organização julgadora de “santas dezenas de milhares”, para trazer a execução de destruição sobre toda a organização ofídia de Satanás, composta de iníquos. — Jud. 14, 15, NM, margem.
4. Como se manteve Abraão em dia com a verdade?
4 Daí, por volta dos dias de Abraão, há 3.740 anos, a religião verdadeira incluiu não somente tudo em que Enoc teve fé, mas foi também ampliada para se ter confiança no registro dos tratos exemplares de Deus com Noé, antes do dilúvio. Ali se fizera um quadro global da preservação duma minoria de justos que sobreviveram para uma terra purificada, enquanto todo um mundo de iníquos foi destruído. A dieta religiosa que Abraão teve para a mente e o coração incluiu, além disso, o reconhecimento do pacto do arco-íris, feito com Noé, decretando a santidade da vida na terra, depois do dilúvio. (Gên. 6:13, 14; 9:2, 13) Como homem de fé, Abraão viu grandemente aumentada sua esperança no Novo Mundo pela palavra e juramento do pacto especial de Jeová, pacto que se tornou o inalterável fundamento legal dum novo mundo. Com êle, Deus deu certeza às mentes dos seus adoradores, ao prometer que o libertador do Novo Mundo descenderia de Abraão, dizendo: “Por tua semente se abençoarão todas as nações da terra.” (Gên. 22:17, 18) A verdadeira religião não induziu Abraão ao materialismo por fazê-lo tentar edificar uma organização de homens e assim adiantar-se a Jeová. Não, êle “esperava a cidade [a organização do Novo Mundo] que tem verdadeiros fundamentos, da qual [cidade] o edificador e criador é Deus”. (Heb. 11:10, NM) Isaac e Jacó receberam revelações adicionais da verdade. A Jacó foi revelado, antes da sua morte, que a linhagem da Semente, o Rei, seguiria através do seu quarto filho, Judá, de cujos descendentes não se afastaria o cetro do reino do Novo Mundo. — Gên. 49:10.
5, 6. (a) Como se expandiu a verdadeira religião no tempo de Moisés? (b) Que verdade era nova no tempo de Davi?
5 Moisés, o grande homem de Deus, morreu há 3.429 anos. No entanto, durante seu longo ministério, a verdadeira religião progrediu grandemente devido às muitas comunicações celestiais transmitidas por meio dele. Todas estas novas verdades foram acrescentadas à religião verdadeira de Abraão, Isaac e Jacó. A grande quantidade de legislação do pacto da lei, por meio de Moisés, com suas mais de seiscentas leis, estabeleceu um vasto esquema ou padrão de pormenores, lançando sombras proféticas do reino do Novo Mundo a ser estabelecido pela Semente, o Rei destinado a vir através de Abraão. Como parte da religião verdadeira que se expandia, impuseram-se aos israelitas, por lei, sistemas de sacrifícios, sábados, festas, dízimos, sacerdócio, purificações e outros deveres de devoção exclusiva da mente e do coração para com seu Rei invisível, Jeová. — Êxodo, capítulos 19 a 23.
6 Sentado no trono do Israel unido, há 3.021 anos, o Rei Davi, da tribo de Judá, brandia de modo típico o cetro do reino prometido. Jeová fizera um pacto com Davi, mais tarde conhecido como “as longanimidades de Davi”, em que se prometeu que o há muito predito Messias, a Semente, viria da sua linhagem. (Atos 13:34, NM) Jeová disse: “Esse me edificará casa [templo], e estabelecerei o seu trono para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho.” (1 Crô. 17:12, 13) Revelou-se também a verdade de que este futuro Messias davídico serviria como sacerdote-rei segundo a ordem de Melquisedec. — Sal. 110:4.
