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“Vosso livramento está-se aproximando”A Sentinela — 1969 | 1.° de maio
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“Vosso livramento está-se aproximando”
“Mas, quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” — Luc. 21:28.
1-7. (a) Que significariam as manchetes anunciando a destruição da Cidade do Vaticano para os religiosos da cristandade? (b) Que significariam as manchetes sobre a destruição dos dois principais santuários do islamismo para os muçulmanos?
Faça de conta que está lendo as manchetes nos jornais:
2 “Destruída a Cidade do Vaticano! A Enorme Cratera na Terra, Produzida Pela Explosão Duma Bomba Nuclear, não Deixou nem Vestígios do Famoso Túmulo e dos Ossos de S. Pedro!”
3 Teriam tais cabeçalhos nos jornais do mundo qualquer significado para os católicos romanos, ou, de fato, para todas as seitas religiosas da cristandade? Marcaria tal evento, para eles, o fim de uma longa época, com grande incerteza quanto ao que fazer no futuro? Sim!
4 Também: “Meca Foi Arrasada por Mísseis Procedentes do Ar! O Santuário Que Incluía a Pedra Negra Reverenciada Desapareceu na Explosão!”
5 Teriam tais cabeçalhos na imprensa mundial qualquer significado para o mundo islâmico? Significariam para eles o fim de uma era, deixando na sua perspectiva quanto ao futuro um vácuo que não pode ser preenchido? Ainda mais:
6 Teriam tais cabeçalhos na imprensa Segundo Lugar mais Sagrado no Domínio Muçulmano, Desapareceu num Bombardeio! Destruída a Rocha Sagrada do Profeta Maomé!”
7 Aumentariam tais manchetes adicionais a convicção dos muçulmanos de que, para eles, terminara uma era, deixando um grande vazio religioso? Sim!
8. (a) Que significava a destruição de Jerusalém e de seu templo, em 70 E. C., para os que adoravam ali? (b) De que modo se indica tal significado para os adoradores?
8 Os que visitam Roma, na Itália, passando através do Arco de Triunfo de Tito, no caminho entre o Foro Romano e o Coliseu, vêem esculturas comemorando a destruição de uma cidade mundialmente famosa e de seu santuário, no ano 70 de nossa Era Comum. Trata-se da cidade de Jerusalém e de seu templo, construído pelo Rei Herodes, o Grande, governante designado pelo Senado Romano sobre a província da Judéia. Significava a destruição daquela famosa cidade e de seu templo alguma coisa para os milhões de pessoas que adoravam ali? Significava para eles o fim duma época nacional e religiosa? Realmente, significava, conforme é atestado pela história profana. Quando se predisse esta mesma destruição, com trinta e sete anos de antecedência, pensavam os quatro homens que ouviram a predição que significaria tal coisa para seu povo, para sua nação? Evidentemente que sim. Isto é indicado pela pergunta que fizeram ao Profeta em conseqüência desta surpreendente predição.
9. Como ficará assinalado similarmente o fim de uma era importante da história humana, e, portanto, o que é necessário?
9 Do mesmo modo também o iminente fim duma importante era da história humana será assinalada por um evento assombroso, similar àquele do ano 70 E. C. Torna-se muito evidente e agora muito urgente a necessidade dum livramento. Centenas de milhões de pessoas na cristandade sentirão o efeito deste vindouro evento, um evento que em si mesmo será o precursor de algo tão universal nas suas proporções, que toda a humanidade sentirá o efeito. Precisamos de livramento de tal desastre mundial!
10. Por que é possível o livramento, e o que significará para os livrados?
10 Trata-se de algo com que o mundo não está contando; do contrário, poderíamos esperar, razoavelmente, que fizesse algo a respeito. Como leitor, porém, poderá fazer algo a respeito, se realmente quiser usufruir o livramento que é possível, segundo uma promessa inquebrantável, procedente da mais alta autoridade. A maior tribulação mundial que a humanidade já experimentou está-se encaminhando para nós, mas, também o livramento já está a caminho para os que não só o anseiam, mas que também tomam as medidas corretas, prescritas, para obtê-lo. De ano em ano aumentam os sinais em volta de nós, indicando que o livramento se está aproximando! Sua chegada significará que os livrados virão a estar sob um governo mundial superior ao do homem e perfeitamente capaz de abençoar toda a humanidade, em vez de condená-la à destruição.
11. Por que não deve haver margem para dúvida de que nos aproximamos do fim duma época, e há alguma esperança de que venha depois uma ordem melhor para o homem?
11 Que pessoa observadora, hoje em dia, pode duvidar de que nos aproximamos do fim de uma época? Esta era de violência, em que o mundo da humanidade se viu lançado repentinamente pela Primeira Guerra Mundial, no ano de 1914, não pode deixar de atingir o seu apogeu num desastre, a menos que seja impedida antes por um poder sobre-humano. As repetidas provas da incapacidade dos homens e das nações de regerem a si mesmos forçosamente levará a um estado de frustração e perplexidade mundiais, em que a humanidade não terá saída do resultante caos. A agitação em todos os principais campos de interesse humano, na política, na educação, na vida moral e social, nas relações raciais e na religião, seguirá leis psicológicas e corromperá totalmente os sensos do homem quanto aos verdadeiros valores humanos e deturpará o anterior feitio das coisas. Não se respeitará, nem se reconhecerá, nem se seguirá nenhuma norma humana. A aceleração no desenvolvimento das coisas está aumentando, apressando o avanço do fim desta época em todas as suas fases. E daí? Há qualquer razão para se crer que o homem pode esperar alguma ordem miraculosamente nova e melhor da parte do homem, surgindo das cinzas de sua velha ordem extinta? Não!
12. (a) Donde precisa vir este livramento? (b) Esta fonte foi indicada por quem, e com que efeito sobre os seus ouvintes?
12 Mesmo que a idéia lhe repugne tanto quanto repugna aos anti-religiosos, a ajuda para a nossa raça simplesmente tem de vir duma fonte superior ao homem, uma fonte celestial amistosa, em vez de uma fonte celestial diabólica. Tem de vir da única fonte indicada por aquele grande Profeta que falou sobre o livramento a quatro de seus seguidores, enquanto estavam sentados no Monte das Oliveiras, tendo plenamente visíveis diante de si Jerusalém e seu templo. O Profeta tinha inimigos ali em Jerusalém, que estavam decididos a matá-lo, do mesmo modo como tem inimigos hoje em dia. Todo leitor pode decidir por si mesmo se é também inimigo, ou não, pela maneira em que reage à menção do nome de Jesus Cristo! Seus quatro seguidores, seus amigos, que ouviram as suas palavras encorajadoras a respeito do livramento, eram quatro pescadores da província romana da Galiléia, a saber, Pedro e seu irmão André, e Tiago e seu irmão João. Por que era o livramento um pensamento bem-vindo para eles? Por que é que falaram ao Profeta a respeito do fim duma época, da “terminação do sistema de coisas”? Três historiadores fidedignos mostram a razão disso, e, ao assim fazerem, oferecem-nos, hoje em dia, muito motivo para reflexão.
