Quando todos os homens adorarem novamente um só Deus
1. Em 6 de dezembro de 1956, que notaram dois funcionários duma sociedade editora de Nova Iorque, na Colina de Marte, em Atenas?
CERTO dia em 1956 — era o dia 6 de dezembro — o presidente e o vice-presidente duma sociedade editora, internacionalmente conhecida,a subiram à Colina de Marte, em Atenas, na Grécia. Os gregos pagãos da antiguidade chamavam o morro de Areópago. Degraus de pedra levavam ao seu cume. Os dois homens pararam ao pé dêstes degraus. Eis uma placa de bronze encravada na rocha, à direita dos degraus! Nela acham-se inscritas palavras na linguagem grega comum de há dezenove séculos. As palavras são, de fato, uma citação da Bíblia Sagrada. Sim, pertencem àquela parte da Bíblia que foi primeiro escrita em grego, para os cristãos, e que é geralmente conhecida como “O Novo Testamento”. As palavras foram citadas do livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo dezessete, versículos vinte e dois a trinta e um. Traduzidas em linguagem moderna, as palavras dizem o seguinte:
2. Que dizia a inscrição naquela placa de bronze?
2 “Homens de Atenas, vejo que em tôdas as coisas pareceis ser mais dados ao temor das deidades do que outros. Por exemplo, passeando e observando cuidadosamente vossos objetos de devoção, encontrei também um altar no qual se inscreveu ‘Ao Deus Desconhecido’. Pois, aquêle a quem, sem o conhecerdes, dais devoção piedosa, êste é o que vos anuncio. O Deus que fêz o mundo e tôdas as coisas nêle, sendo, como Êste o é, Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos nem é servido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma coisa, pois é êle mesmo quem dá a tôdas as pessoas vida, e respiração, e tôdas as coisas. E êle fêz de um só homem toda nação dos homens, para habitarem sobre a superfície inteira da terra, e decretou as estações fixas e marcou os limites da habitação dos homens, para que buscassem a Deus, se, porventura, tateando, o pudessem achar, embora, de fato, não esteja longe de cada um de nós. Pois, por meio dêle temos vida, e nos movemos, e existimos, assim como disseram certos poetas entre vós: ‘Pois somos também sua progênie.’ Visto, assim, que somos a progênie de Deus, não devemos pensar que o Ser Divino seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra, como algo esculpido pela arte ou pelo engenho do homem. Com efeito, Deus não levou em conta os tempos de tal ignorância, agora, porém, diz à humanidade que todos, em toda parte, se arrependam. Porque fixou um dia em que se propõe julgar em justiça a terra habitada, por um homem a quem designou, e êle tem fornecido garantia a todos os homens, ressuscitando-o dentre os mortos.”
3, 4.Que fato testificou aquela placa na rocha, e como se deu ele?
3 Por que foi esta placa, com tais palavras notáveis, encravada na rocha? Para testificar que Paulo, da cidade de Tarso, na Ásia Menor, falara essas palavras ali, na Colina de Marte, há dezenove séculos. Paulo era apóstolo ou enviado de Jesus Cristo, que tinha sido morto injustamente cêrca de dezoito anos antes, em Jerusalém, mas a quem o Deus Todo-poderoso tinha vivificado dentre os mortos, no terceiro dia. O próprio Paulo encontrara êste Jesus Cristo anos depois da sua ressurreição da morte. Êste encontro miraculoso ajudou a Paulo a deixar de ser perseguidor dos seguidores de Cristo e a tornar-se fiel seguidor dêle. Paulo era, portanto, testemunha do fato de que o Deus Todo-poderoso ressuscitara a Jesus Cristo da morte e o transformara em gloriosa pessoa espiritual, nos céus invisíveis.
4 De modo que Paulo, o apóstolo cristão, achava-se então em pé na Colina de Marte, ou no Areópago. O mais elevado tribunal jurídico da antiga Atenas trouxera-o para lá, a fim de ouvi-lo, porque era na Colina de Marte que o tribunal realizava suas sessões. Os membros dêste tribunal eram filósofos conhecidos como estóicos e epicureus. Conforme Paulo lhes lembrou acreditavam em muitas deidades, para os quais construíam templos e altares, em temor. Tinham mêdo de ter-se esquecido dum deus. Portanto, a fim de evitar a punição, ergueram um altar a quem quer que fôsse êste deus. Confessavam que desconheciam a tal deus, ao inscreverem neste altar as palavras: ‘Ao Deus Desconhecido.’ Quem era êste? Paulo sabia. Aquêles homens de Atenas não o sabiam.
5. Que provou Paulo, perante o tribunal, quanto aos termos “Jesus“ e “ressurreição“?
5 Qual era o nome dêste Deus Desconhecido? Aquêles homens de Atenas ouviram Paulo falar de Jesus e da ressurreição. Por isso pensavam que Jesus e Ressurreição fôssem nomes de deuses estranhos a eles. Levaram Paulo ao tribunal da Colina de Marte, para que se defendesse contra a acusação de blasfêmia religiosa, pela qual podia ser morto. Paulo provou-lhes que Jesus e Ressurreição não eram nomes do Deus Desconhecido. Será que Jesus ressuscitou a si mesmo dentre os mortos? Não. A história diz-nos que Jesus ressuscitara ou levantara outras pessoas da terra dentre os mortos. Mas, não podia ressuscitar a si próprio dentre os mortos. Estando morto, não podia fazer isso.
6. Quem então, tinha realizado a ressurreição de Jesus? Que relação tinham, então, entre si êsses termos?
6 Quem, então, realizou a ressurreição de Jesus Cristo da morte? Foi Deus. Êle ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos, e não somente o trouxe de volta à vida, mas o transformou também numa pessoa espiritual, imorredoura, para viver nos céus. Não acha que êle tinha de ser Deus para poder fazer isso? Certamente; qualquer Ser que pudesse fazer tal coisa miraculosa tinha de ser o único Deus verdadeiro e vivo. Tinha de ser todo-poderoso para fazer tal coisa. Nenhum dos deuses dos homens de Atenas, nem de qualquer outro povo, jamais fêz ou pôde fazer tal coisa. Assim também, ressuscitando a êste Jesus Cristo dentre os mortos, para gozar de vida sobre-humana, espiritual, junto a Êle nos céus mais elevados, o Deus Todo-poderoso mostrou que era o Pai celestial dêste Jesus e que êste ressuscitado Jesus era o Filho de Deus. Receber êle um corpo e vida do Deus Todo-poderoso, fêz dêle o Filho de Deus, Filho celestial e espiritual de Deus.