7. Que foi acrescentado à religião verdadeira por volta de 607 A.C.? No tempo de Daniel? No tempo de Malaquias?
7 Finalmente, há 2.563 anos atrás, a dinastia davídica ficou interrompida quando o Rei Zedequias foi deposto e o trono declarado vago, em 607 A. C. Por volta daquele tempo, toda a profecia de Isaías e a maior parte das comunicações através de Ezequiel e Jeremias e de alguns profetas menores já haviam sido proclamadas e tornadas públicas para divulgação. Esta onda de verdades proféticas referia-se à queda e à restauração de Jerusalém e era deveras alimento espiritual para as mentes e corações da minoria fiel de Israel. Embora estas profecias tivessem seus cumprimentos em miniatura no Israel carnal, contudo lançaram-se sombras maiores dos bens que se cumpririam em tempos posteriores dum Israel espiritual muito mais glorioso, de Deus. Daí, por meio do profeta Daniel, vieram as verdades proféticas acerca da ascensão e da queda dos reinos gentios, levando até o tempo em que o reino do Novo Mundo do Messias apareceria na cena global, para quebrar em pedaços e consumir todos estes reinos do velho mundo. Em vindicação vitoriosa, este reino permaneceria para sempre. Depois, há 2.398 anos, escreveu-se a última das Escrituras Hebraicas, a profecia de Malaquias, estabelecendo verdades quanto à vinda de Jeová ao templo, para julgamento, em companhia com Seu “anjo do pacto”, a fim de estabelecer um sacerdócio purificado, para tomar a dianteira na adoração pura para o novo mundo. — Eze. 21:27; Gál. 6:16; Mal. 3:1, Darby, em inglês.
PROGRESSO CRISTÃO NA VERDADE
8. (a) Como foram interrompidos os 400 anos de silêncio quanto às revelações celestiais? (b) Que aconteceu à verdadeira religião durante o primeiro século da era cristã?
8 Por mais de quatrocentos anos, a linha de comunicação do céu ficou silenciosa. Repentinamente, há 1.959 anos atrás, estabeleceu-se uma série de contatos, em 3 e 2 A. C., em ligação com o nascimento do filho de Davi, em Belém, que se destinaria a ser a semente de Abraão, a Semente Libertadora da organização celestial de Deus, que é semelhante a uma mulher. Novamente, a religião verdadeira ficou divinamente enriquecida, esta vez pelas mensagens transmitidas através de Zacarias, Maria, Isabel, José, os pastores, Simeão e Ana, a profetisa. Trinta anos depois, este Jesus tornou-se o Cristo de Jeová, ao ser ungido como Rei designado do novo mundo. Sua campanha fenomenal de pregação, de três anos e meio de duração, lançou um verdadeiro dilúvio de verdades novas, que emocionaram e encheram as mentes e corações dos que estavam cônscios das suas necessidades espirituais como nenhuma outra coisa o havia feito até então. Explicou vigorosamente e colocou os alicerces do “reino do céu”, espiritual, que seria o cumprimento da esperança e do sonho mais mimado de Israel. Depois de Jesus ter sido pendurado na estaca como resgatador do homem, segredos sagrados adicionais continuaram a ser transmitidos através dos apóstolos de Cristo. As revelações finais foram transmitidas a João há 1.861 anos atrás, no ano de 96 (E. C.). Assim, preservou-se para nós, nos sessenta e seis livros da Bíblia, uma forte e longa cadeia entrelaçada de revelações celestiais, por um período de mais de quatro mil anos. Nestes livros estão contidos os oráculos sagrados ou as palavras santas da verdade, reveladas progressivamente pelo espírito santo. Ali se acha registrado, e disponível a todos, o suprimento progressivo de tesouros espirituais da parte de Deus. Nesta mesa de banquete espiritual, que cresce constantemente, há alimento para todos alimentarem abundantemente a mente e o coração. — Lucas, capítulos 1 e 2.
9, 10. (a) Por que era exemplar o proceder de Abraão? (b) Qual era a atitude da maioria dos judeus nos tempos de Estevão?