13, 14. (a) Por que se achavam então Jesus e seus quatro seguidores naquela vizinhança? (b) Que disse Jesus sobre o templo herodiano aos admiradores deste?
13 Foi apenas três dias antes da festividade primaveril celebrando o livramento da nação de qualquer opressão adicional por parte da poderosa potência mundial do Egito dos faraós, no ano 1513 antes de nossa Era Comum. Centenas de milhares de peregrinos afluíam a Jerusalém, dirigindo-se a uma área que desde então se tem tornado sagrada também para os árabes e todo o domínio islâmico. O Profeta Jesus e aqueles quatro discípulos, pescadores, achavam-se entre esses peregrinos. Assim, numa terça-feira, no décimo primeiro dia do mês lunar, primaveril, de nisã, Jesus e seus discípulos visitaram o templo construído pelo Rei Herodes, o Grande, no local onde agora se ergue uma mesquita muçulmana, o Zimbório da Rocha. O templo era tão magnífico, que alguns dos discípulos não puderam deixar de fazer observações sobre as preciosas pedras que o adornavam. Aquele templo de Herodes parecia destinado a permanecer ali na sua glória durante séculos, para a honra do Deus adorado ali. Mas, os fatos da história provam que Jesus era profeta verdadeiro quando disse àqueles admiradores do templo:
14 “Não observais todas estas coisas? Deveras, eu vos digo: De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.” — Relato de Mateus, capítulo 24, versículos 1 a 3.
15. (a) Esta profecia seguiu-se a que profecia anterior, como seqüência lógica? (b) As pedras, naquela profecia anterior, incluíam o quê?
15 Tal profecia solene seria uma seqüência lógica da terrível profecia que fizera apenas dois dias antes. Enquanto seguira montado, no meio duma multidão jubilante, descendo o Monte das Oliveiras em direção à Jerusalém, ele havia parado e chorado, ao passo que lhe dizia: “Se tu, sim tu, tivesses discernido neste dia as coisas que têm que ver com a paz — mas agora foram escondidas de teus olhos. Porque virão sobre ti os dias em que os teus inimigos construirão em volta de ti uma fortificação de estacas pontiagudas e te cercarão, e te afligirão de todos os lados, e despedaçarão contra o chão a ti e a teus filhos dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não discerniste o tempo de seres inspecionada.” (Luc. 19:41-44) A frase, “em ti pedra sobre pedra”, incluiria as pedras do templo. Tito, o general romano usado para cumprir esta profecia funesta, não conseguiria nem mesmo preservar o sagrado templo herodiano. As palavras proféticas de Jesus tinham de se cumprir.
16. À base de que experiência anterior de Jerusalém podiam aqueles discípulos concluir que a sua vindoura destruição significava o fim duma era?
16 Destruição total para a cidade santa de Jerusalém e seu templo! Que significaria isso para aqueles quatro discípulos de Jesus senão o fim duma era para a sua nação? Seria a segunda vez que Jerusalém e seu templo seriam destruídos por exércitos pagãos. Os discípulos lembravam-se da primeira destruição de Jerusalém e de seu templo pelos exércitos de Babilônia, sob o Rei Nabucodonosor, no ano 607 A. E. C., e que esta havia significado o fim de sua nação como reino teocrático independente sob a regência dos descendentes reais do Rei Davi, filho de Jessé, de Belém. Jerusalém ficara então desolada por setenta anos, situação em que Jerusalém começou a ser realmente pisada por nações gentias, pagãs. Embora no fim dos setenta anos um restante reverente da nação voltasse do seu exílio em Babilônia e ocupasse novamente a terra de Judá, não se restabeleceu nenhum reino às mãos dum descendente real de Davi. Foi designado apenas um governador, Zorobabel, pela nova potência mundial da Pérsia, para administrar a terra de Judá. O reino davídico, com o trono em Jerusalém, continuou a ser pisada pelos gentios.
17. (a) Por que não era o reino macabeu uma interrupção do espezinhamento do reino davídico? (b) Que significava a proclamação: “O reino dos céus se tem aproximado”, para muitas pessoas humildes naquela terra?
17 É verdade que, no segundo século A. E. C., a nação conseguiu independência dos gentios e estabeleceu um reino, mas este era dos macabeus. Estes reis macabeus eram da tribo de Levi e eram sacerdotes, e não eram da tribo de Judá, nem da família real de Davi. Este reino levítico, macabeu, chegou ao fim no ano 63 A. E. C., quando os romanos, sob o General Pompeu, assumiram o domínio do país. O livramento do domínio da potência mundial de Roma tornou-se então o desejo do povo oprimido de Judá. Quando João Batista e depois Jesus vieram proclamando: “O reino dos céus se tem aproximado”, era uma notícia bemvinda para muitas pessoas humildes na terra da Galiléia e da Judéia. (Mat. 3:1-4; 4:12-17) Para muitos dos oprimidos significava livramento do jugo romano e o restabelecimento do reino teocrático às mãos de um herdeiro legítimo do Rei Davi, em Jerusalém. — Atos 1:6.
OS TEMPOS DOS GENTIOS TINHAM DE CONTINUAR ATÉ O FIM
18, 19. (a) O que queria dizer Jesus com a mensagem de que “o reino dos céus se tem aproximado”, e o que não queria dizer? (b) Portanto, o que disse Jesus ao povo sobre a sua “casa”?
18 Todavia, Jesus não fizera nenhuma promessa de livramento do jugo romano. Ao contrário, ele predisse a ruína da nação pela potência mundial romana e a continuação do espezinhamento da dinastia dos reis davídicos, de Jerusalém, pelas potências mundiais gentias. Sendo que Jesus nascera na família humana como membro da casa real de Davi, ele era herdeiro legítimo do reino teocrático de Davi. Portanto, visto que fora ungido com o espírito de Deus e se achava entre o povo oprimido, havia-se aproximado o “reino dos céus”, o “reino de Deus”. (Luc. 17:20, 21) Jesus não queria dizer que o reino celestial de Deus, para livrar toda a humanidade das potências mundiais opressivas estava então iminente. Antes, os Tempos dos Gentios, para pisarem os direitos do reino de Deus às mãos dos descendentes do Rei Davi, tinham de continuar até o seu fim determinado. Jerusalém e sua casa sagrada de adoração religiosa não seriam poupadas. Por conseguinte, Jesus disse ao povo:
19 “Eis que a vossa casa vos fica abandonada. Pois eu vos digo: De modo algum me vereis doravante, até que digais: ‘Bendito aquele que vem em nome de Jeová!’” — Mat. 23:37-39.
