Ensinando Homens de Boa Vontade
“Portanto, ide e fazei discípluos de pessoas de todas as nações, . . . ensinando-as a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado.” — Mat. 28:19, 20, NM.
1. (a) Em que fracassam principalmente os sistemas educacionais do velho mundo? (b) Que medidas tomam os homens de boa vontade para evitarem a destruição junto com o velho mundo?
EDUCAÇÃO incorreta custará a vida deste mundo na batalha do Armagedon. Não é o fracasso de suas escolas em produzir cientistas e engenheiros em número suficiente o que ameaça a sua segurança eterna. Mas a sua ruína se deve a não ensinarem aos homens a temer a Deus. As palavras encontradas em Oséias 4:6 são tão apropriadas para a cristandade hodierna como o eram para o antigo Israel: “Por falta de conhecimento foi destruido o meu povo. . . . visto que tu te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.” Mas, centenas de milhares de homens de boa vontade estão demonstrando seu desejo de obter a educação duma fonte mais elevada por se voltarem para a sociedade do Novo Mundo de Jeová. Dizem: “Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus é convosco.” Desejam aprender. O que se lhes ensinará são ‘as coisas que Jesus mandou’. E o modo mais eficiente de ensiná-los é o modo em que Jesus e seus apóstolos o fizeram. — Zac. 8:23.
O ENSINO DE JESUS
2. Quais são algumas das coisas destacadas ensinadas por Jesus?
2 Em poucas palavras, o que foi que Jesus ensinou? Ele veio principalmente para dar testemunho da verdade a respeito de seu Pai, Jeová, glorificá-lo e tornar conhecido o seu nome. (João 17:4, 26; 18:37) Êle deu grande ênfase ao reino de Deus como a coisa pela qual os homens deviam orar e na qual deviam depositar a sua confiança. Ensinou aos seus discípulos que o buscassem primeiro. (Mat. 6:10, 33) Aprenderam a respeito da provisão de salvação feita por Deus. A necessidade de amor e de humildade ficou gravada nas suas mentes. Ensinou-lhes a demonstrarem sua fé pelas obras da fé, a se tornarem instrutores da verdade. E ensinou-lhes tanto a ter fé nas Escrituras Sagradas como a ajudar outros a ter fé nelas.
3. Que resultará se copiarmos o método de ensino de Jesus?
3 Ao estudarmos cuidadosamente o método de instrução usado por Jesus, seremos felizes em verificar que a nossa própria capacidade de ensino melhora e a nossa produção de frutos no ministério aumenta. Não devemos esperar que todos nos dêem ouvidos; nem todos deram ouvidos a êle. Mas as ovelhas reconheceram a sua voz e lhe seguiram, porque êle é o Pastor Correto. Se ensinarmos as coisas que Jesus ensinou e do modo como êle as ensinou, então, por meio de nós, as ovelhas poderão também reconhecer a voz do Pastor Correto e voltar-se-ão ansiosamente para seguir, não a nós, mas a êle. — João 1:16.
4, 5. (a) Qual é a diferença entre a pregação e o ensino? (b) Que coisas a respeito do Pai ensinou Jesus aos seus discípulos?
4 Dizer algo a uma pessoa, pregar-lhe, é uma coisa; mas ensinar a pessoa, ajudar-lhe a entender e a crer, é uma coisa bastante diferente. Jesus ensinou pacientemente aos seus discípulos as coisas â respeito de seu Pai, pois sabia que adquirirem conhecimento Dele significaria vida. “O temor de Jehovah é o principio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é o entendimento.“ (Pro. 9:10) Quando chegassem a conhecer a Jeová e a ter o devido temor dele, mostrariam sabedoria, saberiam o que fazer com as coisas que aprenderam, porque a sabedoria é a capacidade de usar o conhecimento.
