Reconhecendo o Poder do Desejo Errado
“Mas, cada um é tentado por ser atraído e engodado pelo seu próprio desejo. Então o desejo, quando se torna fértil, dá à luz o pecado; por sua vez, o pecado, sendo consumado, gera a morte.” — Tia. 1:14, 15, NM.
1, 2. Quam era Acão e em que respeito era desobediente?
UMA barra de ouro lustrosa, um pouco de prata cintilante e uma bela vestimenta custaram a vida dum homem. Isto aconteceu quando a nação de Israel conquistou a cidade de Jericó, no século quinze antes de Cristo. O nome do homem era Acão. Êle era soldado no exército israelita. O exército estava sob ordens de destruir tudo na cidade. Nada devia ser saqueado, exceto o ouro, a prata e outros metais encontrados ali, mas estes não se tornariam propriedade particular dos soldados. Deviam ser postos no tesouro israelita, que estava dedicado a Jeová Deus.
2 Olhe para trás, àquele tempo, e veja o que está acontecendo durante a busca feita de casa em casa em Jerico: Acão acha-se sozinho numa das casas. Êle encontrou uma barra de ouro, alguma prata e uma bonita peça de roupa caldeia. Ao passar a mão pela vestimenta, êle pensa que lástima é que esta bela peça de roupa tenha de ser destruída. Quanto mais olha para ela e sente o tecido fino, tanto mais a deseja para si mesmo. O mesmo se dá com o ouro e a prata que êle apanha e que pesa na mão. Permite que o desejo destas coisas proibidas aumente nêle. Visto que ninguém o nota no interior escuro da casa, sente-se encorajado de satisfazer seu desejo. Acha que não é de maneira nenhuma possível que alguém descubra que êle tomou estas coisas. Ninguém sentiria falta delas na cidade. Animado por êste pensamento, esconde os artigos e os leva para fora da cidade condenada para a sua tenda. No retiro de sua tenda, puxa para trás um canto da cobertura do chão, cava um buraco e enterra seu despôjo. Pondo a cobertura do chão novamente no seu lugar, Acão desvia-se com um sentimento de satisfação. Êle satisfêz seu desejo, sem que alguém ficasse sabendo disso.
3. Por que não passaram despercebidas as ações erradas de Acão?
3 Acão tinha nutrido e satisfeito um desejo errado. Mas, apesar da confiança em si próprio, suas ações não passaram despercebidas. É verdade que nenhum olho humano viu seu ato desobediente, mas os olhos de Deus o viram. Visto que o Deus de Israel não permitia a presença de tal pessoa para corromper seu povo escolhido, êle deixou Josué saber que Israel se achava profanado aos seus olhos por um ato de desobediência deliberada e de roubo. “Em resposta, Jeová disse a Josué: ‘Levanta-te! Por que estás prostrado sobre o teu rosto? Israel pecou e êles transgrediram também meu pacto que eu lhes dei como ordem, e tomaram também algumas das coisas devotadas à destruição, e também roubaram, e também o mantiveram em segrêdo, e puseram-nas também no meio de seus próprios artigos. os filhos de Israel não poderão levantar-se contra seus inimigos. Darão as costas aos seus inimigos, visto que se tornaram uma coisa devotada à destruição. Provarei não estar convosco, a menos que extirpais a coisa devotada à destruição do meio de vós.’” — Jos. 7:10-12, NM.
4. Como foi descoberto e punido?
4 Josué fêz então que cada tribo passasse diante dêle, e Deus indicou-lhe que o homem culpado pertencia à tribo de Judá. Depois, do meio daquela tribo foi destacada a família dos zeraítas. Cada homem daquela família ia passando, até que veio a vez de Acão. Quando êle chegou diante de Josué, Deus indicou que este era o homem culpado. “Então disse Josué a Achan: Filho meu, dá gloria a Jehovah, Deus de Israel, e confessa-lhe. Declara-me agora o que fizeste; não m’o occultes.” (Jos. 7:19) Quando Acão confessou seu ato iníquo, alguns homens foram à sua tenda e descobriram o despojo, trazendo-o a Josué. Acão foi então levado para fora do acampamento e apedrejado. Assim, o desejo que o levou ao pecado, trouxe-lhe a morte.