20. (a) Quando haviam sido usadas estas mesmas palavras conforme citadas do Salmo 118:26 com respeito a Jesus? (b) Quando e por quem seriam usadas novamente estas palavras?
20 Dois dias antes, quando os da multidão jubilante acompanhavam Jesus na sua montada régia entrando em Jerusalém, diziam estas mesmas palavras do profético Salmo 118:26, mas os líderes religiosos de Jerusalém não pensavam como o povo, nem pensavam que Jesus fosse o “Bendito” que se predissera, que viria em nome de Jeová. (Mat. 21:1-9; Mar. 11:1-11; Luc. 19:28-40; João 12:12-19) Não era de se admirar, portanto, que Jesus não se apresentaria a eles novamente em carne, como legítimo herdeiro ungido do reino de Davi, em Jerusalém! Ele partiria e não seria mais visto por eles em carne. E, no entanto, viria o dia em que tomaria posse do reino e se assentaria no trono, à mão direita de Jeová Deus. Então, os que discernissem a evidência mostrando que ele havia tomado posse do seu reino e estava presente no trono o veriam com os olhos da fé. Discerniriam que era o tempo devido para dizer: “Bendito aquele que vem em nome de Jeová!” (Sal. 110:1-6; Atos 2:34-36) Estariam dispostos a chamá-lo de “bendito”, porque tomar ele posse do seu reino significaria livramento dos seus inimigos.
21. Segundo o relato de Mateus, que pergunta, dos seus quatro discípulos, suscitaram estas profecias de Jesus?
21 Escutando as suas palavras sobre a sua nova vinda em nome de Jeová e ouvindo pouco depois a sua profecia a respeito da derrubada das pedras do templo de Jerusalém, os quatro discípulos pescadores perguntaram a Jesus: “Dize-nos: Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” — Mat. 23:28 a 24:3.
22, 23. A que se referiam as palavras dos discípulos sobre “estas coisas”, e como mostra a resposta de Jesus que isto é correto?
22 As palavras dos discípulos, “estas coisas”, inegavelmente incluíam a predita destruição de Jerusalém, que então estava à vista dos discípulos sentados no Monte das Oliveiras. No decorrer da profecia que Jesus proferiu então em resposta à sua pergunta, ele falou definitivamente da vindoura destruição daquela Jerusalém pelas legiões romanas no ano 70 E. C., então distante apenas trinta e sete anos. (Mat. 24:15-20) No seu relato a respeito da profecia de Jesus, o Doutor Lucas fala da destruição de Jerusalém em muitos pormenores (Luc. 21:20-24), dizendo:
23 “Outrossim, quando virdes Jerusalém cercada por exércitos acampados, então sabei que se tem aproximado a desolação dela. Então, comecem a fugir para os montes os que estiverem na Judéia, e retirem-se os que estiverem no meio dela, e não entrem nela os que estiverem nos campos; porque estes são dias para se executar a justiça, para que se cumpram todas as coisas escritas. Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande necessidade na terra e furor sobre este povo; e cairão pelo fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.”
24, 25 (a) Antes de se cumprir aquela profecia, por que estavam os cristãos judaicos em Jerusalém e na Judéia equipados para agir obedientemente? (b) Como agiram e o que significava isso para eles?
24 Antes de esta profecia se cumprir em 70 E. C., e mesmo antes de os judeus se rebelarem no ano 66 E. C. e causarem a segunda destruição de Jerusalém, os discípulos Lucas, Mateus e Marcos já haviam escrito seus relatos sobre a profecia de Jesus. Portanto, os registros inspirados estavam ali à disposição de qualquer cristão judaico, em Jerusalém e na Judéia, consultar e então agir concordemente, depois que o general romano Céstio Galo procurara sufocar prontamente a revolta, mas repentinamente levantara o sítio e se retirara, após ter cercado Jerusalém com os seus exércitos acampados nos arredores sagrados da cidade.a
25 Antes de poderem retornar os exércitos romanos sob um novo general, Tito, os fiéis cristãos judaicos fugiram de Jerusalém e da província da Judéia, que estavam condenadas. Na maior parte, procuraram refúgio na margem oriental do rio Jordão, na província da Peréia. Sua ação obediente significava para eles livramento, quando mais tarde os exércitos romanos destruíram Jerusalém e depois avançaram através da província da Judéia, destruindo cidades e matando judeus às dezenas de milhares, levando, por fim, 97.000 judeus sobreviventes ao cativeiro e à escravidão.
26. Quão severa foi a vingança daqueles dias, ou fazer-se justiça divina?
26 Em 73 E. C., com a queda da fortaleza de Massada, a meio caminho ao oeste do Mar Morto, a inteira província da Judéia foi subjugada pelos exércitos romanos, limpando-a de todos os rebeldes. No sítio de cinco meses de Jerusalém, desde 14 de nisã até 6 de elul (6 de setembro, segundo o calendário gregoriano), quando a cidade foi tomada pelo General Tito, morreram 1.100.000 judeus, segundo calcula o historiador judaico Flávio Josefo. Se os dias anteriores à primeira destruição de Jerusalém pelos babilônios, em 607 A. E. C., tinham sido dias de vingança divina, então os dias desta segunda destruição de Jerusalém não eram nada menos que dias de vingança divina, “dias para se executar a justiça” desde o céu, assim como Jesus predissera três dias antes de ser assassinado fora dos muros da Jerusalém culpada de sangue.
27. Que pergunta surge agora sobre o alcance da aplicação da profecia de Jesus?
27 Por certo, com estes eventos chegou ao término o então existente sistema judaico de coisas, com a sua pátria, sua cidade capital e seu templo de adoração. (1 Cor. 10:11; Heb. 9:26-28) Mas, era a desolação de Jerusalém e da Judéia o ponto mais distante na história, a que a profecia de Jesus, registrada em Mateus 24:3 a 25:46; Marcos 13:3-37 e Lucas 21:7-36 se estendia e aplicava?
28. Viera o livramento pelo reino de Deus com o cumprimento da profecia de Jesus na Jerusalém e Judéia literais?
28 Pois bem, quando Jerusalém e seu templo foram destruídos em 70 E. C. e toda a Judéia estava subjugada por volta do ano 73 E. C., tinham os cristãos judaicos sobreviventes qualquer motivo para acreditar que havia vindo o reino de Deus? Não! Viam eles, pela fé, a Jesus no seu reino messiânico e diziam: “Bendito aquele que vem em nome de Jeová”? Não! Viera o prometido “livramento”, mais especificamente, o livramento da potência mundial romana, desoladora de Jerusalém e da Judéia? Não! Pois, naquele tempo, os cristãos encontravam-se ainda na maior parte dentro do território do Império Romano, embora houvesse cristãos fora do império, na Pártia, na Índia, na Cítia, na Etiópia e em outras partes. Ora, por mais de dois séculos após o desastre judaico de 70-73 E. C., os cristãos sofreram terríveis perseguições da parte do Império Romano, sim, mesmo depois dos dias do Imperador Constantino.
