Lutadores pela verdade
“[Continua] a travar a guerra correta, conservando a fé e uma boa consciência, a qual alguns rejeitaram, naufragando no tocante à fé.”—1 Tim. 1:18, 19, NM
1. Quem está qualificado para o ministério?
Está qualificado para participar nas fileiras dos lutadores de Jeová pela verdade? Todo o que se dedica ao serviço de Jeová estará qualificado, quer homem, quer mulher, jovem ou idoso, se observar os requisitos. Paulo falou de ser a “espécie correta de soldado de Cristo Jesus”; pois assim como temos de travar a guerra correta, temos de ser a espécie correta de soldado para ter a aprovação de Deus. Temos de estar devotados ao ministério e dispostos a partilhar as privações e perseguições que o acompanham, junto com muita alegria e bênçãos. “Toma tua parte em sofrer o mal como a espécie correta de soldado de Cristo Jesus.” (2 Tim. 2:3, NM) É na luta que se revela que espécie de soldado a pessoa é realmente. Pode-se-lhe confiar qualquer missão ou está ela ausente das reuniões e irregular no serviço? É fidedigna e firme, ou se parece mais ao mercenário perambulante, que cuida primeiro dos seus próprios interesses? Não é a homens que estamos servindo, mas sim a Deus. Não somos intimados a comparecer perante um tribunal humano, se negligenciarmos nossos deveres; é Jeová quem nos examina. — 1 Cor. 4:1-4.
2. Como manifestamos o espírito de amor para com nossos irmãos?
2 Muitas vezes temos de levar não somente a nossa própria carga de serviço, mas também temos de ajudar a outros que precisam de auxílio. É bem conhecido que o maior número de baixas na batalha ocorre quando os soldados travam seu primeiro combate e antes de se tornarem peritos na luta. Assim como um pai cuida bem dos seus filhos, assim também o veterano experiente na guerra espiritual tem de ajudar os recrutas nas suas primeiras escaramuças, para continuarem a andar dignos de Deus. (1 Tes. 2:11, 12) Além disso, um regimento bem treinado de soldados tem orgulho das suas consecuções; e, embora o cristão não se encha de orgulho pessoal, deve possuir um bom espírito e alegrar-se em cooperar com seus irmãos. “Porque Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de poder, e de amor, e de sanidade mental. Portanto, não fiques envergonhado do testemunho acerca de nosso Senhor.” —2 Tim. 1:7, 8, NM.
3, 4. Quais são alguns dos requisitos para o ministério?
3 Além de nos aconselhar de que nos provemos dignos de estar nas fileiras os lutadores cristãos, por meio de tais qualificações, Paulo dá ênfase a outro requisito: Viver em harmonia com a nossa fé. Ele escreveu a Timóteo (1 Tim. 1:18-20, NM): “Este mandato eu te confio, . . . para que, por meio delas, continues a travar a guerra correta, conservando a fé e uma boa consciência, a qual alguns rejeitaram, naufragando no tocante à fé.” Paulo tinha boa razão para mencionar isso, porque alguns, no tempo dele, tinham tentado subverter a fé, resistindo à verdade a um grau excessivo; e ele avisou que tais idéias seriam tão mortíferas como a gangrena, caso se permitir que se fixem. Assim como o soldado hesitante ou indeciso pagará isso bem provàvelmente com a vida, assim também pode acontecer a nós, se não nos apegarmos firmemente à nossa fé. Temos de deixar Deus provar que êle é verdadeiro, pela fé e confiança na sua Palavra. Apegue-se a ela como à própria vida. Os que tentam destruir a fé de outros, serão disciplinados pela organização de Jeová e removidos das suas fileiras. Paulo disse aos coríntios: “Nos mantemos de prontidão para infligirmos punição por toda desobediência.” Tal ação disciplinar era necessária nos dias primitivos da organização cristã, do mesmo modo como se dá hoje. Um caso antigo é mencionado: “Himeneu e Alexandre pertencem a tais, e eu os entreguei a Satanás, para que sejam ensinados pela disciplina a não blasfemar.” — 2 Cor. 10:6; 1 Tim. 1:20, NM.
