É guiado pela sensível consciência cristã?
1. Como tem a verdade da Bíblia afetado as pessoas?
QUÃO enormes são as mudanças feitas por muitos dos que se tornaram cristãos! Pessoas na antiga Corinto, que se tornaram cristãos, haviam sido fornicadores, idólatras, homossexuais, ladrões e beberrões. Mas, ao ouvirem e aplicarem a verdade da Palavra de Deus, mudaram e foram “lavados”. (1 Cor. 6:9-11) Conhece alguém que fez mudanças similares? Talvez, com a ajuda de Deus, fosse você mesmo, leitor.
2. Que efeito tem a Palavra de Deus sobre a consciência da pessoa, e por que é isso proveitoso?
2 Quão maravilhoso é quando os atingidos pela mensagem cristã se afastam do que é descrito em Tito 1:15: “Para os aviltados e os sem fé nada é puro, porém, tanto as suas mentes como as suas consciências estão aviltadas.” No entanto, além de somente evitar erros flagrantes de moral, quem aprende as leis e os princípios de Deus desenvolve uma consciência mais sensível. Não ficou a sua própria consciência mais suscetível, ao passo que aumentou em conhecimento e apreço da vontade e da personalidade de Deus? Isto é algo muito desejável. Ter e acatar a consciência cristã devidamente sensível pode ajudá-lo a obter o favor de Deus, pode tornar sua vida mais pacífica, poupando-lhe à dor que muitas vezes sobrevém aos que têm consciência maculada, e pode ajudá-lo a levar uma vida que exemplifique o verdadeiro cristianismo. — Veja 1 Pedro 3:21.
A CONSCIÊNCIA — QUÃO SENSÍVEL É?
3. Com respeito à consciência, o que desejarão evitar os cristãos?
3 Sem dúvida, nós, como cristãos, não queremos uma consciência ‘aviltada’ ou ‘cauterizada’, porque tal consciência não seria de valor nenhum para nos ajudar a refletir a imagem de Deus. (Efé. 4:19) Por outro lado, nossa consciência não deve ficar muito exagerada ou desequilibradamente sensível; sendo humanos imperfeitos, poderá acontecer isso, se não tivermos cuidado.
4. Como poderá a consciência excessivamente sensível ou desequilibrada induzir alguém a agir com respeito aos impostos?
4 Por exemplo, alguém talvez reconheça que Jeová não apóia as guerras das nações, mas que ele exorta seu povo a aprender os caminhos da paz. (Isa. 2:4) Sabendo que as nações costumam sustentar seus exércitos com o dinheiro dos impostos, seria equilibrado e bíblico se a consciência dele o levasse a negar-se a pagar impostos? Ou pagar seus impostos, deduzindo uma porcentagem correspondente ao que o governo gasta com seu orçamento para a defesa? Embora alguns tenham adotado tal atitude, a evidência bíblica contraria a consciência que leva a tal proceder. Manda-se claramente que os cristãos paguem seus impostos, e isto foi incluído na Bíblia apesar de o então existente governo romano sustentar um enorme exército. (Mat. 22:17-21; Rom. 13:1, 7) O cristão pode assim pagar seus impostos com consciência limpa, equilibrada pela Palavra de Deus, deixando para o governo a responsabilidade de como se usa o dinheiro.
5, 6. (a) Por outro lado, como deve a pessoa ser afetada neste respeito pela consciência devidamente sensível? (b) Como é isso corroborado pela Bíblia?
5 Por sinal, este conselho bíblico deve amoldar a consciência da pessoa para ela pagar todos os seus impostos. É a isso que sua consciência o induz? Ou ficou sua consciência influenciada pela prevalência comum da sonegação dos impostos? Como ilustração: se a sua situação tiver mudado — talvez os filhos se tenham casado e deixado o lar, o que significa maiores impostos para você, leitor — induziu-o a consciência a relatar esses fatos e a pagar o imposto integralmente? É verdade que talvez haja pouca probabilidade de a declaração do imposto de renda ser pesquisada com cuidado e os fatos descobertos. Mas, para o cristão que tem uma consciência devidamente sensível, o desejo de evitar a punição não é o único motivo de agir corretamente; a consciência também é um fator nisso. Verifica que é assim no seu caso?