9 Conforme temos visto, Abraão, Moisés e os fiéis profetas achavam-se entre os muitos que se mantiveram em dia com a verdade, para fortificarem suas necessidades espirituais. Mantiveram-se em dia ao passo que o espírito santo lhes revelava a verdade até o seu tempo. Êstes servos leais de Jeová eram progressistas na sua perspectiva religiosa. Não se detiveram numa posição estática, na rotina da tradição. Para eles, a verdadeira religião era dinâmica, uma religião de ação, que avançava para novos privilégios de entendimento e serviço. Estavam sempre alertas para novas revelações por meio do espírito santo, com respeito à grandiosa esperança do novo mundo vindouro. “Por isso Deus não se envergonha deles, de se chamar Deus deles; pois lhes preparou uma cidade [a organização do Novo Mundo].” — Heb. 11:16.
10 Mas, os judeus do século do cristão Estêvão não seguiram o exemplo progressista de Abraão e Moisés. Antes, eram iguais a muitos dos seus antepassados infiéis que não se mantiveram em dia com a verdade, que adotaram a mentalidade materialista e recusaram alimentar suas mentes e corações de modo espiritual. Os contemporâneos judeus de Estêvão tinham-se tornado apóstatas. Tinham abandonado a religião verdadeira. Tinham resistido ao espírito santo. Na sua defesa magistral perante o Sinédrio judeu, Estêvão descreveu como a verdadeira religião progrediu notavelmente e se expandiu quanto aos propósitos divinos, desde os dias de Abraão até o tempo de Salomão, por meio do espírito santo. Daí, na sua conclusão, Estêvão denunciou os espiritualmente doentes da sua geração por não se terem mantido em dia com a verdade, dizendo: “Homens de dura cerviz e incircumcisos de coração e de ouvido, vós sempre resistis ao espírito santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis.” — Atos 7:51.
11, 12. (a) Atualmente, como é progressista a religião verdadeira? (b) Há alguns que resistem hoje ao espírito santo? Como?
11 Embora a escrita da Bíblia cessasse dos dias dos apóstolos em diante, contudo, agora, com a restauração da adoração pura, desde 1919, a religião verdadeira continua a ser progressista. Isto se dá porque nos alimentamos espiritualmente em escala cada vez maior dos cumprimentos das muitas profecias registradas na Bíblia. Estas profecias cumpridas fornecem pormenores quanto ao estabelecimento do novo mundo de Jeová neste “tempo do fim”. Estas evidências cumpridas dos tempos atuais enchem a mente abundantemente com novos fatos e fortalecem o coração com esperança e confiança sempre-crescente em Jeová. Mas, assim como foi nos dias de Estêvão, assim também hoje em dia a maioria das pessoas fecham as mentes e corações à rica provisão de Jeová. Desviaram-se do verdadeiro cristianismo e assim ficaram espiritualmente doentes. Seguiram as religiões católicas e protestantes, as quais estão prêsas aos credos pagãos do quarto século. Não progridem quanto à verdade e ao esclarecimento bíblico. Portanto, elas também lutam contra a verdade e resistem ao espírito santo de Deus. O apóstolo Paulo descreve-as corretamente ao escrever: “Assim também êstes continuam a resistir à verdade, homens completamente corrutos na mente, réprobos quanto à fé.” (2 Tim. 3:8, NM) Finalmente, êstes resistem ao espírito santo, ao ponto de cometerem blasfêmia, que resulta na sentença à morte espiritual. Desta sentença não há apelação. “Quem blasfemar contra o espírito santo, nunca mais terá perdão, pelo contrário é réu de um pecado eterno.” — Mar. 3:29.
