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  • O que foi que inspirou a ciência cristã
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1964
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  • A INSPIRAÇÃO DE SEUS ESCRITOS
  • EXALTAÇÃO DE UMA SENHORA
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  • NASCIMENTO DA CIÊNCIA CRISTÃ
  • REVELAÇÃO DE DEUS?
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1964
w64 1/10 pp. 600-606

O Que Foi que Inspirou a Ciência Cristã

AS PESSOAS em tôda a parte do mundo estão um tanto familiarizadas com a Ciência Cristã. Em estações terminais de transporte, nas bancas de revistas e nas bibliotecas públicas, vêem mostruários das publicações da Ciência Cristã, e em muitas de suas próprias cidades, são mantidas salas de leitura da Ciência Cristã, em pontos estratégicos que convidam os transeuntes a entrar e a meditar tranqüilamente sôbre as publicações da Ciência Cristã. Tem proeminência especial, o jornal internacional The Christian Science Monitor (O Monitor da Ciência Cristã), o qual não só tem amplo campo de leitores, mas também é assinado por cêrca de 4.500 editôres.

Mas, talvez para a maioria das pessoas, esta seja a ocasião em que mais se familiarizarão com a Ciência Cristã, e, sem dúvida, saberão um pouco mais a respeito dela, além de saberem que foi fundada por volta do fim do século dezenove, por Mary Baker Eddy. Outras pessoas, contudo, talvez tenham tido ocasião de falar com os cientistas cristãos, e, se a conversa incluiu a consideração de suas crenças, é possível imaginar-se que o ouvinte tenha ficado um tanto confuso. Por que se daria isto?

Bem, por exemplo: Embora diàriamente fiquemos cônscios do mal existente no mundo, de acôrdo com a crença da Ciência Cristã, o mal realmente não existe. Diz-se também que a morte é simplesmente ilusão, e, embora a pessoa aparente morrer, não está verdadeiramente morta. Até a dor, apesar de que talvez cause a pessoa se contorcer de agonia, é apenas imaginária, segundo se diz, e na verdade não existe. Tais explicações talvez façam com que a pessoa fique pensando em como é que começou esta religião incomum. De onde foi que Mary Baker Eddy obteve seus ensinamentos ímpares? Serão cristãos os seus ensinos

A INSPIRAÇÃO DE SEUS ESCRITOS

Pode-se dizer que Mary Baker Eddy e a Ciência Cristã são quase sinônimos, visto que seus escritos são a própria base da religião da Ciência Cristã. O seu escrito mais popular, bem como o principal livro-texto da igreja é Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras), embora seu livrinho Unity of Good (Unidade do Bem) seja igualmente tido em alto conceito. A Sra. Eddy também escreveu o Manual of the Mother Church (Manual d’A Igreja-Mãe), o qual contém as regras e os estatutos que governam os cientistas cristãos. Alguns dos seus outros escritos que são mui prezados pelos leais cientistas cristãos incluem: Retrospection and Introspection (Retrospecção e Introspecção), uma autobiografia, Miscellaneous Writings 1883-1896 (Escritos Miscelâneos) e o pequeno panfleto No and Yes (Não e Sim).

De acôrdo com a Sra. Eddy, êstes escritos foram divinamente inspirados. “As obras que escrevi sôbre a Ciência Cristã contêm a Verdade absoluta”, foi o que ela pretendeu. “Fui uma escriba sob ordens; e quem se pode refrear de transcrever o que Deus compõe?” E, a respeito das regras e estatutos da igreja, escritos por ela: “Foram impelidos por um poder além do de si mesmo, foram escritos em diferentes datas, e conforme o exigia a ocasião.”

Até mesmo hoje em dia os cientistas cristãos reverenciam os escritos de Mary Baker Eddy como se fôssem a própria palavra de Deus. A publicação oficial da igreja, The Christian Science Journal (Jornal da Ciência Cristã) em seu número de janeiro de 1961, disse: “A Sra. Eddy não era apenas uma pessoa que escrevia a respeito das coisas de Deus. A sua descoberta foi o próprio aparecimento de tais coisas. É por isso que a sua palavra é lei, sua obra é infalível, e seus escritos são inspirados. Tôda página dêstes escritos foi ditada por Deus; toda linha brilha de glória; cada Estatuto expresso no Manual of the Mother Church é dado por Deus e precisa ser obedecido. Desde a eternidade até a eternidade, esta Ciência continuará a desvendar-se, ao brilhar com cada vez maior resplendor.”