7. Que mais é êsse Ressuscitador de Jesus Cristo?
7 Êste Deus todo-poderoso e imortal fêz mais do que dar vida a seu Filho, Jesus Cristo. A fim de fazer que os homens de Atenas conhecessem melhor o Deus Desconhecido, Paulo, na Colina de Marte, disse-lhes que êste é o Deus que “fêz o mundo e tôdas as coisas nêle”. Êle é, portanto, o grande Criador, o grande Formador e Modelador de tôdas as coisas que existem, quer invisíveis a nós, quer visíveis. Pois, então, Êste é, segundo diz Paulo, o “Senhor do céu e da terra”, isto é, o Senhor e Dono de todo o céu e terra. Por isso o chamamos corretamente de Senhor Deus.
SEU NOME E SUA ADORAÇÃO
8. Por que nome próprio podemos chamá-lo? Onde e quantas vezes ocorre ali esse nome?
8 Podemos chamar a êste Senhor Deus por um nome próprio, a fim de o destacarmos de todos os outros que se chamam “deuses”? Sim, podemos. Qual é seu nome próprio, então? Pois bem, já ouviu alguém cantar ou gritar a palavra “Aleluia”? Esta palavra vem do hebraico e significa “Louvai a Já!” Mas, quem é êste Já, que se nos convoca assim a louvá-lo? Os versados no hebraico dizem-nos que êste nome, Já, é a abreviação do nome inteiro Jeová. Alguns eruditos preferem pronunciar o nome Iavé ou Javé, mas, atualmente, Jeová é a maneira mais popular de se pronunciar o nome. Nenhum homem lhe deu êste nome. Êle chamou a si mesmo dêste modo: Por meio da sua força invisível, pela qual fêz o mundo, êle fêz que homens que o serviam e o adoravam escrevessem um livro na terra. Visto que êle moveu êstes homens pela sua fôrça ativa invisível, para que escrevessem tal livro, êste é chamado de santo ou sagrado. Alguns chamam-no de Escrituras Sagradas, por se compor de escritos sagrados. Outros chamam-no de Bíblia Sagrada, porque se compõe de muitos livros pequenos, sessenta e seis dêles na maioria das versões da Bíblia Sagrada. Os primeiros trinta e nove livros foram escritos na língua hebraica, e, naqueles livros, o Deus Todo-poderoso diz-nos — pelo menos 6.823 vêzes — que seu nome próprio é Jeová.
9. Que declara ele em Isaías 42:8, a fim de identificar-se?
9 No livro de Isaías, capítulo quarenta e dois, versículo oito, o Deus-poderoso diz: “Eu sou Jehovah; este, é o meu nome: a minha gloria não a darei a outrem, nem o meu louvor ás imagens esculpidas.” De modo que êste único Deus verdadeiro e vivo não lhe é mais desconhecido quanto ao seu nome. Êle é Jeová Deus.
10. Por que não há hoje nenhum templo, feito pelos homens, que esteja dedicado a Jeová? Que disse o Rei Salomão neste sentido?
10 Na maioria dos países da terra, há milhares de templos feitos por mãos de homens. Mas, conhece um dêles que seja consagrado a Jeová Deus? Não, não conhece nenhum. Há dezenove séculos atrás, havia um templo dedicado a Jeová na cidade de Jerusalém, agora no país da Jordânia. Mas, o próprio Jeová Deus permitiu que fôsse queimado e derrubado no ano 70 da era cristã. Por quê? Porque aquêle templo foi empregado mal e porque, como Paulo disse aos homens de Atenas, na Colina de Marte, o único Deus verdadeiro e vivo “não habita em templos feitos por mãos, nem é servido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma coisa”. (Atos 17:24, 25, NM) Ora, será que o Deus que fêz os imensuráveis céus e a grande terra poderia morar nos templos realmente pequenos, feitos pelas mãos dos homens? Não devemos desonrar a Deus por apoucá-lo. Há quase três mil anos, o Rei Salomão construiu um glorioso templo para Jeová, em Jerusalém. Contudo, quando êste rei mais sábio dos tempos antigos dedicou o templo a Jeová, êle orou e disse: “Porém habitará verdadeiramente Deus sobre a terra? eis que o céu, e o céu dos céus, não te podem conter; quanto menos esta casa que edifiquei! Contudo atende, Jehovah meu Deus, á oração do teu servo, e á sua suplica, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo faz hoje diante de ti; afim de que os teus olhos estejam abertos de noite e de dia sobre esta casa, sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali.” —1 Reis 8:27-29.
11, 12. Que estado de dependência há entre Deus e nós?
11 O Criador de tôdas as coisas no céu e na terra é grande demais para habitar em templos feitos por nossas mãos. Não necessita de coisas assim como um templo de madeira, tijolo ou pedra. Ao invés de nós têrmos de dar-lhe coisas, para mantê-lo bem e feliz, “é êle mesmo quem dá a tôdas as pessoas vida, e respiração, e tôdas as coisas”, disse Paulo.
12 Nossa vida vem de Deus. Nossa fôrça para respirar e o ar que respiramos vêm de Deus. A terra e tôdas as coisas que gozamos vêm de Deus, são a Sua dádiva para nós, Por que, então, devemos pensar que êle tem de depender de nós e que temos de construir-lhe templos? Visto que êle é nosso Dador de vida e Aquêle de quem dependemos quanto a tôdas as coisas boas, devia ser nosso Deus a quem adoramos, veneramos e agradamos. Deve ser assim, da nossa parte, não importa a que nação pertencemos hoje.