5. Que podemos aprender da experiência de Acão?
5 A experiência de Acão ilustra claramente o poder do desejo errado e a que conduz. Mostra que, mesmo que a satisfação dum desejo errado se dê em segrêdo, não passa despercebido. Jeová Deus, o Soberano Universal, o vê. Mas, homens iníquos tais como Acão não reconhecem êste fato. “Diz ele no seu coração: Deus já se esqueceu, esconde o seu rosto; nunca verá isto.” (Sal. 10:11) Mas, Jeová o vê e não se esquecerá. A pessoa tem de ter assim muito cuidado com os desejos que cultiva, certificando-se de que não sejam os errados.
6. Que devemos ter em mente?
6 Deve ter em mente o que o escritor bíblico Tiago diz sobre os desejos errados e a que resultado conduzem. “Mas, cada um é tentado por ser atraído e engodado pelo seu próprio desejo. Então o desejo, quando se torna fértil, dá à luz o pecado; por sua vez, o pecado, sendo consumado, gera a morte.” (Tia. 1:14, 15, NM) E assim foi com Acão. Seu desejo duma barra de ouro, de um pouco de prata e duma peça de roupa induziu-o a pecar e o pecado levou-o à morte. Assim, quando sente a atração magnética dum desejo puxá-lo para algo que é biblicamente errado, lembre-se do que a Bíblia diz sobre o desejo. Lembre-se do que aconteceu a Acão. Daí exerça força de vontade para resistir à atração. Se não opor forte resistência ao desejo, êste ficará cada vez mais forte, até que se torne fértil, fazendo que peque. Isto, por sua vez, justifica um julgamento de destruição da parte de Deus.
MUITOS SUCUMBIRAM AOS DESEJOS ERRADOS
7. Que êrro fizeram algumas pessoas?
7 No decorrer dos anos, tem havido cristãos dedicados que pensavam que podiam brincar com um desejo errado sem se prejudicar. Não se aperceberam do seu poder. Assim, quando foram engodados por êle, não o tiraram da mente. Em vez disso, nutriram o desejo. Pensavam nêle. Ao fazerem isso, sua resistência ficou cada vez mais fraca, até que o desejo os venceu, e êles permitiram que se tornasse fértil. Por tal ação errada tornaram-se impuros aos olhos de Deus e tornaram-se inabilitados para permanecer na sua organização teocrática, assim como Acão tornou-se inabilitado para permanecer nela. Por isso Deus os desassociou. Não os aceitou mais como seus servos. Durante certo período de tempo, apenas um pequeno número dêsses mostrou sincero arrependimento, e, pela benignidade imerecida de Deus, foram-lhes perdoados seus pecados. Permitiu-se lhes então que entrassem novamente na organização teocrática. Mas, esta volta ao favor de Deus foi um caminho dificílimo. Teria sido muito melhor para êles se tivessem resistido de início ao desejo errado.
8. Que disse Pedro sôbre os que satisfizeram desejos errados sem mostrar arrependimento?
8 Os que não mostram sincero arrependimento estão confrontados com a destruição eterna. São os sobre quem o apóstolo Pedro fala ao dizer: “Ademais, muitos se desviarão do caminho e seguirão seus atos de conduta desenfreada, e por causa dêstes se falará abusivamente do caminho da verdade. Também vos explorarão por cobiça com palavras fingidas. Mas, quanto a êles, o juízo, já de tempos antigos, não é vagaroso, e a destruição deles não dormita.” (2 Ped. 2:2, 3, NM) Assim, os desejos errados não devem ser nutridos mentalmente, antes, devem ser postos completamente fora da mente. Não permita que criem raízes.
9. Que êrro fêz Eva?
9 A Bíblia registra muitos exemplos de pessoas, tais como Acão, que não souberam avaliar este fato. Em cada caso, os resultados foram sempre os mesmos — o desejo errado levou ao pecado, e o pecado à morte. Isto foi o que aconteceu à primeira mulher, Eva. Quando se lhe disse que por comer do fruto proibido, no jardim do Éden, ela ficaria sábia e, semelhante a Deus, capaz de julgar por si mesma o que era bom e o que era mal, ela começou a desejar o fruto. Quanto mais pensava nele, tanto mais desejável tornou-se aos seus olhos e tanto mais o desejava. “Consequentemente, a mulher viu que o fruto da árvore era bom para alimento e que era uma delícia para os olhos, sim, a árvore dava prazer em ver. De modo que ela começou a tomar do seu fruto e a comê-lo.” (Gên. 3:6, NM) Seu desejo errado tornou-se assim fértil em pecado. Ela fêz o engano de nutri-lo em vez de lançá-lo fora de sua mente logo de início. No tempo devido, este pecado trouxe-lhe a morte eterna.