5 Jesus não lhes disse apenas que orassem ao Pai, mas mostrou-lhes como fazê-lo. (Mat 6:5-15) Ensinou-lhes a confiar em Deus a aceitar as coisas que sustentam a vida como provisões da parte de seu Pai celestial. (Mat. 6:25-34) Fortaleceu a confiança dêles nas Escrituras como sendo a Palavra de Deus por fazer citações delas e explicá-las a êles. Êle explicou à mulher samaritana que seria errado limitar a adoração de Deus a alguma cidade ou montanha, porque “Deus é espirito; e é necessário que os que o adoram, o adorem em espirito e em verdade”. (João 4:24) Em vista da relação existente entre o homem e Deus, êle indicou que seria apenas correto que as obras do homem sejam feitas, não para exaltar a êle, o homem, mas para louvar a Deus. “Assim, também, deixai brilhar a vossa luz perante a humanidade, para que vejam as vossas obras corretas e dêem glória a vosso Pai que está nos céus.” (Mat. 5:16, NM) Jesus viera para glorificar a seu Pai e para ajudar aos homens de boa vontade a ver a relação dêles a Êle; por isso certificou-se de que êstes pontos ficassem profundamente gravados nas mentes e nos corações dos seus discípulos.
6. Com que ilustrações mostrou Jesus o que êle queria dizer com ‘buscar primeiro o reino’?
6 ’Busque primeiro o reino de Deus’. É fácil de dizer, mas como pode êste ponto ser expresso de tal modo que seu significado seja entendido e que governe a vida do ouvinte? Jesus sabia que, se as coisas a serem aprendidas pudessem ser ilustradas com as vidas de seus ouvintes, com as suas experiências diárias, com os seus desejos e costumes, então seriam mais facilmente compreendidas, porque seus ouvintes poderiam formar um quadro mental das coisas de que falava. Ele comparou o desejo intenso que se deve ter para com esse reino ao desejo que o homem deve ter tido quando, ao ter encontrado um tesouro enterrado, foi vender todos os seus bens para comprar o campo onde se achava o tesouro. (Mat. 13:44) Êle comparou a capacidade de se reconhecer o sinal que marcaria a sua presença no poder do Reino à capacidade e se observar a mudança do tempo. A pessoa pode aprender se quiser. (Mat. 24:32, 33) A falta de gratidão pelo convite ao Reino foi ilustrada pela atitude indiferente dos homens convidados por um rei a uma festa de casamento, mas que se preocupavam demais com outros interesses para virem à festa. Sua resposta desrespeitosa ao seu governante acarretou-lhes a punição. — Mat. 22:1-14
7. Como avisou Jesus contra os falsos instrutores e mostrou que nem todos herdarão o Reino?
7 Era óbvio que nem todos herdariam o Reino, Jesus usou a atitude de dois filhos para esclarecer este ponto. Um dêles era externamente respeitoso para com seu pai, mas não obedeceu. O outro estava no princípio um pouco relutante em fazer a vontade de seu pai, mas arrependeu-se de seu êrro e obedeceu. “Qual dos dois fez a vontade do pai?” perguntou Jesus. “O segundo”, disseram êles. Que introdução vigorosa para o argumento de que os líderes religiosos, exteriormente justos, tinham fracassado quanto a aceitarem o ensino de João Batista, mas os pecadores, que anteriormente não aceitaram a Palavra de Deus, arrependeram-se e eram então candidatos ao Reino! (Mat. 21:28-32) Mostrou quão indesejável seria recorrer aos falsos instrutores religiosos em busca de alimento espiritual por compará-los a pratos sujos, dos quais ninguém gostaria de comer. De fato, disse ele, têm bom aspecto por fora, como “sepulcros branqueados”, mas ninguém gostaria de ser parte da corrução que há dentro. (Mat. 23:25-28) Outros talvez entendessem melhor o ponto pela sua referência aos peixes que seriam rejeitados dentre os que o pescador apanhou, por isso êle usou a parábola da rede. (Mat. 13:47-50) Êle fêz que a mensagem criasse vida na mente de seus ouvintes por usar tais ilustrações apropriadas.