13. Sem consideração de nacionalidade, em que sentido somos a progênie de Deus?
13 Ouça novamente o que Paulo disse, na Colina de Marte, ao explicar êste Deus: “Êle fêz de um só homem tôda nação dos homens, para habitarem sobre a superfície inteira da terra, e decretou as estações fixas e marcou os limites da habitação dos homens, para que buscassem a Deus, se, porventura, tateando, o pudessem achar, embora, de fato, não esteja longe de cada um de nós. Pois, por meio dêle temos vida, e nos movemos, e existimos, assim como disseram certos poetas entre vós: ‘Pois somos também sua progênie. ’ Visto, assim, que somos a progênie de Deus, não devemos pensar que o Ser Divino seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra, como algo esculpido pela arte ou pelo engenho do homem.” De modo que todos nós descendemos do primeiro homem feito por Deus, não importa de que nação sejamos agora, não importa onde moremos agora nesta terra. Visto que aquêle primeiro homem foi feito ou criado por Deus e assim era “filho de Deus”, somos em certo sentido a “progênie de Deus”, por descendermos daquele homem. Certamente, pois, devemos adorar como nosso Deus o Criador, cuja progênie somos. — Luc. 3:38.
14. Por que não precisamos mais tatear para acharmos a Deus, sem esperança de encontrá-lo?
14 Por muito tempo têm prevalecido na terra tempos de ignorância acêrca dêste Deus, mesmo muito antes de Paulo descobrir o altar dedicado “Ao Deus Desconhecido”, em Atenas, há mil novecentos anos atrás. Por causa disso, muitos de nós, que temos ansiado de conhecer o Deus verdadeiro e vivo, temos estado tateando para açhá-lo. Imagine: Êle não está longe de cada um de nós, de modo que devemos poder encontrá- lo! Imagine, também: Êle decretou as estações fixas para o procurarmos, para o acharmos! E veja: Agora é a estação fixada para que o busquemos com a boa esperança de o encontrarmos e conhecermos realmente!
A ADORAÇÃO ORIGINAL DE UM SÓ DEUS
15. A que pode levar acharmos a Deus?Qual era a condição de Adão quando o conhecia?
15 Encontrá-lo, a fim de o conhecermos e entendermos, e têrmos amizade com êle, significa encontrar nosso Dador de vida e Sustentador celestial. Tal procura bem sucedida pode levar a ganharmos a vida eterna em felicidade e paz perfeitas. O primeiro homem conhecia-o, mas o perdeu. Aquela grande perda trouxe a morte àquele primeiro homem e a tôdas as nações que descenderam dêle. No tempo em que o primeiro homem, cujo nome era Adão, conhecia a Deus como seu Pai celestial e estava em relação familiar com Deus, como sendo Seu filho terrestre, Adão estava em união com a Fonte divina da sua vida. A continuação da vida na terra exigia de Adão manter-se em contato com esta única Fonte de vida. Jeová Deus deseja que seus filhos, no céu e na terra, sejam perfeitos. Criou-os perfeitos. “Suas obras são perfeitas.” (Deu. 32:4) Sua criação do primeiro homem, Adão, foi perfeita. Citamos da sua Bíblia Sagrada: “O Senhor [Jeová, VB] Deus formou, pois, o homem, do barro da terra, e inspirou no seu rosto um sôpro de vida, e o homem tornou-se alma vivente.” (Gên. 2:7, So) Não uma alma imperfeita que morresse, mas o primeiro homem tornou-se alma vivente perfeita.
16. Qual era a possibilidade que se apresentava a Adão no Éden, e de que dependia ela?
16 Avaliamos nós o que significa isso? Como alma humana perfeita, Adão podia ter vivido para sempre na terra, e teria sido um prazer para êle e para nós, seus descendentes, viver aqui para sempre. Como assim? Porque Deus o pôs num paraíso terrestre, desejando que permanecesse nêle, pois amava a êsse filho terrestre e desejava que permanecesse na família de Deus. Sua Bíblia Sagrada diz-nos: “Plantou Deus Jehovah um jardim [um paraíso], da banda do Oriente, no Eden [Prazer]; e ali pos o homem que tinha formado. Fez Deus Jehovah brotar do solo toda a sorte de árvores gratas á vista, e boas para comida; também a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” (Gên. 2:8, 9) De que dependia a permanência de Adão neste paraíso de prazer, em união com a Fonte da vida? Da realização do único modo correto de adoração, por parte dêle.
17, 18. (a) Por que não estaria Adão inclinado a adorar os antepassados? (b) Nem as árvores? (c) Nem os animais, as aves e os insetos?
17 Mas, a quem adoraria Adão? A quem desejaria Adão adorar na sua perfeição humana? Seus antepassados terrestres? Adão não tinha antepassados humanos. Então, adoraria êle as árvores daquele jardim ou o rio que saía do Éden para regar aquêle jardim? Não; êle foi posto no jardim para cuidar das suas árvores: “Tomou, pois, Deus Jehovah ao homem, e pol-o no jardim do Eden para o cultivar e guardar.” (Gên. 2:15) O homem Adão não recebera sua vida das árvores, nem mesmo da “árvore da vida” que Deus plantara no meio do jardim. Recebendo autoridade do céu, Adão podia ter derrubado quaisquer daquelas árvores, matando-as.
18 Pois bem, então, estaria Adão inclinado a adorar quaisquer dos animais inferiores, as feras, as aves e os insetos no jardim, ou quaisquer dos peixes que nadavam no rio e nos seus tributários? Não; êle foi encarregado daquelas criaturas animais inferiores e deu-lhes nomes. Jeová Deus “levou-os ao homem, para ver como lhes chamaria: e tudo o que o homem chamou a tôda criatura vivente, êste foi o seu nome”. (Gên. 2:19, 20, NA) Mas, Adão não chamou nem mesmo a uma delas de “Deus”. Tinha domínio sôbre elas, não os animais sôbre êle. Tinham temor dêle, não êle dêles. Não descendia dêles, mas fôra criado especialmente, separado dêles. Viu-os morrer! Por que devia adorar a qualquer dêles?