6 Neste respeito, Paulo escreveu: “Há, portanto, uma razão compulsiva para que estejais em sujeição, não somente por causa desse furor [contra os violadores da lei], mas também por causa da vossa consciência.” (Rom. 13:5) Assim, a sua sensível e devidamente equilibrada consciência cristã devia servir de freio e devia ser força orientadora para o bem. Dá-se isso? Exatamente quão sensível e útil é a sua consciência? Vejamos algumas ilustrações, que talvez nos ajudem a decidir isso.
CONSCIÊNCIA E EMPREGO
7. Onde entra a consciência na questão do emprego?
7 O emprego é um campo que suscita muitos problemas, os quais exigem o uso da consciência cristã. Algumas formas de emprego, tais como a fabricação de ídolos, o trabalho num estabelecimento de jogatina ou ser empregado por uma organização da religião falsa são claramente contrários às Escrituras. Por isso, os cristãos as evitam. (1 João 5:21; Col. 3:5; Rev. 18:2, 4, 5) Nem todas as questões de emprego, porém, são tão nítidas. Certo emprego poderá como que cair numa “zona duvidosa”, indefinida. E às vezes acontece que, embora o serviço básico da pessoa não seja objetável, talvez se lhe peça ocasionalmente fazer algo que é questionável.
8, 9. (a) Ilustre um problema de emprego que exija o uso da consciência. (b) Que considerações vieram à mente daquele cristão nesta ocasião?
8 Por exemplo, há problemas com empregos que envolvem o sangue. A Bíblia é explícita em que os servos de Deus não se devem alimentar de sangue. (Gên. 9:3, 4; Atos 15:19, 20) Por isso, as testemunhas cristãs de Jeová não tomam alimentos que contenham sangue, tais como chouriços de sangue, nem aceitam transfusões de sangue. Mas o que se daria se no seu emprego se lhe pedisse que manejasse ocasionalmente sangue ou produtos de sangue? Permitiria isso a sua consciência? Uma Testemunha, em Colorado, E. U. A., trabalhava num hospital como principal laboratorista clínico para os exames de vários tipos de tecidos e fluidos do corpo. Entre muitas outras coisas, esperava-se dele que fizesse exames de sangue. Às vezes era simplesmente para verificar o nível de açúcar ou de colesterol. Mas, em outras ocasiões, era para fazer comparações para fins de transfusão. Podia fazer isso?
9 Este cristão pensou bem no assunto. Podia ver que não seria direito que um cristão trabalhasse exclusivamente para um banco de sangue, onde tudo está devotado a uma finalidade que viola a lei de Deus. Mas, esta não era a situação dele; ele fazia exames de muitas espécies. Também, se alguém fosse médico responsável pela decisão, não poderia ordenar uma transfusão de sangue para um paciente, assim como o cristão que fosse dono duma loja não poderia encomendar e armazenar ídolos ou cigarros. No entanto, este técnico deu-se conta de que, relacionado com o sangue, ele apenas fazia exames, assim como uma enfermeira talvez tirasse a amostra de sangue, um mensageiro talvez a entregasse ao laboratório e outra pessoa talvez administrasse a transfusão ou outra medicação às ordens dum médico. Ele pensou no princípio em Deuteronômio 14:21. Segundo esse texto, o judeu que achasse a carcaça dum animal que morreu sozinho podia eliminá-lo por vendê-lo a um estrangeiro que não estivesse sob as restrições da Lei a respeito de carne animal não sangrada. De modo que a consciência do laboratorista, nessa ocasião, lhe permitiu fazer exames de sangue, inclusive os de sangue para transfusões dadas a pacientes que não se importavam com a lei de Deus quanto ao sangue.