8. De que modo tornou Jesus atraente a aceitação do meio de salvação provido por Jeová?
8 Outro ponto que tinham de aprender é que Jesus é aquele por meio de quem Deus provê a salvação. A idéia não agradou a todos, e para muitos Jesus era “uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo”. (1 Ped. 2:8) Jesus, porém, apresentou magistralmente o assunto, de forma que agradaria ao seu ouvinte e seria para a bênção eterna dêle. Para a mulher samaritana, que trabalhava àrduamente, tirando cada dia água dum poço, Jesus associou os benefícios da crença com o trabalho diário dela. “Quem beber da agua que eu lhe der, nunca mais terá sêde; pelo contrario a agua que eu lhe der, virá a ser nele uma fonte de agua que mana para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa agua, para que eu não tenha mais sêde, nem venha aqui tiral-a.” (João 4:14, 15) Ela estava interessada, e êle continuou a explicar mais. Para os outros que se lhe opunham êle pintou um quadro que seria difícil de esquecer. Comparou o ato de o rejeitarem ao ato perverso dos cultivadores duma vinha, que recusaram pagar o que deviam ao dono dela, e que até mataram seu filho quando êle veio cuidar do assunto. — Luc. 20:9-18.
9. Como e por que lhes ensinou êle o amor e a humildade?
9 Jesus sabia que o amor e a humildade eram essenciais para se ganhar a vida no novo mundo. Adquiri-los exige educação do coração. Aprenderiam melhor vendo-os demonstrados; por isso êle chamou a atenção das pessoas às inúmeras expressões de amor que Jeová lhes tinha demonstrado. Podiam também observar o amor e a humildade na atitude de Jesus e no seu ministério, na “terna afeição” que sentia por aquêles que ensinava, nas suas orações ao seu Pai no céu, quando lhes lavava os pés e quando depôs voluntàriamente a sua vida a favor da humanidade. Ao meditarem nas coisas que viam e ouviam, esta instrução começaria a penetrar nos seus corações, para abrandá-los e fazê-los reagir com aceitação. “Amamos, porque êle nos amou primeiro.” — Mat. 9:36; 1 João 4:19, NM.
10. Que belos exemplos de refutação, encontramos nos registros do ministério de Jesus?
10 Quando Jesus enviou seus discípulos, deu-lhes instruções cuidadosas quanto a como deviam realizar seu trabalho. Disse-lhes o que deviam dizer e o que deviam fazer. Preparou-os para a oposição que encontrariam e incutiu na mente dêles quão grandioso privilégio êles tinham. (Mat. 10:1-28) Sabiam que o ensino exigiria que tanto apresentassem a verdade a homens de boa vontade como rechaçassem os ataques insinceros dos adversários. Ao passo que observavam Jesus, aprendiam a lidar com as situações que surgissem. A posição dêle era forte; êle tinha a verdade. Um exemplo da sinceridade e do vigor do seu argumento encontra-se em Mateus 9:11-13. Os fariseus tentaram fazer que os discípulos de Jesus se sentissem embaraçados, por levantarem a pergunta: “Porque come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?” O próprio Jesus respondeu à pergunta: “Os sãos não precisam de medico, mas sim os enfermos. Porém ide aprender o que significa: Misericórdia quero, e não holocaustos; pois não vim chamar os justos, mas os pecadores.” Em outra ocasião levantou-se uma questão por êle ter curado pessoas enfermas no sábado. Sua resposta não podia ser refutada: “Qual de vós, tendo uma ovelha, se ela ao sábado cair em uma cova, não lançará mão dela para tiral-a? Ora quanto mais vale um homem que uma ovelha! Logo é licito fazer o bem nos sábados.” (Mat. 12:9-12) Quando não se faziam perguntas com o desejo de aprender, suas respostas eram muito breves, mas eram fraseadas de tal modo que os ouvintes honestos reconheciam que êle, ensinava a verdade.