EXALTAÇÃO DE UMA SENHORA

Foi por volta do fim do século dezenove que os seguidores dela começaram a aclamar Mary Baker Eddy como mensageira de Deus. “Que carreira triunfante é esta para a mulher!”, The Christian Science Journal exclamou em novembro de 1885. “Como ousaremos dizer o contrário, de que ela é enviada por Deus ao mundo, assim como o é qualquer caráter do Escrito Sagrado?” A estima em que ela era tida também é indicada pela introdução da seguinte carta que lhe foi escrita: “Querida Mãe: — A mais bendita dentre as mulheres! Ó, como anseio sentar ao alcance de sua voz e ouvir a verdade que desce do alto por seu intermédio!”

De acôrdo com tal aclamação, é interessante notar-se que no decorrer de um dos capítulos da terceira edição de Science and Health, de 1881, Deus foi chamado de “Mãe”, e até mesmo em edições agora em uso comum, na página 16, a Sra. Eddy verte a Oração do Pai Nosso: “Nosso Pai-Mãe Deus, todo-harmonioso, Adorável. Teu reino é vindo; Tu estás sempre presente.” É digno de nota que a Sra. Eddy também tenha aceitado o título de Mãe, e que nas edições do Manual of the Mother Church, anteriores a 1903, estipulou-se que nenhum outro membro da igreja receberia êste título?

No entanto, em virtude do ridículo causado pelo que estava òbviamente subentendido, foi feita uma revisão do Church Manual, a fim de que o Artigo XXII lesse: “É o dever dos cientistas cristãos abandonarem a palavra mãe e a substituírem por Líder.” Mas, de modo a resguardar a sua posição proeminente, a Sra. Eddy ordenou que nenhum outro membro fôsse “chamado de Líder pelos membros desta Igreja, quando êste têrmo for usado em relação com a Ciência Cristã.” É compreensível que os cientistas cristãos tenham dificuldade em harmonizar êste estatuto com a ordem de Jesus: “Tampouco sejais chamados ‘líderes’, pois o vosso Líder é um só, o Cristo.” — Mat. 23:10.

Outra medida um tanto óbvia para assegurar a sua proeminência foi a de abolir os pastôres, em 1895, e, em seu lugar, ter apenas leitores. Assim é que nas reuniões e nos serviços religiosos mantidos pela Ciência Cristã, nas noites de quartas-feiras e aos domingos, os leitores simplesmente lêem trechos da Bíblia e de Science and Health with Key to the Scriptures. O Church Manual os proíbe de fazer quaisquer “comentários explicativos da LIÇÃO-SERMÃO”, ou de dar um discurso bíblico. Esta restrição faz com que tôda a atenção se focalize naquilo que Mary Baker Eddy disse. Como outra medida para exaltar a Sra. Eddy, o Manual autoriza que em cada serviço os “Leitores de SCIENCE AND HEALTH WITH KEY TO THE SCRIPTURES, antes de começarem a ler dêste livro, anunciem claramente o título completo do livro e mencionem o nome da autora”.

É interessante observar-se que, para se obedecer a esta diretriz, o nome da Sra. Eddy aparece pràticamente em cada página das publicações religiosas da Ciência Cristã. De forma inquestionável, a Sra. Eddy é considerada como o mestre de todos os cientistas cristãos. Mas, quais são as bases bíblicas para que a mulher assuma tal proeminência? Não disse o inspirado apóstolo de Jesus Cristo: “Não permito que a mulher ensine ou exerça autoridade sobre o homem”? Mas, até mesmo nos dias atuais as mulheres continuam a ocupar muitos cargos de professôras, e certa senhora, a Sra. Helen Wood Bauman, ocupa agora o mais alto pôsto da igreja, como presidente d’A Igreja-Mãe de Boston. — 1 Tim. 2:11, 12.

EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS

No entanto, os cientistas cristãos desculparão a proeminência atribuída à Sra. Eddy com a asserção de que ela não era uma pessoa comum, mas recebeu inspiração do alto. Quanto a tais comunicações, a própria Sra. Eddy escreve, em Retrospection and Introspection:

“Quando tinha cêrca de oito anos de idade, repetidas vêzes ouvia uma voz, chamando-me claramente pelo nome . . . Pensei que era a voz de minha mãe, e, às vêzes, dirigi-me a ela, suplicando a ela que me dissesse o que queria. A sua resposta sempre foi: ‘Não é nada, filhinha! O que é que você quer?’ . . . Certo dia, quando minha prima, Mehitable Huntoon, visitou-nos, e eu estava sentada numa cadeirinha ao lado dela, na mesma sala em que estava a vovó, — veio de nôvo a chamada, tão alta que Mehitable a ouviu.”

A jovem Mary Baker continuou suscetível à influência dos espíritos, conforme Sibyl Wilbur indica na sua biografia, aprovada pela igreja: “As experiências espirituais de Mary Baker continuaram a ser graves e incomuns, assim como haviam sido suas ‘Vozes’.” Mas, de modo a apreciar a natureza dessas experiências, é necessário entender-se as circunstâncias daquele tempo.

Mary Baker nasceu em Bow, New Hampshire, em 1821, e quando era môça, a região campestre da Nova Inglaterra estava cheia de espiritismo. “Médiuns se desenvolviam por todos os lados”, explica Sibyl Wilbur, e “a cura de doenças pelo diagnóstico clarividente e a cura hipnótica eram credenciadas de modo bem comum”. Depois da morte do seu primeiro marido, George Washington Glover, em 1844, Mary tornou-se ìntimamente associada com os espiritualistas. “Ela se associou com os espiritualistas durante anos”, admite Sibyl Wilbur, e “às vêzes estava até presente nas sessões espíritas”.

Embora as fontes oficiais se esforcem de reduzir ao mínimo êstes primitivos contactos de Mary Glover com o espiritismo, uma biografia bem-documentada, de Georgina Milmine, em 1907, testifica:

“Há pessoas que ainda vivem e que se lembram mui claramente da onda de espiritismo em Tilton, e que presenciaram as manifestações de mediunidade da Sra. Glover. Uma senhora idosa recorda-se de uma noite passada com a Sra. Glover, quando o seu descanso foi constantemente perturbado pelos estranhos arrebatamentos e pelos anúncios freqüentes de Mary, do ‘aparecimento’ de diferentes espfritos, ao chegarem e ao partirem.”

E num depoimento, certa Sra. Richard Hazeltine, disse:

“A Sra. Glover disse-nos, ao estarmos ali reunidos, que, por causa de sua qualidade espiritual superior, e por causa da pureza da sua vida, ela sòmente poderia ser controlada no mundo espiritual por um dos apóstolos e por Jesus Cristo. Quando ela entrava em trance e dava as suas comunicações aos membros do centro, estas comunicações, segundo dizia a Sra. Glover, vinham por meio dela qual médium, do espírito de um dos apóstolos ou de Jesus Cristo.”

Ao passar uns dias com a Sra. Sarah Crosby, durante o verão de 1864, a ex-Sra. Glover, que era então a Sra. Mary Patterson, por se ter casado com o Dr. Daniel Patterson, em 1853, de nôvo demonstrou as suas proezas como médium espírita. Entretanto, num esfôrço de distanciá-la de qualquer participação direta com o espiritismo, Sibyl Wilbur, na sua biografia aprovada pela igreja, tenta explicar que Mary sòmente estava brincando, fingindo-se tal.

“A Sra. Patterson imaginou e pôs em prática um admirável embuste, embora inofensivo. Certo dia, conforme o descreveu a Sra. Crosby, ao sentarem-se juntas de lados opostos duma mesa num imenso quarto de brinquedos, a Sra. Patterson se inclinou sùbitamente para trás, em sua cadeira, tremeu da cabeça aos pés, fechou os olhos, e começou a falar com uma voz profunda, sepulcral. Pretendia-se que a voz fôsse de Albert Baker [falecido irmão de Mary] . . . A Sra. Patterson esperava que a Sra. Crosby logo reconhecesse o embuste e risse dêle juntamente com ela. Mas isto não se deu. . . . [Por conseguinte] a Sra. Patterson, com gaiatice que era muito rara nela, continuou o embuste. Ela fingiu que entrara em outro ‘trance’, no dia seguinte.”

É verdade que, mais tarde, Mary Baker Eddy negou vigorosamente que a sua ‘Ciência’ tivesse qualquer coisa que ver com o espiritismo e, realmente, dedicou um capítulo em Science and Health ao assunto “Ciência Cristã Contra o Espiritismo”. No entanto, ela admitiu poder produzir os mesmos resultados que os espiritualistas, conforme notará dos seus comentários seguintes em Science and Health, segunda edição, 1878, página 166:

“Há um único assunto a que aludiremos; a opinião corrente de que devemos ser espiritualista ou médium . . . Mas jamais fomos espiritualista; e jamais fomos e jamais poderíamos ser, e jamais admitimos ter sido médium. Temos explicado à classe de pessoas que se chamam de espiritualistas como foram forjados seus sinais e suas maravilhas, e temos ilustrado isso por realizá-los; mas, ao mesmo tempo, temos dito: Isto não é obra dos espíritos e eu não sou médium.”

