BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • w63 15/2 pp. 117-121
  • O mais pequeno veio a ser milhares

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • O mais pequeno veio a ser milhares
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1963
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • PRIMEIRA VIAGEM NA ÁFRICA
  • MÉTODOS DE ENSINO
  • DE VOLTA AS ÍNDIAS OCIDENTAIS
  • Era conhecido como “Bíblia Brown”
    Anuário das Testemunhas de Jeová de 2014
  • Uma herança que me fez ‘florescer no pátio de Deus’
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová (Estudo) — 2019
  • “O amor nunca falha”
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1995
  • Pioneiros do século 20
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1983
Veja mais
A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1963
w63 15/2 pp. 117-121

’O mais pequeno veio a ser milhares’

Conforme relatado por W. R. BROWN

A INDEPENDÊNCIA estava chegando ao território colonial britânico da Nigéria no outono de 1960. Na preparação para esse evento, o Dr. Nnamdi Azikiwe, o governador-geral, fez a observação ao seu Conselho de Ministros: “Então todos os chefes de religião foram convidados, e o chefe ou representante das testemunhas de Jeová?” Alguns dos ministros do Conselho, inclusive clérigos, objetaram à base de que as testemunhas de Jeová se abstêm da política e, por conseguinte, não ajudaram o governo. A isso, o Dr. Azikiwe, a quem conhecia há muitos anos, replicou: “Se todas as seitas religiosas fossem como as testemunhas de Jeová, não teríamos assassínios, nem arrombamentos, nem delinqüências, nem prisioneiros e nem bombas atômicas. As portas não precisariam ser trancadas dia a dia.” Todos os ministros do Conselho ficaram calados. Daí, o governador concluiu: “Convidem o Sr. Brown para representar as testemunhas de Jeová.”

Isso explica o cabograma que recebi em Trinidad em fins de 1959, convidando-me, bem como à minha esposa, a visitar de novo a Nigéria, com todas as despesas pagas. Aceitamos com satisfação. No setembro seguinte, após pararmos em Nova Iorque e Londres, desembarcamos no Aeroporto de Reja, na Nigéria, onde fomos cumprimentados por um oficial. “Esse novo Chevrolet é seu”, disse ele, “para levá-los onde quiserem ir na Nigéria até que partam. Este homem é seu chofer.” Fomos de carro até à residência do governador, onde o Dr. Azikiwe veio ao encontro do nosso carro. Ele tinha feito arranjos para que ocupássemos o seu dormitório pessoal durante a nossa visita.

Alguns dias mais tarde, algumas autoridades de alto nível e as esposas destes vieram a um jantar. Entre eles se achavam o representante da rainha, o Lorde Perth, e o ex-governador de Jamaica e da Nigéria, Sir Arthur Richards. O Dr. Azikiwe convidou-nos à mesa de jantar onde todos já estavam sentados exceto eu e minha esposa. “Conheço o Sr. e a Sra. Brown já por cerca de trinta anos”, disse o Dr. Azikiwe, “eles têm contribuído grandemente à edificação espiritual do nosso povo na Nigéria. Portanto, Sr. Brown, tome a cabeceira da mesa e, Sra. Brown, tome a outra extremidade”.

Sem a mínima dúvida, o governador-geral da Nigéria apreciou o nosso trabalho como testemunhas de Jeová. Mas lembro-me do tempo em que a nossa obra era desconhecida, não só na Nigéria, mas também no resto da África Ocidental. Por esse motivo, o Juiz Rutherford, o então presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados da América, me havia convidado, bem como à minha pequena família, a sair das Ilhas das Antilhas e atravessar o Atlântico para a costa ocidental da África. Foi um prazer aceitar essa designação.

PRIMEIRA VIAGEM NA ÁFRICA

Eu, minha esposa e meu filho chegamos em Freetown, Serra Leoa, em abril de 1923. Não éramos convidados do governo naqueles dias. Com efeito, não sabíamos exatamente onde nos hospedaríamos. Perguntei a um dos naturais: “Há hotéis aqui?” Ele replicou: “Dois. Um homem branco toma conta de um, e uma senhora daqui toma conta do outro. Vê aquele edifício de três andares? Vá para lá e será hospedado.” E fomos hospedados num quarto limpo e fresco.