11. O que fazia que o ensino de Jesus fosse tão persuasivo?
11 O que é que dá tal vigor às palavras de Jesus? Por que é a sua linguagem tão persuasiva? Em primeiro lugar, porque êle ensinava a verdade e tinha o espírito de Jeová. Também, foi porque êle a apresentou em têrmos que seus ouvintes podiam fàcilmente entender. Os pecadores podiam fàcilmente entender a idéia quando ilustrada com coisas referentes a peixes e a rêdes. Quem daqueles que entendem alguma coisa da lavoura não apreciaria seus comentários sobre a colheita, sôbre homens trabalhando na vinha, sobre a galinha com os seus pintos, sôbre um animal que caísse numa cova e sôbre o tempo? Os que tinham afazeres domésticos entendiam melhor a mensagem quando ilustrada pelos remendos em roupa velha, pêlo efeito do fermento sôbre o pão, por pratos sujos e pelas coisas que as crianças faziam. Para outros, as referências ao salário e à Geena, o depósito de lixo de Jerusalém, transmitiam vividamente as idéias. Jesus era flexível, adaptável na sua apresentação da verdade. A própria mensagem não mudava no mínimo, mas êle entendia as pessoas a quem ensinava porque estava interessado nelas, e êle tratava do assunto do ponto de vista delas. Êle observava a reação de seus ouvintes e tomava isso em consideração nos seus comentários adicionais. Associava os pontos difíceis de aceitar com as coisas que conheciam muito bem. Dava seu conselho de modo claro por usar o contraste vivido. Êle é um instrutor a quem devemos copiar.
PAULO ENSINAVA JUDEUS E GENTIOS
12. Num sermão aos judeus, como apresentou Paulo o assunto da crença de Cristo? O que, em particular, fez que seus argumentos interessassem seus ouvintes?
12 Paulo, apóstolo zeloso de Jesus Cristo, dedicou todo o coração à obra de ensinar a verdade; e também no registro de seu ministério encontramos muitos pontos úteis. Em Atos 13:16-41 acha-se um sermão que êle proferiu perante judeus, e êste é um belo exemplo para nós seguirmos. O sermão é interessante, persuasivo e conciso. Note que de início Paulo evitou qualquer argumento sôbre a superioridade do judaísmo por dirigir-se a êles como sendo um povo que temia a Deus, e reconhecendo depois que “o Deus deste povo de Israel escolheu nossos pais”. Mas êle não usou de tanto tato que deixasse de apresentar a verdade. Colocou o alicerce para a sua palestra sôbre o Messias por apresentar matéria histórica aceitável que mostrava a obstinação da nação. Por introduzir João Batista no argumento, êle ilustrou que uma figura pública, então bem conhecida, tinha aceito a Cristo. Êle argumentou que a rejeição de Cristo por parte dos governantes não tirava a êste o mérito; ao contrário, cumpria as profecias e devia confirmar a sua fé nele. Com tato ligou então a crença em Jesus com a aceitação do amado Rei Davi, mostrando então a superioridade da posição de Jesus. Êle construiu seu argumento sobre coisas que eles conheciam e em que criam. Numa conclusão estimulante, instou com eles que não cumprissem as profecias que descreviam os que zombariam em descrença. Nenhum judeu sincero que conheça a história de seu próprio povo e que creia sinceramente nas coisas escritas pelos profetas de Deus pode dar as costas aos argumentos apresentados ali.
13. O que fazia a apresentação da verdade por Paulo tanto interessante como eficiente, mesmo para os que não aceitavam a Biblia?