29. (a) Quando começara Jerusalém a ser pisada pelas nações gentias? (b) Portanto, neste respeito, o que profetizou Jesus para mostrar que a sua profecia se estendia além de 70 E. C.?
29 O Império Romano foi a quarta potência mundial gentia que havia pisado o reino de Jerusalém às mãos do herdeiro real do Rei Davi; a primeira, Babilônia; a segunda, Medo-Pérsia; a terceira, Grécia (Macedônia); e a quarta, a Roma imperial. Tão completa foi a desolação da província romana da Judéia, que o imperador romano Vespasiano vendeu nela terrenos a compradores gentios. Por esta razão, as palavras de Jesus, proferidas no Monte das Oliveiras, em 33 E. C., tinham de estender-se para muito além da destruição de Jerusalém e de seu templo em 70 E. C., pois, ao falar de seu sítio e de sua queda, Jesus predisse: “E Jerusalém será pisada pelas nações [gentias], até se cumprirem os tempos designados das nações [gentias].” (Luc. 21:24) Mesmo depois de o Império Romano ter perdido seu domínio sobre o Oriente Médio, a terra em que costumavam reinar o Rei Davi e seus sucessores reais continuou sob o domínio de potências políticas gentias. Nenhum reino messiânico nas mãos dum herdeiro legítimo do Rei Davi podia assumir o poder até que terminassem esses “tempos designados das nações [gentias]” no tempo predeterminado pelo próprio Deus.
“GRANDE TRIBULAÇÃO”
30, 31. O que é indicado pela maneira em que Jesus descreveu a “grande tribulação” logo depois de falar do sítio e da queda de Jerusalém?
30 O sítio e a destruição de Jerusalém e a subjugação de toda a Judéia pelas legiões romanas foram deveras um tempo de “grande tribulação” para o povo judaico. Mas, isto certamente não chegava nem perto das proporções da tribulação que Jesus predisse mais adiante na sua profecia sobre o “sinal” de sua presença e da “terminação do sistema de coisas”. Embora a sua predição da grande tribulação seguisse logo à sua descrição do sítio da antiga Jerusalém, contudo, a linguagem usada por ele parece fazê-la aplicar-se a algo muito maior do que a destruição de Jerusalém, algo semelhante, mas então no futuro. No relato de Mateus a respeito da profecia de Jesus, sua linguagem reza: “Pois então haverá grande tribulação, tal como nunca, ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo. De fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.” — Mat. 24:21, 22.
31 No relato de João Marcos a respeito da linguagem profética de Jesus, esta reza: “Pois estes dias serão dias de tribulação tal como nunca ocorreu desde o princípio da criação, que Deus criou, até esse tempo, nem ocorrerá de novo. De fato, se Jeová não tivesse abreviado os dias, nenhuma carne se salvaria. Mas, por causa dos escolhidos, que ele escolheu, abreviou os dias.” — Mar. 13:19, 20.
32. Que perguntas fazemos apropriadamente a respeito de tribulações, em vista da linguagem usada com relação à “grande tribulação”?
32 Mais adiante na sua profecia, Jesus falou de Noé e do dilúvio dos dias de Noé, e por isso perguntamos: Foi a destruição de Jerusalém, em 70 E. C., uma tribulação maior do que a do Dilúvio que houve 1.656 anos após a criação do homem? Foi a destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos a pior tribulação ocorrida até então desde o princípio da criação da humanidade por Deus, mesmo incluindo-se o dilúvio dos dias de Noé? Nos 1.898 anos desde a destruição de Jerusalém, não tem ocorrido nenhum desastre que se igualasse a ela ou a ultrapassasse? Não ocorreu mais nenhuma “grande tribulação” desde 70-73 E. C. que se compare ao desastre judaico daqueles anos ou que em muito a exceda? Que dizer da destruição de vidas humanas e cidades na Primeira Guerra Mundial de 1914-1918 e na Segunda Guerra Mundial de 1939-1945? A desolação de Jerusalém e da Judéia, no primeiro século, foi apenas um acontecimento em pequena escala em comparação com aqueles conflitos globais. Pois bem, cometeu Jesus um engano ao calcular as proporções desastrosas do desastre judaico de 70-73 E. C.? Isto não se poderia dar com Jesus. Portanto, como devemos entender a sua linguagem?
33, 34. Que partes adicionais da profecia impediriam que Jesus usasse linguagem extravagante com respeito à devastação de Jerusalém e da Judéia?
33 Jesus não exagerava ali a medida da devastação de Jerusalém e da Judéia. Sabia de antemão e predisse que os Tempos Gentios, para pisarem os direitos do reino davídico, continuariam após a destruição de Jerusalém. Comparou os dias de sua volta-presença aos dias de Noé, em que o dilúvio global destruiu toda a humanidade, exceto a família de Noé dentro da arca, sugerindo assim algo muito pior do que a destruição de Jerusalém. Falava de “todas as tribos da terra”, não apenas das doze tribos de Israel, batendo-se em lamentação diante do que viam chegar. (Mat. 24:30) E tudo isso na mesmíssima profecia sobre o “sinal” de sua presença e da “terminação do sistema de coisas”.
34 Além disso, na Revelação que Jesus deu ao seu apóstolo João, vinte e seis anos após a destruição de Jerusalém, ele falava nos “reis de toda a terra habitada”, como sendo ajuntados para a “guerra do grande dia de Deus, o Todopoderoso”, no Armagedom, e depois descrevia a enorme matança que haveria na guerra do Armagedom. (Rev. 16:13-16; 19:11-21) Isto impediria Jesus de usar linguagem extravagante.
35. Portanto, de que ponto de vista falava Jesus evidentemente a respeito de Jerusalém?
35 Portanto, é evidente que Jesus usava ali a destruição de Jerusalém como ilustração profética, falando dela não só de modo literal, mas também de modo típico, como sendo típica, de algo muito maior. Assim, pois, estava pensando numa Jerusalém infiel maior, condenada, e, de fato, estava profetizando sobre a destruição da mais ampla Jerusalém infiel e sobre o desastre mundial de que esta seria a parte inicial. Estava profetizando sobre Jerusalém e Judéia antitípicas, a saber, a cristandade, que, segundo as estatísticas atuais, tem perto de um bilhão de membros em todo o mundo.