12 Nós, os que estamos agora no caminho à saúde espiritual perfeita, não devemos ser da espécie que retrocede do movimento progressivo da verdade, conforme dirigido pelo espírito santo. Se fizermos isso, então, mereceremos a maldição da segunda morte da parte de Jeová. “Ora, não somos da espécie que retrocede para a destruição, mas da espécie que tem fé para preservar viva a alma.” (Heb. 10:39, NM) Tendo agora indicado por que há necessidade urgente de enchermos nossas mentes e corações com a verdade, a pergunta seguinte é: Como se pode fazer isso sàbiamente?
13, 14. (a) O que devem reconhecer as testemunhas de Jeová, agora que estão debaixo da religião verdadeira? (b) Dê exemplos do que se requer dos ministros.
13 Hoje em dia, tão coerentemente como no passado, a verdadeira religião está ligada ao povo especialmente dirigido, de Deus, na terra. Estas pessoas formam um povo organizado teocràticamente, agora conhecido como sociedade do Novo Mundo das testemunhas de Jeová. Formam uma sociedade internacional de ministros para executarem a obra mais importante hoje na terra, a pregação das boas novas do reino estabelecido de Jeová. (Mat. 24:14) Podemos dar-nos ao luxo de ser como alguns que acham que êste ministério sagrado não requer qualquer preparação especial? Ou, semelhante a outros que dizem que não há necessidade de manter-se em dia com as comunicações de Deus para seus ministros?
14 Os anjos no céu são descritos como ministros de Deus. Dum estudo sobre os anjos que apareceram na terra, para cumprirem missões especiais da corte celestial de Jeová, vê-se que todos pareciam estar plenamente informados, alertas, acurados no seu proferimento da mensagem divina, e comportaram-se com a dignidade própria do Altíssimo que os enviou. (Dan. 7:10) Como outro exemplo, tomemos até os governos do mundo, que têm requisitos estritos para seus ministros de estado. Dêstes ministros políticos se exige que sejam peritos, primeiro, na lei básica do seu país; segundo, quanto às orientações de operação supridas nos despachos dos seus superiores no govêrno; e, terceiro, quanto a manter contato com outros ministros de posto igual, para intercâmbio benéfico. Quanto mais, então, devemos nós, os que somos ministros terrestres de Deus, tornar-nos peritos, primeiro, quanto à Palavra escrita básica de nosso Deus; segundo, quanto à orientação fornecida nas comunicações correntes da organização teocrática de Jeová; e, terceiro, quanto a manter contato com nossos companheiros cristãos no ministério, nas reuniões, para a edificação espiritual!
15, 16. (a) Que se exemplifica no caso de Josué? (b) Como deve ser considerada a Palavra de Deus?
15 Com relação ao primeiro ponto, note-se como Josué, que representava a Jeová em questões governamentais em Israel, foi informado sobre a chave para o bom êxito no seu ministério a Deus e onde podia obter seu conhecimento básico da verdade. “Êste livro da lei não se deve afastar da tua boca e tens de lê-lo em voz baixa, dia e noite, a fim de que cuides de fazer conforme tudo o que está escrito nêle, pois então tornarás bem sucedido teu caminho e então agirás sàbiamente.” Semelhantes a Josué, damos atenção a êste conselho da parte de Jeová. A Bíblia é deveras nossa fonte básica da verdade. Ela estabelece os princípios do govêrno que representamos. — Jos. 1:8, NM.
16 A Palavra de Deus foi escrita sob o poder inspirador do espírito santo de Jeová. Sôbre êste assunto Paulo escreveu: “Pois é a nós que Deus as tem revelado pelo seu espírito, pois o espírito esquadrinha todas as coisas, mesmo as coisas profundas de Deus.” Isto significa que, pela leitura das Sagradas Escrituras, nossas mentes meditam no conhecimento que é espiritual, de fonte sobrenatural. Por absorvermos na mente está informação espiritual, tornamo-nos de mentalidade e orientação espirituais. Pode-se dizer que, entre as capas de nossas Bíblias, em muitas línguas, possuímos as traduções dos proferimentos captados do espírito santo. Deveras, que tesouro maravilhoso temos nas mãos ao tomarmos as Escrituras Sagradas! —1 Cor. 2:10, NM.