13 Paulo falava de si mesmo como alguém a quem se confiaram as boas novas, pelo Senhor Deus, para as pessoas das nações. Pregar a estas apresentava problemas bastante diferentes dos encontrados entre os judeus. Atos 17:22-31 contém um exemplo de como as boas novas podem ser apresentadas a tais pessoas, e oferece uma boa orientação para os que têm uma designação similar hoje em dia. Paulo estava interessado nas pessoas a quem servia e observava seu modo de vida. Êle começou por fazer observações interessadas sobre a devoção religiosa deles e por comentar um dos seus lugares de adoração. Ligou a adoração verdadeira, não com a idolatria deles, mas com seu desejo correto de adorarem um Deus desconhecido. Visto que o povo adorava muitos deuses, Paulo explicou cuidadosamente o que êle queria dizer quando falava de Deus. Arrazoou que Aquêle que é Criador do mundo não poderia ser um ídolo, nem poderia viver em templos feitos pelos homens. Agora é o tempo, argumentou Paulo, para nos informarmos sobre o Seu propósito e para nos conformarmos a êste, a fim de que possamos ter uma posição favorável no dia de juízo. Não podia haver nenhuma confusão entre esta mensagem e aquilo que ouviam nos seus templos. Embora isso fosse usar tato, era também pertinente. Tornava claro quem era Deus, que esperança êle nos apresenta e o que nós devemos fazer. Apresenta os seus sermões tão bem assim?
O ENSINO HODIERNO DA VERDADE
14. Ilustre como alguém pode ajudar com tato aos moradores que dizem que aprendem as mesmas coisas na igreja.
14 De modo que as testemunhas de Jeová visitam hoje em dia os lares em obediência à ordem de Jesus, de ensinar tôdas as nações e tornar-lhes conhecidas as “boas novas do reino”. Querem ter a certeza de que as pessoas aprendam realmente, que vejam a diferença entre a mensagem que apresentam da Bíblia e os ensinos apresentados dos púlpitos comuns da cristandade. Se disser ao freqüentador comum de igreja que temos de ter fé, êle responderá que ouve isso também na igreja. Diga-lhe que êle precisa aquirir conhecimento de Deus, e êle lhe assegurará que sabe disso. Sim, êle crê também no reino de Deus, dir-lhe-á. O ministro que estiver qualificado para ensinar não pode achar que seu trabalho acabou por apenas dizer ao morador estas coisas. Se a pessoa estiver disposta a escutar, o ministro desejará certificar-se de que entenda a mensagem. Por isso, o ministro passa talvez a indicar que a fé necessária para se agradar a Deus é mais do que mera crença; ela tem de basear-se no conhecimento acurado da Sua Palavra. (Heb. 11:1, 6) Ao falar a respeito de Deus, pode indicar que Deus tem um nome, Jeová, e que, para realmente o conhecermos, temos de entender os seus propósitos conforme apresentados na Bíblia. (Sal. 83:18) Ou, ele pode esclarecer que o Reino é um governo real que opera desde o céu e que eliminará em breve tôda a iniqüidade da terra, e que temos de harmonizar agora as nossas vidas aos requisitos de Deus, se quisermos, ganhar a vida eterna debaixo dele. — Dan. 2:44.
15. Como no caso dos cristãos primitivos, o que torna eficiente o ensino administrado pelas testemunhas de Jeová hoje em dia?
15 Os membros das igrejas possuem hoje em dia a Bíblia, e muitos ouviram o que ela diz. São muito parecidos aos judeus nos dias de Jesus; estes possuíam as Escrituras e ouviram muitas vezes a leitura delas. Mas não entendiam o sentido delas. Quando Jesus e os apostolos ensinavam as pessoas, estas ficaram surpresas com isso. Êstes não ensinavam como os clérigos religiosos faziam. Eram sinceros, sabiam que ensinavam a verdade e o espírito santo de Deus os apoiava. (Atos 4:13) Assim, hoje em dia, quando as testemunhas de Jeová fazem seu ministério nos lares das pessoas, usam a Bíblia com perícia, lendo os textos bíblicos apropriados e tomam então tempo para chamar atenção aos pontos de instrução contidos nestes textos, comentando a sua aplicação aos nossos dias. Não pregam apenas; são também instrutores da Palavra de Deus.