19. A quem estaria Adão inclinado a adorar, e por que, muito embora esse tal fosse invisível?
19 A quem, então, estaria Adão inclinado a adorar? A si próprio? Não, muito embora tivesse domínio sôbre os animais inferiores. Adoraria, então, seu Dador de vida? Sim, porque êste criara Adão em perfeição e criara tôdas as criaturas viventes, e também o belo jardim do Éden, para que habitasse nêle. Jeová não era um Deus desconhecido para Adão. Criara Adão de elementos e forças físicas tais que Adão não podia ver a Deus e permanecer vivo. (Êxo. 33:20) No entanto, Deus falou com êle desde o invisível e disse-lhe por que o havia pôsto nesta terra. Disse-lhe como podia viver para sempre na terra, no seu paraíso. “E Jeová Deus impôs também ao homem êste mandamento: ‘De tôda árvore do jardim podes comer à vontade. Mas, quanto à árvore do conhecimento do bem e do mal, não deves comer dela, pois no dia em que dela comeres, positivamente morrerás.’” (Gên. 2:16, 17, NM) Adão aceitou esta informação como vinda do seu Criador. Cultivou e guardou o jardim paradísico, mas não comeu daquela árvore. Desejava viver e poder continuar a falar e a ter associação com seu amoroso Criador, naquele lar terrestre perfeito.
20. Como aumentou Deus a felicidade do solteiro Adão? Que adoração continuou depois disso?
20 A fim de aumentar a felicidade de Adão, Deus criou para êle uma esposa perfeita. Para que esta fôsse realmente parte de Adão, Deus fêz que êle adormecesse profundamente e, daí, retirou, sem dor, uma costela do lado dêle, usando-a para formar uma mulher. Deus deu-a então a Adão em casamento. Explicou- lhes seu propósito para com êles: “Deus os abençoou [não os amaldiçoou], e lhes disse:Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” (Gên. 2:18-25; 1:26-28) Adão e sua esposa, Eva, ouviam Deus falar-lhes. Sabiam quem era seu Criador. Êle era Aquêle e o Único a quem adoravam como Deus.
21. De que modo adoravam Adão e Eva a Deus? Assim, que se aplicava então a todos os homens?
21 Como o adoravam? Por construírem templos? Não; Deus não precisava duma casa em que lhes falasse exclusivamente. Por fazerem alguma espécie de imagem? Não; nenhuma imagem podia ser uma representação de Deus. Qualquer imagem feita pelo homem o retrataria de modo errado e seria uma mentira com respeito a Êle. Por oferecerem sacrifícios? Não; Deus não lhes ordenou que matassem animais e os queimassem em altares. Adão e Eva eram almas humanas perfeitas e não tinham pecados pelos quais tivessem de derramar sangue e oferecer sacrifícios. De que modo, então, adoravam seu Criador como Deus? Por agradecer-lhe, louvá-lo e obedecer-lhe como seu Pai e Legislador celestial. Isto faziam por algum tempo e eram puros e felizes, não conhecendo nem dor, nem tristeza, nem mêdo. Adão e Eva, e a raça humana por nascer, nos seus lombos, uniam-se em adorar a Jeová, seu Criador e Dador de vida. Assim, havia um tempo em que todos os homens adoravam um só Deus. Esta foi a prática da humanidade no seu início, e era a única prática correta. Era o modêlo original para nós.
TENTATIVAS DE PRODUZIR MAIS DEUSES
22. Como teve início a vinda à existência de tantos deuses para se adorar?
22 Atualmente, há muitos que se chamam deuses e que são adorados como tais. Isto é tudo tão contrário de como era no início puro da humanidade, no paraíso do Éden. Começou quando certa criatura interesseira queria ser Deus e assim fazer que houvesse dois Deuses no universo. Esta criatura apresentou-se invisivelmente no paraíso. Começou a falar com a mulher, Eva, não diretamente, conforme Deus fazia, mas indiretamente, por meio duma serpente no jardim. Mentiu sôbre o único Deus por dizer a Eva que Deus tinha mentido sôbre a árvore do conhecimento do bem e do mal. Êste mentiroso queria que Eva o adorasse como deus, por obedecer antes a êle do que adorar seu Criador como Deus, obedecendo-lhe. Esta criatura autoglorificadora mostrou que queria ser adorada como deus, ao dizer a Eva: ‘‘Positivamente não morrereis. Pois Deus sabe que no mesmo dia em que comerdes dêle [do fruto da árvore proibida], vossos olhos forçosamente serão abertos e forçosamente sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.” Tornou-se deus quando Eva, e depois seu marido, lhe obedeceram por comerem do fruto proibido da árvore do conhecimento do bem e do mal. — Gên. 3:1-7, NM.
23. O que é pecado, e que adoração envolveu o pecado de Adão e Eva?
23 A desobediência a Deus é pecado; é não atingir o alvo da perfeição. Deus pune o pecado com a morte. Condenou à morte o primeiro homem e mulher, por seu pecado e sua adoração dum deus falso, expulsando-os do paraíso do Éden. Mas, antes de fazer isso, permitiu que o ouvissem dizer ao deus falso que não lhe permitiria sempre roubar a adoração devida a Jeová Deus.
24. Que significava o aviso de Deus à Serpente? Por que somos todos imperfeitos e morremos?
24 Em vez de comparar êste deus falso consigo mesmo, Jeová Deus comparou-o à serpente, e amaldiçou-o, dizendo: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente. Êle te ferirá na cabeça e tu o ferirás no calcanhar.” (Gên. 3:14, 15, NM) Ferir a cabeça da serpente significa matá-la. Isso é o que acontecerá ao deus falso original, sob o calcanhar da Semente prometida da mulher de Deus. Isso é, também, o que acontecerá ainda a todos os outros deuses falsos, sendo êles a “semente” do primeiro deus falso. Adoração e obediência prestadas a qualquer deus falso é pecado. Sua punição é a morte. É por isso que lemos acêrca de Adão, que pecou: “[Êle] se tornou pai de filhos e filhas. Assim, todos os dias de Adão, que êle viveu, somaram novecentos e trinta anos e êle morreu.” (Gên. 5:4, 5, NM) Podia ter vivido para sempre no seu paraíso, se não tivesse pecado, quer por comer do fruto proibido, quer de outro modo. Todos os seus filhos, até nós mesmos hoje, herdaram dêle o pecado e a morte. (Rom. 5:12) Sabe por que todos nós somos imperfeitos e morremos? Foi por isso.
25. Que nome deu Jeová ao primeiro deus falso? Como, evidentemente, espalhou-se a adoração de falsos deuses, a partir da terceira geração?