4 Assim como os soldados de Israel tinham de manter-se puros, pela santificação, para sua guerra sob a liderança de Deus, assim também nós, hoje, temos de manter “uma boa consciência” por vivermos em harmonia com seus requisitos. “Portai-vos dum modo digno das boas novas acêrca do Cristo, para que, quer eu vá ver-vos, quer esteja ausente, ouça . . . que estais firmes em um só espírito.” (Fil. 1:27, NM) Alguns dos modos de andar dignamente são descritos como tendo “toda a humildade da mente e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando diligentemente observar a unidade do espírito no laço unificador da paz”. — Efé. 4:1-3, NM.
5, 6. Como podem alguns ficarem desqualificados para as fileiras dos lutadores de Jeová?
5 Galatas 5:19-21 (NM) descreve as obras dá carne ainda mais claramente, incluindo coisas tais como a fornicação, a idolatria, o espiritismo, o ciúme, a ira e a bebedice, e declara que os que praticam tais coisas, nunca herdarão o reino de Deus. Assim, á fim de estar qualificado à vista de Deus para participar na guerra espiritual, sob as ordens de Cristo, o cristão tem de evitar tais coisas e tem de demonstrar, em vez disso, os frutos do espírito de Deus. Não pode ser testemunha apenas de nome, mas tem de apegar-se à fé e a uma boa consciência, o que significa uma consciência treinada em harmonia com a Palavra de Deus. Embora nossa conduta possa parecer correta aos olhos de nossos amigos, temos de lembrar-nos de que Deus discerne os intentos secretos do coração. Por ocasião de nossa dedicação a Jeová, não somente votamos pôr de lado a imundície da carne, mas também pedimos a Deus uma boa consciência para com ele. (1 Ped.3:16, 17, 21) Assim é que guerreamos contra as inclinações da carne, sendo fortalecidos na luta pelo espírito de Deus. — 1 Cor. 10:13; Rom. 7:23.
6 Paulo sabia que apenas estar associado com o povo de Deus não asseguraria a vida, nem o faria participarmos no serviço, a menos que vivamos e sirvamos de modo condigno dum guerreiro cristão. Êle não queria estar entre os que correm na carreira da fé e que participam na pregação a outros, só para depois achar-se desqualificado para o prêmio da vida. (1 Cor. 9:24-27) Se alguém, no serviço de Jeová, adotar um proceder rebelde e obstinado, trará sobre si mesmo não somente a punição, mas lançará mui provavelmente vitupério sobre a causa a que serve e fará que a fé de outros fique abalada. Uma ilustração vigorosa disso vê-se no caso de Acão, quando ele, como soldado de Israel, violou os mandamentos de Jeová. Em resultado desta transgressão, trinta e seis companheiros seus morreram, porque foi retirada a bênção de Jeová. Por causa dêste um só ato infiel de desobediência deliberada, Acão, sua família e suas posses foram todos destruídos. — Josué, capítulo 7.
AÇÃO DE COMBATE COORDENADA
7. Que efeito tem a unidade cristã sobre o inimigo?
7 No exército, o soldado não pode agir por conta própria. Êle precisa da ajuda dos outros quanto a suprimentos e apoio no combate. Espera de seus oficiais instruções e liderança. De modo similar, os cristãos trabalham hoje juntos de modo organizado, aceitando a liderança que Deus fornece por meio da sua organização visível e por meio dos servos designados, “com uma só alma, lutando lado a lado pela fé das boas novas, e que em nenhum sentido estais atemorizados pelos vossos oponentes. Esta mesma coisa é para êles prova de destruição, mas para vós de salvação; e esta indicação vem de Deus, pois vos foi concedido o privilégio, em favor de Cristo, de não somente depositar nêle vossa fé, mas também de sofrer por ele”. (Fil. 1:27- 29, NM) Dependemos mais de Deus do que de qualquer pessoa. “Pois não é aprovado aquele que se recomenda a si mesmo, mas o homem que Jeová recomenda.” Todos os nossos esforços não valem nada sem o Seu apoio. É por isso que Paulo disse: “Mas aquele que se jacta, jacte-se em Jeová.” — 2 Cor. 10:18, 17, NM; Jer. 1:19; Sal. 35:1-10.