10. Qual foi o desejo errado que Adão nutriu?
10 No caso de Adão, foi seu desejo de agradar a Eva, em vez de obedecer a Jeová, que o atraiu ao pecado. Quando voltou de outra parte do jardim e viu o que Eva tinha feito, não a corrigiu, nem recusou participar com ela no pecado. Em vez disso aceitou o fruto de sua mão e participou com ela no ato de desobediência deliberada contra Deus. Seu desejo de agradar-lhe induziu-o a rebelião contra Deus. “E a Adão disse [Jeová]: Porque escutaste a voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei que não comesses; maldita é a terra por tua causa.” Visto que Adão tinha sido avisado de antemão que, se comesse dêste fruto, morreria, sua desobediência significava que voltaria ao pó sem vida do qual tinha sido feito. “Porquanto tu és pó, e em pó te hás de tornar.” (Gên. 3:17-19) Assim, o desejo errado de Adão levou-o ao pecado, e seu pecado, à morte.
11. Por que podemos ter a certeza de que a pessoa não pode nutrir um desejo errado sem se prejudicar?
11 “Visto que o desejo errado tinha o poder de atrair um homem e uma mulher perfeitos ao pecado e à sua morte, devemos ser tão precipitados ao ponto de dizer que um homem imperfeito poderia nutrir um desejo errado na mente, sem que isso “o levasse finalmente à sua realização! Foi sem dúvida por causa dêste fato que Jesus disse: “Mas eu vos digo que todo aquêle que continuar a olhar para uma mulher, ao ponto de sentir paixão por ela, já cometeu adultério com ela, no seu coração.” (Mat. 5:28, NM) Pode-se dizer que tal pessoa já cometeu adultério no coração, porque, se tivesse a oportunidade, seu desejo errado faria que cometesse realmente adultério. Ou, no caso duma pessoa solteira, faria que cometesse fornicação.
12. Como foi Davi induzido ao pecado? Que nos ensina sua experiência?
12 Êste princípio provou ser verídico no caso do Rei Davi, que, ao passear pelo eirado de seu palácio, viu Betsabé tomar banho. Observou-a com desejo passional. Êste o venceu e êle procurou satisfazê-lo, e o satisfêz, embora Betsabé fosse esposa de outro homem. Êle fêz que seu marido fosse posto nas primeiras linhas de combate, para que sua morte fosse certa. Daí, depois de o homem ter sido morto, Davi perseverou no seu desejo errado por tomar Betsabé por esposa. O desejo que êle permitiu, que se criasse no seu íntimo, ao observar Betsabé, induziu-o assim ao pecado aos olhos de Deus. Se não tivesse tido o espírito de sincero arrependimento quando o profeta Natã indicou-lhe seu êrro, êste pecado teria custado a própria vida de Davi. O desejo errado deve, por isso, ser discernido logo desde o início, e deve-se fazer todo o esforço para tirá-lo da mente.
13. (a) Como sabemos que os anjos estão sujeitos ao poder do desejo errado? (b) Qual era o desejo do primeiro anjo que pecou?
13 Quão vitalmente necessário isto é pode-se apreciar melhor ao ser lembrado que até os anjos sucumbiram ao poder do desejo errado. Estas poderosas criaturas espirituais não estão livres dêle, embora sejam muito superiores ao homem. Muitas delas caíram vítimas dêle. O primeiro a cair foi vencido pelo orgulho e pelo desejo de ser semelhante ao Soberano Universal, Jeová. Êle viu a oportunidade de realizar seu desejo por intermédio do primeiro homem e da primeira mulher. Sabia que eles encheriam por fim a terra de sua espécie. Por isso entreteve a visão de dominar sobre uma terra cheia de humanos que todos o adorariam e lhe serviriam. É possível que sua ambição não parasse ali. Via-se depois governando o universo inteiro, ocupando a posição que o próprio Jeová Deus ocupa. Esta ambição audaciosa tornou-se seu desejo ardente. Visto que o nutriu, este cresceu e o induziu à rebelião contra Deus. Porque este espírito rebelde escolheu um proceder de calúnia e oposição a Jeová, êle é chamado de Satanás, o Diabo.
14, 15. (a) Explique como os anjos nos dias de Noé foram induzidos ao pecado. (b) Que lhes causará seu pecado?
14 Mais tarde, nos dias de Noé, outros anjos pecaram. Êstes também, cometeram o engano de entreterem mentalmente um desejo errado, até que êste os venceu. Viram o prazer que os humanos derivaram da união sexual e desejavam isso para si mesmos, embora os anjos fossem criados sem sexo. Nutrindo o desejo na mente, cultivaram um apetite sexual que aumentou cada vez mais, ao continuarem a observar as filhas dos homens com desejo passional. Sabiam que era errado nutrirem tais pensamentos, mas continuaram nisso. Sabiam também que seu lugar era nos céus e que deviam estar contentes com a posição que Deus lhes dera, em vez de querer misturar-se com a raça humana. Eram de uma espécie de vida e a raça humana de outra. Visto que era contra a lei de Deus que as duas se misturassem, deviam ter lançado fora da mente a ideia de terem para si os prazeres sexuais da raça humana. Deviam ter-se livrado dela antes que se arraigasse como desejo e crescesse ao ponto de consumi-los. Isto é o que deviam ter feito, mas não o que fizeram.
15 A fim de satisfazerem sua paixão, êsses anjos abandonaram desobedientemente suas posições celestiais e materializaram corpos humanos, casando-se com as filhas dos homens. Êste pecado trouxe sobre êles o juízo adverso de Jeová, que êle executará no seu próprio tempo devido. “E os anjos que não guardaram sua posição original, mas abandonaram o seu próprio lugar correto de habitação, êle tem reservado, com cadeias eternas, sob densa escuridão, para o juízo do grande dia.” (Jud. 6, NM) Assim como foi com os humanos, assim foi com êles — o desejo errado induziu-os a pecar, e o pecado significará sua destruição. Assim, se o desejo errado tem o poder de arrastar até anjos ao pecado e à destruição, como podem homens imperfeitos nutri-lo sem prejuízo para si mesmos?
16. Qual foi o desejo que destruiu a Judas? Que verdade ilustra sua experiência?
16 Judas foi um dos que mostraram que não se podia fazer isso. Êle nutriu o desejo pelo dinheiro. Permitiu que aumentasse nêle até que fêz dêle não só um ladrão, mas também traidor do Filho de Deus. O que aconteceu a êle ilustra bem a verdade do que se acha escrito em 1 Timóteo 6:9, 10 (NM): “Mas, os que estão resolvidos a tornar-se ricos caem em tentação, e em laço, e em muitos desejos loucos e nocivos, os quais submergem os homens na destruição e na ruína. Porque o amor do dinheiro é raiz de todas as sortes de coisas prejudiciais, e alguns, ao se lançarem em busca dêste amor, foram desviados da fé e se traspassaram todo com muitas dores.” Isso é exatamente o que aconteceu a Judas. Seu amor pelo dinheiro desviou-o da fé e lançou-o na destruição. Sua sorte deve ser um aviso a todos os cristãos dedicados que cometem o engano de cultivar o desejo das riquezas.
17. Por que devemos cuidar de manter o desejo do dinheiro sob contrôle?
17 Mas, algumas pessoas, que antes eram cristãos dedicados, deixaram de tirar proveito da sorte dele. Permitiram que o desejo do dinheiro os absorvesse, e, semelhantes a Judas, foram desviados da fé. Permitiram que seu amor pelas riquezas os afastasse da organização teocrática, e estão agora completamente absortos em satisfazer este amor. Não têm mais interesse em andar no caminho da vida. Visto que isso aconteceu a alguns, não pode acontecer a outros? Não lhe pode acontecer isso também? Pode, se não estiver alerta para resistir ao desejo enganoso da riqueza. Não deve permitir que se apodere de sua pessoa. Portanto, previna-se contra as atraentes ofertas de negócios que o afastariam da associação regular com a sociedade do Novo Mundo e que exigiriam muito do seu tempo, ao ponto de que não possa estudar regularmente as Escrituras ou empenhar-se no ministério cristão. O cristão dedicado deve progredir sem direção a dedicar mais do seu tempo ao estudo bíblico e ao serviço de Deus, não menos.