25 Porque o primeiro deus falso era seu inimigo e caluniador, e usara uma serpente para induzir Eva e Adão ao pecado, Jeová Deus chamou-o de ‘dragão, a serpente original, que é o Diabo e Satanás’. (Apo. 20:2; 12:9, NM) Muitos dos netos de Adão devem ter adorado deuses falsos. Muitas coisas relacionadas com a adoração, e que homens pesquisadores desenterraram da terra, pertencentes a épocas passadas, servem para mostrar que o fizeram.b Nos dias de Enós, neto de Adão, chegaram até ao ponto de chamar outras coisas pelo nome de Jeová: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome de Jehovah.” (Gên. 4:25, 26) A adoração falsa deve ter-se acelerado quando os filhos angélicos de Deus, no céu, desceram desobedientemente do céu, assumindo a forma de belos homens e casando-se com as lindas mulheres, criando filhos chamados nefilins. “Naqueles dias os nefilins se mostravam na terra, e também depois disso, quando os filhos de Deus continuaram a ter relações com as filhas dos homens e elas lhes deram filhos, êles eram os poderosos que eram daquele mundo, os homens de fama. Conseqüentemente, Jeová viu que a maldade do homem se havia tornado grande na terra e toda inclinação dos pensamentos do seu coração era só má, todo o tempo.” Não é de admirar-se que a terra estava cheia de violência por causa dêles! A adoração falsa leva sempre a resultados perniciosos. — Gên.6:1-5, 13, NM.
26. Quem foi o primeiro homem que não cedeu à adoração falsa? Que se mostrou ser?
26 Nem todos os homens daquele tempo cederam à adoração falsa. O segundo filho de Adão, chamado Abel, voltou-se para a adoração de Jeová Deus, em quem tinha verdadeira fé. Êle é o primeiro de quem se relata na Bíblia Sagrada que ofereceu a Deus o sacrifício dum animal, e Deus aceitou êsse sacrifício, como quadro profético dum sacrifício maior que eliminaria realmente o pecado e tiraria da condenação à morte os homens e as mulheres que exercem fé naquele sacrifício e que aceitam os benefícios dêle. Por causa da adoração correta de Abel, prestada ao único Deus, seu irmão mais velho, Caim, assassinou-o de ciúme. (Gên. 4:1-8) Há sempre o perigo de que os falsos adoradores odeiem e persigam os verdadeiros adoradores. A Bíblia Sagrada menciona Abel como a primeira testemunha fiel de Jeová na terra. Diz ela: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício de maior valor que Caim, pela qual fé se lhe deu testemunho de que era justo, Deus dando testemunho quanto aos seus dons, e por meio dela, embora morto, ainda fala.” Êle foi a primeira duma “tão grande nuvem de testemunhas” dos tempos antigos. — Heb. 11:4; 12:1, NM.
27. Quem é mencionado a seguir como testemunha de Jeová? Acerca de que profetizou?
27 O sétimo homem da linhagem de Adão chamava-se Enoc. Igual a Abel, êle era também testemunha fiel de Jeová Deus, pois a Bíblia Sagrada nos diz: “Enoch andou com Deus.” (Gên. 5:18-24) Lemos também acêrca de êle dar testemunho de Jeová: “Sim, o sétimo homem em linha desde Adão, Enoc, profetizou também relativo a êles, quando disse: ‘Vê! Jeová veio, com suas santas miríades, para executar juízo contra todos e condenar todos os ímpios com respeito a todos os seus feitos ímpios que fizeram de modo ímpio e com respeito a todas as coisas chocantes que pecadores ímpios falaram contra êle.”’ (Jud. 14, 15, NM) Isto nos fornece uma vista íntima nas condições religiosas existentes na terra, nos dias de Enoc. Aponta também para o dia de juízo que Jeová fixou, “em que se propõe julgar em justiça a terra habitada, por um homem a quem designou, e êle tem fornecido garantia a todos os homens, ressuscitando-o dentre os mortos”. (Atos 17:31, NM) Apenas três gerações depois de Enoc, Jeová Deus forneceu uma demonstração, de âmbito mundial, de como êle pode executar a sentença sôbre tôda a terra habitada. Note como isto se deu. — Heb. 11:5; 12:1.
28, 29. Como provou Noé ser testemunha de Jeová? Como foi a adoração falsa eliminada da terra nos seus dias?
28 Na terceira geração depois de Enoc, vivia um homem cheio de fé, chamado Noé. Nos seus dias, os nefilins, descendentes dos desobedientes “filhos de Deus” e das filhas dos homens, eram “os poderosos que eram daquele mundo, os homens de fama”. Eram criaturas que faziam para si mesmos um grande nome, mas Noé deu testemunho do nome de Jeová, como sendo o único Deus verdadeiro e vivo. — Gên. 6:4, NM.
29 Noé tinha mais de quinhentos anos de idade quando Jeová o avisou de um dilúvio global que viria dentro dos próximos cem anos. Por meio dêsse dilúvio destrutivo, Jeová propôs-se afogar todos os adoradores de deuses falsos, em expressão do seu juízo contra a adoração falsa e pecaminosa. Bastante antes do dilúvio, Jeová disse a Noé que começasse a construir uma arca, ou uma grande nave, na qual seria protegido contra as águas engolfantes. Enquanto construía a arca, Noé era “pregador da justiça” e testemunha de Jeová. (Heb. 11:7; 12:1) No mesmo dia em que as águas irromperam dos céus distantes, Noé e os sete membros da sua família entraram na arca, para a qual já havia trazido espécimes de tôdas as aves e animais. Depois de Deus ter fechado a porta atrás de Noé, veio o grande dilúvio, apanhando todos os adoradores falsos do lado de fora. Todos os nefilins pereceram junto com êles. Mas, os desobedientes “filhos de Deus” abandonaram os corpos humanos em que conviveram com suas esposas e seus filhos, os nefilins, e voltaram para o domínio invisível, espiritual, para ali se tornarem anjos demoníacos, sob o dominador dos demônios, Satanás, o Diabo. (Gên. 7:11-13; 1 Ped. 3:19, 20) Aquêle mundo antigo, de antes do Dilúvio, pereceu sem ser convertido a Deus. “Não hesitou em punir um mundo antigo, mas guardou a salvo a Noé, um pregador da justiça, com outras sete pessoas, quando trouxe um dilúvio sôbre um mundo de pessoas ímpias.” “Por êsses meios, o mundo daquele tempo sofreu destruição, ao ser inundado com água.” (2 Ped. 2:5; 3:6, NM) Com um só grande golpe, o Deus Todo-poderoso destruiu a adoração falsa de cima da terra por extirpar a um só tempo todos os falsos adoradores. Terá êle de repetir tal ato?