Mediante os jornais e convites impressos anunciei uma série de discursos no Salão Comemorativo dos Soldados Mortos na Guerra, de Wilberforce. O meu primeiro tópico foi: “Os Espíritos em Prisão — Quem São Eles? Por Que Estão Ali? E Como Jesus Pregou a Eles.” A cidade estimulada desejava saber donde havia vindo este homem Brown e o que iria ele dizer. O amplo salão ficou superlotado, centenas de pessoas tiveram que voltar. Cerca de seis clérigos de batina uniram-se ao povo em aplaudir ao passo que um ponto após outro era esclarecido. A multidão voltou para casa satisfeita com a explicação, e qual não foi a minha alegria. O assunto da conferência no domingo seguinte os fez meditar e falar. “Ouviu a última?” diziam eles. “Pode-se ir ao inferno e voltar de lá!”

Naquele domingo mais uma enorme assistência veio e ouviu o discurso: “Para o Inferno e Voltando de lá — Quem Está Ali?” A assistência aplaudiu outra vez os argumentos bíblicos, e o resultado do discurso foi que muitos membros proeminentes de igreja pediram demissão e daí entraram para a organização de Jeová. Os clérigos viram o que estava acontecendo e começaram a fazer um ataque público contra mim nos jornais.

Tendo fracassado o ataque através dos jornais, alugaram então um grande edifício chamado Igreja de Buxton e, chamando a si mesmos de “Gladiadores”, realizaram uma série de seis discursos, um cada noite. O advogado que arrumaram para fazer às vezes de presidente lhes disse no fim da série que haviam fracassado em derrubar o “russelismo”, conforme o chamavam. No jornal diário eu desafiei os seis Gladiadores” a um debate público de duas horas por noite sobre diversos assuntos. Eles recusaram-se a aceitar e repreenderam o editor do jornal por ter impresso o meu desafio sem consultá-los. Foi muito mais fácil dar testemunho em Freetown após isso.

Prossegui a minha pregação e a dar discursos, e Jeová deu o aumento com a expansão da congregação de Freetown. Visitei Bathurst, Gâmbia, em 1927, e dei também testemunho na Libéria na Câmara dos Deputados, onde coloquei muitos compêndios bíblicos. Tive também o privilégio de visitar Gana e a Nigéria, levando comigo o meu carro com alto-falante. O clero na Nigéria ficou alarmado com o meu testemunho destemido e tentou impedi-lo.

Naquele tempo o público dava pouca importância ao que chamava “a religião do homem branco”. Foi apropriado eu falar no Salão Comemorativo dos Soldados Mortos na Guerra, de Glover, sobre o fracasso da religião da cristandade. Concordemente, anunciei o discurso nos três principais jornais. Um editor católico submeteu o anúncio ao Dr. Moses Da Rocha, que escreveu uma carta e mandou publicar ao lado do meu anúncio. Ele instou com o governo da Nigéria para que proibisse as minhas reuniões ou pelo menos enviasse guardas para manter a ordem. Ele apelava para diversos líderes religiosos em Lagos no sentido de que enviassem os seus representantes mais habilitados à minha reunião e arrasassem as minhas “teses heréticas”. Compareceram policiais e muitos representantes eclesiásticos.

Durante a exposição da cristandade, a assistência interrompeu com aplausos. Quando a reunião esteve aberta a perguntas, o filho de um clérigo anglicano fez duas perguntas, às quais se deu a resposta, e tentou fazer uma terceira pergunta, quando eu disse: “Queira sentar-se e permitir que outros façam perguntas também.” Outras perguntas foram propostas e respondidas para a satisfação da assistência. Concluí a reunião oferecendo-lhes o livro brochado Libertação por uma modesta contribuição. Esvaziaram todas as caixas que levamos ao salão e até vieram à minha casa à noite em busca de mais livros. Quando fizemos o inventário, descobrimos que haviam adquirido 3.900 livros! Foram a todas as partes colocando-os com os seus vizinhos. Foi um dia alegre no serviço missionário.