O AMOR DAS COISAS MATERIAIS
18, 19. Que perigo confronta o cristão nos atrativos materiais do mundo? Por que deve manter seus desejos sob contrôle?
18 Algum cristão talvez não ache que esteja sendo enlaçado pelo amor do dinheiro, no entanto, talvez esteja sendo enlaçado pelo amor de coisas materiais. Êle vê a série lustrosa de produtos de consumo saindo da indústria moderna. Vê e ouve os cativantes anúncios que atiçam a chama do desejo destas coisas. Pensa em quanto gostaria de possuir esta coisa e aquela. Por exemplo, talvez tenha um automóvel, já todo pago, mas êle vê um anúncio atrativo de um dos últimos modelos de automóveis, e imagina que aspecto bonito daria estacionado ao lado de sua casa. Mas, visto que não se pode dar ao luxo de comprá-lo, não vê nada de mal em sonhar com isso. Assim, êle sonha dirigir o carro pela estrada, sentado atrás do volante daquele carro de aspecto chique. Pode até sentir com que facilidade é manejado. Pode ouvir o motor trabalhar em surdina e sentir sua potência ao tocar no acelerador. Ao passo que continua a sonhar com êle dia após dia, seu desejo dêle cresce, e não demora muito até que êle vá à agência para inspecioná-lo. Depois de falar com o vendedor, êle vai para casa para descobrir um modo de financiar o carro, mesmo que se tenha de endividar. Pensa até em fazer trabalho extra para ganhar mais dinheiro, a fim de pagar a dívida. Está disposto a viver além de seus meios, a sacrificar tempo precioso, que poderia ser devotado ao estudo e ao serviço de Deus, a fim de satisfazer o desejo ardente que cultiva dêste novo carro. Naturalmente, outra pessoa talvez cultive o desejo de outra coisa. De qualquer modo, a pessoa busca as coisas materiais pelo sacrifício das coisas espirituais. Se continuar neste proceder, de permitir que os desejos egoístas ocupem o tempo e a atenção que deve a Deus, não demorará muito até que a febre do materialismo o mate espiritualmente, e isso, por sua vez, levará a ser êle morto fisicamente, junto com os amantes dêste mundo materialista.
19 Não há nada de errado em ter as conveniências e os luxos materiais se estiverem ao seu alcance, e se puder mantê-los em seu lugar. Devem servir-lhe, não escravizá-lo. Portanto, vigie seus desejos e mantenha-os sob contrôle, para que não lhe escapem do contrôle. Se fôr cristão agora, êles podem desviá-lo da espiritualidade, se permitir isso. Podem arrastá-lo para a areia movediça do materialismo, e assim desaparecerá gradualmente da vista, não sendo mais visto nas fileiras da sociedade do Novo Mundo. Tê-lo-ão assim afastado da vereda estreita que leva à vida eterna. “Entrai pelo portão estreito; porque larga e espaçosa é a estrada que leva à destruição e muitos são os que entram por ela; enquanto estreito é o portão e apertada a estrada que leva à vida, e poucos são os que a acham.” (Mat. 7:13, 14, NM) Algumas pessoas começam a andar nesta estrada apertada e estreita e continuam nela talvez por alguns anos, mas, depois permitem que a atração magnética dos desejos errados os desviem dela para a estrada larga, na qual avança êste mundo materialista. Assim, o cristão não pode permitir-se ser enlaçado pelo amor de coisas materiais. Isto significaria cultivar os desejos errados que só podem trazer-lhe aflição. Seria tão desastroso para êle como o amor do dinheiro foi para Judas.
CONTROLE OS DESEJOS SENSUAIS
20, 21. (a) Como falhou êste mundo em manter seus desejos sensuais dentro dos limites bíblicos? E qual tem sido o resultado? (b) Por que tem de controlar-se firmemente o cristão?