30. Que fizeram Noé e sua família depois de saírem da arca? Assim, que se podia dizer então de toda a humanidade?
30 Um ano solar depois de Noé e sua família de sete membros terem entrado na arca, saíram dela a salvo, na cordilheira do Ararat, e soltaram as aves e os animais. Qual foi a primeira coisa que Noé e sua família fizeram ao saírem para a terra purificada? Aquelas oito testemunhas de Jeová adoraram-no como o único Deus. “E Noé começou a construir um altar a Jeová e a tomar alguns de todos os animais limpos e de tôdas as criaturas volantes, limpas, e a oferecer uma oferta queimada sôbre o altar.” Jeová Deus agradou-se com esta renovação da sua adoração pura e êle prometeu solenemente que não haveria mais dilúvio global que destruísse tôda a carne, por causa de adoração falsa. Êle produziu um belo arco-íris como símbolo desta promessa inquebrantável. (Gên. 8:20 a 9:17, NM) Durante algum tempo, êstes oito habitantes remanescentes da terra cumpriram fielmente a adoração de Jeová. Dois anos depois de vir o dilúvio, nasceu um filho, a Sem, filho de Noé, a quem Jeová abençoou especialmente. Outra vez havia um tempo em que todos os homens adoravam um só Deus. Mas agora, devido à introdução do pecado e da morte, por meio de Adão, acrescentaram-se sacrifícios de animais à adoração de Jeová. A humanidade começou novamente com uma só adoração correta, e com pais que eram justos aos olhos de Deus.
JÁ É TEMPO DE ACABAR COM A IGNORÂNCIA
31. Como se iniciou e espalhou a ignorância acerca do verdadeiro Deus, conforme comentado por Paulo na Colina de Marte?
31 Mais de dois mil e quatrocentos anos depois, o apóstolo cristão, Paulo, estava de pé na Colina de Marte, e deu testemunho ao tribunal mais elevado da cidade de Atenas. Êle comentou o fato de que havia então muitas deidades — demônios — que estavam sendo adorados pela grande maioria da humanidade, mesmo pelos filósofos. O verdadeiro Deus, o Criador do céu e da terra e Criador de tôdas as nações dos homens, era-lhes desconhecido. Esta amplamente espalhada ignorância acêrca de Jeová começara algum tempo depois do dilúvio dos dias de Noé. Sucedeu devido aos esforços de Satanás, o Diabo, e dos seus anjos demoníacos, de quebrantar a unidade da humanidade na adoração do Deus que os salvara da destruição no Dilúvio. Nemrod, bisneto de Noé através do seu filho Cam, deu início à violação dos mandamentos de Jeová e à introdução da adoração de heróis, a idolatria e deificação de homens. “Êle deu início a tornar-se poderoso na terra. Êle mostrou-se poderoso caçador em oposição a Jeová. É por isso que há um dito: ‘Igual á Nemrod, poderoso caçador em oposição a Jeová.’ E o princípio do seu reino veio a ser Babel.” (Gên. 10:8-10, NM) Com o decorrer do tempo, seguiu-se a criação de muitas religiões falsas, ao se organizarem tribos e nações diferentes, cada uma com seu próprio estilo de religião.
32. Como continuou a religião verdadeira, desde Noé até Cristo?
32 Será que a religião verdadeira, a adoração verdadeira do único Deus verdadeiro e vivo, não continuou a existir? Continuou. Durante todos aquêles séculos de apostasia da fé pura, uma pequeníssima parcela da humanidade continuou a apegar-se à verdadeira fé e a aumentar no conhecimento de Jeová Deus. Essa parcela partiu de Noé através de outras testemunhas de Jeová, semelhantes a êle, tais como seu filho Sem, e, muitas gerações mais tarde, o fiel Abraão, que “veio a ser chamado ‘o amigo de Jeová”’. (Tia. 2:23, NM) Abraão foi o bisavô das doze tribos de Israel. Jeová fêz com a antiga nação de Israel um pacto ou acordo nacional, por meio do profeta Moisés, e deu-lhes suas leis e a forma aprovada de adoração. Enviou-lhes seus profetas para orientá-los e corrigi-los, e para dar-lhes maravilhosas revelações da verdade. Enviou-lhes finalmente seu próprio Filho do céu, para viver na terra por trinta e três anos e meio, como homem perfeito. — João 3:16, 17.
33. Como mostrou Jesus se ele queria ou não que os homens o adorassem? De que modo é somente ele o mediador entre Deus e os homens?
33 Quando Jesus Cristo estava na terra, imitou êle o poderoso caçador, Nemrod, tentando induzir os homens a adorá-lo? Não, não fêz isso. Quando Satanás, o Diabo, tentou induzi-lo à adoração diabólica, êle disse: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que precisas adorar, e somente a êle precisas prestar serviço sagrado.”’ (Mat. 4:10, NM) Buscou em primeiro lugar ter parte no reino de Deus, e disse aos seus seguidores que fizessem o mesmo, dizendo: “Vós, pois, tendes de orar dêste modo: ‘Pai nosso nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Faça-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.’ . . . Porque vosso Pai celestial sabe que necessitais de tôdas estas coisas. Prossegui, pois, buscando primeiro o reino e a Sua justiça, e tôdas essas outras coisas vos serão acrescentadas.” (Mat. 6:9, 10, 32, 33, NM) A um interrogador judeu, Jesus disse: “Porque me chamas bom? ninguém é bom senão só um, que é Deus.” (Mar. 10:18) Depois, para mostrar que há apenas uma forma correta de adoração e apenas um caminho que leva ao único Deus verdadeiro, Jesus disse aos seus seguidores: “Eu sou o caminho e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6) A razão por que Jesus disse isso era que veio para ser o intermediário ou mediador entre Jeová Deus e os homens. Sob inspiração divina, o apóstolo Paulo declara: “Há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, que se deu a si mesmo em resgate correspondente por todos.” (1 Tim. 2:5, 6, NM) Sendo homem perfeito na terra e morrendo sem pecados, como mártir pelo reino de Deus, Cristo Jesus ofereceu a Deus o único sacrifício de resgate aceitável pelos pecados da humanidade. Portanto, somente êle pode servir de mediador.