16, 17. Que conselho excelente dá a Bíblia sôbre como devemos realizar nosso ministério quando encontramos pessoas que não estão interessadas, e que efeito tem isso sôbre o nosso ensino?
16 Quando Jesus não foi recebido favoravelmente em certa aldeia samaritana, Tiago e João ficaram irados e disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céo para os consumir?” (Luc. 9:54) Jesus repreendeu-os por isso. Faremos bem em tomarmos a peito esta ocorrência. Não há razão para ficarmos agitados quando encontramos indiferença ou até mesmo oposição aberta. O conselho de Paulo é: “O escravo do Senhor não precisa lutar, mas precisa usar de tato para com todos, estar qualificado para ensinar, refreando-se debaixo do mal, instruindo com mansidão os que, não estão favoravelmente dispostos, visto que Deus talvez lhes dê arrependimento conduzindo a um conhecimento acurado da verdade, e êles possam recuperar os seus sentidos do laço do Diabo, visto que foram apanhados por êle vivos para a vontade dêste.” — 2 Tim. 2:24-26, NM.
17 Somos enviados a pregar-lhes a verdade. Uma língua ferina, cortante, é raras vêzes bom instrutor. “O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino.” “(Pro. 16:21, Al) Nossos corações estão com as pessoas que foram “abusadas e maltratadas como ovelhas sem pastor”. (Mat. 9:36, NM) Embora possam rejeitar friamente a mensagem quando as visitamos, não ficamos ressentidos com isso. “O amor é longânime. Não busca os seus próprios interêsses, não fica provocado. Não guarda lembrança da injúria.” (1 Cor. 13:4, 5, NM) Sabemos que significa para elas vida se aceitarem a verdade. Não queremos impor a mensagem a tais pessoas, mas queremos “instruir com mansidão os que não estiverem favoràvelmente dispostos’. Por causa desta atitude amorosa da parte das testemunhas de Jeová, milhares de pessoas aprenderam a verdade. “O coração do sábio faz que a sua boca mostre compreensão, e isso acrescenta persuasão aos seus lábios.” (Pro. 16:23, NM) Sendo sábio, seu coração, ou a sede da motivação, é movida pelo amor. Isto lhe ajuda a manter focalizada a verdadeira situação das pessoas que serve, a mostrar compreensão nos tratos com elas. Faz que algumas ouçam o que êle tem a dizer, sendo persuadidos por isso e “recuperando os seus sentidos do laço do Diabo’.
O PROGRESSO A MADUREZA
18. (a) Como demonstram as testemunhas de Jeová verdadeiro amor pelos homens de boa vontade? (b) Que sugestões se dão para capacitar os ministros cristãos a terem certeza de que a instrução que fornecem tenha realmente proveito?
18 Quando as testemunhas de Jeová encontram alguém que atende à voz do Pastor Correto, acham elas que acabou o serviço? Absolutamente não. Ajudam-lhe a se associar com o rebanho das ovelhas do Pastor e a crescer à madureza cristã. Revisitam-no regularmente, cada semana, para estudar a Bíblia com tal atento, para que possa ver o que a Bíblia o manda fazer. Aquele que estiver dando a instrução deve ter grande cuidado de certificar-se que a pessoa de boa vontade esteja realmente aprendendo, que entenda os pontos apresentados e que faça progresso em direção à madureza. Nem todos progredirão no mesmo passo, mas, por haver organização cuidadosa, o desenvolvimento espiritual de cada um receberá a devida atenção. Anime os novos a se expressarem. “Aquele que está sendo instruído oralmente na palavra, partilhe tôdas as boas coisas com aquele que dá tal instrução oral.” (Gál. 6:6, NM) E, ao se dar um comentário, se este não fôr dado aparentemente com entendimento, mostre-se um verdadeiro instrutor por palestrar mais sobre o assunto, fazendo o estudante dar mais comentários. Ensine ao estudante a raciocinar, a ver a relação com as coisas anteriormente aprendidas, e a incluir nas suas respostas os textos que as provam corretas. Repita os pontos especialmente importantes, para que não sejam esquecidos.
