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  • Baalismo, Antiga Religião Materialista de Canaã
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1959
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w59 1/3 pp. 141-143

Baalismo, Antiga Religião Materialista de Canaã

Durante os últimos cinqüenta anos, uma onda de pensamento materialista religioso tem inundado a cristandade. Todas as suas seitas maiores e menores ficaram afetadas pela sua influência desencaminhante. De fato, toda a cristandade se tem revestido do materialismo, especialmente no sentido de ganhar dinheiro, de adorar o estado na forma de nacionalismo e de rebaixar as restrições dos sexos. Isto faz lembrar os dias do Rei Jeú, quando Israel tinha ficado na maior parte apóstata em razão da religião materialista do baalismo.1 Por esta razão, é de interesse prático examinarmos o que estava envolvido nesta antiga religião materialista de Canaã e como ela foi praticada, como laço satânico sutil para os adoradores de Jeová em Israel. — Juí. 2:3.

Pouco se sabia do baalismo, além das muitas referências bíblicas até 1929, quando os arqueólogos escavaram o local da antiga cidade cananéia de Ugarit, mais tarde conhecida como Ras Shamra. Muitos artefatos religiosos e centenas de tábuas de argila, parte duma biblioteca, foram descobertos ali, pertencentes ao período imediatamente anterior à ocupação israelita da Palestina. Reconheceu-se a língua como semítica e ela foi por fim decifrada. A língua conhecida como ugarítica está intimamente relacionada tanto com o hebreu bíblico como com o fenício. À base dêstes documentos tornou-se pela primeira vez possível obter um conhecimento bastante bom de algumas das suas crenças mitológicas e de como praticaram a sua religião em Canaã.2

OS DEUSES DE CANAÃ

Sabe-se agora que El era considerado o deus principal destes cananeus pagãos (el em hebraico significa “deus”). Numa estela encontrada em Ras Shamra, o deus El é demonstrado como assentado num trono, sendo que o rei de Ugarit apresenta uma oferta diante dele.O deus é representado como maduro em idade, paternal e majestoso em aparência. A esposa de El é Asera, a conselheira dos deuses, a deusa da fertilidade, representada em símbolo por um poste sagrado.(1 Reis 18:19; veja-se NM)Para completar a trindade dos deuses principais, El e Asera tinham um filho notável, Baal, também considerado deus. Baal era o deus da chuva e da tempestade, e acha-se em Ras Shamra representado numa estela como brandindo na mão direita um cacete e segurando na esquerda um relâmpago estilizado, terminando numa ponta de lança. Um dos títulos de Baal é “Zebul [o Enaltecido] Senhor da Terra”. Êste sobreviveu, sem dúvida, no nome do deus Baal-Zebub, em 2 Reis 1:2, e na referência feita a Satanás como sendo Belzebu ou Beelzebul, em Marcos 3:22. A irmã de Baal é a deusa Anat, representada como “a virgem”. Diz-se que a esposa de Baal foi a deusa Astarot (Astarté) mencionada em Juizes 2:13.

As tábuas de argila descobertas em Ras Shamra revelam o “Mito de Baal”.3 (Baal, nos dialetos cananeus e no hebraico, significa “dono, amo”) Do relato dado torna-se óbvio que este mito pagão procura representar religiosamente as alternações das estações em Canaã. Baal controlava supostamente a chuva, e assim energizava o solo, para este dar à luz a vegetação. Visto que os cananeus dependiam inteiramente da regularidade da chuva e da vegetação, era deste ponto de vista materialista que eles consideravam a Baal como fator extremamente importante. Desde abril até o fim de outubro não havia chuva na Palestina, exceto os aguaceiros muito raros fora da estação. Crescem apenas os vegetais e as plantas que podem obter a água necessária do pesado orvalho matinal. Perto do fim de outubro, começam as chuvas, e elas continuam intermitentemente através do inverno, até o fim de abril. O inverno, portanto, é uma estação geral das chuvas. Logo cedo na primavera, por volta de fevereiro, plantam-se os cereais; que são colhidos em maio ou junho, embora o tempo exato varie de acordo com a estação e com a região do país. Em abril, em resultado das chuvas, o país inteiro está coberto de rica vegetação, inclusive de toda sorte de belas flores silvestres. Por volta do fim de maio, tudo isso desapareceu, e a paisagem assume um aspecto seco, exceto as árvores e os ocasionais arbustos que podem sobreviver à estação seca.4

A mente materialista dos cananeus personificava as forças da natureza como razão da existência destas coisas. A Chuva e a Tempestade (o deus Baal) era morto cada primavera, depois duma grande batalha com a Morte (Mot). Assim, durante os meses do verão, a Morte reinava suprema. Por que começam as chuvas em outono? Porque a Morte é vencida por Anat, irmã de Baal, e Baal volta à vida. Por que está a terra coberta de rica vegetação na primavera? Por causa do casamento de Baal com a Fertilidade, sua esposa Astarot.