36. Por que se pode dizer que a cristandade é a antitípica e infiel Jerusalém e Judéia?
36 A cristandade afirma ser o Israel espiritual que está no novo pacto com Deus, pela mediação de Jesus Cristo. Ela afirma ser a Sião ou Jerusalém espiritual, a que pertencem ou se aplicam as promessas de Deus. O papa da cristandade, na Cidade do Vaticano, é reverenciado como sendo o vice-gerente ou vigário do celestial Jesus Cristo, que é “o Leão da tribo de Judá”. (Rev. [Apo.] 5:5, CBC) A vinda à existência da cristandade foi indicada na parábola de Jesus sobre o trigo e o joio, e nesta mesma parábola ele predisse a destruição da cristandade e de seus cristãos semelhantes ao joio, a antitípica e infiel Jerusalém e Judéia. — Mat. 13:24-30, 36-43.
DESASTRE MUNDIAL DESDE O FIM DOS TEMPOS DOS GENTIOS
37. Como podemos ver que a profecia de Jesus se estende até o presente, com relação à cristandade, e até mesmo além do ano corrente?
37 Quando as palavras proféticas de Jesus, em Mateus 24:21, 22 e Marcos 13:19, 20 são consideradas deste ponto de vista, podemos ver que a sua profecia se aplica à atualidade, a estes últimos dias da antitípica e infiel Jerusalém e Judéia, a cristandade. A profecia de Jesus sobre as coisas que haviam de ocorrer certamente se estendia até o ano de 1914 E. C. e além de 1914, mesmo além do ano corrente. De que modo? Pelo fato de que Jesus disse: “E Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações”, e depois acrescentou mais. (Luc. 21:24) Não precisamos aqui repetir a prova de que os Tempos dos Gentios, “os tempos designados das nações”, terminaram por volta de 1o de outubro de 1914. A história o prova!
38, 39. (a) Desde que ano se cumpriram especialmente na cristandade as palavras anteriores da profecia de Jesus? (b) O que indicava para a cristandade aquele “princípio das dores de aflição”?
38 Desde aquele ano marcado de 1914, têm-se cumprido na cristandade, junto com o restante do mundo da humanidade, as palavras de Jesus, logo no início de sua profecia, a saber: “Nação se levantará contra nação e reino contra reino; e haverá grandes terremotos, e, num lugar após outro, pestilências e escassez de víveres; e haverá vistas aterrorizantes e grandes sinais do céu.” — Luc. 21:10, 11.
39 O relato paralelo de Mateus reza: “Porque nação se levantará contra nação e reino contra reino, e haverá escassez de víveres e terremotos num lugar após outro. Todas essas coisas são um princípio das dores de aflição.” (Mat. 24:7, 8) Quando nação se levantou contra nação e reino contra reino, em 1914-1918, vinte e quatro dentre vinte e oito nações envolvidas eram nações da cristandade, a antitípica e infiel Jerusalém e Judéia. Inevitavelmente, pois, especialmente para a cristandade, a primeira guerra mundial e a notável escassez de víveres, as pestilências e os terremotos significavam “um princípio das dores de aflição”. Estas “dores de aflição”, tão severas como as de uma mulher por ocasião do parto, não significavam que a cristandade estava para dar à luz uma nova ordem cristã, um mundo convertido ao cristianismo, mas significavam que ela se aproximava de sua morte dolorosa. Mas os verdadeiros cristãos se aproximavam do livramento!
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Como sabemos que se aproximaA Sentinela — 1969 | 1.° de maio
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Como sabemos que se aproxima
1. No que se refere às “vistas aterrorizantes e grandes sinais no céu”, o que profetizou Jesus logo depois de dizer que Jerusalém seria pisada pelas nações até o fim de seus tempos designados?
Note que o relato de Lucas sobre a profecia de Jesus predisse “vistas aterrorizastes e grandes sinais do céu”. (Luc. 21:11) Depois de descrever a destruição de Jerusalém e de ela ser pisada pelas nações gentias até se cumprirem os seus “tempos designados”, o relato de Lucas prossegue: “Também, haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e na terra angústia de nações, não sabendo o que fazer por causa do rugido do mar e da sua agitação, os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada; porque os poderes dos céus serão abalados. E então verão o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.” — Luc. 21:25-27.
2, 3. Até que ponto foram abalados os “poderes dos céus” pelo advento de aviação?
2 Não se cumpriram já todas estas coisas preditas em grande medida, embora não inteiramente na sua medida mais plenas Não foram abalados os “poderes dos céus”, tendo efeito sobre o sol, a lua e as estrelas?
3 Até o atual século vinte, os céus têm sido o domínio dos pássaros e das criaturas voadoras, com a exceção de alguns papagaios, balões e dirigíveis lançados ao ar pelos homens. Há mais de treze mil anos atrás, no quinto dia criativo, Deus criou as criaturas do mar e as criaturas voadoras para ‘voar sobre a terra, na face da expansão dos céus’. (Gên. 1:20-23) Mas, com o vôo bem sucedido de um avião, em 17 de dezembro de 1903, o homem realmente começou a invadir o domínio das criaturas voadoras viventes e ir acima do seu domínio ao espaço sideral. Desde então, o avião tem sido melhorado e posto em uso na Primeira Guerra Mundial, para atirar e bombardear desde o ar. Daí para diante, a chuva, a neve e a saraiva não eram mais as únicas coisas que desciam do céu. Com a expansão da aviação nas operações de guerra e no transporte em tempo de paz, o equilíbrio do meio ambiente natural do homem passaria a ser abalado, perturbado e transtornado.
4. De que modo estão os foguetes causando uma invasão dos céus?
4 Durante a Primeira Guerra Mundial, usaram-se os canhões alemães chamados “Grande Berta”, para bombardear Paris, na França, de uma distância de quarenta e oito quilômetros. Os alemães deram depois impulso especial ao uso de foguetes. Usaram-se foguetes para transportar explosivos desde o continente europeu, através do Canal da Mancha, e lançá-los sobre Londres e outras cidades inglesas, além dos ataques de bombardeio por aviões. Perto do fim da Segunda Guerra Mundial, introduziram-se na guerra bombas atômicas de potência explosiva devastadora, que se fizeram explodir sobre o Japão. Em pouco tempo seguiu-se a invenção da ainda mais terrível bomba nuclear. Várias nações de destaque têm adquirido o conhecimento técnico dela, de modo que há atualmente cinco nações nucleares. As primeiras bombas atômicas foram lançadas por aviões velozes, mas agora se tem aplicado o foguete com relação à bomba nuclear. Agora, o mundo da humanidade treme de medo diante dos mísseis balísticos intercontinentais, que avançam velozmente através do espaço dos céus e cruzam oceanos que antigamente protegiam, para atingir alvos inimigos. O homem está procurando ultrapassar os relâmpagos do céu.
“ANGÚSTIA DE NAÇÕES”
5. Quanto aos “sinais no sol, e na lua, e nas estrelas”, que obscurecimento do sol, da lua e das estrelas, e também que chuva de meteoritos nestes últimos séculos, registra a história?
5 Que dizer, porém, dos preditos “sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e na terra angústia de nações, não sabendo o que fazer por causa do rugido do mar e da sua agitação, os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada”? (Luc. 21:25, 26) Poderia significar algo diferente do que aconteceu em 19 de maio de 1780, quando o sol ficou obscurecido? Produziu-se então uma escuridão semelhante à noite, que se estendeu sobre 852.000 quilômetros quadrados da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América, seguida na noite depois pelo obscurecimento da lua, que estava cheia, e também das estrelas. Também, na madrugada de 12/13 de novembro de 1833; houve uma chuva meteórica em que milhões e milhões de meteoritos semelhantes a estrelas caíram sobre a América do Norte, cobrindo uma área de 28.490.000 quilômetros quadrados, um fenômeno celestial tão impressionante que atraiu a atenção de homens de ciência. No entanto, há pouco tempo atrás, em 17 de novembro de 1966, houve uma chuva meteórica espantosa que caiu sobre a atmosfera superior do sudoeste dos Estados Unidos, desde o Texas até o Arizona.
6. (a) Faria a repetição de tais fenômenos celestes, no atual século, que as pessoas se aterrorizem a crer que o fim do mundo está próximo? (b) Que fenômenos diferentes dos acima se divulgaram?
6 Ora, no nosso século vinte, de progresso científico, nada semelhante a tais fenômenos celestes estranhos aterrorizaria a maioria das pessoas ao ponto de fazê-las crer que o “fim do mundo” está perto. Isto é verdade, mas, hoje em dia, a ciência da astronomia, telescópica e de rádio, tem feito tal progresso, que descobre mais fenômenos a respeito do sol, da lua e das estrelas, e seus efeitos sobre a terra e seus habitantes.
7. Que informação, obtida cientificamente, nos transmite novos aspectos sobre o sol, a lua e as estrelas?
7 Agora somos informados de que as grandes explosões de energia nuclear, produzindo as chamadas manchas solares, lançam de si correntes de partículas eletrônicas poderosas que não só causam interferência no campo das ondas curtas de rádio e nos campos magnéticos, mas também têm efeito sobre pessoas, num grau anormal, sendo que um novo ciclo de manchas solares deve atingir seu auge em 1970. A terra está sendo bombardeada continuamente por raios cósmicos. Grandes faixas de partículas ionizadas rodeiam a terra e põem em perigo os astronautas que manobram no espaço. Tremendos quasares, que são fontes de ondas de rádio, estão sendo descobertos; e os radiotelescópios estão captando sinais de corpos celestes invisíveis. Foguetes têm lançado cápsulas que alunissaram suavemente com câmaras de radar na superfície da lua, transmitindo de volta fotografias de curta distância do terreno lunar. Os projetos científicos de colocar homens na lua suscitam temores de que a lua seja transformada em base militar, da qual se possa controlar a terra.
8. Por que tem piorado a “angústia de nações” desde 1914 E. C., e que nova região se tem tornado verdadeiramente ameaçadora?
8 Estarmos apercebidos de tais “sinais” no sol, na lua e nas estrelas, em resultado dos modernos achados científicos, apenas aumenta a “angústia de nações”. Suas dificuldades se multiplicaram constantemente desde 1914 E. C., tanto dentro das nações como entre as nações. A angústia se torna pior por ‘não saberem o que fazer’ mediante os recursos e as soluções humanos. Isto se dá “por causa do rugido do mar e da sua agitação, os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra”. Naturalmente, tem havido maremotos, fazendo ondas tsunami lançar-se através do oceano e inundar cidades, causando grande perda de vida e de propriedade. Mas, os mares e oceanos estão ficando mais ameaçadores por outra razão ainda. Durante a Primeira Guerra Mundial introduziu-se a guerra submarina, e o submarino com torpedos mostrou-se um dos bem eficientes instrumentos de destruição entre os muitos novos empregados. Na Segunda Guerra Mundial, os alemães confiaram muito na guerra submarina.
9. De que modo está sendo o mar agitado ainda mais por nações poderosas?
9 Nações poderosas estão agora promovendo o uso mais eficiente do mar na guerra. O gigante comunista da Rússia Soviética está aumentando enormemente a sua marinha mercante e sua frota de submarinos. Lembra-se aos Estados Unidos a ameaça comunista de “sepultar” a América do Norte democrática, e expressa-se publicamente o temor de que os comunistas “nos sepultarão” no mar, pela sua superioridade em submarinos e navios de superfície. Instalaram-se com bom êxito engenhos propulsores nucleares em submarinos, tornando possível que dêem a volta ao mundo sem vir à superfície. Os submarinos estão sendo armados de lançadores de mísseis capazes de disparar debaixo da água mísseis de longo alcance, com ogivas atômicas, fazendo a destruição sair rugindo do mar, tendo alvos distantes em terra seca. Até mesmo os vasos de guerra de superfície estão sendo equipados para a guerra de mísseis. Deveras, o mar está sendo agitado por todos estes rondadores das profundezas salinas. Temendo ainda mais agitação do mar, o então presidente norte-americano, L. B. Johnson, em julho de 1968, instou numa Conferência de Desarmamento de dezessete nações, no começo de sua nova sessão em Genebra, na Suíça, a começar a explorar os meios de impedir o uso do leito do mar como esconderijo para mísseis nucleares, o uso do leito dos oceanos como “plataforma para armas de destruição em massa”. — Times de Nova Iorque, de 26 de julho de 1968.
10, 11. Por que estão os homens ficando desalentados, conforme predito por Jesus?
10 Ao mesmo tempo, os elementos políticos, financeiros, econômicos, sociais e religiosos estão ficando cada vez mais perplexos, e estes homens, na sua frustração, estão ficando desalentados, não só de temor, mas também na expectativa das coisas que podem calcular como forçosamente estando para vir sobre a terra. Prediz-se fome mundial para o ano de 1975. Apela-se para a organização das Nações Unidas, para impedir a difusão das armas atômicas e nucleares nas mãos das nações fora das Cinco Grandes potências nucleares da atualidade. A diferença quanto aos mísseis, entre os Estados Unidos e a Rússia, está diminuindo; a Rússia está-se aproximando da igualdade com os Estados Unidos. Há muita insistência em que não se use o espaço sideral para a guerra.a
11 Também, o desfolhamento dos esconderijos do inimigo por meio de herbicidas e de substâncias químicas precisa ser estudado quanto ao seu efeito de longo alcance sobre o meio ambiente do homem. A indústria moderna e até mesmo os aviões a jato estão fatalmente prejudicando o equilíbrio do ambiente natural do homem, sendo que, em vista disso, certa revista colocou em cabeçalho e considerou o assunto “Pode o Mundo Ser Salvo?”. (Times Magazine de Nova Iorque, 31 de março de 1968) Tornar-se-á a nossa terra em pouco tempo imprópria para a vida da população mundial em explosão? Estes são deveras temores reais e válidos!