17, 18. (a) É desarrazoado tentar ler a Bíblia diariamente? (b) Qual é uma das sugestões quanto à leitura da Bíblia?
17 Foi desarrazoado da parte de Jeová exigir que seu ministro Josué lesse a lei bíblica diariamente? Certamente que não. Jesus repetiu as palavras de Moisés quando disse: “O homem tem de viver, não somente de pão, mas de todo proferimento que procede da boca de Jeová.” Deveras, então, é apropriado que cada um de nós se alimente diàriamente da palavra espiritual da verdade de Deus, para que possamos manter um nível sadio de mentalidade espiritual. Semelhantes a Josué, devemos adotar o hábito pessoal de ler a Palavra divina diàriamente. — Mat. 4:4, NM.
SUGESTÕES PRÁTICAS
18 Apresentam-se aqui agora algumas sugestões práticas para tal programa de leitura bíblica pessoal. Por que não ler, cada manhã, o capítulo inteiro da Bíblia, que cerca o texto do dia no Anuário, em inglês, ou na Sentinela, nas edições não inglêsas? Isto lhe fornecerá imediatamente abundante material correlativo para o estudo estimulante do texto e do comentário da manhã. Ler um capítulo por dia significa que se lêem 365 capítulos por ano, ou cêrca de um têrço da Bíblia inteira. Tente epitomar cada capítulo ao terminar a leitura dêle. Veja se pode descobrir o tema central do capítulo.
19, 20. O que é apresentado como segunda e terceira sugestão?
19 Uma segunda sugestão seria reservar meia hora por dia para a leitura corrente da Bíblia. Quer meia hora antes do desjejum, quando a mente da pessoa está fresca, ou à noite, antes de se deitar. Ao fazer-se tal leitura consecutiva da Bíblia, o objetivo primário não deve ser apenas cobrir certo número de páginas. Antes, tente absorver algo de valor duradouro daquilo que está lendo. Procure gravar na mente um ou mais princípios ou pontos básicos de conselho divino cada dia. Decore êstes pontos e repita-os no dia seguinte.
20 Como terceiro programa sugerido: Por que não ler cada dia um grupo de textos relacionados sôbre determinado tema bíblico do livro “Certificai-vos de Todas as Coisas” (em inglês)? Esta prática habilita a pessoa a manejar bem as provas bíblicas para uso ministerial no serviço de campo. Por tal hábito, podem desenvolver-se diàriamente pequenos sermões bíblicos para uso no ministério de porta em porta.
21, 22. (a) Qual é a quarta sugestão para a leitura da Bíblia? (b) O que se consegue por este programa sugerido?
21 O quarto costume sugerido tem por objetivo o domínio eventual da Bíblia inteira. Êste programa requer a leitura consecutiva de um ou dois capítulos diàriamente. Depois de ter lido cuidadosamente o capítulo, tente resumir o capítulo inteiro na expressão da idéia principal. Veja se esta idéia central está contida num dos versículos do capítulo, que poderá marcar como ‘versículo temático’ daquele capítulo. Procure sempre reduzir aquela idéia principal a apenas algumas palavras, que faria bem em anotar e gravar na memória. Quando um determinado livro bíblico tiver assim sido esboçado, tente resumir o livro bíblico inteiro por meio de uma só idéia, tema ou tópico central. Tome, por exemplo, o livro de Filipenses, que se poderia esboçar do seguinte modo:
Tema de Filipenses: Encorajamento amoroso à fidelidade.