20 Os desejos carnais podem ser ainda mais difíceis de controlar que os anseios de coisas materiais. Quando nutridos, tornam-se uma chama ardente que devora a pessoa, ao ponto que as leis morais não têm mais significado para ela. A ampla imoralidade dêste velho mundo é claro testemunho disso. Em vez de obedecer às ordens bíblicas contra a imoralidade, o mundo desconsidera-as e permite que os desejos sexuais fiquem desenfreados. Não há nada de errado com o desejo sexual em si mesmo, porque foi posto no homem pelo Criador, mas o êrro está em permitir-se que fuja do controle e arraste a pessoa fora dos limites legais estabelecidos por Deus. O cristão, portanto, não pode seguir o proceder mau adotado pelo mundo, mas tem de manter seus desejos sob controle. Isto exige o exercício da força de vontade. Êle tem de fazer esforços determinados a não permitir que sua mente se detenha em maus desejos sexuais, visto que êstes só o levarão ao pecado.
21 Desde que o mundo permitiu que seus desejos ultrapassassem os limites bíblicos, êle está cheio de pessoas depravadas e lascivas. A respeito delas diz a Bíblia: “Portanto Deus, em conformidade com os desejos de seus corações, os entregou à imundície, para que seus corpos fossem desonrados entre si, aquêles mesmos que trocaram a verdade de Deus pela mentira e veneraram e renderam serviço sagrado à criação antes que Àquele que criou, o qual é bendito eternamente. Amém. Foi por isso que Deus os entregou a apetites sexuais vergonhosos, pois tanto suas mulheres mudaram o uso natural de si mesmas em um contrário à natureza, e assim também os homens abandonaram o uso natural da mulher e ficaram violentamente inflamados na sua paixão de um para outro, homens com homens, fazendo o que é obsceno e recebendo em si mesmos a plena recompensa do que lhes cabia pelo seu êrro.” (Rom.
1:24-27, NM) Em cumprimento ao que as Escrituras dizem, o mundo acha-se corrompido por adúlteros, fornicários, prostitutas e homossexuais. Portanto, visto que o cristão está cercado por tal influência iníqua, êle tem de controlar-se firmemente, para que não seja arrastado pelo desejo errado a cometer os mesmos atos abomináveis. Tem de reconhecer suas fraquezas carnais e não deve pensar que pode seguir os desejos sensuais até o limite bíblico e parar ali. Mesmo que consiga isso por um tempo, será finalmente arrastado por cima da linha de demarcação ao pecado. Isto acontecerá com certeza, visto que as paixões nutridas crescem em força e se apoderam mais firmemente da pessoa. Êle terá então maior dificuldade em tirá-las da mente. Sua melhor defesa é resistir-lhes desde o início.
22. Por que podemos ter a certeza de que a destruição espera êste mundo?
22 Êste mundo moderno é como o mundo dos dias de Noé. As pessoas de então não deram atenção aos limites divinos impostos aos desejos humanos. Não os controlaram, mas se entregaram a eles, cultivando assim suas paixões. Êstes desejos maus induziram-nos ao pecado, e isso resultou na sua destruição às mãos de Deus. “Não hesitou em punir um mundo antigo, mas guardou a salvo a Noé, um pregador da justiça, com outras sete pessoas, quando trouxe um dilúvio sobre um mundo de pessoas ímpias; e por reduzir a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, condenou-as, estabelecendo, para as pessoas ímpias, um padrão das coisas que virão.” — 2 Ped. 2:5, 6, NM.
23. Por que se acha o cristão numa posição perigosa? O que tem de fazer êle?
23 Visto que este velho mundo está confrontado pelo juízo adverso de Deus, o cristão acha-se numa posição muito perigosa. Os desejos cobiçosos do mundo, seu amor do dinheiro e sua cobiça de bens materiais confrontam-no em todos os lados. Êle está constantemente sujeito às suas atrações, suas tentações e seu modo de pensar errado. Por se achar continuamente cercado de tal influência má, torna-se difícil para êle andar no caminho estreito para a vida. Não poderá continuar nêle se permitir que sua mente demore nestas coisas e assim aumente o desejo delas. Se êle deixar de reconhecer o poder do desejo errado e deixar de fazer todo esforço possível para resistir a êle, será inevitavelmente apanhado por suas iscas e conduzido ao pecado e à morte. Portanto, que todo cristão dedicado se lembre do que o poder do desejo errado fêz a Acão, o que fêz a Judas, o que fêz ao primeiro casal humano e o que fêz aos anjos que pecaram. Que cada um reconheça êste poder e faça todo esforço para resistir-lhe, pois seu caminho é o caminho que leva ao pecado e à morte eterna.