NASCIMENTO DA CIÊNCIA CRISTÃ

Mas, apesar das pretensões da Sra. Eddy em contrário, a Ciência Cristã está inseparàvelmente ligada aos fenômenos sobrenaturais de natureza espírita. Isto se torna muito mais notório ao examinarmos os eventos que ocorreram pouco antes do ano de 1866, a data em que a Sra. Eddy estabelece oficialmente para a sua descoberta da Ciência Cristã.

Em virtude de seu crônico estado de saúde, que piorara gradativamente, em 1862, a então Sra. Patterson, como último recurso, procurou o curador que obrava milagres, Dr. Phineas P. Quimby, de Portland, Maine. “Não me importava que êle, Quimby, fôsse curador por hipnose, ou espiritualista, ou se transmitia correntes magnéticas”, escreve Sibyl Wilbur: “O negócio era que êle curava.” Assim, a Sra. Patterson o buscou, e a sua biografia, pessoalmente aprovada, conta o que aconteceu: “Gradativamente, êle produziu o trance hipnótico, e sob tal sugestão, ela deixou sair a carga da dor . . . O próprio Quimby ficou surpreendido com a sua pronta cura.”

Como resultado, a Sra. Patterson se tornou devotada discípula de Quimby. “Ela falava sôbre o Quimbysmo, excluindo todos os outros tópicos”, relata a sua biografia aprovada. Ela estudou cuidadosamente os escritos pessoais dêle, que foram mais tarde publicados no volume The Quimby Manuscripts (Os Manuscritos de Quimby) e defendiam o poder sobrenatural de cura dêle como sendo “o resultado de sabedoria superior, a qual pode demonstrar uma ciência não entendida”. Mais tarde, porém, quando se mostrou que a sua Science and Health era semelhante aos manuscritos de Quimby, ela negou que tivesse obtido dêle as suas idéias e falou de modo desdenhoso a respeito de Quimby como sendo um ignorante curador hipnótico.

Depois da morte de Quimby, em 1866, e durante os anos que se seguiram, quando ela escreveu a primeira edição de Science and Health, a Sra. Patterson continuou a sua íntima associação com os espiritualistas. Por volta dêste tempo, ela e seu segundo marido separaram-se de forma definitiva, e ela passou a viver, por sua vez, com os Crafts, os Websters, com Miss Bagley e os Wentworths, — todos êles espiritualistas. Ao morar com os Websters, ela até mesmo anunciou sua arte de curar no jornal espiritualista, o Banner of Light (Bandeira de Luz).

Por fim, em 1875, ela conseguiu que seus escritos fôssem impressos, e na página quatro daquela primeira edição de Science and Health, ela asseverou: “Fizemos nossa primeira descoberta, de que a ciência mentalmente aplicada curaria os doentes, em 1864.” Mas, nas edições posteriores, ela mudou a data para 1866, pretendendo que havia sido miraculosamente curada naquele ano.

Assim é que a Ciência Cristã nasceu, mas por certo tempo parecia que iria dar em nada. Quando a Sra. Eddy organizou pela primeira vez a Igreja de Cristo, Cientista, em 1879, havia apenas vinte e seis membros. Conflitos de personalidade e mal-entendidos boicotaram o progresso. Mesmo quando a Sra. Eddy, com sessenta e um anos de idade, mudou-se para Boston, em 1882, ela tinha ainda um punhado de seguidores, um dêles sendo o seu terceiro marido, Asa Eddy, com quem ela se casara cinco anos antes. Naquele verão, o Sr. Eddy morreu; e logo depois as nuvens começaram a se dissipar no cenário do movimento da Ciência Cristã.

Em 1885, certo Sr. James Henry Wiggin, proeminente nos círculos literários de Boston, foi contratado para corrigir e aprimorar a leitura do pesado e desajeitado Science and Health. Junto com êle, a Sra. Eddy ia mudando a forma de seu livro-texto; acrescentando capítulos e tirando partes dêle, e agora, com a melhorada facilidade de leitura, o livro realmente começou a ser vendido. A religião da Sra. Eddy começou a crescer, e seu crescimento foi fenomenal. Por ocasião de sua morte, em 1910, com oitenta e nove anos de idade, havia dezenas de milhares de membros associados com as 1.247 igrejas filiais. Considerável aumento tem sido obtido desde então. Embora seja difícil obter-se o total de membros, não faz muito tempo relatou-se que havia um total de cêrca de 367.570 cientistas cristãos, 80 por cento dos quais vivem nos Estados Unidos, segundo se diz.