MÉTODOS DE ENSINO

Ao dar discursos sempre usava slides com lanterna, o que me possibilitava projetar todos os textos bíblicos numa tela e daí explicá-los. As pessoas adquiriram assim muito entendimento das Escrituras e escreveram muitas cartas à Sociedade encomendando Bíblias. É assim que vim a ser chamado de “Bíblia Brown”, um apelido conhecido por muitos na costa ocidental da África.

Ao entrar numa aldeia com o carro munido de alto-falante, costumava ir ao chefe da aldeia e o convidava a assistir ao discurso que iria ser dado na frente de sua residência. Não era incomum o chefe mandar um homem pela aldeia para anunciar o discurso tocando um sino. O povo do chefe estendia um grande tapete e colocava uma cadeira para ele. Ele se sentava ali e um homem segurava uma sombrinha sobre ele e às vezes um homem com um enorme leque de avestruz o abanava. Milhares de pessoas assistiam e aceitavam com entusiasmo os pontos bíblicos.

Em diversas ocasiões, fui de carro de Freetown até Gana, onde dava testemunho, discurso e mostrava o Foto-Drama da Criação, produzido pela Sociedade. Em Acra, arrumei o maior teatro da cidade para dar o discurso “Todas as Nações Estão Marchando Para o Armagedon — Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão”. Centenas de pessoas tiveram de ficar de pé lá fora e ouvir, e os jornais fizeram boa publicidade. Todavia, o “Conselho Cristão” de Gana fez objeções ao meu discurso sem rodeios e em resultado disso o governo declarou-me um imigrante proibido. Passaram dois anos e um novo governo foi empossado. Os irmãos fizeram um requerimento pedindo que me dessem permissão de visitar Gana. Foi assinado por milhares de pessoas e apresentado às autoridades. Concedeu-se a permissão! Qual não foi a minha felicidade de ir ver meus filhos no Senhor e assistir a um congresso no país de Gana. — 3 João 4.

Durante os vinte e cinco anos que fui servo de filial na África Ocidental nunca fiquei à vontade na cadeira no escritório por muito tempo. Organizava o meu horário de modo que pudesse estar fora com o carro munido de alto-falante, falando das boas novas oralmente e pela página impressa. As cartas que recebi do irmão Rutherford eram revigorantes e fortalecedoras durante aqueles anos.

Em 1930, fixamos residência na Nigéria. Quatorze congregações foram organizadas ali no período de 1931 a 1938, e, por volta de 1947, o número crescera vertiginosamente para 165. Num novo campo em que se lançava o fundamento eu tinha de fazer às vezes de servo de congregação, de circuito e de distrito, embora estas incumbências tivessem nomes diferentes naquele tempo. Duas vezes por ano tínhamos os nossos congressos em cinco ou seis lugares e eu assisti a todos eles, havendo dias em que eu dirigia mais de 600 quilômetros para chegar até a próxima assembléia. As assistências variavam de 65 até mais de 2.400. Durante os anos difíceis da Segunda Guerra Mundial, os irmãos não esmoreceram. A filial da África Ocidental traduziu muitos livros e folhetos para os idiomas locais.

Em 1947, a Sociedade pôde enviar-nos dez graduados da Escola Bíblica de Gilead da Torre de Vigia. Três deles foram designados a Serra Leoa, dois a Libéria, dois a Gana e três a Nigéria. Eu fazia setenta anos de idade naquele tempo e senti-me alegre que Jeová havia providenciado mãos voluntárias para continuar a obra. Poucos meses depois, os missionários de Gilead incumbiram-se da responsabilidade dos deveres da filial, vindo também em visita o presidente da Sociedade, o irmão Knorr, junto com o irmão Henschel, seu secretário. A reunião foi bem alegre.