8, 9. Descreva a organização dos demônios.
8 Ao entendermos agora de modo mais cabal os pormenores de nosso equipamento e das qualificações necessárias para nos empenharmos na luta, que problemas podemos esperar de ter que enfrentar? Nenhum exército vai à batalha sem primeiro sondar o inimigo, para determinar as suas fraquezas. O homem prevenido vale por dois. Portanto, faremos bem em examinar a estrutura e os métodos de operação da organização de Satanás. “Organização?” Sim. Jeová Deus triunfou sobre ela pela fidelidade de Cristo até a morte na estaca de tortura; conforme está escrito: “Êle o tirou do caminho por cravá-lo [o documento, á lei que condenava os cristãos] na estaca de tortura. Desnudando os governos e as autoridades [da organização de Satanás], ele os exibiu abertamente em público como conquistados, conduzindo-os em procissão triunfal por meio dela.” (Col. 2:14, 15, NM)a Jesus, enquanto estava na terra como homem, tinha de guerrear contra esses demoníacos governos e autoridades, resistindo às tentações apresentadas por Satanás, seu chefe, e expulsando mais de uma legião de demônios de pessoas infelizes, possessas por tais forças espirituais iníquas. Depois do nascimento do reino de Deus no céu, em 1914 E. C., o rei de Jeová, Jesus Cristo, e seus anjos iniciaram uma guerra contra Satanás e seus demônios, lançando estes anjos iníquos fora do céu para a vizinhança de nossa terra. Por isso somos avisados de nos precavermos especialmente contra esses demônios, reunidos agora aqui. — Apo. 12:1-12.
9 O apóstolo Paulo, na sua carta aos efésios, faz novamente referência à organização invisível de Satanás, o Diabo, constituída de poderes demoníacos, enumerando as diversas partes desta organização invisível que se ergue contra nós. Êle nos diz como podemos “ficar firmes contra as maquinações do Diabo” que não é sangue e carne. “Porque temos uma luta, não contra sangue e carne, mas contra os governos, contra as autoridades, contra os dominadores do mundo [os cosmocratas] destas trevas, contra as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais.” (Efé. 6:11, 12, NM) Estas forças espirituais iníquas, agora restritas à terra, são as que inspiram as expressões desencaminhadoras que saem da boca do dragão, da bêsta-fera e do falso profeta, para que os reis da terra marchem para a batalha do Armagedon. — Apo. 16:13-16, NM.
10. Como protege Jeová seu povo contra o aniquilamento?
10 Ezequiel, capítulo 38, fala como o povo de Deus está sendo cercado, ao viver aparentemente sem defesa, em toda a terra, em “aldeias sem muros”, ao passo que as hostes de Satanás se lançam contra ele feito tempestade, com trevas e ameaças de destruição. Mas, será que o povo de Jeová está desamparado e indefeso? Não enquanto tiverem o equipamento de combate que Jeová forneceu. Acham-se sob o seu cuidado protetor, tão seguros como o profeta Eliseu, quando um destacamento do exército do rei da Síria o cercou em Dotã. Naquela ocasião, as hostes angélicas de Jeová protegeram e guardaram a Eliseu, mas cegaram os sírios inimigos. (2 Reis 6:14-19) Jeová ainda protege seus Servos e cuida dêles, para que Satanás não os vença. Protegidos assim, podemos olhar destemidamente para o futuro, para a luta decisiva que virá em breve no Armagedon, quando Jeová lutar contra Satanás, o Gog dos dias atuais, e suas hordas demoníacas. — Sal. 34:7.
11, 12. Qual é a causa da controvérsia, e como reagimos?
11 Êstes são os dias de verdadeira luta para os servos de Jeová, ao passo que Satanás traz aflições como um dilúvio sôbre o povo da terra e faz guerra aos que “observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus”. (Apo. 12:17, NM) As Escrituras indicam que ele será tão bem sucedido no seu plano de cegar as mentes das pessoas quanto à verdade, que “vem a hora em que todo aquêle que vos matar [vós, os discípulos de Jesus,] imaginará que prestou serviço sagrado a Deus”. (João 16:2, NM) Esta é a luta da verdade contra o êrro, de Jeová contra Satanás, e podemos orgulhar-nos de ter o privilégio de servir na proclamação da verdade.