Capítulo ‘Versículo Temático’ Idéia Principal
1 Php 1:7 Defender as boas novas.
2 Php 2:5 Mantenha a atitude mental correta.
3 Php 3:14 Tentar obter o prêmio.
4 Php 4:7 Resguarde o coração e as faculdades mentais.
22 Em outras ocasiões, quando deseja lembrar-se de textos notáveis, associe-os sempre com o ‘versículo temático’ ou a idéia principal que estabeleceu para aquele capítulo. Assim, arquive-os na sua faculdade mental de recordar, debaixo do tema correto. Desta maneira alcançará um domínio surpreendente sobre a Palavra da vida. Ao invés de decorar as 773.696 palavras da Bíblia (quantidade existente na Versão Rei Jaime, em inglês), nos seus 31.102 versículos, para poder dizer que conhece a Bíblia, precisa apenas recordar-se de algumas palavras do tema de cada um dos 1.189 capítulos da Bíblia, para ter o domínio dela para uso ministerial prático.
23-25. (a) Que provisão se fêz para o ministro de Jeová manter-se em dia com as comunicações da Sua organização? (b) Como se deve procurar criar um quadro objetivo, cada vez mais claro, do novo mundo?
23 Tendo agora considerado o programa diário da leitura da Bíblia, para manter sempre fresca a familiaridade espiritual com as Escrituras, o ministro deve também fazer arranjos para se manter em dia com as comunicações vindas por meio da organização teocrática de Jeová. Para êste serviço, Jeová Deus, o Grande Intérprete de profecia, usa novamente seu espírito santo, para revelar os segredos sagrados e comunicá-los aos seus ministros. Jesus, falando aos seus discípulos, disse: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Entretanto, quando aquêle chegar, o espírito da verdade, êle vos guiará a tôda a verdade, pois não falará de seu próprio impulso, mas as coisas que ouvir, falará, e vos declarará as coisas vindouras”.— João 16:12, 13, NM.
24 Até agora aprendemos como, desde 1918, Jeová tem derramado sua aprovação sobre a classe do “escravo fiel e discreto” do restante ungido e o tem nomeado “sobre os seus domésticos, para dar-lhes o sustento no tempo apropriado”. (Mat. 24:45, NM) Conforme sabemos, essa classe do “escravo fiel e discreto” usa a revista A Sentinela para transmitir a nós, os “domésticos” de Deus, as comunicações espirituais correntes, necessárias para nossa maior edificação espiritual. Por esta razão, é altamente aconselhável reservar certo tempo cada semana para estudo particular e investigação em relação às publicações da Torre de Vigia. Se adiarmos imprudentemente êste estudo pessoal, estamos, em efeito, fechando nossos ouvidos às mensagens que o médico Jeová considera vitais para nossa atual saúde espiritual.
25 Ao nos mantermos em dia com o progresso, da religião verdadeira, por meio dum estudo melhor da Sentinela, devemos ao mesmo tempo criar um quadro objetivo, cada vez mais claro, do novo mundo. As testemunhas de Jeová são deveras um povo com uma visão clara. Esforce-se para tornar esta visão cada vez mais vivida. Ao passo que os propósitos recém-revelados de Deus se tornam mais claros, precisam ser colocados na relação correta com os propósitos já entendidos. Por incluir cada ponto novo da Sentinela no quadro geral do propósito, sentir-se-á capaz de pregar mais eficientemente. Quanto mais claro tiver em mente o padrão geral desenvolvido com respeito ao grande governo do reino de Jeová, tanto mais lucidamente poderá representar este governo.
26, 27. Que serviço final presta agora o espírito santo de Deus às testemunhas de Jeová?
26 Há ainda um ponto final a ser considerado, ao nos mantermos em dia com a verdade. Embora a leitura diária da Bíblia seja básica, e manter-se em dia com as comunicações espirituais consideradas na Sentinela seja importante, há ainda uma terceira operação do espírito santo a ser tratada. É o caso em que o espírito santo opera como notável agência organizadora, como ajudador para o conjunto congregacional. Falando aos seus discípulos coletivamente, Jesus prometeu: “Mas o ajudador, o espírito santo que o Pai enviará em meu nome, aquele vos ensinará todas as coisas e trará de volta a vossas mentes tôdas as coisas que vos falei.” — João 14:26, NM.