DE VOLTA AS ÍNDIAS OCIDENTAIS

Eu e a irmã Brown permanecemos na África Ocidental até 1950 e daí fizemos planos para regressar para as Índias Ocidentais. Um membro do Conselho Legislativo que era também editor de um dos principais jornais achou que a nossa partida era digna de ser noticiada. Ele publicou um artigo no Daily Times, intitulado: “‘BÍBLIA BROWN’ DIZ ATÉ À VISTA, NÃO ADEUS.” O editor fez um histórico sobre os meus vinte e sete anos na África Ocidental, descrevendo-me como orador controverso da Bíblia e comentando: “Hoje ‘Bíblia’ Brown se tornou uma instituição e é amigo de todos, dos jovens e dos idosos, dos europeus, dos africanos e dos libaneses, até mesmo dos que discordaram com ele e odiaram a sua propaganda religiosa. . . . Lagos sentirá falta do rosto familiar de ‘Bíblia’ Brown, e todos os seus amigos lhe desejarão, bem como à Sra. Brown, muitas felicidades no seu novo lar nas Ilhas das Antilhas.” Foi especialmente comovedora a carta de despedida que recebi dos irmãos na Nigéria. Dizia, em parte: “Sim, ‘um homem veio a ser milhares’ não é conversa vã, mas os fatos incontestáveis revelam que à sua chegada à África Ocidental não havia nem sequer uma pessoa como testemunha de Jeová. Mas ao passo que pregava, começou a crescer de um para sete em 1928. Não parando nisso, o aumento passou de sete até à formação de [congregações]. Resultou no estabelecimento de um escritório filial e hoje mais de dez milhares estão atendendo pelo nome honroso, testemunhas de Jeová, na Costa Ocidental da África. . . . dizemos adeus com lágrimas nos olhos ao irmão e à sua família.”

No caminho de regresso à Trinidad, tivemos o privilégio de assistir ao congresso internacional de 1950, no Estádio Ianque, em Nova Iorque. Revigorados, seguimos o nosso caminho para Trinidad, e mais tarde para Jamaica, onde estou ocupado no ministério de tempo integral. Entretanto, por causa de minha idade avançada e debilidade não consigo fazer as horas de pioneiro. Gostaria de poder fazê-lo; amo o serviço de pioneiro. É um dos mais elevados privilégios que se pode conceder a uma criatura humana, o de ser um embaixador de Jeová!

Segundo o Anuário das Testemunhas de Jeová para 1962, em inglês, há 35.729 Testemunhas atualmente na Nigéria, 8.662 em Gana e centenas de outras nas proximidades. Tendo sido usado pelo Senhor para lançar a semente e ver como Jeová deu o crescimento, faz lembrar as palavras de Paulo, em Romanos 15:17-21. Que alegria é ver homens e mulheres tornarem-se obedientes às boas novas do reino de Deus. Recordando tudo isso em apreciação pela maravilhosa vida que tive no serviço de Jeová, cinqüenta e três anos como ministro pioneiro, estou agradecido a Jeová que ouvia verdade pregada por um orador da Torre de Vigia que deu um discurso à beira de uma estrada no Panamá. Procurava-se obter ouro no Canal naqueles tempos, mas a verdade representou para mim mais do que o dinheiro. Assistindo aos estudos bíblicos, aprendi qual é o propósito de Deus para o homem. Determinado a falar a outros, alugava salões e dava discursos bíblicos. Quando a revista A Sentinela apresentou um convite para colportores, eu aceitei e nunca me arrependi disso.

Em 1920, casei-me, mas havia trabalho para fazer. Dois dias depois do casamento eu e minha esposa partimos de Trinidad para Monserrate com o Foto-Drama da Criação. Demos testemunho em Domínica, Barbados e Granada, daí regressamos a Trinidad. Foi uma lua de mel alegre no serviço de Jeová.

Em 1922, escrevi ao irmão Rutherford, então presidente da Sociedade, informando-o de que com a ajuda de Jeová havia dado testemunho na maioria das Ilhas das Antilhas e em muitas delas havia feito discípulos. Deveria voltar a visitá-los? Não demorou muitos dias, e chegou a resposta dele: ‘Vá para a Serra Leoa, África Ocidental, com a esposa e filho: Imagine a minha alegria, ir a pessoas que nunca haviam ouvido falar das boas novas!

Meu coração ainda está cheio de alegria ao passo que vejo cada vez mais pessoas de boa vontade vir para a organização de Jeová Deus em ambos os lados do Atlântico. Quantos mais farão isso antes que a obra seja completada, não sei dizer. Mas uma coisa eu sei, é que o nosso Pai celestial tem certamente cumprido a sua promessa feita por intermédio de Isaías: “O mais pequeno virá a ser mil, e o mínimo uma nação forte; eu, o SENHOR [Jeová], a seu tempo farei isso prontamente.” — Isa. 60:22, ALA.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar