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  • O Aumento da Autoridade Papal

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  • O Aumento da Autoridade Papal
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1958
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1958
w58 15/11 pp. 680-684

O Aumento da Autoridade Papal

EM NOSSOS dias, surge da parte de muitos interêsse cada vez maior nas religiões dos outros. Um dos principais sistemas religiosos da cristandade é a Igreja Católica Romana. Ela governa não somente as vidas particulares dos seus aderentes, mas a sua proeminência se faz sentir na vida social das comunidades e na política governamental.

A história mostra que, conforme a cristandade se desenvolveu segundo normas divergentes das do primitivo cristianismo depois da morte dos apóstolos, as igrejas operavam com bastante independência; não se reconhecia nenhum poder governante central.

O primeiro concílio geral foi convocado, não por um potentado eclesiástico, mas pelo Imperador Constantino, em 325 E. C., em Nicéia. Constantino reconheceu as subdivisões provinciais da igreja, e o quinto cânone do Concílio de Nicéia fortaleceu esta divisão por ordenar que tôdas as causas eclesiásticas fôssem finalmente decididas pelos sínodos provinciais. Quanto ao destaque que um podia ter tido sôbre outro, isto não era de alçada religiosa. Ao contrário, o concílio de Calcedônia declarou que a importância dos cabeças religiosos de Roma e de Constantinopla derivava-se da importância política destas cidades. Embora o concílio provincial de Sárdica autorizasse apelos para o chefe da igreja de Roma, isto foi anulado em vista do Concílio de Nicéia.

Roma se “achava em declínio, e a ameaça de seu colapso político pôs em perigo o prestígio religioso de seu bispo. Leão I tomou conta da situação. Êle declarou: “Reavivarei mais uma vez o governo nesta terra, não por trazer de volta os césares, mas por declarar uma nova teocracia, por fazer-me vigário de Cristo, em virtude da promessa feita a Pedro, cujo sucessor eu sou, . . . Usarei, não um diadema, mas uma tiara, símbolo da soberania universal.” A autoridade religiosa do bispo de Roma necessitava de mais do que apenas um fundamento político, e Leão I cuidou que o tivesse. A ideia da sucessão papal a Pedro, apresentada pelo seu predecessor, Inocêncio I, desenvolveu-se para uma boa vantagem sob a pena de Leão, ao passo que as palavras de Jesus; “Tu és Pedro, e sôbre esta pedra edificarei a minha Igreja”, assumiram novo significado. – Mat. 16:18,So.

“Santo” Agostinho pregava contra a aplicação errônea dêste texto a Pedro, como se êste fôsse a rocha, dizendo no seu décimo terceiro sermão: “Tu és Pedro, e sôbre esta pedra (petra) que tu confessaste, sôbre esta pedra que tu conheceste, dizendo: Tu és Cristo o Filho do Deus vivo, edificarei a minha igreja — sôbre Mim mesmo, que sou o filho do Deus vivo: Edificá-la-ei sôbre Mim, e não a Mim sôbre ti.” Ao reivindicar esta recém-achada autoridade, Leão entrou em choque com Hilário de Arles e excomungou-o, visto que não reconhecia esta autoridade, mas se apegava à decisão do Concílio de Nicéia, de que os bispos de qualquer província fariam as decisões eclesiásticas finais.

A situação é embaraçosa: Hilário achava-se sob a prescrição papal, mas foi feito santo. Leão I, que o excomungou, prestara grandes serviços à igreja em firmar a sua autoridade religiosa, e êle também é um santo. Conforme diz Gieseler: “Por exaltar a autoridade do apóstolo Pedro, e por derivar todos os seus direitos desta fonte, bem como por tôdas as suas qualidades pessoais e boa fortuna, êle fêz mais do que qualquer um dos seus predecessores em estender e confirmar o poder da sé romana.”

Nicolau I, no nono século, fêz referência a outro apoio documentário para a sucessão apostólica do papado. Há uma carta de Clemente, em Roma, dirigida a Tiago, em Jerusalém, na qual êle conta que Pedro transferiu-lhe a primazia na igreja, que êle mesmo possuía supostamente. Esta carta foi encontrada num volume publicado por Severino Bínio em 1618, e aprovado pelo Papa Paulo V. Ali aparece também a declaração de Anacleto, alegadamente o terceiro papa, na qual êle confirma a transmissão da autoridade de Pedro para a linha dos papas de Roma. Mas, por que não se fazia menção dêstes documentos em séculos anteriores, quando a questão surgiu pela primeira vez? O fato é que não existiam no tempo alegado. Eram falsificações posteriores e têm sido repetidas vêzes expostos como tais.

AFETADO CADA ASPECTO DA VIDA

Embora fraudulentos, eram poderosos para aumentar o poder papal. Disse o historiador Daunou: “Já no fim do oitavo século, as decretais de Isidoro implantaram as sementes da onipotência pontifícia. Graciano ajuntou os frutos destas sementes e as tornou ainda mais frutíferas; a côrte de Roma, apresentada como fonte de tôdas as decisões irrefragáveis, como tribunal universal que decidia tôdas as diferenças, dissipava tôdas as dúvidas, esclarecia tôdas as dificuldades. Ela foi consultada de tôdas as partes por metropolitanos, por bispos, por cabidos, por abades, por frades, por senhores, até por príncipes, e pelos fiéis da nobreza. . . . Interêsses gerais, controvérsias locais, disputas individuais iam todos em última instância, e às vezes em primeira instância, ao papa; e a côrte de Roma adquiriu esta influência sôbre os pormenores da vida humana, (se pudermos chamá-los assim,) que é entre tôdas as outras a mais formidável, precisamente porque cada um dos seus efeitos, isolado dos outros, não parecia ter grande consequência. Isidoro e Graciano transformaram o papa num administrador universal.”

O celibato, embora praticado depois do terceiro século, foi confirmado por Gregório VII no século onze e impôsto aos clérigos, cortando assim os laços locais e retendo apenas suas obrigações para com a igreja de Roma. Para cimentar ainda mais solidamente a sua submissão à autoridade crescente do pontífice romano, estavam sujeitos a um voto de lealdade a êle, jurando servir os seus interêsses, manter em segrêdo todos os seus negócios e fazer todo o possível para destruir os que se opunham ao papa. E depois, num movimento bem planejado, em 1870, embora desconsiderando os protestos de proeminentes clérigos e os argumentos que apresentavam, o papa foi declarado infalível nas enunciações feitas como chefe da igreja. Assim se estabeleceu a autoridade suprema do papa nas questões religiosas no mundo católico.

Esta autoridade estende-se até o católico individual, especialmente através do sacerdócio. A posição dos clérigos ficou grandemente fortalecida quando Alexandre de Hales e Tomás de Aquino, junto com o Concílio de Latrão, no século treze, deram forma a ideia de que o sacerdote podia transubstanciar a hóstia da eucaristia no corpo verdadeiro do Salvador a favor dos homens. Ao mesmo tempo prescreveu-se a todos que confessassem seus pecados a um sacerdote, pelo menos uma vez por ano. Que poder se acumulava nas suas mãos ao serem convocados para superintender os aspectos importantes da vida cobertos pelos sacramentos e para orientar as consciências dos homens por meio do confessionário! Este era um poder, porém, que não lhes cabia exclusivamente. Sua posição como servos do papa fazia-o um poder papal.