34. Como sarou Jeová a ferida da Semente da sua mulher? Que pode fazer agora esta Semente?
34 Induzindo os falsos líderes religiosos na terra a matarem Jesus, Satanás, o Diabo, semelhante a uma serpente, feriu a Semente da mulher de Deus no calcanhar. Mas, por ressuscitar a Jesus dentre os mortos, no terceiro dia depois da sua morte, Jeová Deus sarou a ferida infligida à Semente da sua mulher. Jesus entrou, assim, na vida imortal no domínio celestial, espiritual, e apresentou a Deus o valor do seu sacrifício humano como “resgate correspondente”. Pôde agir, assim, como “um só mediador entre Deus e os homens”, até os nossos dias, neste século vinte. O ressuscitado Jesus está agora em condições, como Semente da mulher de Deus, de ferir a grande Serpente num ponto vital, na cabeça, e assim exterminar tôda a religião falsa.
35. Por que podia Paulo, na Coluna de Marte, falar corretamente sobre um julgamente futuro?
35 O apóstolo Paulo teve uma visão miraculosa do ressuscitado Jesus na sua glória celestial. Paulo conhecia também pessoalmente muitos dos quinhentos seguidores de Jesus Cristo, que o viram em certa ocasião depois da sua ressurreição. De modo que, quando Paulo se achava na Colina de Marte, perante o supremo tribunal de Atenas, e isso lhe lembrou um julgamento, podia de direito falar algo sôbre um julgamento muito maior. O quê? O seguinte: que, por ressuscitar a seu Filho, Jesus, dentre os mortos, Jeová Deus deu uma garantia a todos os homens, inclusive a nós hoje, de que fixou um dia de juízo, para julgar todos os habitantes da terra, por meio daquele a quem designou, o ressuscitado Jesus.
36. Quando, então, é tempo urgente de se arrepender da falsa religião?
36 O juízo de Jeová, por meio do seu Filho designado, no céu, já começou sôbre tôdas as nações hodiernas. Êste é o significado de todos os eventos que abalam o mundo desde 1914, quando irrompeu a Primeira Guerra Mundial entre a humanidade. Jeová Deus não desconsidera mais os tempos de ignorância com respeito a si mesmo. Agora, como nunca antes, por meio de centenas de milhares de testemunhas de Jeová, através da terra, êle “diz à humanidade que todos, em tôda parte, se arrependam”. (Atos 17:30, NM) Já é mais que tempo de se arrependerem da falsa religião, pois nenhuma religião falsa permanecerá de pé sob a execução do seu juízo por meio do seu Juiz designado, Jesus Cristo. Chegou o tempo de Jeová, em que todos os homens precisam adorar e adorarão novamente o único Deus.
37. Será por meio do arrependimento e da conversão do mundo que todos os homens adorarão o único Deus?
37 Estamos nós, pois, na iminência da conversão de todo êste velho mundo à adoração de Jeová Deus? Será que todos os homens que vivem se tornarão testemunhas de Jeová? Será que todos os homens, em tôda parte, se arrependerão e se desviarão das muitas religiões diferentes da cristandade e do mundo não-cristão, para adorarem a Jeová como Deus? Não! O arrependimento e a conversão do mundo são impossíveis! Pois bem, de que modo adorarão todos os homens novamente o único Deus, no seu tempo determinado? Pelo estupendo ato de Deus, acêrca do qual êle tem avisado as nações por meio das suas testemunhas, tanto antes da Primeira Guerra Mundial, como desde então. Agirá contra tôda religião falsa, assim como fêz durante a presença de Noé na terra. Jesus Cristo, quando na terra, não predisse a conversão e preservação do mundo, mas sim a destruição do mundo.
38. Como findará este velho mundo? E isso se dará como nos dias de quem?
38 Ao predizer o fim dêste mundo, com sua confusão de religiões, Jesus disse que a Primeira Guerra Mundial marcaria o comêço do “tempo do fim” do mundo, e que um tempo de tribulação, tal como nunca houve, desde que o mundo começou, marcaria seu fim. Esta tribulação final virá repentinamente sôbre todos os adoradores falsos. “Pois assim como foram os dias de Noé”, disse Jesus, “assim será a presença do Filho do homem [a saber, de Jesus Cristo no reino celestial]. Porquanto, assim como as pessoas eram naqueles dias anteriores ao dilúvio, comendo, bebendo, casando e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e não o perceberam, até que veio o dilúvio e as varreu a todas, assim será a presença do Filho do homem”. (Mat. 24:7-22, 36-39, NM) O dilúvio varreu os nefilins, os filhos desnaturais dos desobedientes “filhos de Deus”, e todos os outros descuidados religiosos falsos, para a destruição repentina e rápida. Apenas os oito adoradores e testemunhas de Jeová Deus, na arca de Noé, sobreviveram ao dilúvio. Assim, também, apenas uma religião sobreviverá.
39. Por que proceder pagarão os adoradores falsos, no meio da destruição do velho mundo?
39 Assim será também no tempo marcado de Jeová, embora o próprio Dilúvio não se repetirá. Seu Filho, Jesus Cristo, está agora presente no reino celestial, como Juiz e Executor real. Dentro desta geração da humanidade, êle, como maior Defensor da adoração pura do Deus verdadeiro e vivo, proferirá sua sentença e executará o juízo sôbre todas essas muitas formas erradas de adoração, que desconsideram e se opõem a Jeová Deus. Todos os adoradores falsos serão executados no meio da destruição do velho mundo impenitente e não convertido. Pagarão assim por não terem dado atenção ao testemunho e aviso salvador de vidas, que as testemunhas de Jeová têm dado persistentemente. Conforme Jesus predisse acêrca dos dias atuais, depois da Primeira Guerra Mundial: “Estas boas novas do reino serão pregadas em tôda a terra habitada, com o propósito de dar testemunho a tôdas as nações, e então virá o fim consumado.” — Mat. 24:14, NM.