12 Paulo nos diz: “Revesti-vos da completa armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as maquinações do Diabo.” Isto indica que ele tem um tipo de ataque para quebrantar a nossa fé e integridade. Quais são alguns dos projéteis ardentes contra os quais nos precisamos proteger? — Efé.6:11, NM.
13. Como podemos demonstrar afeição por Cristo?
13 O cristão pode achar-se sob ataque constante no seu próprio lar. Jesus disse acêrca disto: “Imaginais que vim para dar paz à terra? Não, deveras vos digo, mas antes divisão. Pois, doravante, estarão cinco divididos numa casa, três contra dois e dois contra três. Estarão divididos, pai contra filho e filho contra pai, mãe contra filha e a filha contra sua mãe, a sogra contra sua nora e a nora contra sua sogra’ “Deveras, os inimigos do homem serão pessoas da sua própria casa. Aquele que tiver maior afeição pelo pai ou pela mãe do que por mim, não é digno de mim; e aquele que tiver maior afeição pelo filho ou pela filha do que por mim, não é digno de mim.” (Luc. 12:51-53; Mat. 10:36, 37, NM) É muito difícil de se manter firme sob a prova da constante oposição da família e da sua zombaria da verdade. Para vencermos isso, precisamos do grande escudo da fé, que é fortalecido pela verdade, e de orarmos em cada ocasião no espírito. Temos de buscar primeiro os interesses do Reino. Se cedermos à pressão da família e abandonarmos a adoração de Jeová, perderemos a batalha e seremos cortados da associação vital com os irmãos.
14. Por que avisou Paulo contra o comercialismo?
14 Outra armadilha sempre pronta para nos enlaçar é o envolvimento em interesses comerciais, por causa do amor daquilo que o atual sistema oferece. Demas, companheiro de Paulo no ministério, era um dos que se desviaram deste modo. Conforme Paulo o expressa: “Demas me abandonou porque amava o presente sistema de coisas.” (2 Tim. 4:10, NM) Não podemos servir a dois senhores de modo aceitável, nem pode o soldado servir a duas causas ao mesmo tempo. “Ninguém que serve como soldado se envolve nos negócios comerciais da vida, a fim de granjear a aprovação daquele que o alistou como soldado.” (2 Tim. 2:4, NM) Paulo tinha de trabalhar para se sustentar, mas nunca permitiu que isso paralisasse seu ministério, e nós devíamos adotar o mesmo ponto de vista. Não há necessidade de armazenarmos coisas para o futuro. Tudo o que precisamos, como se dá com qualquer soldado, são as provisões do dia, e devemos estar satisfeitos com o alimento e a roupa.
15. De que modo podemos resistir a Satanás?
15 No entanto, a manobra mais bem sucedida de Satanás em enganar o povo é pela propaganda contra a Palavra de Deus. Desde o tempo do Éden, quando enganou Eva por prometer-lhe o conhecimento do bem e do mal, ele tem sutilmente deturpado a verdade e fomentado o engano religioso. Através dos séculos, ele tem criado doutrinas e ideologias falsas, até o ponto de o mundo estar hoje dividido, o homem contra seu irmão, em todas as particularidades da vida, inclusive na adoração. Chegou o tempo de se andar de novo nos caminhos antigos da verdade, derrubando-se as fortalezas do erro e edificando-se o conhecimento de Deus. Fazendo isto, poderemos resistir a Satanás e ter parte em libertar os que ele mantém em servidão mental. “Pois as armas da nossa guerra não são carnais, mas poderosas em Deus, para a demolição das coisas fortemente entrincheiradas. Pois derrubamos raciocínios e toda coisa elevada que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento para fazê-lo obediente ao Cristo.” — 2 Cor. 10:4, 5, NM.
16. (a) Como se pode determinar a verdade? (b) Como pode ser melhor apresentada a outros?