PODER POLÍTICO

A seguir, voltemos nossa atenção para outro aspecto do poder papal. A atividade da parte da Igreja em assuntos políticos tem sido evidente desde os dias primitivos. Constantino reconheceu-a como religião do estado, assim como se dá hoje em muitos países. Mas, a igreja queria mais do que reconhecimento religioso. E assim encontramos outra falsificação nos registros. A chamada “Doação de Constantino” foi apresentada no século oitavo como base da reivindicação de autoridade temporal por parte da igreja. Este documento apresenta Constantino como dizendo: “Para que a supremacia papal não fique rebaixada, mas ultrapasse em honra e poder a tôda autoridade terrestre, doamos e concedemos, não somente o nosso palácio, como já dito, mas a cidade de Roma e todas as províncias, lugares e cidades da Itália e das regiões ocidentais, ao supramencionado e bendito Papa Silvestre, bispo universal, e aos seus sucessores na autoridade e no poder papal.”

Leão III tomou a si fortalecer a sua autoridade por coroar Carlos Magno como imperador dos romanos, em 800 E. C. Gregório VII viu uma fraqueza na posição de Henrique IV, governante do império germânico, e aproveitou-se da ocasião para fortalecer o seu próprio poder. Quando Henrique rejeitou as exigências do papa para renunciar a certas prerrogativas que afetavam a igreja, o papa, em concílio em Roma, depôs Henrique e declarou que os súditos dêle não lhe deviam mais obediência. O descontentamento da parte do povo trabalhava a favor de Gregório, e Henrique IV perdeu o trono e se viu obrigado a ajoelhar-se aos pés do papa pedindo perdão. De fato, Roma era uma potência internacional que se tinha de tomar em conta. Um governante era lançado contra outro para fortalecer o poder papal.

No século doze compilaram-se as Decretais de Graciano, uma coleção de leis eclesiásticas. Daunou diz a respeito delas: “Por meio delas, os clérigos eram considerados como não sendo responsáveis perante os tribunais seculares; os poderes civis foram sujeitos à supremacia eclesiástica; o estado das pessoas ou os atos que o determinavam eram regulados, validados ou anulados absolutamente pelos cânones e pelos clérigos; o poder papal foi liberto de tôdas as restrições.”

Charles Butler, famoso escritor católico, diz, ao comentar a lei romana e canônica: “Em certa medida pode-se atribuir às compilações de Isidoro e de Graciano, um dos maiores infortúnios da igreja, a pretensão dos papas de poder temporal por direito divino. Que esta pretensão tão infundada e tão ímpia, tão nociva à religião e tão hostil à paz de mundo, tenha sido feita, é estranho; mais estranho ainda é o bom êxito que obteve.”

O Papa Inocêncio III contribuiu pessoalmente muito para este bom êxito do papado no campo da política internacional. Suas decisões afetaram profundamente a posição dos governos da Europa. O apoio que deu a Oto de Brunswick tornou possível que Oto ganhasse o trono alemão, em vez de Filipe da Suábia, mas quando Oto deixou de mostrar a devida apreciação, o papa excomungou-o e criou uma pressão internacional que o esmagou. Quando Filipe Augusto, rei da França, recusou submeter a questão de seu novo casamento à igreja, Inocêncio II colocou todo o reino francês sob um interdito e venceu o rei. Poucos anos depois, numa disputa com o Rei João da Inglaterra, impôs-se outro interdito, declarando-se que seus súditos se achavam desobrigados, e êle foi deposto pelo papa; o papado ganhara mais uma vez e o estado se via obrigado a submeter-se.

A história moderna abunda também em evidência do poder político dos papas. O Vaticano não é apenas um centro religioso. Pelo Tratado de Latrão, de fevereiro de 1929, tornou-se estado soberano, politicamente independente, com a bênção de Mussolini, com quem foi negociado êste tratado. Em 1933, Eugênio Pacelli, agora Papa Pio XII, assinou uma concordata com Franz von Papen, do Reich germânico de Hitler. A igreja era franca na sua hostilidade contra a República Espanhola durante a guerra civil ali; ela estava determinada a impor os têrmos da concordata de 1851, segundo os quais a Igreja Católica foi declarada a única religião na Espanha. Em março de 1942 estabeleceram-se relações diplomáticas entre o Vaticano e Tóquio, Japão. O efeito destas alianças é demasiado bem conhecido a esta geração para precisar de repetição. O Vaticano é uma das mais astutas potências político-diplomáticas do mundo; Sem dúvida, o poder papal inclui o poder político.