10. Que perguntas podemos considerar sobre como resolveríamos este problema de emprego?
10 Teria a sua consciência reagido assim? Se não, então, só pelo argumento, pergunte-se se a sua consciência lhe permitiria, como empregado, levar amostras de sangue ao laboratório, para exame. Ou, indo ainda mais longe da própria transfusão, poderia, como motorista, entregar ao hospital o equipamento para os exames? Ou permitir-lhe-ia a sua consciência fabricar o vidro de que talvez se produza tal equipamento? Torna-se claro que nem todas essas coisas podem razoavelmente ser consideradas como contribuição direta para a violação da lei de Deus a respeito do sangue. Mas, onde “traçar os limites”? É nisso que entra a consciência. Embora o cristão tenha de evitar as coisas que inconfundivelmente estão em conflito com a lei de Deus, espera-se dele que use a consciência para resolver muitas questões. Servir-lhe-ia bem a sua consciência em tais situações? É ela sensível?
11. A que foi este mesmo cristão induzido pela consciência muitos anos depois?
11 Neste caso específico, depois de muitos anos de fazer exames, o laboratorista começou a ser atribulado pela consciência. Não era como se outro devia ou podia dizer-lhe que ele estava fazendo algo de errado. Nem esperava que outro fizesse as decisões por ele. Mas, começou a pensar: “É coerente que eu fale a respeito do amor ao próximo e ainda assim contribua, em parte, para que meu próximo viole a lei de Deus?” (Mat. 22:39; Atos 21:25) Reconhecendo seu dever cristão de sustentar a sua família, decidiu considerar o assunto com sua esposa. (1 Tim. 5:8) Juntos concordaram que, se a consciência dele estava atribulada, era melhor fazer uma mudança. Ele abandonou seu emprego de 15.000 dólares por ano e começou a trabalhar em serviço de limpeza, embora começasse a ganhar apenas 3.600 dólares por ano.
12. Significa isso que sua primeira decisão foi errada, ou o que se ilustra com este caso?
12 Não despercebamos o ponto em questão neste exemplo. Não é mencionado aqui para sugerir que o cristão não pode ser laboratorista clínico; há cristãos que continuam a trabalhar como laboratoristas clínicos, enfermeiros, motoristas, e assim por diante. Este exemplo é dado para ilustrar que a consciência pode entrar em cena em questões de emprego. No seu caso, leitor, o tipo de serviço e o que é mandado fazer podem ser bastante diferentes. Mas, todos os cristãos devem refletir em se vivem ou não o mais perto possível dos modos e princípios de Deus. Se a sua consciência treinada pela Palavra de Deus sofrer dores por causa do que se lhe pede fazer, será que não vai fazer caso dela? Quão importante lhe é ter uma consciência limpa perante Deus e os homens? — 1 Tim. 1:5, 19.
13. Como pode cada um de nós tirar proveito da reflexão sobre nosso emprego?
13 Naturalmente, não podemos de todo evitar problemas de emprego, porque ainda estamos neste sistema de coisas. (1 Cor. 5:9, 10) Assim, é provável que se dê conta de que não poderá induzir seu patrão a cultivar uma consciência cristã. Ele talvez prefira não fazer caso de certas leis, exagerar os méritos de seus produtos ou ter à venda certas mercadorias que você, leitor, não venderia se fosse o dono. Ou pode ser que seus colegas de trabalho mintam nos seus relatórios de produção ou desperdicem o tempo quando o patrão não está perto. Ainda assim, você pode e deve acatar a sua própria consciência. Portanto, se ela não lhe permitir fazer certas coisas, ou se for escarnecido por trabalhar arduamente, aceite isso. O apóstolo Pedro escreveu: “Se alguém, por causa da consciência para com Deus, agüenta coisas penosas e sofre injustamente, isto é algo agradável.” — 1 Ped. 2:18, 19.
AS CONSCIÊNCIAS SENSÍVEIS DIFEREM
14, 15. (a) Que outro campo envolve a consciência? Qual é a atitude básica dos cristãos neste assunto?
14 Outro campo que talvez envolva a sua consciência tem que ver com assuntos patrióticos, tais como cerimônias patrióticas em lugares públicos. Como é que a sua consciência o faz reagir? Esta é uma pergunta apropriada, porque neste e em outros pontos as consciências diferem.
15 As testemunhas cristãs de Jeová reconhecem que muitos têm sentimentos profundos para com atos patrióticos, dos quais o mais comum talvez seja fazer continência ou jurar lealdade à bandeira nacional. Conforme salienta o livro (inglês) Ensaios sobre o Nacionalismo, de Carlton Hayes: “O principal símbolo de fé e objeto central de adoração do nacionalismo é a bandeira, e curiosas formas litúrgicas têm sido concebidas para se ‘saudar’ a bandeira . . .” Embora reconheçam plenamente a liberdade dos outros nestes assuntos, as testemunhas cristãs de Jeová, movidas pelo seu entendimento da Bíblia, abstêm-se de tais atos. — João 17:16; 1 Cor. 10:14.
16. A consciência poderá levar dois cristãos a que duas maneiras de agir?
16 Mas, a que proceder o motivará a sua consciência quando se realiza uma cerimônia patriótica? Por exemplo, talvez se peça que os presentes, entre os quais se encontra, se levantem e façam continência à bandeira nacional. Como cristão, evitaria definitivamente realizar qualquer ato de idolatria. Contudo, permitir-lhe-á a sua consciência pôr-se de pé? Um cristão, nesta situação, talvez chegue à conclusão de que deve ficar sentado, porque assim acha pessoalmente estar seguro de não se envolver na cerimônia. É a isso que o induziria a sua consciência? Outro cristão, nas mesmas circunstâncias, talvez decida pôr-se de pé. Ele se apercebe de que não é como se para mostrar plena participação só se pedisse levantar-se. Os presentes são pedidos a levantar-se e a fazer a continência. Talvez se lembre de que os três hebreus evidentemente estiveram de pé diante da imagem erguida por Nabucodonosor, mas negaram-se a se curvarem diante dela. Por conseguinte, talvez conclua que, neste caso, a plena participação envolva tanto ficar de pé como fazer a continência ou saudação, de modo que sua própria consciência lhe permite simplesmente ficar respeitosamente em pé, sem fazer a continência. — Dan. 3:1-18.
17. Indica isso que há algo de errado? Qual é o motivo para a possível diferença?
17 Conforme se pode ver, no caso de dois cristãos na mesma espécie de situação, a consciência poderá motivá-los a conclusões ligeiramente diferentes, embora ambos se refreiem do que a Bíblia mostra ser impróprio. (Êxo. 20:4, 5; 1 João 5:21) Tais variações permitidas pelo funcionamento da consciência não são evidência de confusão ou falta de união entre os cristãos. Nem prova que um dos dois está definitivamente errado. Antes, tal variação pode ser encarada como efeito esperado de se obter e usar a consciência cristã.
18. Que proveito podemos tirar de sermos guiados pela consciência, embora isso possa permitir variações de pessoa em pessoa?
18 É isso para seu proveito? É seguir a consciência superior a seguir uma “regra”? Sim; deveras lhe é de proveito estar disposto a treinar sua consciência e a acatá-la, em contraste com seguir um “tamulde” de regras para toda questão e variação possível que possa surgir. Ajuda-lhe a ser mais refletidamente cônscio dos princípios bíblicos. E, sem dúvida, torna-se assim mais apto a pensar de modo claro, sendo sua mente estimulada e fortalecida. Tal resultado proveitoso foi salientado numa pesquisa australiana sobre a “criatividade” entre os de doze anos de idade. O relatório sobre isso observou:
“Em especial, um número desproporcionalmente grande de crianças altamente criativas eram Testemunhas de Jeová. Quatro crianças dentre a amostra total de 394 eram membros desta seita, e todas as quatro mostraram alta capacidade criativa. A menina que alcançou o número de pontos mais elevado nos testes de Torrance, e a menina que era a única criança, masculina ou feminina, a ser incluída entre os primeiros 20 por cento em todas as cinco medidas de realizações, eram ambas Testemunhas de Jeová.” — Journal of Personality, março de 1973.
Que explicação se deu da notável criatividade destas crianças das Testemunhas? O estudo trouxe especificamente à atenção o fato de que elas não se sujeitavam simplesmente de modo pacífico às cerimônias patrióticas na escola. Antes, elas pesavam os princípios da Palavra de Deus e cultivavam o acatamento duma sensível consciência cristã.
SENSITIVA, MAS NEM SEMPRE MAIS RESTRITIVA
19, 20. (a) Por que é que a consciência sensível nem sempre é mais restritiva? (b) Como foi isso mostrado por Paulo ao considerar ele a carne e ídolos?
19 Vimos que, ao passo que sua consciência fica treinada e é trazida mais em harmonia com os modos e a vontade revelada de Deus, ela usualmente se torna mais restritiva. Não mais lhe permite fazer certas coisas que fazia antes, porque as encara agora como contrárias a princípios piedosos. Contudo, treinar sua consciência pela Palavra de Deus não necessariamente significa tornar-se mais restritivo em tudo. Sua consciência devidamente treinada na realidade poderá passar a permitir-lhe fazer algumas coisas que, antes de conhecer a vontade de Deus, achava impróprias.
20 O que faz a diferença em tais casos é o conhecimento exato. Isto é ilustrado nos comentários de Paulo a respeito da carne oferecida a um ídolo, mas que depois era vendida num açougue ou numa espécie de restaurante ligado ao templo dum ídolo. Aquele que há pouco havia abandonado a adoração pagã e se tornado cristão talvez evitasse tal carne, querendo evitar tudo o que tivesse relação com um ídolo. No entanto, com o tempo, talvez aumentasse em conhecimento e entendimento. Paulo escreveu: “Sabemos que o ídolo nada é . . . e que não há Deus senão um só.” (1 Cor. 8:4) Chegando a reconhecer isso, o cristão talvez discernisse que a carne vendida ao público não estava profanada ou envenenada só porque antes havia sido oferecida a um não-deus. Com tal conhecimento, sua consciência fortalecida talvez lhe permitisse comprar essa carne num açougue ou num restaurante público. — 1 Cor. 8:10; 10:25.
21. Como se evidencia este mesmo efeito hoje em dia?
21 O mesmo efeito pode haver na consciência atual. Por exemplo, um jovem em Ohio, E. U. A., foi criado com a convicção de que os cristãos não deviam tomar bebidas alcoólicas. Ele até mesmo havia decorado as advertências contra a embriaguez e a descrição do bêbado registrada em Provérbios, capítulo 23. Em anos posteriores, quando se tornou servo dedicado de Deus, sua consciência ainda não lhe permitia aceitar vinho ou cerveja. Daí ele ouviu e deu séria consideração a um discurso que delineou exatamente o que as Escrituras dizem sobre as bebidas alcoólicas. Mostrava que a Bíblia inquestionavelmente condena a embriaguez. (Pro. 23:20, 21; Efé. 5:18; 1 Ped. 4:3) Contudo, a Bíblia não proíbe o consumo moderado de bebidas alcoólicas, do mesmo modo como Jesus certa vez fez vinho e bebia dele ocasionalmente. (Gên. 14:18; Sal. 104:15; Ecl. 9:7; João 2:3-11; Luc. 22:17, 18) Embora ele houvesse conhecido esses textos, via então a conclusão equilibrada a que levavam. Assim, mais tarde, quando um italiano lhe ofereceu hospitaleiramente um pequeno copo de vinho, a consciência deste cristão permitiu-lhe aceitá-lo.
22. Que fator muito importante não pode ser desconsiderado por aquele que tem a consciência fortalecida?
22 Já passou por tal fortalecimento e equilíbrio de sua consciência ao aumentar em conhecimento da Palavra e dos modos de Deus? Em caso afirmativo, é provável que também reconheça a importância de tomar em consideração os sentimentos daquele cuja consciência difere da sua. Este é o argumento de Paulo ao considerar a carne oferecida a um ídolo, o qual realmente não era “nada”. Ele escreveu: “Não obstante, nem em todos há tal conhecimento.” (1 Cor. 8:4, 7) Alguns cristãos, por causa de sua anterior devoção a ídolos, não podiam de boa consciência comer tal carne, embora fosse vendida publicamente. Se um cristão com “conhecimento” e forte consciência prosseguisse e comesse “de tudo”, poderia arruinar um irmão “pelo qual Cristo morreu”. Por isso, Paulo declarou: “Se [tal carne] fizer o meu irmão tropeçar, nunca mais comerei carne alguma.” — 1 Cor. 8:10-13; 10:27-29.