16 “Que é a verdade?” perguntou Pilatos. A maioria das pessoas acredita credulamente que a fé de seus pais é a verdadeira. Mas, tomando-se em consideração que há mais de 260 das chamadas seitas “cristãs”, teríamos aproximadamente uma possibilidade em 260 de sermos criados na “uma só fé” bíblica, na uma só esperança. De modo que se torna necessária uma investigação inteligente para determinar a verdade a respeito dos propósitos de Deus; não podemos ficar simplesmente embalados num falso senso de segurança e deixar-nos levar por uma herança religiosa que se originou talvez dos demônios. Ao fazermos tal investigação, podemos ser gratos a Jeová, como pai amoroso, de que ele fez provisões para nossa instrução e orientação, revelando-nos a sua vontade nas páginas inspiradas da Bíblia. Uma vez que chegamos a um entendimento claro das Escrituras, não devíamos estar na defensiva quanto à nossa fé, mas devíamos assumir a ofensiva, travando a guerra espiritual, a fim de partilhar nosso conhecimento com outros. Ao invés de fazermos um ataque frontal contra a adoração falsa, Paulo aconselha o uso de estratégia, a fim de ganharmos o maior número de pessoas. “E assim, para os judeus tornei-me judeu, para que pudesse ganhar os judeus; para os que estavam debaixo de lei tornei-me como estando debaixo de lei, embora eu mesmo não esteja debaixo de lei,. . . Tornei-me todas as coisas para pessoas de todas as espécies, para que pudesse de todos os meios salvar alguns. Mas, faço todas as coisas pela causa das boas novas, a fim de partilhá-las com outros.” Paulo não comprometeu a verdade pela sua pregação, mas usou de tato e de discernimento na sua apresentação. Tomou em consideração o modo mais eficiente de ataque e de como derrubar a barreira mental do erro, libertando os ouvintes para a aceitação alegre da verdade. — 1 Cor. 9:20-23, NM.
EVITANDO SER VÍTIMA DA BATALHA
17. Como demonstramos amor a Deus e ao próximo?
17 Fomos grandemente privilegiados em ter sido designados para participar neste ministério, e queremos dar grande valor a esta oportunidade e usá-la corretamente. Se dissermos que amamos a Deus, então temos de demonstrá-lo por nos distinguirmos no ministério. Isto significa estudar arduamente para obter um conhecimento acurado e um pleno discernimento, certificando-nos das coisas importantes, para não fazermos tropeçar a ninguém, e tendo verdadeiro zelo pelo serviço. (Fil. 1:9-11) Ter este entendimento correto e usá-lo corretamente significa a diferença entre a vida e a morte nesta luta. (Ecl. 7:12) Serve para desviar os homens das divisões e desuniões deste mundo para a unidade mental e de ação, possível somente no serviço de Jeová. Ao passo que a grande multidão de pessoas de todas as nações responde ao convite de reunir-se na família da fé, eles aprendem o caminho de Jeová e andam na sua vereda. Não levantam mais a espada um contra o outra, em inimizade nacionalista, pois estão agora empenhados na boa peleja da fé. Deste modo, a guerra espiritual promove a paz duradoura, baseada na verdade e ligada ao amor a Deus e ao próximo — algo que a luta carnal nunca tem conseguido. — Ecl. 9:18.
18, 19. Que perigos nos confrontam? Como são vencidos?
18 Há baixas nesta guerra espiritual? Sim, mesmo com todo o equipamento dado para nossa proteção, alguns cairão vítimas dela, se se tornarem indiferentes. No entanto, não temos razão para temor, se tivermos a atitude mental correta. Não devemos em nenhum sentido deixar-nos atemorizar pelos nossos oponentes ou ter medo de homens. (Isa. 41:11, 12) Sabemos que, enquanto Satanás continuar nas suas atividades, estaremos empenhados numa luta, mas não queremos perder as oportunidades que se nos apresentam: “Porque uma porta grande e oportuna para o trabalho se . . . abriu; e há muitos adversários.” (1 Cor. 16:9, ARA) Já entrou firmemente por aquela porta no serviço ativo?