40. Quem será preservado através do fim deste velho mundo para gozar o que, depois disso?
40 O Reino não é dêste velho mundo, mas é do novo mundo que Deus criará. O velho mundo terminará, e, junto com êle, seus bilhões de adoradores falsos. Satanás, o Diabo, que é o “deus dêste mundo”, será prêso e encarcerado como num abismo selado, e com êle todos seus anjos demoníacos, por meio dos quais as nações dêste mundo têm sido mal governadas e desencaminhadas. (Apo. 20:1-3) Mas, os pregadores do Reino serão preservados através do fim dêste velho mundo. O Juiz e Executor, designado por Jeová Deus, não executará êsses pregadores fiéis, mas os protegerá e os deixará vivos para o novo mundo de Deus. Gozarão na terra as bênçãos do reino estabelecido de Deus, debaixo de Jesus Cristo.
A BELEZA DA ADORAÇÃO UNIDA
41. Qual será então a situação na terra, imediatamente depois da grande tribulação?
41 Será que avaliamos o que isso significa? Significa que o Deus Todo-poderoso terá realizado seu propósito de que todos os homens adorarão novamente o único Deus, Jeová, o Criador e a Fonte imortal de tôda a vida. Apenas seus adoradores sobreviverão à grande tribulação, na qual o velho mundo, que adora o Diabo, chegará ao fim. Pela revelação de seu poder e justiça, cumprir-se-á então a profecia: “A terra se encherá do conhecimento da gloria de Jehovah, como as águas cobrem o mar.” (Hab. 2:14) Semelhantes a Noé e sua família, depois que o dilúvio destruiu o antigo mundo ímpio, as testemunhas de Jeová, que pregam o Reino, unidamente levarão avante a adoração do único Deus, numa terra purificada de tôda a religião falsa. O deus falso, Satanás, o Diabo, e seus demônios, não estarão livres para iniciar preconceitos e guerras religiosas. O reino do novo mundo só tolerará a religião verdadeira.
42. Que reaparecerá em breve na terra, quando todos os homens que estão viverem na terra, adorarem de novo um só Deus?
42 Originalmente, quando tôda a humanidade adorava o único Deus, Jeová, fazia isso num paraíso terrestre, no jardim do Éden. Assim, também, quando todos os pregadores do Reino, que sobreviverem, praticarem a única religião pura e incontaminada, depois da grande tribulação agora mui próxima, o paraíso reaparecerá pouco depois, não apenas no local do antigo, no Éden, para o leste, mas todo em volta do globo. Os resultados terríveis dos milhares de anos de guerras tribais e internacionais, entre homens de religiões diferentes, serão eliminados, ao passo que aquêles que sobrevivem à tribulação se empenharem na tarefa dada por Deus de subjugar a terra. (Gên. 1:28) Por meio do seu reino, debaixo de Jesus Cristo, Jeová Deus abençoará seus esforços de embelezar o lar terrestre eterno do homem, assim como abençoou a terra da antiga nação de Israel, quando seus habitantes o adoravam e lhe obedeciam, de modo que era uma terra ‘que manava leite e mel, a qual é a glória de tôdas as terras’. — Eze. 20:6, 15; Êxo. 3:8.
43. Que outras criaturas gozarão daquele lindo paraíso? Por quê?
43 Não somente os que sobreviverão à tribulação gozarão dêste lindo paraíso, mas também animais inofensivos o percorrerão e aves de beleza e de canto voarão e saltarão nêle. Tanto animais como aves saíram da arca de Noé, depois do dilúvio da antiguidade, e a profecia bíblica assegura-nos que animais e aves serão também preservados através do tempo da grande tributação e estarão em sujeição aos habitantes do novo mundo. Em vista do sacrifício de Jesus Cristo, não será mais necessário sacrificá-los ao se adorar a Jeová Deus. — Gên. 8:15-22.
44. Como se cumprirá a promessa de Jesus feita ao malfeitor moribundo? Mas, só depois de quem?
44 Quando Jesus estava morrendo como sacrifício numa estaca de tortura, êle disse a um malfeitor, pendurado ao lado dêle: “Em verdade te digo hoje: Estarás comigo no paraíso.” (Luc. 23:43, NM; Tr, ed. 1883) Como se cumprirá a promessa de Jesus a êste malfeitor compassivo, que já está morto por dezenove séculos? Por êle ser ressuscitado dos mortos, debaixo do reino de Deus, quando o paraíso tiver sido restaurado em nossa terra. Ainda mais, tôdas as testemunhas fiéis de Jeová, desde Abel até o profeta João, que batizou Jesus, serão ressuscitados antes daquele malfeitor que morreu por causa dum crime. Jesus asseverou-nos isso. (João 5:28, 29; Mat. 22:31, 32) A ressurreição de Jesus é predecessor e garantia duma ressurreição de justos e de injustos. —1 Cor. 15:20; Atos 24:15.
45. Como será levada avante e preservada a única adoração do único Deus, por parte de todos os homens?
45 Aquelas antigas testemunhas ressuscitadas de Jeová continuarão com sua adoração, junto com os que sobreviverem à tribulação, porém com maior conhecimento e entendimento. Todos os que forem trazidos de volta por meio da ressurreição, serão instruídos no conhecimento de Jeová e na Sua adoração correta. Quaisquer dêles que recusarem unir-se na única adoração pura de Jeová e obedecer-lhe como Deus, serão destruídos como irreformáveis, incorrigíveis. Os adoradores dóceis e obedientes receberão os benefícios do sacrifício de resgate de Jesus e serão libertos da condenação, e curados e elevados à perfeição humana, para viverem por todos os tempos num paraíso bendito. Para todo o sempre, todos os homens que hão de viver adorarão um só Deus, aquêle cujo nome glorioso é Jeová.
[Notas de Rodapé]
a Watch Tower Bible & Tract Society of Pennsylvania, incorporada em Allegheny, Pennsylvania, E.U.A. em 1884.
b Veja-se “Qualificados Para Ser Ministros“, em inglês, Estudo 69, intitulado “Evidências de Adoração Impura Antediluviana“, págs 267-270.
[Foto na página 85]
Colina de Marte