Onde se enquadra o homem terreno no baalismo? Esta religião antiga era mais uma instituição pública, um modo comunal de vida, do que uma experiência individual. O deus El era considerado como a divindade suprema, que dominava sobre uma sociedade invisível de deuses, enquanto que Baal era seu primeiro ministro, que dominava sobre a sociedade visível dos homens, refletindo-se o que estava acontecendo no domínio invisível. O grande Baal era também considerado como sendo o conjunto dos muitos Baales (baalins) locais. A comunidade citadina ou estatal achava-se casada com seu Baal local e era assim fertilizada para produzir. As pessoas faziam apenas parte da coletividade, sujeita às forças de Baal. Baal era para êles a fôrça real, materialista e dinâmica que energizava. Era como um marido que desempenha sua função sexual com relação à esposa, e que, por dizer assim, a “energiza”. Seu grande deus Baal podia assim energizar o solo para produzir vegetação e seu Baal local podia energizar uma comunidade animada de homens e animais. Sendo assim o conjunto coletivo da cidade considerado parte da personificação do próprio Baal local, muitas localidades assumiam seu nome, tais como Baal-Hermon, Baal-Meon, Baal-Hazor, Baal-Sefon e outras.5

NACIONALISMO RELIGIOSO

Em realidade, era o predecessor do nacionalismo moderno. A coletividade foi representada como sendo o Baal local, do qual o indivíduo era parte, assim como o norte-americano individual faz parte da coletividade chamada de “Tio Sam” e o britânico individual é parte de “John Bull”. Cada grupo “baalista” nacional parece sentir que é de algum modo superior aos outros é que constitui o melhor país debaixo do sol. Crêem também que seu conceito do invisível “el”, a quem oram pela vitória e em cujo altar militar sacrificam seus filhos, esteja especialmente interessado no progresso de sua sociedade nacional e de seus interêsses materiais. Apegam-se às suas distintivas características e tradições nacionais, nas quais se orgulham. Êstes nacionalistas extremos são da idéia de que se associarão depois da morte com seus antepassados em sociedades nacionais exclusivas e similares, no domínio invisível. Em outras palavras, uma vez cananeu, sempre cananeu, até mesmo cananeu no “porvir”.

Muitos nacionalistas modernos ficam tão emocionados quando vêem seu emblema nacional passar numa parada, que a sua pele fica tôda arrepiada. No baalismo, isso é considerado evidência duma experiência religiosa, supostamente em temor respeitoso dos deuses, constituindo o que os cananeus chamavam de “pele de galinha”.6 O baalismo crê também na imortalidade humana, que a alma continua a viver. De fato, os que morrem são chamados no baalismo de elohim (um dos deuses), conforme foi confirmado pela feiticeira cananéia de Endor, que se referiu ao falecido Samuel como “deus”. (1 Sam. 28:13) Êste modo de pensar baalista, nacionalista, tem hoje cativado a maior parte da cristandade. Tiago chama a tudo isso corretamente de adultério espiritual com êste mundo. Deveras, os cristãos apóstatas uniram-se, em sentido bem real ao moderno Baal. — Tia. 4:4.

Cada cidade cananéia construía seu próprio santuário de Baal, em honra de seu padroeiro local. Nomearam-se sacerdotes, para dirigir a adoração neste santuário e também nas suas muitas capelas nos morros vizinhos, conhecidas como os “altos”’. (2 Reis 12:3) Uma imagem de seu deus El ou Baal ocupava a capela e podia ser vagamente discernida pelos adoradores, e perto do altar, do lado de fora, havia um pilar de pedra, a masseba, símbolo fálico do deus. Depois havia também um poste sagrado de madeira,representando a deusa Asera, que era considerada como sendo a esposa de “el”. Nestas capelas faziam-se ofertas e sacrifícios comunais. Até sacrifícios humanos eram oferecidos nos seus altares. (Sal. 106:37, 38) Ali se adorava também a deusa da fertilidade, Astarot, esposa de Baal, por meio de prostituição no templo. Os homens e as mulheres assistentes, que ministravam nestas capelas para êste fim, eram chamados de kedeshim e kedeshoth, significando “pessoas consagradas”.7

Jeová, o Deus de Israel, avisara contra a adoração de Baal e ordenara a sua eliminação do país em que iriam entrar. (Deu. 7:5, 6) Mesmo antes de tomarem posse da Terra Prometida, Satanás engodou a muitos a se desviarem para as relações sexuais baalistas, para cometerem realmente fornicação física. (Núm. 25:2, 3; 1 Cor. 10:8) Mais tarde, Israel foi enlaçado a fazer concessões ao baalismo. Satanás fêz que pensassem que ainda podiam reconhecer a Jeová como seu Deus nacional, mas que ao mesmo tempo deviam ser “realistas” e dar alguma atenção às forças materiais que faziam as plantas crescer e os rebanhos e manadas ter cria.

A experiência triste de Israel, de cair vítima do baalismo materialista, é reproduzida hoje em escala mundial pelos que afirmam servir ao Deus Altíssimo. Jesus continua a ter razão ao dizer: “Ninguém pode servir a dois senhores.” (Mat. 6:24) As seitas religiosas da cristandade não podem hoje servir ao verdadeiro Deus do céu e ser ao mesmo tempo adoradores de Baal.

OBRAS DE REFERÊNCIA

1 2 Reis 10:20-27; veja-se Podeis Sobreviver ao Armagedon Para o Novo Mundo de Deus, págs. 277-279 na edição inglesa.

2 Light from the Ancient Past, 1946, de J. Finegan, págs. 146-148.

3 Ancient Religions, 1950, de V. Ferm, no capítulo sôbre “A Religião dos Cananeus,” de Theodor H. Gaster, págs. 135, 136.

4 Biblical Archaeology, 1957, de G. E. Wright, págs. 105-111.

5 Juí. 3:3; Num. 32:38; 33:7; 2 Sam. 13:23.

6 Ancient Religions, página 119.

7 Man’s Religions, 1949, de J. B. Noss, págs. 493, 495.

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