19 Embora muitos ridicularizem a verdade, não há razão para nós cairmos vítimas dos seus pensamentos negativos ou de retrocedermos a um estado apático. Todo o mundo do tempo de Noé reuniu-se contra seu modo de pensar segundo, o Novo Mundo, mas ele não abandonou a luta. A indiferença é um tipo de doença espiritual — uma parte da guerra bacteriológica de Satanás. Se tivesse uma enfermidade que poderia ser fatal, tentaria livrar-se dela tão rápidamente quanto possível. Podemos fazer o mesmo com a doença espiritual, com a ajuda de nossos irmãos e o tratamento provido por Jeová. Agora não é o tempo de seguirmos nossas próprias idéias, cada um fazendo o que lhe parece melhor. Seria impossível ganhar uma batalha lutando de modo tão desorganizado. Em vez disso, precisamos ter um só pensamento na questão, o pensamento do Senhor, lutando ombro a ombro no serviço e apoiando as reuniões, apegando-nos à fé e a uma boa consciência.
20, 21. Que encorajamento bíblico se nos dá para continuarmos na guerra correta?
20 A coisa surpreendente é que, depois de tôda essa luta para defender a verdade e viver em conformidade com ela, rechaçando os ataques de Satanás, não ficamos fracos e exaustos. Não demonstramos por fim sinais de fadiga de guerra ou de choque. Tôdas estas provações obram para o nosso bem, a fim de fortalecer-nos espiritualmente, pois a guerra espiritual é edificante. “Exultemos enquanto estamos em tribulações, visto que sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, por sua vez, uma condição aprovada; a condição aprovada, por sua vez, esperança, e a esperança não leva ao desapontamento; porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações por meio do espírito santo que nos foi dado’ (Rom. 5:3-5, NM) No entanto, ninguém receberá a recompensa pela sua luta a menos que continue fiel até o fim, empenhado na luta correta e servindo à fé. A recompensa final que esperamos é a própria vida, e nada se pode comparar com ela, visto que é a maior recompensa de tôdas. Mesmo que percamos nossa vida agora como testemunhas fiéis, ainda temos a perspectiva de vida no novo mundo por meio da ressurreição. Portanto, peleje pela vitória na peleja correta da fé. — Apo. 2:10; 1 Tim. 6:12, NM,
21 Além da promessa de vida, de dia em dia há muitas outras recompensas que alimentam a nossa esperança. Essas não vêm de saque ou despojo, mas são prêmios espirituais de grande valor. Essas recompensas estão intimamente ligadas aos dois grandes mandamentos de amar a Deus de todo o nosso coração, mente, alma e força, e o nosso próximo como a nós mesmos. Quanto mais de perto nos mantivermos dêstes requisitos corretos, tanto maiores serão as nossas bênçãos. Temos de dar a Deus o primeiro lugar em nossa vida e servi-lo de tôda a nossa fôrça. O soldado, quando é mobilizado, larga tudo para responder à chamada; assim é com a guerra cristã. Mesmo os laços de família não têm precedência sobre a chamada de convocação: “Sê meu seguidor”, pois Jesus disse: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos, tu, porém, vai e anuncia em tôda a parte o reino de Deus.” — Luc. 9:59, 60, NM.