27 Êste ajudador, ou “paráclito”, é uma força ativa invisível, manifesta com ajudas orientadoras sobre uma assembléia inteira de cristãos verdadeiros. Êste espírito, sob a direção de Jesus, é o meio pelo qual ele cumpre a promessa: “Pois onde dois ou três estão congregados em meu nome, ali estou eu no meio deles.” (Mat. 18:20) É por causa desta mesma promessa que o espírito santo de Deus, como ajudador, é sentido em cada um dos congressos do povo de Jeová. Cada um dos presentes recebe um pacífico efeito estimulante por assistir às reuniões oficiais dos ministros de Jeová. Ao estarmos reunidos, êste mesmo espírito santo habilita nossas mentes a absorver melhor as informações espirituais, e habilita-nos a sentir unidamente as reações do coração para o louvor de nosso grande Criador e para mostrar amor a nossos associados todo em volta de nós. Vence-se também a oposição perturbadora.
28, 29. Quais são as razões por que é vitalmente necessário que assistamos a todas as reuniões oficiais da congregação local e das assembléias arranjadas pela Sociedade?
28 De modo que, sempre que a congregação local se reune oficialmente para a reunião de serviço, o estudo da Sentinela ou o estudo de livro semanal, estará presente ali o espírito santo de Deus como ajudador da organização. Êste ajudador está também presente em cada assembléia de circuito e de distrito. Todos os congressos nacionais e internacionais das testemunhas de Jeová têm também esta bênção espiritual única. É bem manifesto que o espírito santo de Jeová não descansa sobre as reuniões das denominações divididas do povo espiritualmente doente das organizações da religião falsa. Mas, a longa experiência mostra que o espírito santo de Deus descansa maravilhosamente sobre seu povo! Sabendo isto como fato, significa então que, para nos mantermos em dia com a verdade, precisamos infalivelmente estar presentes em cada reunião oficial do povo de Deus, com o qual nos associamos ativamente. Podemos imaginar que um anjo ministerial, no céu, ache uma desculpa para não estar presente quando a corte de Deus se reúne oficialmente no céu? Certamente que não. Assim também nós, como ministros de Deus, não devemos ter desculpas para estar ausentes das reuniões.
29 O companheirismo e a associação nas reuniões bíblicas são edificantes, fortalecedores e animadores. Nenhum de nós pode dar-se ao luxo de passar sem esta provisão para nossa ajuda espiritual mútua. Quantos de nós temos dito: “Estudei a Sentinela em casa, mas nunca notei aquele ponto ate que o consideramos no estudo da congregação!” Isto prova que o ajudador de Deus, o espírito santo, operou sobre o conjunto congregacional para enfatizar esse ponto importante.
30. O que está envolvido em manter-se em dia com a verdade, no tempo atual?
30 Vemos agora realmente que manter-mo-nos em dia com a verdade significa mantermo-nos em dia com o espírito santo de Deus. Neste avanço do espírito de Deus, neste século vinte, Cristo Jesus, como campeão de Jeová, conquista o mundo. Êle continua a guiar-nos para a conquista final no Armagedon. Leva-nos na sua procissão triunfal, como seus companheiros felizes na terra, pelo poder infalível do espírito santo de Deus. Estamos acompanhando sua marcha para a vitória? Mantemos o passo com sua invencível organização? Cada um de nós deve certificar-se disso pessoalmente. Se nos mantivermos em dia com o espírito, sob a direção de Cristo Jesus, não morreremos espiritualmente, para estar mortos eternamente, assim como o resto do mundo, mas obteremos certamente o prêmio glorioso da vida eterna no novo mundo. “O que semeia para o espírito, do espírito colherá vida eterna.” — Gál. 6:8, ARA.