PROSCRITA A BÍBLIA

Apesar do contrôle religioso e político existente, os interêsses papais nunca poderiam prosperar enquanto a Bíblia estiver disponível aos homens. O próprio Jesus disse: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32) O papado estava bem a par disso, e diversas comunidades pequenas de pessoas que procuravam sinceramente conformar-se a Palavra de Deus eram evidência inconfundível de sua veracidade. Massacres tais como o dos albigenses no sul da França e o da noite de S. Bartolomeu, junto com a temida Inquisição, mantiveram o povo nas garras do mêdo. Mas, enquanto a própria Bíblia se achava disponível, havia também disponível a fonte da liberdade do mêdo.

Em vista disso, não é surpreendente lermos o décimo quarto cânone do quarto concílio de Tolosa, na França, de setembro de 1229, que “proíbe aos leigos estar de posse de qualquer exemplar dos livros do Velho e do Novo Testamento, exceto o Saltério e tais partes delas conforme se acham contidas no Breviário ou nas Horas da Virgem Bendita; proíbe estritamente estas obras na língua vernácula”.

Temores similares da verdade bíblica foram expressos pelos cardeais na côrte romana do Papa Júlio III, em 1550, quando disseram: “A Bíblia é o livro que, mais do que qualquer outro, tem suscitado contra nós tumultos e tempestades pelas quais quase perecemos. De fato, se alguém examinar de perto e comparar o ensino da Bíblia com o que ocorre em nossas igrejas, descobrirá logo discórdia e reconhecerá que nossos ensinos são muitas vêzes diferentes da Bíblia, e ainda mais vêzes contrários a ela, e se o povo acordar a êste fato, nunca deixará de desafiar-nos, até que tudo seja revelado, e então nos tornaremos o objeto de escárnio e ódio universais. Portanto, é necessário retirar a Bíblia da vista do povo, mas com extrema cautela, para não causar rebelião.”

Em que, então, temos de concluir, edificou-se a autoridade papal? Certamente não na Palavra de Deus, porque tem sido necessário escondê-la do público, a fim de que a autoridade papal mantenha a sua posição. Ela se baseia em alegações forjadas de sucessão apostólica desde Pedro, em requisitos antibíblicos de celibato para os clérigos e nas afirmações da infalibilidade do papa. Foi firmada nas vidas da populaça pela elevação da posição do sacerdote aos seus olhos, por se exigir que ele seja chamado para oficiar nos eventos principais da vida, por submeter a consciência dos homens à sua tutela no confessionário e pelo mêdo. E foi pela intriga internacional que o poder de Roma se firmou na política. — 1 Tim. 4:1, 3.

Não haja engano sôbre isso, o poder papal não é de Deus. Em vez de servirem a Deus, os papistas proscreveram a sua Palavra e queimaram os que se atreveram a lê-la. O papado não somente mostrou ser amigo do mundo, porém mostrou também que é decididamente parte dele e que é governado pelo deus dele. Jesus tornou claro que seus discípulos “não são do mundo”, e Tiago acrescentou que “aquele: . . . que quiser ser amigo do mundo, constitue-se inimigo de Deus”. — 2 cor. 4:4; João 17:14; Tia. 4:4.

OBRAS DE REFERENCIA USADAS

The Papal Conspiracy Exposed, de Edwara Beecher.

The Catholic Encyclopedia.

Cyclopaedia de McClintock e Strong.

Beacon Lights of History, de John Lord.

Church History, de John Laux.

The Popes and Their Church, de Joseph McCabe. The Vatican in World Politics, de Avro Manhattan.

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