19. O que, além do conhecimento acurado, nos devemos esforçar a ensinar também às pessoas de boa vontade?
19 Necessita-se ainda mais, se esta pessoa deve realmente tornar-se discípulo de Cristo Jesus. Ela precisa aprender a olhar para Jeová em busca de orientação e a cultivar o vivo desejo de agradar-lhe. Deve-se-lhe ajudar a apreciar o ponto de vista do salmista Davi, quem disse: “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus. Teu espírito é bom; guie-me êle na terra da retidão.” (Sal. 143:10,NM) Devemos ajudar-lhe a gravar a lei de Deus no coração, mais do que fazer que tenha as respostas na cabeça. “E, isto é o que continuo a orar, que o vosso amor abunde cada vez mais no conhecimento acurado e no pleno discernimento, para vos poderdes certificar das coisas mais importantes, para que sejais sem defeito e não façais tropeçar a outros até o dia do Cristo, e para que estejais cheios de fruto justo, que é por meio de Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus.” (Fil. 1:9-11, NM) Sim, quando a verdade criar raízes e se desenvolver no coração da pessoa, ela começará a dar frutos. — Mat. 13:23.
20. Como podem os recém-interessados ser preparados para participarem em ensinar a outros a verdade?
20 Não leva usualmente muito tempo até que o de boa vontade comece a ver que os cristãos têm um trabalho para fazer. Mas, no caso de alguns leva mais tempo do que no de outros decidirem-se no coração a fazê-lo. Isso não ocorre de repente, mas há muita coisa que o bom instrutor pode fazer em preparação disso. Gaste cada semana um pouco de tempo para familiarizá-los com a organização de Jeová e como ela opera. Familiarize-os com as reuniões e como elas são realizadas. Convide-os a assistir. Ao lhes falar sobre o seu próprio ministério de casa em casa durante a semana, mostre-lhes brevemente da Bíblia por que o faz dêste modo. (Atos 20:20) Mais tarde, poderá relatar uma experiência animadora que teve ao revisitar uma pessoa de boa vontade. Esta oportunidade pode ser usada para mostrar que Jesus ordenou que se apascentassem as ovelhas. (João 21:15-17) Em outra ocasião poderá familiarizá-los com o programa de treinamento e com o fato de que os novatos não são enviados por conta própria, mas que se lhes auxilia amorosamente passo a passo, até que se sintam qualificados para ajudar outros. Não pense que precisa convidá-los ao serviço logo a primeira vez que lhes falar sobre isso. Prepare-os para isso. Ao passo que o arranjo inteiro tome forma na mente deles, e à base dos estudos que dirige com êles, começarão a ver a urgente necessidade de que outros aprendam e desejarão ter parte nisso. O amor, baseado no conhecimento, removerá qualquer temor de dizerem aos outros o que aprenderam e substituirá o temor pelo desejo ardente de mostrarem a sua apreciação a Jeová por servirem a ele. — 1 João 4:18.
21. Que trabalho precisa ser feito agora urgentemente?
21 Em todas as partes do mundo há grande necessidade de instrutores das boas novas. Como cristão, acha-se qualificado para ensinar? Está dando os passos para progredir além da infância cristã, para poder ser instrutor? Está disposto a usar as verdades e as habilidades que agora possui para ajudar outros a aprender a verdade, para que possam ganhar a vida no novo mundo de Deus? Em caso afirmativo, é agora o tempo para participar neste privilégio de serviço, dado por Deus. Ao participar nele, quer seja novo, quer experiente no ministério, siga o conselho registrado em 1 Timóteo 4:16 (NM): “Presta constante atenção a ti mesmo e ao teu ensino.”