12. Todavia, em que tempo virá o grande clímax de tudo isso, e como?
12 No entanto, o grande clímax vem no tempo predeterminado por Deus, não pelo homem, assim como indicam as próximas palavras da profecia de Jesus: “E então verão o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.” (Luc. 21:27) Isto se refere à sua vinda para destruir Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa, babilônica, e daí à “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Armagedom. (Rev. 16:13-16) Invisível no espírito, ele estará como que escondido “numa nuvem”, mas as nações discernirão que deve ser o predito “Filho do homem”, visto que se exerce poder além daquele do homem. A cristandade não participará então na sua “grande glória”, mas será destruída, apesar de todas as suas orações hipócritas a Deus. Nem haverá qualquer glória para os anteriores amantes políticos de Babilônia, a Grande, porque, após ela, serão aniquilados estes elementos políticos regentes, desaparecendo em derrota inglória por terem lutado contra o Rei legítimo da terra, o glorificado Senhor Jesus Cristo. Verão, reconhecerão, que sua destruição procede de uma fonte mais elevada do que a humana.
ENCORAJAMENTO E AVISO
13. Que disse Jesus sobre a nossa atitude, enquanto as nações ficam abatidas pela angústia e pelo temor?
13 Pois bem, e o que dizer de nós? O que significa, tudo isso para nós? Devemos participar na atual “angústia de nações” e em não saberem o que fazer, em ficarem desalentados, nos seus temores e nas suas expectativas aterrorizantes? Não precisamos fazer isso. Jesus Cristo, depois de pormenorizar todas as coisas precedentes, disse em resposta aos seus discípulos: “Mas, quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” (Luc. 21:28) Portanto, se formos seguidores fiéis, dedicados e batizados do grande Profeta Jesus Cristo, não precisamos ficar abatidos junto com as nações na sua angústia e nos seus temores.
14, 15. Ao livramento do poder de que nos estamos aproximando?
14 Para aqueles de nós que se tornam verdadeiros cristãos dessa espécie, as palavras “vosso livramento” devem ter um som emocionante e encorajador, assim como tiveram para os discípulos aos quais Jesus Cristo falou. Por que é não deviam ser encorajadoras e animadoras estas palavras, visto que nos dizem que seremos libertos dos perseguidores e odiadores? Pois, Jesus disse, antes de falar do livramento que se aproxima: “Mas, antes de todas estas coisas, as pessoas deitarão mãos em vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, sendo vós arrastados perante reis e governadores por causa do meu nome. Isto vos resultará num testemunho. . . . Além disso, sereis entregues até mesmo por pais, e irmãos, e parentes, e amigos, e eles entregarão alguns de vós à morte; e vós sereis pessoas odiadas por todos, por causa do meu nome.” — Luc. 21:12-17.
15 Somos livrados de pessoas que não somente nos perseguem e odeiam, mas que odeiam a Jesus Cristo, visto que é por causa de seu nome que nos perseguem e odeiam. Tais odiadores Dele fazem parte deste “sistema de coisas”, e por isso é também de todo este sistema de coisas que nós, perseguidos, odiados, somos livrados.
16, 17. Por meio de quem ou de que virá tal livramento?
16 O que significará o desaparecimento deste sistema de coisas? O livramento dele virá da parte de quem e por meio de quê? Evidentemente por meio daquele a quem as nações vêem “vindo numa nuvem, com poder e grande glória”. (Luc. 21:27) Isto nos é assegurado pelas palavras de Jesus após ele mencionar “vosso livramento”. Lucas 21:29-33 nos diz:
17 “Com isso contou-lhes uma ilustração: ‘Reparai na figueira e em todas as outras árvores: Quando já estão em flor, sabeis por vós mesmos, observando isso, que já está próximo o verão. Deste modo também vós, quando virdes estas coisas ocorrer, sabei que está próximo o reino de Deus. Deveras, eu vos digo: Esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram. Céu e terra passarão, mas as minhas palavras de modo algum passarão.’ — Compare isso com Mateus 24:32-35; Marcos 13:28-31.
18. Desde que ano temos visto “estas coisas” ocorrer, em corroboração das palavras de quem?
18 “Estas coisas”, conforme preditas por Jesus na sua profecia, nós, os que somos ‘desta geração’, temos visto ocorrer desde o ano de 1914, ano em que findaram os “tempos designados das nações”. Antes passariam literalmente o céu e a terra, do que ficarem as palavras de Jesus sem cumprimento. Portanto, as palavras de Jesus são muito dignas de nossa aceitação e crença.
19. Por vermos ocorrer tais coisas conforme predito, o que sabemos?
19 Portanto, ao vermos estas coisas ocorrer, o que sabemos? Sabemos que o instrumento divino para o nosso livramento, “o reino de Deus”, está próximo. O que devemos fazer, então, para provar que cremos nisso? Jesus disse: “Mas, quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” (Luc. 21:28) Nós, os que somos ‘desta geração’, temos visto estas coisas preditas ‘principiar a ocorrer’ em 1914, e agora, durante os últimos cinqüenta e quatro anos e tanto, temos visto a sua ocorrência. Portanto, confirmaram-se as nossas convicções. À base duma longa seqüência de eventos preditos sabemos que o reino de Deus se está aproximando para o seu ato de destruir este sistema de coisas e seus apoiadores no Armagedom e para causar o nosso glorioso livramento.
20. Por que não devemos ficar abatidos por causa da perseguição e do ódio lançados sobre nós?
20 Certamente, então, não é este o tempo para nós, observadores esclarecidos destes cumprimentos da profecia de Cristo, ficarmos abatidos, com a cabeça pendente em desalento, em vista da perseguição e do ódio acumulados sobre nós por causa do nome de Jesus. Melhor é sofrermos assim por causa do seu nome do que padecermos a “angústia de nações, não sabendo o que fazer por causa do rugido do mar e da sua agitação, os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada”. Homens e nações do mundo estão padecendo tais coisas porque se opõem ao reino de Deus, mas nós sofremos às suas mãos por proclamarmos “estas boas novas do reino” em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações, antes de vir o seu fim. (Mat. 24:14) Eles se defrontam com a destruição eterna. Nós nos confrontamos com o livramento eterno. Então, por que não nos erguermos e levantarmos a cabeça em esperança, elevando também a nossa voz, ao continuarmos a proclamar o reino de Deus? — Mar. 13:10.