REVELAÇÃO DE DEUS?

Apesar da evidência um tanto concludente de que a Sra. Eddy obteve muitas de suas idéias de Quimby, e que Wiggin revisou consideràvelmente os seus escritos, os cientistas cristãos, no entanto, contenderão que ela foi inspirada por Deus. Crêem que as vozes que a Sra. Eddy ouvia, e as suas incomuns experiências espirituais provinham de Deus. Mas, será que provinham mesmo? Estão os ensinamentos que ela recebeu em harmonia com a Palavra de Deus, a Bíblia? Vejamos.

Primeiro de tudo, o que foi que a Sra. Eddy ensinou a respeito de Deus? No seu primeiro folheto The Science of Man (A Ciência do Homem), ela pretendeu que: “Jeová não é uma pessoa. Deus é um princípio.” “O ponto inicial da Ciência divina”, escreveu ela na página 275 de Science and Health with Key to the Scriptures, “é que Deus, Espírito, é Tudo em todos, e não há outro poder nem Mente, — que Deus é Amor, por conseguinte, é Princípio divino”.

Em harmonia com esta crença, a Sra. Eddy escreveu em seu Unity of Good: “A Verdade é DEUS.” “A Vida é DEUS.” “A Mente é DEUS.” “O resumo de todo o assunto”, disse ela, é “que DEUS é Tudo, e DEUS é Espírito; por conseguinte, não há nada senão Espírito; e, conseqüentemente, não existe matéria alguma.” Algumas páginas depois, ela arrazoou: “DEUS, estando em tôda a parte, conclui-se que a morte não está em parte alguma; pois, não há lugar deixado para ela.” E isto a levou a concluir, na página 61: “Entendo que o homem é tão definitivo e eterno quanto DEUS, e que o homem é coexistente com DEUS.”

É por isso que lemos, nas páginas 475, 476 e 486 de Science and Health with Key to the Scriptures:

“O homem não é matéria; êle não é feito de cérebro, sangue, ossos, e outros elementos materiais. . . . O homem é espiritual e perfeito . . . assim precisa ser entendido na Ciência Cristã. . . . O homem é incapaz de pecar, de adoecer, de morrer. O verdadeiro homem não pode deixar a santidade . . . Na Ciência divina, Deus e o verdadeiro homem estão inseparáveis como Principio divino.” “Em realidade, o homem jamais morre.”

Mas, o que se pode dizer a respeito de nossos cinco sentidos — a visão, o tato, o olfato, o paladar e a audição? Como podem ser explicados? Na página 477, a Sra. Eddy escreveu:

“Para os cinco sentidos corpóreos, o homem parece ser a união: da matéria com a mente; mas a Ciência. Cristã revela o homem como a idéia de Deus, e declara que os sentidos corpóreos são Ilusões mortais e errôneas. A Ciência divina mostra que é impossível que um corpo material, embora entrelaçado com a mais elevada camada de matéria, chamada errôneamente de mente, seja o homem.”

Todavia, a Bíblia, em Gênesis 2:7, diz: “E Jeová Deus prosseguiu a formar o homem do pó do solo e a soprar em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou uma alma vivente.” Como é que a Sra. Eddy explica êste versículo da Bíblia? Na página 524 do seu livro-texto, ela o cita e então pergunta: É esta “criação [o homem] verdadeira ou falsa? É a verdade, ou mentira?” Ela responde: “Tem que ser mentira, pois Deus presentemente amaldiçoa o solo.” Assim, ela repudia a expressa declaração da Bíblia, que se harmoniza com a ciência provada: “O primeiro homem é da terra e feito de pó.” — 1 Cor. 15:47.

De modo que pode-se ver que a Sra. Eddy desprezou o ensinamento da Bíblia de que Adão e Eva foram perfeitas criações humanas de Deus, e que mais tarde pecaram. “Os mortais não são filhos decaídos de Deus”, escreveu ela. “Jamais usufruíram um perfeito estado de existência, que possa ser posteriormente recuperado.” Devemos entender, então, que ela também negou o sacrifício de resgate de Jesus Cristo? Ela não deixa dúvidas a respeito disso, pois ela asseverou: “O sangue material de Jesus não era mais eficaz para purificar do pecado, ao ser derramado sôbre ‘o madeiro maldito’, do que ao correr em suas veias, ao cuidar todo dia dos negócios de seu Pai.”