22. Mostre o contraste entre os lutadores do velho mundo e os do novo mundo?
22 Uma vez iniciado o serviço de Deus, não volte para trás, como fizeram muitos guerreiros sob o comando do Juiz Gedeão, perdendo assim a oportunidade da vitória final. Lembre-se: “Nenhum homem que pôs a mão no arado e olha para as coisas que ficaram atrás é apto para o reino de Deus.” (Luc. 9:62, NM) As maiores bênçãos vêm com serviço abundante. Portanto, os que estão na situação de poder participar no ministério de tempo integral, tal como o serviço de pioneiro, têm uma oportunidade maravilhosa de gozar das ricas bênçãos que Jeová derrama sôbre os que o servem de todo o coração. Êstes trabalhadores de tempo integral estão deveras nas primeiras fileiras dos lutadores nesta guerra espiritual, suportando muitas vêzes a plena fúria do ataque ao avançarem na luta a novos territórios. Apesar de tôdas as provações, porém, podem ter confiança em Jeová, até mesmo paz mental perfeita. Que diferença da perspectiva ansiosa e preocupada do soldado no campo de batalha, ao esperar pelo sinal do ataque! (Isa. 26:3, 4; Rom. 8:6) Sua mente não pensa no mandamento de amar o próximo, mas no contrário. Mas, é por se observar êste mandamento que a guerra espiritual traz a plena recompensa. Pode levar meses e até anos de instrução e cuidados pacientes, há, porém, poucas alegrias que se podem comparar com o gozo de ajudar, alguém a crescer e a tornar-se forte no conhecimento da verdade. Poderá mostrar a tais pessoas como se transmite a luz da verdade aos que ainda estão em escuridão. Leve-os ao combate ativo com a espada do espírito, erguendo alto a tocha da verdade e a luz, como soldados do Gedeão Maior, Cristo Jesus. (Juizes 7; Dan. 12:3) Já teve pessoalmente o privilégio de ajudar a libertar algumas da multidão de pessoas mantidas nas trevas pelas forças espirituais iníquas, debaixo de Satanás? Este é o alvo de todo o lutador pelo novo mundo, e a recompensa de partilhar esta perspectiva de vida com outros que amam a justiça e a paz é deveras grande.
23. De que modo é a guerra espiritual uma obra de edificação e cultivação?
23 A guerra espiritual não deixa sinais de carnificina na face duma terra arrasada, com crianças inchadas de inanição, seus pais aleijados ou mortos e seus lares destruídos. Jeová declarou aos que causam tal devastação, que ele arruinará os que arruínam a terra, sendo Satanás o principal deles. Ao invés de serem frutos maus, os frutos do espírito e da guerra espiritual são bons. É uma obra de plantar, cultivar e edificar em sentido espiritual. Homens e mulheres de todas as nações estão sendo reunidos em entendimento, amor e confiança. Uma sociedade do Novo Mundo está sendo edificada; não uma sociedade secreta, mas uma sociedade que fala francamente, constituída dos que são verdadeiros cristãos bíblicos. Estão construindo uma estrada, limpando-a de pedras de tropeço, e encaminhando nela as pessoas para a vida no novo mundo. Esta é a espécie correta de guerra, ordenada agora por Jeová e dirigida por Cristo Jesus.
24. Como e quando decidirá Jeová a grande controvérsia?
24 Quanto tempo continuará esta controvérsia? Da nossa parte, continuaremos com a ofensiva de pregação tanto tempo quanto Jeová permitir; ou, conforme Isaías o expressa, “até que as cidades sejam desoladas e sem habitadores”. Não há licença para nós; mas, quem quer licença quando tem o grandioso privilégio de fazer está obra preparatória na terra como preliminar do grande clímax dos assuntos do mundo no Armagedon? (Isa. 6:11; Ecl. 8:8) Naquele tempo, Jeová, por meio do seu Marechal de Campo, Cristo Jesus, avançará com vingança para esmagar a organização mundial de Satanás, tanto visível como invisível, pulverizando a parte terrestre visível e lançando a parte demoníaca invisível ao abismo de inatividade semelhante à morte, pelos mil anos do reinado de Cristo. Nesta “guerra do grande dia do Deus Todo-Poderoso”, os servos de Jeová na terra não participarão com armas carnais. Nossa obra é agora, como a espécie correta de soldado de Cristo. A parte de Deus é no Armagedon. (Sal. 46:9; Rom. 12:17-21; Apo. 19:11-16, 19) Até aquele tempo, temos de continuar a travar a espécie correta de guerra, não os conflitos da parte visível da organização de Satanás, mas a guerra da verdade contra o erro, da religião correta contra a religião falsa, nunca afrouxando em zelo ou em fé, “esquecendo as coisas que ficaram para trás e procurando alcançar as coisas que estão adiante”, conforme diz Paulo. (Fil 3:13, NM) Fazendo isso, Jeová nos dará a vitória e nos recompensará com paz e vida no seu novo mundo de justiça. (2 Ped. 3:13) Agora é o tempo de guerra; depois do Armagedon é o tempo de paz.
[Nota de Rodapé]