21. Por causa de que outras coisas, conforme mencionadas no aviso de Jesus, não devemos deixar pender a cabeça?
21 Nunca devemos ficar abatidos, especialmente agora, nem deixar a cabeça pender e inclinar em sonolência e torpor, por nos gratificarmos demais com as nações mundanas nos seus esforços de esquecer e desconsiderar as coisas que ocorrem desde 1914. Visto que agora já é tão tarde e já se avançou tanto na corrente dos assuntos mundiais, dentre todos os tempos é este o de nos mantermos atentos ao que está acontecendo no avanço veloz do mundo para o seu inevitável clímax, e então agir como cristãos observantes, entendidos. Não nos atrevemos desconsiderar aquilo que Jesus incluiu na sua profecia como aviso: “Mas, prestai atenção a vós mesmos, para que os vossos corações nunca fiquem sobrecarregados com o excesso no comer, e com a imoderação no beber, e com as ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vós instantâneamente como um laço. Pois virá sobre todos os que moram na face de toda a terra. Portanto, mantende-vos despertos, fazendo todo o tempo súplica para que sejais bem sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem.” — Luc. 21:34-36.
22. (a) O que significará ser apanhado para os que o são por aquele dia enlaçador? (b) Que condição do coração devemos evitar?
22 Arma-se um laço para apanhar a sua vítima numa fração de segundo, antes que possa escapar. Portanto, vir este dia repentinamente sobre nós, num instante, como um laço, significa ser apanhado além de qualquer chance de nos livrarmos, e significa morte para nós. Este dia enlaçador se aproxima rapidamente “sobre todos os que moram na face de toda a terra”, tão certamente como o dia segue a noite. Todos nós forçosamente entraremos naquele dia, visto que chegará repentinamente sobre toda a terra, não havendo morador na terra fora do seu alcance. Todos nós teremos de encará-lo. Mas como? Por fazermos o que fizeram as pessoas nos dias antes do dilúvio de Noé, comendo e bebendo em excesso, e entregando-nos às “ansiedades da vida”, inclusive às ansiedades com a busca de prazeres? Isto é o que a classe do “escravo mau” faz. (Mat. 24:38, 39, 48-51) Não são as coisas em que devemos fixar o coração, sobrecarregando nosso coração com estas coisas e deixando-o engordar, engrossar e ficar insensível à chamada de Cristo ao serviço do Reino. Neste tempo em que se determina o destino, precisamos prestar atenção a nós mesmos, a fim de evitar tal condição do coração.
23. A fim de sermos “bem sucedidos em escapar de todas estas coisas”, que atitude mental devemos manter e com a ajuda de quê?
23 É o tempo de mantermos nossos poderes e nossas faculdades plenamente despertas e ativas no serviço de Deus, é o tempo de fazermos súplica, porque não o podemos fazer na nossa própria força. Sem a ajuda de Deus, não podemos ser bem sucedidos. Só assim podemos escapar de partilharmos a angústia, o temor e a expectativa temível das nações mundanas e de sermos enlaçados na destruição com elas no Armagedom.
24. Nosso propósito, junto com nossa forte súplica, é fazermos o quê, e o que nos trará o cumprimento deste propósito?
24 O que nos esforçamos em fazer de todo o nosso coração é ficar de pé diante do Filho do homem, que vem “com poder e grande glória” para executar o julgamento divino neste sistema de coisas e nos seus apoiadores. (que toda a cristandade, a antitípica Jerusalém e Judéia, caia condenada na destruição diante deste Filho do homem, a quem ela hipocritamente afirma servir. Nosso propósito, junto com nossa forte súplica, é ficar de pé aprovado diante do Filho do homem, como seus verdadeiros seguidores, que nos mantivemos eretos, de cabeça levantada, constantemente despertos e nunca olhando para trás, para a cristandade e Babilônia, a Grande, da qual fugimos. Erguidos na plena dignidade de nosso serviço como servos livres do Deus Altíssimo, manteremos nossas cabeças levantadas, proclamando obedientemente o reino de nosso Pai celestial, Jeová Deus, e servindo seus interesses. (Rom. 14:4) Este proceder ativo e fiel nos trará em breve a grandiosa recompensa de sermos livrados deste sistema iníquo de coisas para a nova ordem bendita de Deus, para adorarmos e servirmos a ele ali no seu imperecível templo para todo o sempre.
[Nota(s) de rodapé]
a Quanto a um comentário correspondente sobre o cumprimento de Lucas 21:10, 11, 25-27, veja o livro intitulado “Seja Feita a Tua Vontade na Terra”, páginas 295-299, publicado em português em 1962 pela Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc.
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Que proveito tirou de sua Assembléia “Boas Novas”?A Sentinela — 1969 | 1.° de maio
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Que proveito tirou de sua Assembléia “Boas Novas”?
As testemunhas de Jeová, jovens e idosas gostam de se reunir em assembléias, assim como ordenado em Hebreus 10:24, 25. Esta é a razão por que centenas de milhares delas viajaram muitos quilômetros para assistir a uma das Assembléias de Distrito “Boas Novas Para Todas as Nações”. Elas foram realizadas em mais de 120 cidades, em mais de vinte e cinco países, contando-se só o hemisfério setentrional, durante julho e agosto do ano passado. E quão grandes foram as multidões que vieram! Em quase cada país, a assistência foi de 10 a 30 por cento acima daquela do ano anterior, num total de 928.756.
As testemunhas que não tinham liberdade de se reunir em grandes números em suas próprias terras viajaram a países onde podiam reunir-se. Uns 5.000 viajaram da Espanha até Toulouse, na França, assim como fizeram também mais de 600 testemunhas portuguesas. Mais de 2.000 da Iugoslávia estiveram na assembléia de Villach, na Áustria, e acima de 500 da Grécia usufruíram uma assembléia em Ulm, na Alemanha. Todas estas assembléias, naturalmente, foram realizadas no próprio idioma delas.
Quão bem os jovens estiveram representados nestas assembléias! A imprensa pública, vez após vez, comentou este fato e observou que não havia ‘gerações em conflito’ entre as Testemunhas. Assim, o B. T. (um dos maiores diários da Dinamarca), publicou uma entrevista com várias Testemunhas jovens, apresentando seu conceito sobre a Bíblia, a moral, o casamento, a maneira de se vestir e outras coisas. Declarou nas suas observações introdutórias:
“Não se trata de um assunto para gente velha — há muitos casais mais jovens e jovens solteiros, moços, adolescentes e crianças. Todos escutam com atenção e confiança os discursos e as explicações bíblicas dadas pelos mais velhos. Não há rebelião da juventude entre as testemunhas de Jeová. O que as mantém unidas
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