ANTICRISTÃ E ANTICIENTÍFICA

Quão diferentes são tais ensinos dos da Palavra de Deus, a Bíblia! “Deus fêz o homem reto”, diz a Sua Palavra. (Ecl. 7:29, ALA; Deu. 32:4, 5) Sim, Adão e Eva foram criados perfeitos, mas pecaram posteriormente e, por sua vez, transmitiram o pecado à descendência. É assim que a Palavra de Deus o explica: “Por intermédio de um só homem entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens, porque todos tinham pecado.” (Rom. 5:12; 3:23) No entanto, em virtude de seu grande amor, “Deus enviou seu Filho ao mundo . . . para que o mundo [da humanidade obediente] fôsse salvo por intermédio dêle.” Mas, a fim de efetuar esta redenção, Jesus tinha de derramar seu sangue vital, pois, de acôrdo com a lei de Deus, “a menos que se derrame sangue, não há perdão”. — João 3:17; Heb. 9:22.

Note-se, portanto, que o apóstolo cristão, João, não disse que o homem é “perfeito” e que “é incapaz de pecar”, e que ‘o sangue de Jesus não pode purificar do pecado’. Ao invés disso, escreveu, em harmonia com a inspirada Palavra de Deus: “O sangue de Jesus, . . . Filho [de Deus], purifica-nos de todo o pecado. Se fizermos a declaração: ‘Não temos pecado’, estamos desencaminhando a nós mesmos e a verdade não está em nós.” — 1 João 1:7, 8.

Quão evidente se torna que o arrazoamento nebuloso da Sra. Eddy se dissipa ao confrontar-se com a verdade bíblica! Que filosofia vã, antibíblica, declarar que “A Verdade é DEUS”, ou que ‘Deus está em tôda a parte’! Jeová é um Deus pessoal com suprema inteligência e poder. Foi Êle quem criou o homem. A verdade abstrata e inanimada não fêz isso. Repetidas vêzes, a Bíblia atribui tanto personalidade como posição a Deus. Por exemplo, o apóstolo Paulo escreveu que Jesus subiu para o “próprio céu, para aparecer agora por nós perante a pessoa de Deus”. — Heb. 9:24.

Visto que a Bíblia diz que “Jeová, nosso Deus, é um só Jeová”, e êle foi “quem nos fêz, e não nós a nós mesmos”, como é que pode o homem ser “coexistente com DEUS”? A Bíblia mostra que êle não pode, assim como repudia o ensinamento da Sra. Eddy de que “em realidade, o homem jamais morre”. A plena declaração de Deus ao pecador Adão foi: “Positivamente morrerás”, se desobedecer. E êle realmente morreu. — Deu. 6:4; Sal. 100:3; Gên. 2:17.

Que blasfêmia é tentar explicar o pecado, a doença e a morte por meio de arrazoamento anticientífico de que os maravilhosos sentidos do homem sejam “ilusões mortais e errôneas” e que “o homem não é feito de cérebro, sangue, ossos e outros elementos materiais”! O homem é maravilhosa criação de Deus, como cantou o salmista Davi: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste.” Na verdade, o homem decaiu muito da sua perfeição original, mas, em breve, na nova ordem de Deus, a humanidade, ao receber os benefícios do sacrifício resgatador de Jesus, será restaurada à perfeição humana. — Sal. 139:14, ALA; Rev. 21:4.

A Ciência Cristã nega isto. Seus esforços se dirigem à cura dos males físicos por inculcar no sofredor que a dor, bem como tôda a existência material, seja irreal, imaginária. Mas, êste ensinamento não procede de Deus; não tem o apoio da Palavra de Deus, a Bíblia, nem da evidência científica. Torna-se evidente, por conseguinte, que a inspiração de Mary Baker Eddy procede das fôrças espirituais iníquas, cujos esforços têm por objetivo cegar as pessoas para que não vejam a verdade e é contra a influência destas fôrças que a Palavra de Deus admoesta claramente. — Deu. 18:9-12; Gál. 5:19-21; Rev. 21:8.

[Nota(s) de rodapé]

Miscellaneous Writings, 1883-1896, páginas 311 e 148.

Miscellaneous Writings, 1883-1896, página 415.

Courier de Portland, 7 de novembro de 1862.

Science and Health with Key to the Scriptures, página 476.

Science and Health with Key to the Scriptures, página 25.

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