23. De que modo deve a consciência dos outros ser envolvida nas nossas decisões?
23 É assim que pensa? Por exemplo, poderá haver algo que parece ser permitido pelo que sabe da vontade revelada de Deus e que a sua consciência lhe permitiria. Talvez seja algo relacionado com sua maneira de se vestir ou arrumar, as decorações que coloca na sua casa ou a sua recreação. Mas o que se dá quando a consciência de muitos outros em sua volta os levar a achar que isso não é próprio para um cristão? Será que o seu cristianismo o induzirá a concluir alegremente: ‘Se isto faz o meu irmão tropeçar, nunca mais o farei, para não fazer meu irmão tropeçar’?
24. O que devemos fazer quando a nossa consciência entra em conflito com a consciência de alguém que tem autoridade sobre nós? Por que se deve dar consideração à consciência dele?
24 E a consciência dos outros deve ser considerada ainda em outros sentidos. Talvez se agrade de certa moda moderna ou maneira de usar o cabelo. Sua consciência não o perturba por causa disso. Mas, se for menor ou mulher casada, terá de obter permissão de seu pai ou de seu marido. Pensou na consciência dele? Ou se estiver interessado num privilégio especial de serviço na congregação cristã, então entra nisso a consciência do corpo de anciãos. (1 Tim. 3:9) Deveras, eles reconhecem que o modo de usar o cabelo envolve o gosto pessoal de cada um. Mas, caso se lhes peça que recomendem você para serviço especial, devem ter a consciência tranqüila. Eles têm pesada responsabilidade com respeito ao bom nome do cristianismo na localidade, reconhecendo que os designados para privilégios especiais de serviço precisam ser exemplares. (1 Tim. 3:2, 7, 10; 5:22) Portanto, se algo que a sua consciência lhe permite entrar em conflito com a consciência dos que têm autoridade ou chefia sobre você, quer sejam seus pais, seu marido ou superintendentes cristãos, esteja disposto a fazer ajustes para que eles possam dar permissão ou fazer recomendação de “boa consciência”.
CULTIVE A CONSCIÊNCIA SENSÍVEL
25. O que significa ser algum assunto “caso de consciência”?
25 Desenvolver e seguir uma consciência devidamente sensível exige constante atenção. É muito fácil ficar indevidamente influenciado pelos do mundo em volta de nós, cuja consciência é muito tolerante, ou está cauterizada ou mesmo aviltada. (Tito 1:15) Surgirão muitas questões que terá de resolver em harmonia com a sua própria consciência. Se tiver feito empenho para cultivar uma sensível consciência cristã, então isso o ajudará. Esteja disposto a escutar bem a voz da sua consciência, não pensando que, se “depender da sua consciência”, então não importa o que faça. Importa, sim. A decisão que fizer poderá afetar todo o seu conceito sobre a vida, sua reputação como cristão, sua espiritualidade, e, o que é mais importante, sua relação com Jeová Deus.
26, 27. (a) De que modo lhe poderá ser de ajuda conversar com um ancião, mas o que não poderá fazer este? (b) Como nos ajudará a consciência sensível?
26 Numa questão de séria preocupação, mas que ainda depender de sua consciência, não hesite em falar com cristãos maduros, tais como os anciãos na congregação. Naturalmente, eles não poderão fazer a decisão em seu lugar. (Um cristão sincero, indagando sobre certo assunto de família, perguntou: “É isso contra a consciência cristã?”) Não, o ancião não lhe poderá dizer como a sua consciência deverá reagir, mas poderá dar-lhe conselho bíblico, equilibrado, que poderá avaliar. E se a sua consciência tiver sido amoldada pelos modos e pela personalidade de Jeová, e acata os Seus princípios, então será ajudado a endireitar o seu caminho. (Sal. 25:4, 5) Sua consciência sensível ajudará a guiá-lo.
27 Deveras, há satisfação em ter e poder usar a faculdade da consciência dada por Deus. É uma bênção. Quando é mantida devidamente sensível, equilibrada pela Palavra de Deus, pode ajudá-lo a andar sabiamente perante Deus e homens. (2 Cor. 4:2) Pode dar testemunho de que se comporta dum modo que provavelmente tenha a aprovação eterna de Jeová. — 2 Cor. 1:12.